pensamentos

É bem engraçado pensar que minha vida se divide (também) em duas partes importantes: AD /DD. Traduzindo: Antes de Dirigir / Depois de Dirigir. Acho que já tenho uns dois anos de volante, mesmo tendo tirado a carteira aos 18. E mesmo após esses dois anos de libertação de um me do que era paralisante e restritivo, eu me pego agradecendo a Deus quase todos os dias. Certamente sempre que percebo que 'guiar' já é um lance natural para mim. Mesmo fazendo caretas e barulhos com a boca a cada ultrapassagem que exija um pouco mais de 'talento'.

O fato é que antes eu não gostava nem de andar no banco da frente de gente que eu considerasse um motorista ruim. Quantas vezes já fechei os olhos, os desviei um pedaço do corpo para dentro, no banco do carona, com a quase certeza de que bateria... Medos... Como sabê-los? E quando o sabemos, como o detemos. Processo... Tudo na vida é questão de processo. Ao identificarmos a questão, processamos o passo seguinte para saber se vale avançar ou não. 

Eu avancei e uso o volante como um grande terapeuta. Penso em muitas partes do meu dia. Penso em tantas coisas que já fiz e as que ainda tenho que fazer. Agradeço a Deus o dia e entrego a Ele a minha segurança e as atividade. Penso, penso, penso... Planejo escrever, mas esqueço. Dirigir já me é algo bastante natural. Embora a tal da baliza ainda me cause certo arrepio. Se eu não posso estacionar, Deus sempre me manda um anjo.... Ora para me dizer o qeu fazer, ora para destrinchar a vaga para mim. hehehe

Queria poder congelar alguns pensamentos 'volantes' para registrar aqui. São bons, eu penso na hora. Mas também são efêmeros, eu penso agora. Querendo lançar no papel as minhas ansiedades... Mas estas já foram lançadas nas mãos de quem pode resolver. Lanço aqui minhas pequenas conquistas. Vitórias cotidianas. Somos todos tão parecidos, embora certos problemas ou caminhos nos pareçam tão distantes...

Nada no cotidiano social para comentar, que não nos remeta a momentos tristes...

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Ando pensando na última viagem. Odeio barcos, costumo passar mal. Encarei com coragem um barquinho de madeira que nos levou para cruzar o mar da Galileia. Que momento único! Paz. Aquela paz que ninguém pode explicar. Cantamos, oramos e passamos por onde Jesus andou sobre as águas, onde desafiou Pedro a andar também.  Ventou, eu me lembro... Naquele dia tão quente.

Dois mil anos e estávamos no mesmo lugar, revivendo cada um a mesma história. Sentindo de maneiras diferentes, embora a experiência fosse a mesma em sua composição. Talvez a vida de cada um de nós seja assim. Passamos pelos mesmos problemas, questões muito semelhantes... Mas nosso mundo interno é construído de várias formas, com muitas vivências e sentimentos que sedimentam de maneira única o arcabouço da nossa construção. Recolhemos armas diferentes na mesma caminhada. Uns guardam lixos, outros guardam energia e há os que quase nada retém. 

Dia desses estava chorando muito por uma pessoa que não fazia mais parte da minha vida. Minha mãe não entendeu o "drama". Sabe o que é? É que cada um que passa, passa e deixa um pedacinho de si, um perfume, uma lição. E por cada um que passa, esse que fica recolhe e retém o que quer, o que pode... Até a vida das pessoas nas pessoas da vida é única. Precisamos de respeito na dor do outro, na alegria do outro e também nas suas debilidades. Precisamos de paz para emanar paz. Precisamos de amor e humildade para viver em dignidade de vida.