19.9.10

O mais importante é saber...


O mais importante é saber como preencher esse vazio. Existem novos espaços, que não podem ser acomodados com a dor que se instala. Ninguém pode oferecer aquilo que não se tem. Eu tenho palavras, eu tenho o querer solta-las pelo mundo atrás de pousos e paragens que existem além de mim e do que é meu. O que eu tenho internamente nesse momento? Esperança.

- Esperança?
- Sim, e uma vontade enorme de transformar o rumo dos acontecimentos.

O mais importante é saber onde começa e termina você. Quais são os seus limites, suas fronteiras, suas barreiras. Não daquilo que lhe parece intransponível, porque no fundo e na realidade não há limites nem para o bem e nem para o mal. O que sempre existem são escolhas. Até dentro daquilo que não se pode controlar.

- E o que se pode controlar? Nada?
- Nada. Quase nada. A minha escolha em querer fazer o bem e ser melhor. Ou pior. Há quem escolha. Há quem deixa de escolher.

O mais importante não é saber quem você tem. Não há controle sobre as escolhas do outro. Não há com quem se possa verdadeiramente esperar. O mais importante, percebi, é saber quem te tem. Esses são os verdadeiramente agraciados. Percebe a sutileza? Você escolhe a quem amar e a quem apoiar incondicionalmente. Você é escolhido, em retribuição, embora nem sempre e nunca na mesma medida. A medida é questão de cada um. Não há quem possa oferecer o que não se tem internamente. O que eu tenho internamente nesse momento? Esperança.

- Esperança?
- Sim, e uma vontade enorme de transformar o rumo dos acontecimentos.

O mais importante é saber que o amor não morreu. Ele amadureceu. E cresceu para um novo estágio. Sabendo-se na teoria, apenas se sabe. Vivendo a teoria, passas-se a conhecer. Muitos são os que me tem, porque os guardo no coração e devoto o que há de bom em mim com carinho imenso, com ternura abundante, com abnegação e sem negação dos meus limites, portanto, os que me tem, me têm inteira. E descobrir que muitos são os que têm a mim, em retribuição. Não todos os que eu queria - e a hora de dor é a que mais revela -, mas muito mais do que eu poderia supor ou sequer imaginar; muito mais do que poderia merecer. E além...

- Eu não tenho ninguém, mas muitos são os que têm a mim e tantos são os que me têm.
- Um presente do existir.
- Uma esperança, verdadeiramente.
- E a possibilidade de transformar o rumo dos acontecimentos.
- Há sempre uma escolha, mesmo quando não parece haver.
- Hoje eu escolho fazer o bem.
- Hoje você escolhe ter esperança.
- Hoje eu escolho ter esperança e amar. 

3 comentários:

Unknown disse...

Bi,quando passei por essa experiencia voce nem era nascida.tive com meu papai somente 14 anos e 357 dias de amor paterno, nem sabia, que tinha que dizer a ele o quanto ele era importante para mim. Mas,por incrivel que pareça a "convivencia" não acabou por ai.nesses ultimos 40 anos ainda pergunto a ele dúvidas que me vão ao coração,conto alegrias que ele não presenciou, enfim ainda vivo com ele em meu íntimo.saiba, voce não estará longe dele nunca!!isso é uma coisinha que queria contar a voce, mas não achava como. foi. bjs

Bibi disse...

O amor é eterno!

Val disse...

Oi Bia; como sempre suas palavras falam...na verdade elas gritam e gritam alto...isso é tão bom, minha querida!! Hoje elas me acolheram de forma confortante.

Estou terrivelmente ferida, sozinha, vazia...

..hoje eu deveria recomeçar..mas como Bia?! Me ensina...há fórmulas?!

Vivi 15 anos um relacionamento que ontem chegou ao fim...esse tempo (15 anos) é a metade da minha vida.

Aí, Bia, como dói.

Sinto como se ontem (27/9) houvesse perdido metade de mim junto com a partida do Ricardo.

Acabou.

Tô sem chão, sem mundo; sem rumo; sem ar….

…tô com medo; tô perdida.

Dói muito...é uma dor desconhecida e insuportável...

Hoje, queria poder fazer o tempo, voar...pra que esse sentimento, no mínimo diminuisse...

...tem horas q acho q ñ vou suportar...