As Aventuras de BibiCa - O Visto

Toda a saga começa com um “chamado à aventura”. O que é isso? Segue a receita: a pessoa se encontra em um mundo comum, tranqüila, roendo o cotoco das unhas e mascando mato no canto da boca; quando algo ou alguém a tira daquele lugar conhecido e a joga numa estrada com destino incerto, rumo ao “furacão”. Assim começa a “Jornada de um Herói”. Heróis somos todos nós, protagonistas das histórias da vida. E para a situação começar de forma quente e sedutora, o herói primeiro fica reticente e tenta recusar o chamado, mas existe uma força maior que o obriga a prosseguir. E assim começa...

E assim começaram “As Aventuras de BibiCa”, a nova série do BibideBicicleta. Estava Carol no interior, sentada em seu alpendre, contando os boizinhos que passam pela rua de casa (ficção), esticando os fios vermelhos dos cabelos naturalmente encaracolados, tentando ver a hora pela posição do sol... Estava Bibi na cidade, falando sozinha em busca de inspiração, rindo dos seus pensamentos, brincando de pega vareta com as canetas que ficam na estante do escritório, tentando desesperadamente marcar um horário na manicure de sua preferência (tarefa mais complicada que marcar hora no cardiologista!)... Esse era o panorama, quando ele ligou: “Esse ano eu volto para o Brasil. Acho melhor você vir me ver o quanto antes...”. Essa frase foi como uma bomba! Como se alguém tivesse gritado: “barata voa!”. Eu fiquei baratinada! Assim como as que cheiram “Rodasol, terrível contra os insetos”! O lugar que eu mais amo no mundo é NY e o meu brother começou a se despedir de “My Precious”...

O fato mais curioso é que quando você tem tempo, não tem dinheiro. Bem... Estou trabalhando como freelancer, mas a grana que entra não é certa. Também não queria viajar sozinha... Pensei na Carol, minha adolescente de estimação. Queria muito que ela voltasse para o curso de inglês (até na roça tem, gente!) e fazer essa viagem com ela seria a forma perfeita de mostrar, sem ser A CHATA, a importância de saber uma segunda língua [pensei: pô, que tia bacana, rapá!? Porque não sou minha própria tia?! Hum... Porque a minha Tia N fez isso por mim. Só faço a roda girar!]. Minha Mãe resolveu aplicar seus investimentos nas "investidas" das suas duas "garotinhas". Uótemo!

Só que... Faltava um mês para as férias da ruivinha e ela não tinha nem passaporte. Delírios trêmulos, ataque epilético de calcinha... O que fazer? Oh, oh! Corre que o tempo ruge e a Sapucaí é grande. A mocinha tirou o passaporte e marcou o dia de vir ao Rio para tirar o visto. Roemos todas as unhas da mão e dos pés (brincadeira, parou!). Tivemos pesadelos. Eu passei a acordar antes das oito da manhã (tava doente! Eu só acordava depois das 11 horas). Semana de provas da ruivinha! E ela tendo que cantar os professores para vir. Cantou afinado, a nota colou! Ela veio. E eu: “Carol, fala para fora, igual a homem. Engole essa voz fininha, coça o saco e cospe no chão. Não pode gaguejar”. E lá foi ela. Uma pasta com uma papelada sinistra para apresentar em sua “defesa”. Primeira pergunta da entrevista, ela trava. Começou a gaguejar. Meu irmão, pai dela, estava a seu lado e tomou para si a responsabilidade. Meu irmão é um artista, Troféu Joinha de Melhor Interpretação sempre... Primeira etapa cumprida com louvor.

E agora? Bem, bem... Agora só falta o mais importante: conseguir uma passagem... Gente! Nem a gripe suína está diminuindo a procura por passagens e nem melhorando as tarifas. Verão americano: aí vamos nós! Se a Lou (Minha Agente Amiga e Amiga Agente) conseguir nos embarcar. Nem fiz as malas ainda e as coisas podem rolar, tipo assim, amanhã! Olha que legal!? Quem disse que cada coisa não se tornaria uma história em “As Aventuras de BibiCa”? Aguardem o desenrolar dos fatos...