Dois meses da Nina hoje
O que já havia escrito sobre ela (a chegada) - Como já falei, tirando dois pintinhos (Pedro & Bino) que morreram antes de ganharem penas/asas, nunca tive bicho de estimação. A preocupação sempre foi a mesma: eles prendem a pessoa em casa e minha alma é de viajante. Prendem sim, porque já estou louca para voltar para casa e ficar com a Nina. Mas soltam também: sorrisos, ternura, carinho, cuidado, sentimento materno. Tudo que, de certa forma, eu guardava em mim, esperando a hora certa de ofertar. Nina, minha gatinha preta, chegou lá em casa muito desconfiada. Ficou cansada da viagem que fizemos entre a casa de sua mãe peluda, para o apartamento de sua mãe humana. Dormiu, sem sair da caixinha de sapato que chegou - com um paninho bem quentinho. Na madrugada, miou baixinho (desconfiada, tímida, não devia entender onde estava). Levantei e fui tirar ela de lá. Ela sabia sair, mas estava com medo. Achei que podia ser fome. Coloquei em frente ao pote de ração. Antes, ela percorreu todo o quarto e mesmo com um pouco de medo de mim, se sentiu confortável para comer. Brincamos. Meu gás acabou. Coloquei um travesseiro meu no chão e acordei com a minha mãe invadindo meu quarto para brincar com a "netinha". Ela estava aninhadinha no meu travesseiro. Levamos tudo para a cozinha, ela voltou a comer e beber água e de primeira, já usou sua caixa de areia para fazer um "cocozão". Achava estranho as mães de bebês (humanos) falarem e se preocuparem tanto com as fezes de seus filhotes. Já compreendo. Celebrei a "bostança" feita no lugar correto tal qual um gol! E antes de sair de casa para trabalhar, ela já me seguia pela casa. Não é preciso dizer que deixei meu coração lá, né? Liguei para saber no meio da tarde. Minha mãe disse que também saiu, mas a deixou dormindo, aninhada no meu travesseiro. Minha filha peluda me faz feliz.
Duas semanas depois... - Há duas semanas a minha vida mudou um pouco. E foi para melhor. Desde que a Nina chegou, durmo menos, mas com mais qualidade. Vi minha gatinha crescer, embora ela ainda não tenha nem dois meses. Gosto de observar suas manias e evolução. Adora a vassoura e brinca de morder a "mamãe", quando sente cócegas na barriguinha. Estou toda arranhada e estranhamente feliz com essas marcas, porque são marcas que me fizeram dar muitas gargalhadas. Só sai da cama, quando eu levanto. E enquanto eu tomo banho, leva a minha camiseta para o quarto. Para o canto dela, claro. Só dorme encostada em mim. Gosta muito de leitinho, mas parei de dar, porque li que faz mal. Dia desses, cheguei em casa e ela estava na mesa do computador. Subiu sozinha, escalando os fios por trás da CPU. Ai ai ai. Já está dando grandes saltos para o seu tamanho. E sabe quando estou chamando por ela. "Cadê Nininha de mamãe?" Ronrona muito com meus carinhos e gosta de me lamber e mordiscar o meu nariz. Dia desses falei, "Nina, cadê a sua fita para a gente brincar?". Ela correu para cima da fita, que estava escondida. É magrela e me parece que não gosta muito da ração, mas come. Escolheu uma cadeira como dela. Minha mãe sentou e ela foi lá reclamar. Juro. Sentou em cima do livro que minha mãe olhava. Rimos. Água? Nunca a do potinho e sempre a que sobra no box. Como agir? Tive que segurar com mais força para passar o remedinho de pulga e quase morri do coração. Imagina quando chegar o tempo das vacinas? E a castração? Aff! Eu sou carinhosa e mimo mesmo quem me "É" amor. Talvez tenha vindo a esse mundo para espalhar um pouco de amor, que às vezes, em mim transborda. Não é fácil. O desafio é não ser hipersensível ao meu próprio sentir.
Três semanas em casa! - Era cinza do olho azul, ficou pretinha com mechas brancas e o olho esta esverdeando. Difícil de registrar, porque o flash a faz fechar os olhinhos. Passa boa parte do dia assim: dormindo. Ou me arranhando. Ou me lambendo. Ou ronronando com tanto carinho. Nina é meu tema sim! Minha alegria. Das raras nesses últimos dias. Fico especialmente feliz em ver que minha mãe também esta totalmente apaixonada por ela. Chama pela gata o dia todo e brincam juntas, quando dá. Vejo minha velhinha de 78 anos sentada no chão, às gargalhadas! Quando chegou, dormia no meu peito e sobrava espaço. Prestes a completar dois meses, ela ainda adora dormir assim, mas já preenche todo o espaço. Pior quando ela não couber mais e ainda assim tentar. Claro que vamos dar um jeito, porque esse chamego, precedido de um ronronar tão gostosinho, nao tem preço.