12.10.11

Sonhos não são planos como quando escritos no papel



Queria que a minha casa tivesse uma daquelas poltronas fofas, maravilhosas, que te abraçam e embelezam o ambiente. Se pudesse, com um objeto de design, sem abrir mão do conforto. Geralmente a beleza de um item de arte nem sempre está intimamente ligada ao conforto desejado. Minha poltrona serviria para que eu pudesse, em climas como o de hoje (nem quente e nem frio), colocar bem perto da janela e ler sob a luz tímida do sol. Delírios... 


Moro em um lugar que é entulhado de reminiscências. Coisas que vão chegando e ficando sem ordem natural. Encontram o seu lugar e resistem a sair ao sabor do tempo. Se opõem também à estética do meu olhar. Nada de miudezas. Objetos que ocupam espaço na mente e na lembrança de quem importa da porta para dentro. 


Minha poltrona "must have" não cabe em lugar algum com a dignidade que meu pensamento a devota. Muito menos perto das janelas, onde ganharia a liberdade que cabe aos meus devaneios. Gosto de olhar o céu. A cor do dia. O brilho da noite. Desejei tanto isso hoje e venho desejando há algum tempo, na realidade. Pensamento teimoso e nada ranheta. Desejo que me aquece. Talvez o espaço para o sonho seja o melhor lugar para se arquitetar nossos delírios tridimensionalmente. Sonhos não são planos como quando escritos no papel. Eles chegam a quase ganhar textura. Tamanho os detalhes da minha criação em planos oníricos.

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