Pelo mundo afora todo mundo tenta ganhar a vida com a sua arte e cada qual fica coma arte que desenvolve e se envolve com aquilo que dá algum tipo de retorno. Na porta de um dos Palácios de Viena, um homem chamava atenção com seu truque. Todo mundo parava para tentar decifrar o enigma! Vide esse momento que flagrei com um desconhecido que passava. Intrigante, no mínimo. As pessoas mais olhavam que contribuíam. Situação normal, há de se dizer.
Fiquei fazendo um paralelo com esse povo artista aqui do Rio, que tenta fazer um trocado através de malabarismos no sinal. Os oficiais, que saíram da Escola de Circo, e os para-oficiais, que viram na iniciativa um filão para fazer dinheiro e investiram na categoria. Uns com muito talento, outros, no truque. Será que levantam algum montante que seja de alguma forma significativo?
Digo isso sobre aqui e sobre lá. Dias depois, vi o mesmo truque numa praça em Bratislava, na Eslováquia... Pedintes mesmo, só lembro de ter visto em Praga, na República Tcheca. Estes talvez tenham capturado a minha atenção pela maneira como pediam: rosto no chão e mãos estendidas, ajoelhados na maior humildade (ou seria humilhação?) que já vi em minhas andanças. A cena choca. No fundo, o mundo das pessoas é sempre igual, dividido em pobres e ricos. E nessa equação se encerram várias questões e questionamentos.
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