Leste Europeu por Ruth Amorim
Polônia – Auschwitz-Birkenau
Com as determinações do Daniel para o domingo, saímos da
cama às 6h, as malas no corredor às 6h30m e às 7h fomos ao café da manhã.
Faltando 15 minutos para as 8h, as rodinhas do ônibus já estavam rodando e
desta vez com um motorista com um nome difícil de pronunciar: “Sbignia”. Ele
trouxe o seu filhinho de 9 anos e a mulherada da cozinha logo se apaixonou pelo
garotinho e disseram que era parecido com a Lina.
Seguimos para uma viagem longa e a primeira parada foi, como
disse o Daniel, uma “parada hidráulica”, mas era para fazer xixi mesmo. Partimos,
então para o antigo campo de concentração de Auschwitz, que fica ao sul da Polônia. Logo ao entrar, nos
forneceram uns fones de ouvidos emprestados, o que eu achei uma jogada
inteligente... Os guias não precisam gritar e os turistas ouvem bem as suas explicações.
Então, o que vimos ali? Horrores, lembrando um passado não
muito distante em que o partido nazista de Hitler queria de toda maneira
eliminar a raça dos judeus, ciganos, religiosos e homossexuais. Exterminavam
também os políticos que se opuseram às suas ideias macabras de exterminar
pessoas humanas através de fuzilamento, fornos de gás e prisões de isolamento
sem comida e sem água. Na parede estava escrito que 1100 judeus foram mortos e
uma relação enorme de mais de 4 milhões de pessoas que morreram ali naquele
campo de concentração.
Havia cercas eletrocutadas, havia guardas nazistas bem
treinados e olheiros por todo canto, cabines altas para enxergarem tudo em
torno. Fugir era impossível, famílias inteiras iam chegando, mães com suas
crianças de colo, muitas crianças, todos eram levados para os fornos de gás sem
dó ou piedade. Suas roupas, seus sapatos, seus cabelos, seus óculos, suas
próteses tudo era separado pelos guardas... Lá estavam milhares de amostras de
sapatos, óculos, escovas de cabelos, escovas de dente, brinquedos das crianças,
vasilhames de cozinha cada coisa separada. Faziam tecidos dos cabelos
arrancados após a morte no forno (ou ao chegar, quando tinham seus cabelos
raspados) e usavam as cinzas da cremação como adubo. Meu Deus! Que
barbaridade... Hitler e seus companheiros mataram milhões de inocentes.
Também nos informaram que quando a guerra terminou, após a
queda do Nazismo, os alemães vieram resgatar os que haviam conseguido resistir
e estavam vivos e eram 7 mil somente. Pergunto: onde estará Hitler e seus
comandados a esta hora? Com certeza no inferno. Nosso emocional ficou mexido, nossas
lágrimas vinham espontaneamente, mas a vida continua.
Voltamos ao ônibus ainda impactados com o que vimos e
ouvimos e seguimos nossa viagem. Como já era hora do “rango” paramos no Mc Donalds
e ninguém conseguia comprar, pois não sabiam a língua das atendentes (nem eles
a nossa)... Mas como todo bom brasileiro, a mímica funcionou. Meninas e
meninos, vamos embora, pois a viagem é longa.
Próxima parada, a Igreja da virgem negra com sua criança ao
colo. Entramos no santuário e conhecemos a nova guia, que falava espanhol (não
anotei seu nome). Ela explicou tudo sobre a fé daquele povo e os milagres da
virgem negra. Havia muita gente assistindo à missa e também muita gente nas
ruas, alguém lembra o nome da cidade? Em português seria Monte Alto, mas
gostaria de anotar na língua polonesa (Virgem Negra de Czestochowa).
Não compramos nada ali, nem um sorvete, a chuva não deixou. Agora,
já no ônibus, seguimos viagem para Varsóvia, capital da Polonia. Só tivemos uma
parada técnica e dormimos um soninho reparador, ao ponto de quando o Daniel
acordou achou que já estávamos na Alemanha! “Acorda,
Daniel!”, gritou a Bia. Riram bastante do companheiro.
Chegamos a Varsóvia e bem no centro da cidade estava o nosso
hotel, também chamado Radisson Blu. Alegres, descemos para o jantar. Hoje, pela
manhã, pastor João falou-nos sobre Nicodemos, que era homem ilustre pertencente
à corte dos fariseus. Ele fora ter com Jesus à noite e disse: “Rabi, sei que és
mestre em Israel e és vindo de Deus, porque fazes todas estas coisas...”. Resumindo: Jesus lhe falou: “necessário vos é
nascer de novo”. Que boa explicação nos deu o pastor João, acho que todos
entendemos.
Na saída do campo de Birkenau,
pastor João pediu duas orações espontâneas pelas famílias que tiveram seus
parentes exterminados e até hoje choram pelo acontecido. Oraram a Eunice e a
Margarida. Deus seja louvado! Obrigada pastor João por estes momentos tão
especiais que tem nos acompanhado.
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