"Abapuru" de Tarsila do Amaral |
Sempre fico fascinada quando alguém diz: “estou num curso
de história da arte”. Não é a minha. A arte é um mistério, tenho poucas referências e
incursões pelo tema. Ao mesmo tempo, admirar um belo quadro é um deleite [o conceito
é muito maior, mas vou me ater aos quadros]. Não sou daquelas que se prende a
detalhes mínimos para chegar ao sentido do todo. Mas o “todão” me causa enlevo.
E um grilinho de curiosidade.
Já falei de Botero aqui mais de uma vez. Postei “O Grito”
de Edvard Munch, que adquiriu status de ícone cultural assim como a “A Monalisa” de Leonardo Da Vinci, certamente o mais famoso de todos. Certa vez, uma viagem pelo
MNBA tornou o universo de Monet menos oculto. E passei por ele, anos mais
tarde, quando narrei sobre os Jardins de Monet em uma matéria. Até me arrisquei
– num ímpeto - a citar Wassily Kandinsky por aqui. Mas o meu repertório é básico. Nos contemporâneos então? Andy Warhol, o inesquecível “Rex” de Angelo de
Aquino, as maravilhas de Beatriz Milhazes e o colorido do celebrado Romero
Britto. Deles também já falei.
O que não quer dizer que vez ou outra não me desperte o
desejo genuíno de agregar novos conhecimentos à lista. O ato de pesquisar nos
acorda para coisas que já haviam passado pela nossa vista, mas adormeceram na mente. Tive uma cadeira de Estética na Faculdade que na época
me dava sono. Tolos anos mergulhados na ignorância do
instante. O valor era o imediato.
Durante um planejamento de viagem, me dei conta de que o “Abapuru” de Tarsila do Amaral, talvez o mais famoso quadro
brasileiro, vive abrigado num museu da Argentina. Ó dor. A obra pertence a quem
compra. E é uma ironia eu lamentar a venda do “Abapa...” [para os íntimos], e
celebrar como um gol um quadro de Beatriz Milhazes ter sido vendido por mais de
um milhão de dólares, em 2008. A obra de 2001 chama-se “O Mágico” e foi
arrematada em um leião na Sotheby’s de Nova York, na época um recorde para um artista
brasileiro vivo.
Pensando bem, a gente sempre sabe alguma coisa de Frida Kahlo
e seus auto-retratos. Fico feliz toda vez que vejo “Os Girassóis” de Van Gogh [ou
“O Quarto” ou sua deliciosa “Noite Estrelada”] e me arrepio com loucura
estética do surrealista Salvador Dalí. Não posso deixar de abrir sorrisos para
as bandeirinhas de Volpi. Queria ir à Madri ver o painel “Guernica” de Picasso,
mas até hoje só tenho uma foto da estátua dele, quando visitei o Museu de cera
Madame Tussauds [quá, quá]. Quem sabe ainda não verei de perto o que
Michelangelo aprontou no teto da Capela Sistina? Espero pela chance e, mais, que dê tempo. Ainda que o homem tente preservar, é ele quem também
destrói. A natureza muitas vezes nos lembra que a Terra é viva, e através de seus
movimentos gera destruição instantânea.
Agora vou pesquisar sobre o belo nascido das mãos de
homens como Velasques, Renoir, Klimt, Rembrandt,
Cézzane e outros que pouco sei. A vida é múltipla e tão colorida aos nossos
olhos [e os artistas nos ajudam nessa tarefa]. Basta uma inspiração para mudar o seu ambiente. Como esses e outros
fizeram. Como nós podemos fazer.
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