Ontem tive uma noite especial. Um casal de amigos fez um delicioso jantar em sua casa e convidou pessoas muito coloridas - as tais que adoro. A maioria eu já conhecia bem, tirando um novo casal cujo relacionamento baseava-se em sorrisos e ois ocasionais. Eu não fazia parte desse grupo, que começou a promover encontros eventuais. Gente mais velha, mais vivida, mais experimentada e com o coração totalmente disponível para novas adesões.
Sentir-se à vontade é um estado de espírito e condição das circunstâncias. Quando eu estou bem (física e psicologicamente) e o grupo me recebe com sorriso, simpatia e simplicidade, tudo flui (acho que com a maioria de nós funciona dessa forma, não é?)... Perco imediatamente aquela sensação de não-pertencimento que me abate quase sempre em grupos novos. Quem me conhece já inserida em um contexto fatalmente não acredita que sou tímida pacas. O meu hábito de dizer o que pensa, quando a minha opinião é solicitada, também leva muita gente a crer que não tenho papas na língua. Contudo, espontaneidade é muito diferente de falta de senso, excesso de coragem, transparência total e absoluta... Também não é o contrário de low profile, nem sinônimo de força e atitude. Vamos ter cuidado com o peso dos significados das palavras que designam algo a alguém. O poder do 'achismo' é sério demais.
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