15.10.09

Jardim de Amor

Não temo a imensidão
Nem tampouco o infinito
Não creio na força do não
“Eu acredito, acredito!”
Na ilusão dos grandes amores
Na paixão que me cobre de flores
Em pinturas de todas as cores
Em sabores
Não temo o mar
O fascínio do verbo amar
Os mistérios que cercam a lua
A minha mão na tua
Agora
A qualquer hora
No meio da estrada
Nos cantos da calçada
Onde alcançar o meu olhar
E a força do meu coração
Também não temo o chão que piso
Nem o teu pior sorriso
Nem o meu peito aberto
Ou o teu deserto
A tua solidão
Eu me agrado do sol
De te ter no meu lençol
Nos bancos do meu quintal
No tempo
E no vento
No porão da minha alegria
Na poesia
Que junto ao meu redor
Para não se transformar em dó
A nota da minha sinfonia
Tenho medo de acordar sem sonho
Sem te ter por perto
Já que pra mim é certo
Aquilo que te proponho:
O fim da saudade
O começo da felicidade
A cura da ferida
O abandono da partida
Caminhadas lado a lado
Um amor inventado
Transformado
Vivificado
Encantado
Um amor assim
Feito por você
Justamente pra mim
Sem medo do que foi perdido
Do que jaz partido
Ficando apenas
O enternecido
Que se fez nascido
Num novo caso de amor
Nunca mais traído
Nunca mais calado
Nunca mais ferido
Muito menos maltratado
Basta só me dar a mão
Para atravessar a rua
Pra viajar para a lua
Terra dos enamorados
Dos ouvidos
Das promessas
Dos sonhos
Sem pressa
Dos encontros
Sem medo
Do aconchego
Do zelo
Do apelo
Da chegada
Da bem vinda
Da amada
Da que se atraca no seu porto
E não tranca a porta
Da que abre as janelas
Das paisagens mais belas
Da que viaja na sua viagem
Sem medo que a saudade
Venha um dia nos roubar
Saudade é palavra quente
Pra quem planta a semente
E deixa o amor brotar –
(
Bia Amorim)

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