Segundo
a dona internet, o escritor Ferréz é
descrito como: um romancista, contista e poeta ligado a corrente
considerada literatura marginal por ser desenvolvida na periferia das
grandes cidades e tratar de temas relacionados a este universo.
Eu o conheci, como já disse
por aqui, durante o Salão do Livro para Crianças e Jovens no Rio. Um cara
grande e exótico, que foi conversar sobre seu livro com as crianças. Usava
casaco para cobrir as tatuagens, mas seu discurso chamou muito mais atenção que
seu shape, digamos assim. Eu mesma fiquei sentada e viajando naquelas palavras,
que precisavam ser simples para atingir o mundo das crianças. E então, a gente
percebe que a nossa criança está viva por dentro.
Ele falou sobre poesia (e declamação!),
contou histórias, mencionou fatos mais difíceis da sua vida, exaltou a
literatura de uma maneira muito bonita e nada, nada careta. Criança sente
quando há verdade no discurso. Houve entrega dos dois lados. E olha que ele
falou sobre o livro de poesia que fez para uma garota pela qual estava
apaixonado e que iria se casar com outro. Crianças entendem de amor. Os adultos
na plateia, também. Mas me impressionou o amor fazer tanto sentido para os
pequenos. Não sou mãe, tudo o que sei sobre eles é puro instinto e teoria.
Conversamos um pouquinho ao
final da apresentação. Ele me disse que também tem um blog e comungamos sobre a
mesma dificuldade que temos: manter leitores para textos maiores que, vai, 140
caracteres. As pessoas agora leem frases. Isso que as prende a um texto: uma
boa frase. Essa pegada sempre teve espaço, mas nunca como agora. Ele tem a
mesma técnica que eu: joga uma boa frase de um texto no Facebook com um link e
espera que as pessoas venham. A diferença é que ele é genial, eu, não.
... Quem lê tanta notícia?
Meu blog tem sete anos. E
penso que não tenho mais o que falar sobre mim e o meu mundo. Mas sempre há. A
vida nos invade com toda constância, mesmo que tentemos nos esconder sob as
cobertas, às vezes.
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