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Estou um pouco sumida, não é? Fui atrás de trabalho, que me desse algum dinheiro para sustentar esse luxo que escolhi para mim, que é não ter um emprego fixo para poder estudar. E trabalho esporádico dá até mais trabalho que o tal do "trampo nosso do dia a dia". Você tem pouquíssimo tempo para pegar o funcionamento do lugar e desenvolver ali algo tão marcante, que te convoquem para novas empreitadas. Fui espremida que nem laranja. Foi bom: virei suco! Mas ainda ando catando moedas. Fato!
Estou um pouco sumida, não é? Fui atrás de inspiração para escrever as tarefas da faculdade. Fui atrás de novas linhas em outros blogs, livros, revistas. Fui ao cinema em busca de transcender a minha imaginação e aportar no delírio alheio expresso em motion pictures. Fui chamar o cara da NET para trocar o aparelho pifado antes da viagem ao Maranhão. E entendi o porquê de odiar televisão: ela me rouba o tempo. Essa partícula a qual tenho tanta dificuldade de administrar.
Estou um pouco sumida, não é? Fui atrás de paciência para reorganizar o quarto. Estive em obras. Poeira, sujeira, noites no sofá, cheiro de tinta impregnado na alma. Tudo fora do lugar. Até eu mesma: confusa naquela confusão. Abri gavetas, rasguei fotos, doei roupas, organizei meus livros na estante (na do quarto, não na Biblioteca Fer Chaib). Armazenei documentos, rasguei papéis e até poesias antigas, cujo destinatário não faz parte das boas lembranças. Encontrei treco, preciosidades, desenhos que fizeram de mim e que nunca me retrataram fielmente, remédios vencidos, cartas não enviadas, matérias antigas e até um rádio de carro, que nunca tive, ainda na caixa.
Estou um pouco sumida, não é? Fui atrás de cuidar de coisas de família. Visitei a casa do Saulo e depois a da Thais (onde estancamos uma inundação com panos de perfex). Liguei para Tia N, que está animada com novos projetos familiares. Troquei MSN com a priminha linda que vai casar na praia , no próximo mês. Ouvi conselhos da Fer (nova irmã) e almocei com a cunhada-eterna no coração. Saí com a Onça. Cuidei da mamãe. Vou ver minha sobrinha a Ex-Ruivinha chegar à antiga maior idade. Passei o dia dos pais numa tristeza danada, mas não chorei. Deixei se aquietar os sentimentos no peito e esperei pelo tempo.
Estou um pouco sumida, não é? Fui viver além do virtual e no real busquei por mim mesma... "Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar quando me encontrar"**. Diz que fui por ai. Ainda estou tentando me achar. Essa que hoje me tornei.
** Trecho da música de Candeia.
6 comentários:
Se você some muito, eu te cato!! Adorei nosso passeio! Colhemos boas lembranças dele, não acha?
Que bom que sumimos um pouco para nos encontrarmos melhores!!!! Não temos mais as inundações e já temos panos de chão!!!! rsrsr... quando iremos para desfrutar do ap???? rsrsrs.. Te amo, prima!!! bjs
Boas fotos também, Saulo! E picadas de mosquito!
hahahaha Foi foi a inundação mais divertida. Minha cara de pânico na foto dá o grau do meu entendimento com a cozinha e suas catástrofes. Ue?! só marcar!
Bj Thais!
uns dos textos mais bonitos, honestos e sinceros que li. essa eh a bibi :)
Claudinho muso!
hahahha
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