18.4.09

Aditivo


Dia desses, o "Ciclista" Fernando deixou uma "Pedalada" interessante citando o "Amor Ágape". Há algum tempo esse tema da sub-divisão do Amor, teorizado por C. S. Lewis [autor de Crônicas de Nárnia], já vinha martelando a minha cabeça.


Penso em muitos temas durante todo o dia, de maneiras diferentes. Na maioria das vezes, o texto ainda não está maduro dentro de mim e então ele volta à condição de pensamento e não vira reflexão.

Nossos sonhos e nossas ideias deveriam passar por esse tipo de processo. Cada um fazendo o seu, segundo sua natureza. Contudo, aquela sementinha que vai sair do plano metafísico para se integrar à ordem do dia deveria, quase sempre, ter seu momento de decantação. E essa decantação pode ser de cinco segundos [antes que você solte uma palavra indevida ou que você diga da melhor forma um impropério necessário] ou de cinco anos. Qual o tamanho de um sonho? [quem há de medir a natureza onírica?].

A ideia de Amor de C. S. Lewis ganhou um aditivo para virar texto. Mas ainda não estou pronta para dar a forma pela qual eu gostaria de oferecer a vocês. E compartilhar impressões. Encontrei uma frase que indica um caminho. Vou postar aqui e esperar até encontrar a melhor direção:


"Amar é sempre ser vulnerável.
Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir.
Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo á ninguém, nem mesmo a um animal.
Envolva-o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife de seu egoísmo.
Mas nesse esquife – seguro, sem movimento, sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir – vai tornar-se indestrutível, impenetrável, irredimível.
A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação.
O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e perturbações do amor é o inferno".
C. S. Lewis

10 comentários:

Saulo disse...

Descobri o Lewis há pouco tempo... grande autor!

Bibi disse...

Eu vou saboreando o Lewis aos poucos, aos golinhos! Bom demais!

Ana Martins disse...

Eu amo demais e acho que quanto mais meu coração dói e se quebra em mil partes, mais me sinto forte e compreendo a mágica da vida.

Ana Martins disse...

Ia perguntar se vc leu "A Cabana" e fui na sua lista de livros - está lá!
Acho que explica bem o amor ágape.

Fernando Rocha disse...

Legal saber que minhas palavras têm algum sentido pra ti, assim como as suas para mim (sinceramente).
Não tinha o conhecimento do amor ágape trabalhado por Lewis, tive contato com esta ideia por intermédio de Gandhi.

Bibi disse...

Lewis tem sido um grande encontro, Fernando!
Palavras são experiências trocadas. Você fica com aquelas que fazem cosquinha no pensamento ou carinho na alma!

Bibi disse...

Ana: amar parece nunca ser demais, né?

Ana Martins disse...

NUNCA é nem será demais.
A consciência do amor desconstrói o ego sem o destruir.

Ana Martins disse...

"Você fica com aquelas que fazem cosquinha no pensamento ou carinho na alma!"
Que forma fofa de definir preferências! Adorei.

Bibi disse...

Ana: eu gosto disso: "A consciência do amor desconstrói o ego sem o destruir". E gosto também do que defini como palavras trocadas. Eu escrevo e dias depois volto para ler para mim mesma. Sempre dou risadinhas de canto de boca! rs