7.4.09

O Grande Momento


Continuo revirando os "guardados" aqui de casa. Hoje, entrei pelo armário onde tinha armazenado todas as coisas da faculdade e afins. Lá também arquivava umas lembranças apaixonadas: fotos, bilhetes românticos, cartas de amor, cartões, faixas de aniversário, minha primeira boneca, cartas & mais cartas [sim, as de papel, escritas a mão e mandadas pelo correio! Troquei muitas cartas antes de me fixar definitivamente no e-mail]. Lembranças de toda a sorte.

Joguei tanta coisa fora! As lembranças mais importantes ficam na nossa mente. Algumas eu guardei [confesso a incoerência, porque somos todos assim], porque não confio integralmente nos meus neurônios! As mais importantes ou as mais queridas. As representativas também ficaram: meus boletins escolares e as duas faixas de Miss Simpatia que ganhei em duas excursões: uma nacional e outra internacional. Yeah, baby! hihihi

Nesse mergulho no passado, encontrei um texto que adaptei. Não lembro qual era a celebração, mas sei que o li em público por algum motivo [muito provavelmente na época da formatura da escola, o antigo segundo grau. É brutal falar isso!hahaha]. Vou colocar as duas versões [mais justo], porque acho muito carinhoso dividir com vocês.

O Grande Momento
por Augusto Frederico Schmidt (1906-1965)

A varanda era batida pelos ventos do mar
As árvores tinham flores que desciam para a morte, com a lentidão das lágrimas.
Veleiros seguiam para crepúsculos com as asas cansadas e brancas se despedindo,
O tempo fugia com uma doçura jamais de novo experimentada Mas o grande momento era quando os meus olhos conseguiam entrar pela noite fresca dos seus olhos...


O Grande Momento
por Bia Amorim
(adaptação da obra homônima de Augusto Frederico Schmidt)

As árvores eram batidas pelo vento da lembrança
Que tinham folhas que desciam para a morte
Como a lentidão das lágrimas da saudade.
Veleiros seguiam para crepúsculos com as velas rasgadas e brancas, porque tinham que seguir o seu destino.
Pássaros alçavam seu primeiro vôo em busca de liberdade, deixando para trás seus ninhos, onde nunca mais iriam voltar.
O tempo fugia pelas mãos com uma doçura jamais de novo experimentada.
Eram apenas presenças marcantes, que acabaram virando imagens, vultos, sombras e lembranças, que nos caem no esquecimento.
Mas o grande momento será quando os seus olhos conseguirem encontrar aquela mesma luz dos meus olhos. Então seremos eu e você: mestre e aprendiz.
Então a lembrança há de se tornar viva outra vez. Muitas folhas já caíram, mas a semente brotou.
E aquela avezinha que partiu de seu ninho pode reencontrar aquela que lhe ensinou a voar. E juntas, à sombra de uma nova árvore, viverão o grande momento.

6 comentários:

jose luis disse...

tinha algum ex dentro do armario?

Lucas Ferraz disse...

Não tenho lembranças físicas dos melhores momentos que vivi. Os melhores mesmo, nem foto têm.
É como Titanic. A Rose, já velha, diz: "Ele me salvou de todas as maneiras que uma pessoa pode salvar outra. Ainda assim, não tenho sequer uma foto dele...."

É como aqueles filmes em que a gente vive um grande momento e acorda, passa o dia inteiro achando que foi sonho e descobre aquele arranhão no braço. A única prova de que foi real.

Espero não acordar deste meu sonho.

Sah. disse...

com certeza! nao teria outra pessoa pra ganhar o miss simpatia!

hehehhee

Bibi disse...

Zé: Por que a pergunta? O que foi, já foi. E o que é, ainda há de vir. Ficaram as lembranças de um tempo com coisas boas e ruins. A vida é para frente. O passado é história e lição. Não posso apagar, mas também não me ancora! Minha vida é singrando os mares. :)

Luke: É! A prova que é real está no coração! Mas sou de guardar certas coisas. É natural para mim! Sei que vc guarda coisas também!

Sah: Posso dizer que fui Miss alguma coisa! hahaha Tinha coroa também, mas essa eu achei brega guardar! hehehe

Saulo disse...

As famosas faixas de miss simpatia!! ahauaha Nem lembrava!! rsrsrs
Muito legal!

Bibi disse...

Pois é! Eu ganhei mais de duas, mas só guardei as duas mais significativas! rs