De que adianta sonhar um sonho sem rosto?
Sem forma?
Disforme?
Dissonante?
Resistente?
Resiliente?
De que adianta ser uma e ser todas?
Todas as que não sou...
Todas as que não fui...
Todas as que posso ser...
Todas as que ainda serei...
Todas as que fui um dia...
De que adianta a saudade de uma ausência instante?
Daquilo que não foi
Daquilo que foi
Daquilo que poderia ter sido
Daquilo que não é mais
Daquilo que não há mais
Daquilo que deixou de ser
E o que ficou para trás?
E o que partiu?
E o que não mais se viu?
E o que não falou?
E o que não calou?
E o que não sorriu?
E o que não rolou?
E o que não se permitiu?
De que adianta toda essa inspiração?
Se é tudo piração
Se é tudo invenção
Se é tudo sem razão
Se é tudo tão mesquinho
Se é tudo tão pequeno
Pequenininho...
2 comentários:
Adianta simplesmente por tê-los (os sonhos)!
Com formas ou sem forma
mesmo dismorfe
residente ou reticente
Adianta ser múltipla!
As que você é ou foi...
As que você ainda pode e poderá ser (um dia)...
Adianta a saudade instigante!
Daquilo que foi e pode ser.
Daquilo que ainda é e jamais deixará de ser.
E que não ficou para trás,
Pois voltará, será novamente visto;
E falará ou silenciará,
Pois entre sorrisos acontecerá, o permitido;
Adianta toda e qualquer inspiração!
Já que é sanidade, realidade, racionalidade
Já que é tão legítimo e grande
Grandão...
És uma poeta, minha amiga. Lindo!
beijos,
Carla Giffoni
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