10.8.09
Vento
Acabei de sair do banho, os cabelos ainda estão molhados... Olho para a janela da saleta e o tempo parece ter mudado em um estalo. Já vi esse filme muito recentemente. Depois que mudei de roupa, ouço estampidos, movimentos intensos dos galhos, vidros quebrando, portas batendo. Era o vento. Veio forte e sem aviso. Os toldos da janela balançam como se gritassem desesperadamente por ajuda: me salva! Me salva!
Eu corro para a janela. Vou fechando um por um (os toldos). Tenho certa dificuldade. Bracinhos curtos e sem musculatura definida. Há muitos anos, um vento forte derrubou parte do toldo de um dos quartos. E eu, sozinha em casa, tive que ficar segurando o dito - que se sustentava por um parafuso - para que ele não caísse nos carros lá em baixo ou machucasse quem estava ali, olhando aquela situação ridícula (para mim, claro). Hoje eu dou gargalhadas desse aperto. E não é assim que geralmente agimos em nossa vida? O que parecia tragédia acaba virando comédia?! Ou pelo menos vira uma história para contar...
O vento é o ar em movimento. O vento sopra onde lhe convier. A vida é a nossa história em movimento. As surpresas acontecem onde lhes convier. Sigo pela estrada da vida, deixando que os ventos sequem o meu cabelo molhado. Sempre a espera de uma surpresa da vida que me convier. Nunca parada, sempre em movimento em busca desse ar que preciso respirar. Quero viver, mais que sobreviver. Quero desfrutar das situações, mais que me desviar dos obstáculos. Somos convidados a novos recomeços, mas desafiados a levar na bagagem o necessário aprendido, para que não vivamos os mesmos começos. Como se andássemos em círculos. O vento sopra e balança os galhos. Quero o balanço do vento nos meus cabelos já úmidos até que se seque para um novo banho. Vamos seguir cheirosos.
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2 comentários:
Perdi duas janelas hoje por causa da ventania. Vidros quebrados. Meu bolso está inconsolável... e continua ventando forte. Oh céus!
Sabe que ate fiquei com medo desse vento...
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