9.10.11

Shemesh e o Yom Kippur

Quando tive o celular furtado no busão, eu sabia que passaria por uma certa "via crucis" para comprar outro aparelho e mudar de operadora. Quis o destino que eu só pudesse resolver essa questão na última sexta-feira. Fui ao shopping Rio Sul já nas horas finais de funcionamento. Percebi uma loja fechada com uma espécie de cartaz na frente. E outra. E outra. Foram várias.


Comércio fechar em um dia como sexta-feira não é algo "natural". Muito menos ter parte das lojas abertas e parte fechada com o mesmo cartaz e dizeres. Fui lá ver e percebi que era dia do Yom Kippur. Sei que trata-se de uma festa judaica e que significa o Dia do Perdão, mas não tinha muitas outras referências a respeito. 


No dia seguinte, vi no blog da minha Shemesh a foto de seu marido celebrando o primeiro Yom Kippur. Estava ai a "deixa" do destino para contar aqui uma nova história. Mandei um e-mail perguntando a respeito e eis a resposta:


Foto do blog waiting for you


"Oi Bibi, 


Sim, o Yom Kippur é o dia do perdão. Resumidamente: tudo começou quando Moisés subiu o monte para pegar as Tábuas da Lei. Os judeus, estranhando a sua demora, resolveram fazer um bezerro de ouro e passaram a venerá-lo. Quando Moisés finalmente desceu do monte com as tábuas, ele se assustou com o que viu e deixou que as Tábuas caíssem. Na religião é profano idolatrar outra coisa a não ser D' us.


Neste dia fizemos 25 horas de jejum, não nos lavamos, nem vestimos couro. E entre as razões da prática está a intenção de perdoar a nós mesmos pelos pecados que cometemos no último ano (temos que fazer uma reflexão, meditação) e para dar valor ao que temos.


O detalhe é que cerca de 14 dias antes celebramos o Hosh Hashná, que é o ano novo judaico. 


Na foto, meu marido está abrindo o vinho e esse é o momento em que finalmente vamos fazer o desjejum. Lá na mesa colocamos algumas comidas típicas, como o Chalá (o pão com mel para adoçar o ano), o Kefiltefish (cabeça de peixe para dar sabedoria e razão para se fazer a coisa certa) e os docinhos de nozes (que estão lá porque a gente gosta de comer mesmo)".


As celebrações judaicas são lindas. Pena que os cristãos herdaram tão poucas, com tamanho simbolismo e ritualística. De qualquer forma, ter um dia específico para reflexão sobre perdão e agradecimento pelas conquistas é importante para pessoas de qualquer credo. Eu costumo fracionar isso entre o Dia de Ação de Graças, que é comemorado por mim como um dia especial (não tal e qual os peregrinos, mas quase), o Ano Novo, quando você passa os acontecimentos em revista e faz novas projeções e o Natal, que é o aniversário de Jesus refletido na benção da família. 


Achei especialmente interessante algumas lojas abrirem mão do lucro, do comércio, para respeitar essa questão que cala fundo no coração dos seus praticantes.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uii, Arrepiei!
:D
Deveria ter tomado maior cuidado á gramática.
É lindo esse homem da foto, não? rsrs.

Shana Tová! (feliz Ano novo!).

Beijos!

Shemesh

Thais disse...

Realmente... esse homem é muito lindo mesmo!!!! mas a Shemesch é mais ainda!!!!! rsrs..