2.2.12
se comigo estás, eu não temo a noite
Dia difícil. E essa saudade que resolveu doer? "Quem parte leva saudade de alguém", diz um verso de uma marchinha que eu gosto. Coisa das antigas. Aquele grupinho da terceira idade com o qual eu cresci sendo a mascote e que transformou definitivamente a minha alma. Envelheci de dentro para fora. Sei que ela já vai voltar, mas ainda estou tendo que aprender a lidar com esse vazio que se instala vez ou outra. Pareço uma menina, agarrada a seu medo do escuro, chupeta e cobertor. Alegorias de sensações inexatas. Meu Pai costumava cantar um hino lindo (com a voz forte, pulmões de trovão) que tinha a frase "se comigo estás, eu não temo a noite, vou dormir em paz". Quero que essa paz de criança dormindo invada a minha alma e dê a real dimensão dos acontecimentos todos e tantos que me circundam.
Déa me mandou uma frase linda creditada a Carlos Drummond de Andrade: "Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos". Era preciso que aos caminhos da história me conduzissem de volta à poesia. Eu me encaminho vertiginosamente para esse mergulho, fundo, profundo, no reino das palavras. E quero imergir com palavras que deem significância à minha vida. E, claro, que germinem como boas sementes em outros corações. Eu só preciso não temer a noite e dormir em paz.
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