24.10.11
Vale a pena vencer obstáculos internos
Achava que a minha questão com a direção era um fato absolutamente banal. Até perceber que muita gente acompanha as histórias de evolução no trânsito e comentam comigo. Outras, acabam espelhando essa fobia em dificuldades de outra natureza e encontram nos relatos a certeza de que é possível vencer seus medos. Por isso não deixo de fazer os meus relatos.
Dia de aula. Eu com uma preguiça que parecia vir de outro planeta. Fui. É parte do programa ir às aulas, afinal. Já estou dirigindo o meu carro e me sinto muito tranquila ao volante. Acontece que ainda tem muito chão na estrada do aprendizado. Só saio nos fins de semana e mesmo em dias mais tranquilos, sinto que ainda me falta prática. E eu não vou me furtar a nenhuma das lições. Mereço fazer alguma coisa até o fim por mim.
O AT que me acompanhou hoje era novo. Gente boa demais. Fomos fazer uma espécie de nível dois de ladeira. Só no freio motor. Pé no pontinho da embreagem e uma partida perfeita na ladeira, assim que o sinal abriu. Claro que celebrei no carro. E percebi o óbvio: quando você fica muito feliz, as pessoas em volta se contagiam. Premissa testada e aprovada: o sorriso é mesmo contagiante.
Volta para a clínica-escola. Caminho bem cheio, horário do almoço, praticamente. Um ônibus me dá uma cortada violenta, me obrigando a parar na pista para deixar que ele passasse. Tranquilidade em executar a ação. Só que o ônibus de trás, achou que faria o mesmo. Além de tentar me fechar, ainda empurrou o meu carro contra o meio-fio. Era ele ou eu. Fui eu. Era minha vez, oras! Que gente folgada! Empinei meu bumbum, estiquei o pescoço e passei acelerando. Logo atrás, ele tentou imprensar mais um carro. Só que este, um táxi, estava parado na pista, com o pisca-alerta ligado. O ônibus quis passar sem poder. Resultado? O taxista ficou sem espelho e um pedaço da tinta do carro certamente deve ter enfeitado a lataria do coletivo.
Eu me pergunto: por que as pessoas ficam tão furiosas no trânsito? Por que essa necessidade de cortar o outro para passar primeiro a qualquer custo? O que alguns segundos a menos representaria na vida de quem sistematicamente faz essa escolha? Eu não entendo. Sei que a direção muitas vezes é a poção que transforma gente calma em doidos varridos. E percebo que assim como o sorriso é algo contagiante, o estresse também é. Como tem gente irritada, sem educação, que buzina sem a menor necessidade, que não cede a vez. Acabou a gentileza.
Por fim, notei outras coisas também. Pedestres são folgados. Quando voltei a dirigir, confesso, me tornei uma pedestre mais consciente. E quando a direção de um carro passou a fazer parte da minha realidade, mesmo que ainda de forma tímida, eu me tornei uma pessoa mais arrojada, confiante e decidida. Mesmo que essas virtudes também apareçam de forma tímida na minha personalidade. O ganho tem sido global. Vale a pena vencer seus obstáculos internos.
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