19.10.09

Transitoriedade das Relações 2


No começo da noite, já plenamente disposta a – pelo menos – ir à farmácia para ver a cara da rua, VM surge no MSN. Ele carrega consigo não apenas boas palavras; mas também um ótimo convite. Algo como um Ás na manga. “Tenho dois convites. Vamos ao teatro?”, ele pergunta. E aquela centelha de coisa boa volta a pulsar dentro do peito. Tão bom quanto um programa “diferente” é a expectativa de se ter um bom contato humano: papo mais que agradável, sonhos, conselhos, risadas, tiradas inteligentes, visão de mundo, ironias tão distintas. Eu precisava ver gente e conversar sobre aspectos humanos. Contudo, VM ficou preso no trabalho por mais tempo que o imaginado. Toda a minha ebulição virou prostração. Nem tudo pode ser como você planeja, certo?


Era começo de noite. Meus planos tinham virado mingau. E quando a gente cresce e amadurece, também aprende que compreender e aceitar os fatos da vida acabam tendo que se tornar – muitas vezes – um processo natural. Contudo, ao invés de me entregar ao desânimo – processo que foi tão peculiar durante a semana – eu tomei a decisão que me pareceu mais desafiadora: liguei para alguém cuja voz certamente me deixaria feliz. Pronto. Fiz. Liguei. Celular. Caller ID.


O alô do outro lado me pareceu frio e indiferente. A conversa seguiu o caminho do freezer e antes que virássemos “Happy Feet”, a ligação foi encerrada. Se cortei os pulsos ou fiz uma cena de novela Mexicana? Eu não! É assim que a gente percebe pequenas lições tão necessárias à nossa evolução como seres humanos...

Percebi que podia ficar bem comigo mesma. Pensei sobre a temporalidade dos atos e a transitoriedade dos fatos. Terminei aquela sexta que prometia tanto e que acabou num amargo 0 X 0, fazendo uma boa ação.


Veja bem: no começo do texto, meu Pai havia entrado no banho. Uma hora depois, eu já morrendo de sono em frente à tela do PC, ele sai. Não fui dormir. Esperei ele sair para beber com ele um simples copo de água antes de dormir. Quando eu espero, ele bebe água gelada, porque sou eu quem fica para abrir a geladeira. Não é saudável para um senhor de 75 anos abrir a geladeira depois de um banho quente de uma hora. Mas sei que ele prefere a água geladinha... Não me neguei a fazer o agrado.

6 comentários:

Saulo disse...

"Pense em mim, chore pormim, liga pra mim! Não, não liga pra ele! Não chore por ele!..."
Cafoninha, mas dentro do tema!
Liga pra mim da próxima vez...
Bjusssss

Bibi disse...

Eu nao! Vc vai me chamar para um programa muito estranho, tipo: Vamos a Casa Cor? Ou: vamos a Cabo Frio (num final de semana bem chuvoso!)? hahahahha

valmir disse...

Que bonito esse zelo.

deco2808 disse...

entaum jah q esse programa falhou q tal sairmos ai na quinta?
se quiser de um toque!!!

Bibi disse...

Deco: como faz para te achar quando vc some na blogosfera!? Ainda não tenho o seu GPS!

Bibi disse...

Val: Cuido com muito carinho de todos os que amo! Muito carinho meeeeesmo!