"Não pondero, sonho. Não me sinto inspirado, deliro."
Fernando Pessoa
Hoje me falaram sobre sensibilidade. Daquele tipo que só outro ser sensível consegue identificar e entender. Não, não se tratava de fragilidade. Os sensíveis também podem ser fortes, mas de uma maneira reversa. Hoje me falaram sobre a urgência da vida e a calma dos dias maduros. E pensei sobre o passar do tempo e o medo que passa a nos acompanhar diante de situações outrora ignoradas. Hoje me falaram de despedidas e percebi que na vida a gente sempre se despede: de gente, de sonho, de amores, de livros, de empregos, de lugares, de dores, de sentimentos, de momentos. Se viver é deixar viver; também viver é deixar ir e vir e voltar e permanecer sem contrato ou combinação. Tudo o que tenho é hoje. Tudo o que vive foi ontem. Tudo que guardei pode ser transformado a meu favor, mas a gente teima em guardar os traumas. Quando a noite é minha irmã, penso na vida com calma. Corro os dedos pela parede como quem forma caminhos imaginários. E sonho. E penso. E peço. E entrego. Sinto a palma da mão na parede fria assim como quem quer sentir a vida passar, pulsar, só para acreditar. O nosso tempo é hoje. Projeto sombras na parede, assim como quem projeta o futuro no reino da imaginação. Fatos e formas fora de esquadro. Brincadeira de gente grande. Desafios tais que não tem fim. Sinto muito: sou intensa. Somos todos destinados à vida em tanto tempo quanto tempo temos. Somos todos destinados à despedidas no tempo e no espaço, no compasso do coração.
Meu Deus, como ando piegas...
4 comentários:
ahauhauahua adooooro!!
Bia; obrigada!!
Sua sensibilidade transmitida em palavras traz paz. Acalma meu coração e me apresenta novas opticas.
Vc é muito especial!!
Fica bem; fica com Deus!!
Bjs;
Anne: vc adora que eu ande piegas? rs
Val: Nem era só isso o que eu queria escrever para você, mas foi o que consegui. Que o calor do meu abraço chegue até você!
Não tenha dúvidas que ele chegou minha Flor!!
Obrigada.
Bjs;
Postar um comentário