Foto: Tabach |
Contudo, achei que fosse alcançar outras etapas, que ficaram pelo caminho. Então experimentei um pouco de frustração. Tive que lidar com um certo abatimento da moral. Acontece nas melhores famílias, não é mesmo? Não! Acontece com todos. São as variáveis do destino que nos ensinam a lidar com aquilo que é a totalidade de uma vida em desenvolvimento. E sabe o que foi mais legal nesse processo? Perceber que quando eu estava bem chateada, sempre existiu alguém com uma palavra, um sorriso, um apoio manifesto das mais diferentes formas. Frustração, o remédio da sua cura chama-se: amizade. Que bom que mesmo andando tão reclusa, consegui criar vínculos afetivos com pessoas que são individualmente geniais e necessárias por mim e para mim. Laços, o que você fez a respeito deles esses ano?
Também dei dois belos saltos no escuro. Ok, na penumbra. Eu sempre me certifico das redes de segurança: reais e divinas. Larguei tudo para voltar para a faculdade e dei de cara com um mundo novo e extremamente desafiante. Não sou mais a mesma, perdi muito gás. Mas ainda somos os mesmos, quando temos uma meta, objetivos que nos desafiam. Basta encontrar as novas ferramentas da existência. E usá-las, oras. E quando a faculdade já era parte de uma realidade, parti para solidificar uma amizade que havia começado aqui, pelo BibideBicicleta. Fui para outros estado me encontrar com a Fer, amiga virtual, e voltei com uma irmã no coração. Há surpresas que a gente mesmo é que corre atrás, não é?
Fiz algumas coisas no impulso. Experimentei ser o que eu não era. Houve ruído e estranhamento. Ainda busco acomodar encontros com a vida dos quais não compreendo a função. Abracei menos, beijei mais, me vi do avesso e coloquei algumas pessoas nessa situação. Provoquei. Questionei. Internalizei dúvidas. Expressei algumas angústias e muitas ideias. Dormi demais (muito mesmo, muito mais do que necessito. Foi incontrolável e aborrecido). Fui absolutamente espontânea. Fiz rir e fiz chorar. Chorei. Um pouco menos que no ano passado. Um pouco mais pelos fins de linha. Muito durante o filme "Um Dia", que a despeito de toda a crítica derrubando, marcou meu ano. Foi um pouco vergonhoso sair fungando da sala de cinema (risos). Mas desde quando eu tenho vergonha daquilo que sinto? Deveríamos ser um pouco mais relaxados quanto à expressão das nossas emoções positivas, não acham?
Metas para 2012? Desconfio do que posso vir a escrever agora, aqui, junto com quem me lê. Escrevo no coração com as tintas de uma esperança de um futuro ainda melhor. A fé, a esperança e o amor, no fim, são os que nos movem. Minha médica diz que a coisa mais difícil de se mudar nessa vida são os velhos hábitos. Talvez esse seja o grande desafio de todos nós. Fazer diferente, mas não circunstancialmente. Reescrever os fatos aparentemente concretos, mas que nos prendem ao mesmo lugar. A história é dinâmica. O pulsar do sangue nas nossas veias, não nos deixa esquecer essa máxima. Novos hábitos, mais saúde, mais vida. Recomeçar enquanto ainda há tempo, enquanto o coração pulsa.
Uma das minhas últimas matérias "pessoais" que virou post foi na Região Serrana. Ali eu falava também sobre renascimento. A entrevista era com a atriz Fernanda Pontes e o empresário Diogo Boni, que estavam apresentando a primeira filha deles, a Maluzinha. No meio daquela confusão de troca de roupa, escolha a melhor pose, pensa na foto... Eu peguei aquele anjinho no colo. Coloquei-a numa posição na qual ela pudesse ver tudo o que acontecia à sua volta. E tudo o que tivemos ali, com nossa conexão, foi paz. Maluzinha percebia o mundo a seu redor, com olhares curiosos. O calor do corpo de uma pessoa estranha a ela, e a proteção de um abraço foi o suficiente para ela estar bem. E fazer o bem (afinal, o sorriso da foto não deixa dúvidas sobre o meu estado de graça naquela momento).
Foto: Selmy Yassuda |
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