Diabetes & eu

 
Nunca achei que o fato de ser diabética fosse me impedir de fazer alguma coisa... Há coisas que não devo fazer, como qualquer outro ser humano. Há outras que me demandam um pouco mais de atenção. Dirigir, por exemplo. Dia desses eu estava numa via que não dava para parar e comecei a ter hipoglicemia. Não senti ou não me dei contar, por estar totalmente atenta à via. Só seu que fui guiando pelo instinto. Movimentos muito mais lentos. Quando cheguei à redação, não sei como subi a escada e só percebi que estava realmente mal, quando a minha chefe começou a falar comigo e eu não decodificava uma palavra. Ser diabética não me impede de dirigir. Ser diabética não me impede de fazer nada - talvez me impeça de ter filhos, como diz minha médica, mas isso eu deixo para a economia de Deus. Mas para que eu realmente seja uma motorista consciente, preciso andar com balas no porta-luvas. O problema é: como resistir à guloseimas? Ouch!

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Nesse mesmo dia, depois de comer um doce e me recuperar (a recuperação é quase instantânea no meu caso), abro o email e vejo uma mensagem curiosa. Minha colega de trabalho de São Paulo, não havia ido trabalhar, porque o marido passou mal em função do diabetes de madrugada e teve que ir para o hospital. A glicose dele estava gangorra: sobe e desce. Conheço menos gente com diabetes que a estatística brasileira me mostra como representatividade. Muito mais gente do tipo 2, que do tipo 1 - meu caso. Então, quando penso que houve no meu dia algum indício de um fato limitante, vem Deus me mostrar que NADA na minha vida escapa ao controle e ao cuidado Dele. Que no fundo, somos todos iguais, lutando contra as nossas vicissitudes particulares. Tem muita gente igual a mim por ai, feliz pela oportunidade de lutar.