27.2.11

Moacyr Scliar

"Life is beautiful" © Dragan M. Babovic

Ah, gente... Morreu essa madrugada de domingo o "imortal" Moacyr Scliar, lá em Porto Alegre, sua terra. Eu fico sentida com o "desaparecimento" de um escritor consagrado, embora saiba que justamente por ser considerado consagrado, suas letras de certa forma continuam. E fico ainda mais confusa quando morre alguém da Academia Brasileira de Letras, ou seja, um imortal. Essas definições que não definem quase nada me causam confusão.

Achava o Scliar uma figura inteligentíssima, carismática até, frente a tantos imortais que a gente nem lembra o nome... E depois, sempre me causa um certo 'frisson' ao pensar na sucessão da cadeira que fica vaga na casa de Machado de Assis. A guerra começa quente, mal o corpo esfria. Acho estranhíssimo.

Então, o escritor gaúcho  morreu aos 73 anos por falência múltipla de órgãos devido às consequências de um AVC. Era formado em Medicina (!) e seu primeiro livro foi publicado aos 25 anos e o tema era justamente esse: "Histórias de médico em formação", contos baseados em sua experiência como estudante. Em 1968, publicou "O carnaval dos animais", também de contos, que considerava de fato sua primeira obra. E ao longo da vida foram 70 publicações. Sempre me espanto com quem lança mais de um livro por ano! WOW!


Scliar ganhou três vezes o Prêmio Jabuti – o mais recente, em 2009, com o romance “Manual da paixão solitária”. Esse vai para a minha lista, embora justamente nesse momento, quando o meu aniversário se aproxima, eu não faça ideia de onde eu tenha colocado a lista de livros que ainda quero ler. Se é que ela existe mesmo fora da minha cabeça.

O mundo literário sempre me seduziu (hoje mais ainda). Na época da Caras eu cobria a Academia Brasileira de Letras e, desde então, aquela casa só me desperta fascínio. Não ligo para os rituais, nem para os títulos, mas por achar que a literatura tem ali um coração.

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