Aventuras de Bibica Day 13

Quinta-feira de manha cedo o despertador toca. Eu estava com um tampao no ouvido, so ouvi um ruido chato, irritante, mas nao me dei conta de que o relogio estava do meu lado. No dia anterior, a chuva havia lavado a cidade e as meninas (nos) e a chance de termos um dia de sol era muito pouca.

Minutos depois, acordo com a Ruivinha me cutucando. "Tia, esta sol e eu ja estou com a minha escova feita". Heim!? Era preciso levantar para enfrentar a grande aventura que nos trouxe a NY. Botei a capa de chuva na mochila, so por precaucao e tomei banho e cafe como uma bala. O Onibus sairia as 10 horas em ponto. Saimos de casa faltando 20 minutos para o horario regulamentar. Nunca corri tanto e nunca senti as minhas pernas tao duras (detesto esses sinais dos tempos, mas eles existem e me estressam!). Depois de 15 minutos de duro aquecimento eh que o meu corpo comecou a responder e eu puder dar uma corridinha. Tudo eh uma questao de esquentar, nao eh? hehehe

Onde a gente estava indo? Eu e a Ruivinha fomos a um parque de diversoes. Essa dica eh valiosa para quem gosta de emocoes alem das compras. O Six Flags eh um parque radical que fica de uma a duas horas mais ou menos de NY. Eh um lugar especializado em Montanhas Russas. Chegamos na hora do bus. Percebi que eramos apenas 13 passageiros. O dia estava bem bonito, mas acho que muitas pessoas acreditaram que o tempo pudesse mudar. E como voces leram anteriormente, o tempo nao mudou. SOL, SOL, SOL. Agradeci tanto a Deus, porque eu queria que esse fosse um tempo especial para a Carol, como sempre o eh para mim.

A Ruivinha estava empolgada. A rainha das Montanhas Russas estava fechada (Kingda Ka, a mais alta e veloz do mundo); mas a MR mais radical abriu ao longo do dia: a El Toro, de madeira, que tem uma queda vertiginosa e atinge uma velocidade que te impossibilita de fazer muitos movimentos (Forca G). A primeira vez foi tao radical, que a minha blusa comecou a sair e eu nao conseguia fazer nada alem de babar, porque ria descontroladamente tentando contar para a Carolina que a MR estava me despindo! Babei, ri, e quase fiquei nua na El Toro. O decote queria ir para o umbigo, mas eu segurei a tempo! EEEEEEEEEita!

A primeira MR que levei a Carol foi a Nitro. Ela nao tem looping, mas tem uma super queda logo no comeco e dura cerca de 3 minutos (toda a volta, nao so a queda, calma!). Muito gostosa. Na subida, que eh longa, fui me lembrando dos nomes que queria gritar la em cima. E gritei, mesmo correndo o risco de parecer maluca! Fiz a promessa a Flavia, mas gritei muitos outros nomes, claro! Foi um rito de passagem!

O Chris, um amigo meu da epoca em que trabalhei no parque, ainda estava la na ativa. Melhor: ele era membro da equipe do Flash Pass, que eh um aparelho que marca a hora de voce voltar a MR sem enfrentar fila. O tempo de espera nunca foi maior que 10 minutos, isso porque as filas deviam ser de, no minimo, duas horas! Ole! Chris me contou que esta de mudanca para Florida, onde vai comecar a trabalhar como instrutor de voo. Sempre foi o sonho dele ser piloto comercial e agora so faltam as tais horas de voo para ele conseguir. Sendo instrutor de pequenas aeronaves ele consegue o tempo regulamentar. Chorei. Fiquei emocionada por esse passo gigante que ele esta dando e por ver ai um sinal de mais um que se afasta da convivencia possivel. Foi um adeus.

A hora de ir embora foi um pouco mais complicada. O motorista da ida nos passou que o bus sairia as 19 horas, entao, as 18:30 chegamos ao ponto. Uns 10 minutos depois, uma dupla de "ticos" fantasiados de jogador de basquete malandro tambem chegou. O despachante falou que o bus so sairia as 20:30, porque eram apenas 13 passageiros. Ceus! Depois de pensar cuidadosamente ate a terceira geracao do sujeito, eu e Carol nos deitamos na mesa de piquenique e ficamos batendo papo. Tive um estalo e fui ate a area onde ficam as casas dos funcionario - onde eu morei em 2002 - e mostrei tudo a ela. Na entrada da area de lazer e administracao, um carinha nos parou e batemos um papo animado. Ele era Jamaicano e responsavel pela situacao ali. Ficou impressionado que eu disse que desde 2002 tudo ali parecia o mesmo. Ele me contou que haviam brasileiros morando ali, o que eu ja sabia, porque ja havia dito oi em portugues para um tal de Bruno que servia refrigerante com um name tag brasileiro. Passeamos...

Voltamos a nossa mesa/caminha ate escurecer. Nisso, se aproximam um casal de jovens e uma crianca que eu sabia que estavam no nosso bus (o rapaz tambem lembrou que a gente estava no primeiro banco). Ja eram 20 horas. Contei o nosso engano ao trio e ali comecou um bate papo animado. Descobri que os tres eram irmaos, que moravam na regiao de Newark, que os parentes eram do Mexico. Bla bla bla. O bus chegou. Eu e Carol nos sentamos no primeiro banco - da mesma forma - e o mocinho se sentou no banco ao lado e puxou papo ate o bus sair. Quando a gente estava para chegar ao destino final, ele me chama (eu estava cochilando, ato mortal!).

- Excuse me?
- zzzzzzz
- Excuse me?
- Hum?
- Do you xxxxxx (nao entendi uma palavra, porque ele falou para dentro)
- What?
- Do do do you have phone?
- Oh, not here! Just in Brazil...
- (carinha de triste)

Que lindo! Ele gostou de mim e pediu meu telefone! Tadinho, estava timido e eu nao escutando, nao facilitei em nada a tarefa complicada para ele! Geeeeente! Ando fazendo sucesso por aqui. Acho tao bonitinho quando esses meninos chegam junto de forma carinhosa e respeitosa. Tenho alguns momentos desse por aqui, mas... Sao apenas boas lembrancas para lotar o ego!