Há certas coisas que não cabem em uma agenda. Exemplo? Criar. Claro, trabalho com letras, com textos que exigem de mim criatividade constante; quase fabril e certamente febril. Esses acontecem de forma sistemática e tem mesmo que acontecer num tempo e horário estabelecido pela necessidade da ocasião. Sou funcionária das letras. Vivo disso e tenho horário a cumprir na redação. Mas os textos do coração, os que me afagam a alma e transmitem muito mais de mim, que dos outros... Esse têm ficado pelo caminho. Infelizmente. Por isso a ausência aqui. Mas nem por isso deixo de pensar, sonhar, imaginar. Tenho meu tempo de me perder em pensamentos, mas não consigo trasnformar essa ação na reação natural: textos.
Quando me perco? A noite, lendo. O que me faz voltar várias vezes para uma mesma frase de um livro. Dirigindo. Levo uma hora para ir e outra para voltar do trabalho. Pode parecer perigoso, mas minha atenção é total ao trânsito. Passo por uma estrada em que a ultrapassagem é difícil e então, são longos minutos de apenas seguir uma procissão... e pensar. Penso durante o banho, mas ali canto mais que penso. hehehe E em outras ocasiões de viagem particular. Mas falta tempo para trasmutar pensamento em ideias.
Comecei a malhar... Vou ter tempo de pensar na esteira. Muito, aliás, porque ali a unidade de tempo parece muito maior... Quase infinita, quando requer de você um pouco mais do que aquilo que você pode dar ou deseja ofertar... A criatividade é bem-vinda, porque me faz esquecer aquilo que me entedia. Foi assim no fim da semana passada. Um caminhar entediante numa passarela que não te leva a lugar algum, que te prende num mesmo lugar, quase na mesma realidade - como no filme "O Feitiço do Tempo" com Bill Murray. A diferença é que os botões da esteira me fizeram pensar:
"Três botões na minha vida que podiam resumir uma lição de vida".
Então, até em relação ao tempo, ao passar do tempo: é isso!
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