Aventuras de Bibica Day2

Bom dia queridos!

Hoje a Carol me acordou bem cedo para eu poder escrever as nossas aventuras e nao deixar que as historias se acumulem. E olha que tem tanta coisa para contar, que acho que nao vai dar tempo (ou voces nao teram saco de ler tudo ou eu de escrever). Vamos que vamos!

A gente ja sai na rua com medo da gripe do porquinho. Eu e Carol usamos varios remedinhos no nariz e na garganta para tentar evitar, mas o povo daqui parece alheio a situaçao. Na cidade: nada de mascaras, nada de medo, nada de nada. Eu ainda estou com o vicio de lavar as maos a cada momento e de me proteger da maneira possivel.

O primeiro lugar que me despertou certo panico foi no subway. Aquele lugar fechado, cheio de gente estranha. Mas... Para nos acalmar, a nossa frente se sentou um careca de terno LINDO e seu amigo nao menos bonito que, reparei, usava meias exatamente da mesma cor do terno. So que eram meias grossas. Ficou diferente e me mantive hipnotizada naquela situaçao ate que uma cena mais inusitada me acordou daquele transe. Ao nosso lado estava um velhinho com roupas imundas, usando sandalias e meias encardidas. Ate ai, tudo bem, aqui o povo eh meio estranho mesmo... So que ele sacou do bolso um folheto com a imagem de Joao Paulo II e começou a rezar o vagao em frente ao nosso. E falava, falava, falava baixinho. E eu pensando: “ai meu Deus, sera que ele eh um terrorista e esta entregando a sua alma ou eh um religioso pedindo proteçao para a viagem?”. O trem parou do nada. Joelhos tremendo. Se eu for morrer, quero ter a melhor visao. Foi quando vi que o carequinha me olhava. Uiuiui Se eu fosse o Joe, do Friends, ja teria largado um: “How u doin`?”. Hahahahha Mas o trem logo voltou ao funcionamento normal. Ufa!

Antes de continuar a historia, vamos voltar um pouquinho no tempo. Quando estava caminhando na rua e dei de cara com a estaçao, falei com a Carol:“Eu sempre fico nervosa com a primeira viagem. Eu sou a mais enrolada para comprar o bilhete” (ah, vai, nao da para saber tudo! Eu tenho problemas para dizer rapido qual a mao direita e qual a esquerda. CONFESSO!). Comprar o bilhete ate que foi facil. Na hora de enfiar o bilhete na maquina: peeeeeeem! Ai papai! O trem ja estava ali nos esperando e o meu so dava vermelho. Carol passou e foi ao meu socorro: “Tia, voce esta colocando do lado errado”. E eu me pergunto: “Como sempre me enrolo se venho a esse mesmo lugar ha anos?!”... Acho que ja faz parte de uma especie tradiçao das minhas andanças por aqui.

Outra tradiçao? Usar meu vestido preto e branco no primeiro dia. Minha Mae diz que as pessoas vao achar que eu so tenho aquele vestido... hahaha E dai? Eh gostosinho e me deixa confortavel em NY. Mais uma tradiçao eh saltar na 33st e seguir caminhando pela Broadway ate a Times Square. Tentei segurar o impeto para levar a Ruivinha la so a noite, mas nao deu.

Sabe o que eh mais engraçado? Eu tinha a missao de ir ate o hotel do sobrinho do Mestre Honey resgata-lo para um passeio sem os avos. Durante a caminhada, tenho quase certeza de que passamos por eles. Eu nunca vi nenhum dos tres na vida, mas... Pelas caracteristicas descritas, so podiam ser eles! Olha que loucura?! Tinha uma multidao a nossa volta, mas eu consegui ve-los! Uia! Nao pude ir la falar, porque uma manada de gente me esmagaria e tambem se nao fossem eles ia ser uma situacao peeeeessssiiima!

Carol e eu fizemos uma dancinha com as maos para celebrar a chegada a Big Apple. Essa viagem esta mesmo virando um musical! Ao desembarcar da estacao, ela estava atenta a tudo e a todos. Viu um monte de Judeus Ortodoxos usando seus enormes chapeus e achou aquilo o maximo: “Tia, eles usam um chapeu estiloso! Muito massa! Vou pedir um emprestado para tirar uma foto”. Hahaha Eu fiquei rindo so de imaginar a cena. O sujeito ia fazer uma cara horrivel, nao ia? Aqui eles andam de preto e tem o cabelo com os cachos e tudo o mais, como aquele nucleo retratado em Caras & Bocas.

Chegando a Times Square, pedi a ela que respirasse o ar de Manhattan! Ela me diz: “Tia, sinto cheiro de pretzel queimado...” Ali eu tive certeza de que ela ja estava ambientada ao centro da cidade. Mas tambem foi a Carol que me chamou a atençao para algo raro (por isso que adoro perceber o olhar de quem aqui nunca esteve). No centro tumultuado dessa cidade ela consegue ouvir o canto de um pardal. Veja bem, estavamos a quilometros do Central Park e um pardal cantava trepado em uma placa indicativa da rua. Eu disse: “Oh, que lindo voce perceber isso”. Ela: “Os meninos la da rua matam eles, porque ficam cagando no nosso telhado”. Sorrisos amarelos, desce o pano.

Durante o passeio, fomos ate a St Patrick Cathedral, uma das mais famosas igrejas catolicas da cidade. Eu sempre passo por la, mas dessa vez foi diferente. 1) Porque eu estava cansada e queria me sentar um pouquinho em um lugar tranquilo. 2) Porque eu nunca havia me sentado literalmente para contemplar a igreja. A construçao eh maravilhosa e em meio aquele tumulto de turistas tirando fotos e passeando pela nave da igreja, voce encontra paz. A Carol foi tirar fotos para mandar para seu amigo catolico e eu fiquei ali, olhando a arquitetura gotica, os vitrais, o altar com muitas peças em ouro, o enorme orgao de tubos nos fundos da nave. Um belo trabalho feito pelas maos do homem. E na cidade que nunca dorme, que nunca para, aquele eh um ponto de contemplaçao e reflexao. Gostei demais.

Na Times Square –

* Eu fiquei triste de ver a Virgin Store fechada (sinal dos tempos de crise)

* Carol ganhou um entusiasmado elogio de um passante (Red hair WOW!) “Tia, vai ver ele queria ter um tambem”. Ah, ta! Um negao de quase dois metros de altura? Ia ficar "lindyo".

* Eu dei o maior pisao no pe de uma loira metida, que estava nervosinha com o numero de pessoas que tentava passar na calçada (ganhei o olhar da loira gelada e ela nem era uma cerveja de qualidade)

* Comemos no Chipotle, meu restaurante mexicano preferido na cidade. Carol nao gosta de pimenta, mas la... Ate a mais soft eh danada! Achei engraçado ela reclamando que cada arroto vinha ardido depois... hehehe “Tia, pareço um dragao. Imagina na hora de sair?” Prefiro nao comentar!

* Entramos na loja Toys “R” Us, como eu sempre faço. Viramos criança ali dentro, nao tem jeito. Fui com a Carol ate a casa da Barbie, coisa que nao fazia desde 2005. Gente, se eu fosse criança, essa loja ia me causar problemas psicologicos! Juro! Tenho a maior duvida na hora de escolher e ali vemos andares e mais andares de TUDO o que voce possa imaginar! Terapia de choque. Gostamos das bonecas gemeas da Fischer & Price.

Houve tarde e noite o primeiro dia. Chegamos na estaçao de casa as 20 horas e o sol estava começando a se por. Longa jornada em um dia que parece durar um pouco mais. Tenho muito mais a contar, mas ja escrevi bastante. A gente se fala nas proximas “Aventuras de Bibica”.

PS: Bia Bug disse para eu nao fazer tudo. Para esperar ela chegar! Vem que vem que vem quicando loira! Estamos te esperando com ansiedade.