5.12.10

Filho do Hamas


Acabei de ler um livro que julgo bem interessante chamado "Filho do Hamas" - Um relato impressionante sobre terrorismo, traição, intrigas políticas e escolhas impensáveis. Isto é, vamos com calma, bem interessante para quem acha que o que acontece no Oriente Médio tem alguma relevância. Amiga minha diz que aquela é uma zona escura para ela, portanto, o livro sobre o qual eu vou falar passaria em branco. Eu, no entanto, acho que a narrativa do jovem Palestino Mosab Hassan Yousef é muito maior que apenas uma pincelada de história. Ou um acerto de contas com a História Geopolítica recente da região.
Mosab é o filho mais velho de um dos fundadores do Hamas e, por isso, viveu os bastidores do grupo fundamentalista islâmico e testemunhou as manobras políticas e militares que contribuíram para acirrar a sangrenta disputa no Oriente Médio. 
"Filho do Hamas" é o relato impressionante do caminho inesperado que Mosab resolve seguir ao questionar o sentido de um conflito que só traz sofrimento para os inocentes, sejam eles palestinos ou israelenses. Ele faz uma contextualização de termos que a gente ouve falar - ANP, Fatah, Jihad Islâmica, Intifada, OLP - mas que nunca se dá conta do que realmente é, além de nos convidar para voltar na História para a origem do conflito entre Israelenses e Palestinos. 
No livro, ele revela como se tornou espião do Shin Bet (o serviço secreto israelense), narra passagens da vida dupla que levou durante dez anos e fala das escolhas arriscadas que fez para conter a violência de uma das organizações terroristas mais perigosas do mundo. Esta é também uma história de transformação pessoal, uma jornada de redescoberta espiritual e de escolhas e renúncias que transformam vidas.
A obra tem uma inspiração espiritual sim, mas é muito mais uma história de vida; uma análise sobre equívocos dessa guerra que parece sem fim; uma luz sobre costumes e perpetuação de hábitos que levam a escolhas erradas; um relato da coragem de olhar além e decidir ser diferente; um alerta sobre o que acontece por trás da política, das grades de um sistema, da formação de um povo, do interesses que se sobrepõem ao bem comum, do ódio que nasce nas entrelinhas, de vida e morte. E mais: me impressionei com os costumes e devoção da religião islâmica, que passei a respeitar mais, como algo que já não me parece estranho, por ser totalmente desconhecido.
O mais legal: o livro é da minha Mãe, que me saiu uma grande conhecedora da história dos conflitos naquela região. Minha Mãe não é judia, mas ela ama Israel. Não a posição política, mas o lugar e seus costumes.    

4 comentários:

Isabela disse...

Oioi, vc me instigou à Leitura! Fazia tempos que eu näo passava aqui e aproveito pra te convidar a passar no meu novo blog, fruto de uma viagem à Cuba. Beijocas e boa semana!
www.habanadirection.blogspot.com

Bibi disse...

Bella! Como te procurei! Que bom que vc apareceu!
Vou voltar a te acompanhar!

Saulo disse...

Fiquei com vontade de ler. Aliás, aquele livro que te dei e que vc me emprestou, ainda estou com ele na cabeceira. Em breve devolvo! Bjus

Bibi disse...

Aquele que vc me deu? Bem Indiano... Esse que eu falo não é bem palestino não, é bem pop, bem legal