Notas de Família

Casos de Família: Fatos Novela

Dormir tem sido um sacrifício para mim Aliás, dormir não! Pegar no sono... Porque depois que eu durmo, só um estrondo me desperta. Hoje, por exemplo, só levantei da cama porque o meu irmão "gordinho", subiu em uma escada frágil para trocar lâmpada do meu quarto. A bicha chorava e rangia a cada degrau que ele escalava. Eu vendo aquilo tudo por um ângulo muito complicado: o de baixo. Foi o suficiente para eu levantar acampamento!

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Minha Mãe levantou assustada dias desses, depois de um cochilo.

Mãe: Menina, minha barriga está fazendo barulhos muitos estranhos!
Bibi: É Mãe?!
Mãe: É! Parece um neném chorando direitinho!
Bibi: hahahah Não diga?!
Mãe: Juro! E aconteceu duas vezes!
Bibi: São gases Mãe!
Mãe: Não são não! Não foi para cima e nem para baixo!
Bibi: Como assim?
Mãe: Era um chorinho!
Bibi: hahahaha Será que você está grávida depois de 30 anos do início da menopausa?
Mãe: Não! Não é isso... [sem graça]
Bibi: Então só pode ser pum!
Mãe: Era um chorinho direitinho!
Bibi: Seu pum estava chorando para sair. Só não tinha decidido se era por cima ou por baixo! [hehe]

Desce o pano rápido! Sou irmã de um pum indeciso!

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Quem tem uma família como a minha, tem o celeiro perfeito para as melhores criações; os melhores roteiros.

Antes de viajar, o cano do chuveiro aqui de casa começou a espirrar água. Cano velho, oxidou. Voltei de viagem e nada havia sido feito a respeito. A água já estava molhando o aquecedor, que é dentro do banheiro. Olha que perigo!? Fiz um escândalo.

Dia seguinte. Achei que o escândalo havia resolvido a situação. Quase. Meu Pai foi enfermeiro. Ainda guarda muita coisa dessa época aqui em casa. Ele simplesmente pegou a gaze e fez um curativo no cano. Assim, ao invés de jorrar água para fora; o curativo fazia com que a água caísse dentro do box. Ahhhhhh! Agora sim não tem perigo!

Fazer um curativo com gaze e esparadrapo é realmente mais fácil que trocar um cano! hahaha Quase tirei uma foto para colocar aqui!

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Minha Mãe também desenvolveu essa mentalidade portugália! Ela sempre teve horror à cabelo voando pela cozinha. Recentemente, o dela começou a cair mais que o costume. O que ela fez? Usa a touca plástica de tomar banho para cozinhar! Uma idéia ótima, principalmente para quando vai fazer fritura! Uma bela imagem! Qualquer dia eu registro e coloco aqui para os mais curiosos. Uma coisa linda!

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Meu Pai foi visitar a Minha Tia D, cunhada dele. Ele e Mamãe ficaram num quarto do lado de fora da casa. À noite Papai teve dor de barriga e ficou com vergonha de acordar os donos da casa para usar o banheiro, na parte interna da propriedade. Ficava pior deixar o "presente" como surpresa no quintal. Resultado? Fez cocô numa lata de Neston vazia e guardou com ele. Levou para dentro do carro no dia seguinte, quando pegou a estrada de volta. O "ovni" só foi "desovado" no meio do caminho, em algum acostamento com mato mais cerrado. Imagina o incauto que encontrar aquela lata pesada de Neston!? Isso é o que eu chamo de presente de grego!

Não preciso procurar por pérolas muito longe de casa! Para quem me acha diferente, um aviso: minha família é uma peça! E eu adoro isso!

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Minha Avó Paterna [que eu nem cheguei a conhecer] gostava de colocar nome nos objetos da casa. O lustre chamava-se Altivo. A máquina de lavar roupa era Margarida. E assim cada coisa do lar ia sendo batizada. Eles moravam numa casa no alto de uma ladeira. Eram sete filhos mais os agregados [primos, filhos de amigos e parentes que era cuidados pela família como membros do clã].

Minha Avó já estava lá em baixo, quando viu que a fiscalização estava subindo o morro. Ela, já cansada, não ia dar conta de subir e desligar o "gato" de luz que eles tinham. Viu um vizinho mais esperto, moço, subindo a ribanceira. Chamou-o e fez um pedido:

- Menino, vai lá em casa e avisa à N [filha dela] para olhar o Salvador!

O Menino do Recado subiu correndo. Bateu à porta. Minha Tia N, a mais velha e segundo no comando da casa, abriu. Logo atrás dela, vinha meu Tio M, mais novo, ainda criança.

- Sua Mãe pediu para você olhar o Salvador.
- Ah, tá bom! - Disse ela, compreendendo o teor do recado.
- [ele virou-se para o meu tio e saudou]: Oi Salvadorzinho!

Sorissos amarelos fecharam a porta e a cena. E Minha Tia pode ir, tranquilamente, tomar providências em relação ao Salvador: o gato de luz. Hoje, minha Avó e Tia N já são mortas. Tio M já é até avô de menino grande. E a história permanece viva. Em toda a sua excentricidade!

PS: Meu Pai ficou preocupado de eu contar a história do gato aqui. Mal sabe ele que já revelei sobre seu cocô enlatado e o pum criança da minha Mãe. hehehe