Família. Por mais que digam que essa é uma instituição falida ou em estado de decomposição; por mais que o seu conceito estrutural tenha adquirido novos significados; eu acredito nessa unidade básica. Creio, com todas as minhas forças, que esse grupo social primário influencia e é influenciado perpétuamente e que, por mais que os apocalípticos teóricos pseudo-modernos tentem esvaziar o seu sentido único e inequívoco, ela sempre permanecerá como um elo forte e estrutural da formação humana.
Família. Eu sonho em formar a minha, assim como meus pais um dia fizeram. E a essa nova união de corpos - almas, mentes, intelecto, experiências, necessidades, carências, vivências e interesses - eu chamo de núcleo primário. Ou seja: eu deixo o núcleo primário formado por meus pais, irmãos e eu, para formar o meu. Isso não quer dizer que os abandone, mas a relação se transfere para um núcleo secundário [e de muito valor, claro!].
O antropólogo e filósofo francês Lévi-Strauss faz uma diferenciação quanto aos tipos de relações pessoais que se apresentam numa família. A “aliança”, formada pelo casal; a “filiação”, entre pais e filhos; e a de “consanguinidade”, representada pelos irmãos. E eu me atrevo a inserir nesse contexto [que obviamente algum teórico fora do meu conhecimento já o deve ter feito], os amigos que a gente transfere para esse círculo e os animais de estimação [eu acredito sim que eles façam parte da família e exerçam o seu papel dentro do clã]. Já falei em muitos outros posts sobre como tenho amigos que são a minha família escolhida. E dentre esses membros, uns interagem com os outros ou não, mas com cada um há um código estabelecido.
Teorizando e colocando de uma maneira racional, o que é a família, senão uma forma de organização que se interrelaciona de maneira específica e recorrente à fim de promover proteção e socialização? Emocionalmente, a família é provedora de uma segurança incrível em relação ao futuro. E foi esse fato que me motivou a escrever o texto. Meu núcleo secundário é formado de gente muito velha. A minha convivência maior é com os filhos dos meus primos. Um deles, em especial, o Saulo. Essa semana ele me escreveu: “Estou lendo seus posts e pensando que cada vez que entro aqui eu me sinto mais unido a você! Já há algum tempo que você é a pessoa da família mais importante que tenho! Acho que poderia viver o resto da vida distante dos outros, mas não de você! Fica comigo para o resto da vida? Promete?!” [desculpa por exibir a intimidade]. Um texto apaixonado como esse [e a recíproca é verdadeira] só me leva a crer que família é muito mais que uma fadada coincidência de gens. É um querer estar com os seus e com aqueles que lhe são oferecidos pela vida ao longo da história. Esse mesmo acordo que eu tenho com o Saulo, fiz com o Luke, um amigo. O comprometimento do amor é um laço tão maior que uma questão genética... E acho tão bonito, quando o ser humano tem a chance e a coragem, sobretudo, de tomar essa decisão de amar além de qualquer fronteira.
Marcia Stanhope identifica em seu livro - Teorias e Desenvolvimento Familiar – algumas funções desse núcleo: gerar afeto, proporcionar segurança, aceitação pessoal, estabilidade e socialização, oferecer satisfação e sentimento de utilidade, assegurar a continuidade das relações, impor valores, autoridade e sentimento do que é correto. Oi? Gente, onde foi parar tudo isso? Será que é por ver uma sociedade [e seus núcleos primários] tão caótica em relação aos seus sentimentos e interrelações, que há os que acreditam que a família é algo passageiro? Tão pior seria se assim fosse...
Família. Eu sonho em formar a minha, assim como meus pais um dia fizeram. E a essa nova união de corpos - almas, mentes, intelecto, experiências, necessidades, carências, vivências e interesses - eu chamo de núcleo primário. Ou seja: eu deixo o núcleo primário formado por meus pais, irmãos e eu, para formar o meu. Isso não quer dizer que os abandone, mas a relação se transfere para um núcleo secundário [e de muito valor, claro!].
O antropólogo e filósofo francês Lévi-Strauss faz uma diferenciação quanto aos tipos de relações pessoais que se apresentam numa família. A “aliança”, formada pelo casal; a “filiação”, entre pais e filhos; e a de “consanguinidade”, representada pelos irmãos. E eu me atrevo a inserir nesse contexto [que obviamente algum teórico fora do meu conhecimento já o deve ter feito], os amigos que a gente transfere para esse círculo e os animais de estimação [eu acredito sim que eles façam parte da família e exerçam o seu papel dentro do clã]. Já falei em muitos outros posts sobre como tenho amigos que são a minha família escolhida. E dentre esses membros, uns interagem com os outros ou não, mas com cada um há um código estabelecido.
Teorizando e colocando de uma maneira racional, o que é a família, senão uma forma de organização que se interrelaciona de maneira específica e recorrente à fim de promover proteção e socialização? Emocionalmente, a família é provedora de uma segurança incrível em relação ao futuro. E foi esse fato que me motivou a escrever o texto. Meu núcleo secundário é formado de gente muito velha. A minha convivência maior é com os filhos dos meus primos. Um deles, em especial, o Saulo. Essa semana ele me escreveu: “Estou lendo seus posts e pensando que cada vez que entro aqui eu me sinto mais unido a você! Já há algum tempo que você é a pessoa da família mais importante que tenho! Acho que poderia viver o resto da vida distante dos outros, mas não de você! Fica comigo para o resto da vida? Promete?!” [desculpa por exibir a intimidade]. Um texto apaixonado como esse [e a recíproca é verdadeira] só me leva a crer que família é muito mais que uma fadada coincidência de gens. É um querer estar com os seus e com aqueles que lhe são oferecidos pela vida ao longo da história. Esse mesmo acordo que eu tenho com o Saulo, fiz com o Luke, um amigo. O comprometimento do amor é um laço tão maior que uma questão genética... E acho tão bonito, quando o ser humano tem a chance e a coragem, sobretudo, de tomar essa decisão de amar além de qualquer fronteira.
Marcia Stanhope identifica em seu livro - Teorias e Desenvolvimento Familiar – algumas funções desse núcleo: gerar afeto, proporcionar segurança, aceitação pessoal, estabilidade e socialização, oferecer satisfação e sentimento de utilidade, assegurar a continuidade das relações, impor valores, autoridade e sentimento do que é correto. Oi? Gente, onde foi parar tudo isso? Será que é por ver uma sociedade [e seus núcleos primários] tão caótica em relação aos seus sentimentos e interrelações, que há os que acreditam que a família é algo passageiro? Tão pior seria se assim fosse...
O que existe, na realidade, é uma pressa desenfreada de viver a não-vida. O substrato do que ela acabou se tornando em função de múltiplos acontecimentos. Tudo está correndo numa velocidade quase alucinante. Ninguém se repara mais ou reflete sobre si e sobre os outros. Não há tempo para a contemplação e a busca de um conhecimento interno mais profundo! Então, o que se passa para as gerações futuras são pequenas porções do muito que se poderia ser ou ter. É mais fácil embrulhar e passar para frente os esteriotipos que nos empurram goela abaixo. Pior é que dizem que gestos falam mais que palavras e o maior gesto de todos - repetido infinitamente lately - é o abandono à própria sorte, pela falta de tempo de ser e de observar. Parece não existir mais o apoio emocional para a resolução de problemas e conflitos. Este é relegado a professores, orientadores, psicólogos, brinquedos, computador, um outro qualquer...
Fácil falar, né? Eu tenho mesmo que ser questionada, uma vez que não tenho filhos. Contudo, antes do seu questionamento, há o meu questionamento interno [que agora se externa] em relação a tudo que me cerca. Procuro dentro de mim espaços de conhecimento. Mexo e remexo conceitos para formar bases sólidas do novo-eu que se cria periodicamente. Talvez agora eu esteja experimentando a busca mais profunda que já tive na vida. E que bom que tenho essa possibilidade e essa grandeza comigo mesma. A gente tem tanta dificuldade em se permitir. Estou em busca de mim e do que há em mim. E tudo que espero é encontrar-me mais lúcida e forte, preparada para distribuir o que tenho de melhor ao fim do processo. Começando pela minha família, que busco na ânsia e na insistência de não deixá-la se perder. Está tudo aqui e estão todos aqui, dentro do meu olhar.
11 comentários:
Fazendo uma paráfrase do que esccreveu a Sra Lispector: "São os laços que nos apertam, mas que nos mantém no eixo"
A família não é uma instituição falida. Falidos são os "moldes"! O conceito de familia é muito mais amplo do que pensávamos há um século atrás. Os laços vão além da genética. E mesmo onde os gens se perdem, permanece o amor e a identificação fraterna. Para mim ela foi, é e muito provavelmente continuará sendo um referencial forte...
Você escreveu:
"A gente tem tanta dificuldade em se permitir. Estou em busca de mim e do que há em mim."
Tenho pensado e repensado tudo isso. conversando com minha psicologa eu disse mais ou menos isso para ela e acrescentei que hoje a família (relacionamento) esta dificultando um pouco este encontro comigo mesmo.
Acredito na família, precisamos dela; mas muitas vezes a individualidade grita dentro de nós e nos faz repensar tudo ou todo o conceito. E isso tem sido muito dificil e dolorido.
sem comentar esse poster cultissimo
so' tenho a dizer
a familia salva
a fami;ia tras de volta
a familia resgata
a familia emociona
a familia nao acabou
longe disso
e falo experiencia propria
bj
Fernando! Vc está se mostrando um ótimo doador de frases incríveis! Amei também essa da Clarice! Vou guardar para mim! Um dia eu uso! Thanks!
Saulo: família é referêncial sempre, concordo! Inclusive nos novos moldes! Todos precisamos do ninho! E não falo do leite!
J25: tenho acompanhado a sua manifestação em relação a essa dificuldade específica! E sou sensível a tudo isso! O mais importante é que vc está sendo acompanhado e está em busca de você! Numa relação, você precisa ser e estar inteiro, para que a família seja completa. Não abandone os seus ideais, mas jamais se perca de você! Escolha ser feliz e faça feliz quem está a sua volta! Não é fácil, sei! Mas tudo começa por se encontrar! Busque! Força ai!
Zé: É maravilhoso ler o que vc escreveu! É muito bom vc falar das suas experiências! Isso me emociona! Seus elogios tb! Obrigada!
Familia é nosso primeiro envolvimento social e, por perdermos isso, estamos chegando nessa barbarie conjunta...
Val, por isso que eu sou tão enfática na valorização do ser individual, para dar força ao ser gregário!
Se Deus nos colocou em meio a tanta gente incrível, por que não nos deixar amar?
Acredito que existem amigos que são família e existem amigos na família.
E acredito que tem gente que nasceu parente da gente apenas para a gente ter certeza de que eles não são amigos.
Basicamente: acredito que há família e há amigos em todos os lugares.
Vc é família pra mim. Te amo.
Luke! Melhor resumo de texto que já vi! rs
Me too
Val, nossa visão de sociedade é bem parecida! A família é a nossa primeira relação social...
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