11.3.11
Quando era pequena eu...
Quando era pequena eu...
... comia batom de morango
... desenhava o sol em dias de chuva
... rodava até ficar tonta
... tomava banho de borracha
... arrancava as botas ortopédicas
... entortava a armação dos óculos
... corria descalça pela rua
... sonhava com o futuro acordada
... dançava ao som da vitrolinha
... odiava colecionar figurinha
... tinha raiva de quem tomava coca-cola
... plantava grãos de feijão no algodão
... não sabia o que era preconceito
... era fera no pique-esconde
... colocava água com açúcar para ver beija-flor
... pulava o portão para sair de casa
... inventava histórias imaginárias enquanto tomava banho
... falava dormindo
... fazia amigos sinceros em 3 segundos
... amava em segredo
... cantava a plenos pulmões
... pescava siri e carangueijo (e limpava depois)
... ganhava pintinhos nas feiras de filhote
... chegava da escola gritando "mãe, tô com fome!"
... era destituída de qualquer vaidade
... chorava com notícia triste na televisão
... sonhava em ser atriz e cantora
... deitava no chão para olhar as estrelas
... chupava dedo
... roia as pontas dos lápis e canetas
... falava sem parar
... achava que Mario era apenas o irmão do Luigi
... trocava roupinhas nas bonecas de papel
... adorava ligar pontos
... me fantasiava de fantasma + peruca (por que fantasma tinha que ser careca?)
... parava de falar para imaginar coisas que eu não conhecia
... odiava sapatos
... adorava meninos
... tomava a homeopatia da minha mãe feito bala
... fazia bolinhas de queijo
... corria para pular no sofá
... desafiava meus limites, que eram tão poucos
... tinha medo do meu pai morrer
... gostava das aulas de redação e religião
... odiava matemática
... fazia trancinhas para ondular o cabelo
... não entendia a dinâmica do sutiã
... chamava absorvente de almofadinhas
... prendi a cabeça na grade
... perdi dois dentes em um ônibus de excursão
... corria atrás de doces de Cosme e Damião, mas não comia nenhum
... imitava a voz da Simony em "Ursinho Pimpão"
... achava que para tudo existia uma solução.
E não há necessariamente.
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