17.11.10

Leitura e Pensamento





Só hoje reparei que a "dona moça" aqui anda "trabalhada" nas letras.
Addicted?
Não sei.
Explico:
Dia desses me chegou pelo correio um presente muito especial. 
A Fer, minha ciclista do Piauí, mandou um livro que eu tinha muita, muita, muita vontade de ler: 


"O Ano do Pensamento Mágico"


O livro fala sobre perda (morte repentina de alguém bem próximo e querido), fala sobre a perda justamente de uma escritora e fala sobre a luta dela com outras circunstâncias que se apresentaram na vida ao longo do período. Fico perplexa em notar como a dor é algo que nos aproxima - a todos nós - e nos une de certa maneira. 


Fui saboreando a escrita durante o feriado e vou te dizer: o conhecimento é sim um ato de libação, mas é muito mais um ato de libertação - mesmo que muitas vezes apenas parcial, porque conhecer também traz certas responsabilidades que aprisionam. Conhecimento te dá um certo controle e nem vejo o lado negativo diante de tal perspectiva. 


Deixei minha alma fluir. E então percebi que pelas minhas mãos, meus olhos e imaginação - só nesses dois meses - passaram cerca de seis livros, muitas revistas e fotos de todos os tipos (que recolho para trazer para cá, o que para mim é questão de puro deleite visual e enlevo para a alma). E não foi um ato de escapismo de jeito nenhum. Ler me faz necessariamente pensar.


Outro dia estava com ela na Livraria da Travessa - fazendo um lanchinho com ar intelectual, embora a desculpa tenha sido a de comer mesmo e não de degustar leitura - e a gente ficou se perguntando se todo mundo era assim: pensava o tempo todo? Eu penso o tempo todo. Formo cadeias enormes de pensamentos, histórias, raciocínios sobre tudo e nada de importante.


Daí conclui que mesmo eu tendo o poder de guiar a minha imaginação sobre os fatos narrados; mesmo que eu tenha a capacidade de fazer uma análise em cima dos aspectos e tirar as minhas próprias conclusões; mesmo que eu concorde ou discorde das atitudes tomadas por pessoas ou personagens e que eles tenham o gosto absolutamente oposto ao meu... ler é também pensar o pensamento do outro. Expandir horizontes. Ver por um outro viés consentido. Encontrar sentido onde nunca se "pisou" antes. A imaginação é terreno fértil: brota conforme a semente e também conforme o semeador.    

Um comentário:

marina w. disse...

pisc*