Hoje (6/12), um funcionário da empresa chegou falando que no bairro dele muitas casas foram levadas pelas águas que assolaram o Rio de Janeiro na noite anterior (eu mesma fiquei ilhada por horas e só com a graça de Deus cheguei a tempo em um lugar seguro). Muitos de seus vizinhos perderam tudo, menos a vida. Outros três, nem esse bem mais precioso mantiveram. Saiu
nos noticiários algo sobre as consequências no bairro de Austin, Nova Iguaçu.
A casa do Francisco foi destelhada e teve até pouco prejuízo, se comparado aos vizinhos... Na sexta, ele me contou que ficou de 21 horas até uma da manhã resgatando e ajudando pessoas; crianças, em especial. Disse que a rua de baixo virou rio e que até onda rolou. Vocês podem imaginar...
Na hora certinha do trabalho, lá estava ele, pronto para a sua limpeza diária. Com a carinha triste, claro, mas presente. Percebi que tinha algo diferente, porque tinha um círculo de pessoas em volta dele quando cheguei. E logo fiquei sabendo do que se tratava. Num dado momento, até parei ele na redação para saber o que aconteceu e de que maneira ele achava que a gente podia ajudar.
Francisco cumpriu seu horário e ainda teve fôlego para o segundo turno. Mesmo diante de toda a tragédia experimentada, ele havia assumido o compromisso de ser o Papai Noel das crianças da empresa. E o fez com tremenda alegria (caramba!). No fim da festa, ele recebeu um envelope com uma quantia que a gente conseguiu cotizando entre as redações. Foi algo emocionante. As crianças pulando de alegria e algumas pessoas emocionadas, chorando com o exemplo dele. Um dia especial em pleno fechamento. Obrigada Deus, por uma lição tão linda de Natal.
2 comentários:
Arrepiei lendo! Tão bom saber que existe gente assim nesse mundo tão bruto! Beijos saudosos, Bibi!
Bela linda! Foi mesmo emocionante!
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