29.12.08

Casos de Família - O Tapete





"O destino pode mudar. Nossa natureza jamais."
Schopenhauer


Casos de Família
Eu tenho andando observando as loucuras particulares da minha família. Cada qual tem a sua esquisitice de estimação, guarda seus valores no baú do tempo, mesmo sem ter o menor valor, conserva hábitos ou cria alguns novos, sem nem analisar se parece cabível aos demais [tanto membros da família, quanto seres humanos].

Quero ver se consigo criar aqui uma série Casos de Família. Assim, sempre que lembrar ou ocorrer algum evento nesse sentido, a gente adiciona a notícia nesse item/critério.

Vamos começar?

Eu estou na mesma casa há 16 anos.

Esse tempo, somado ao tempo dos meus irmãos mais velhos quando eram pequenos, chegaremos ao total de anos que o tapete verde durou lá em casa.

Anos e anos suportando o peso dos pés da família, as titicas trazidas da rua, as corridas de bota ortopédica marrom [espécie de método de tortura medieval usada em crianças até a metade dos Anos 80, se não me engano, com a indicação de correção da curva dos pés ou qualquer coisa que o valha], as minhas danças em frente à TV, a cadeira de balanço da minha Mãe, meus irmãos ouvindo rádio e todos os etecéteras que se possa imaginar.

E lá se vão mais de 20/30 anos com o mesmo verdão a cobrir o solo do meu latifúndio. Você há de concordar comigo, que os artigos fabricados no passado pareciam feitos para durar muito mais tempo. Hoje, a vida útil parece cortada pela metade.
Dito isto, vamos aos fatos. Há alguns meses a minha mãe comprou um novo tapete para enfeitar a minha sala. Pisante de qualidade, fofura compatível. Bom alinhamento com o quadrante do ambiente. Cor: vermelho, mas com uns estampados bacanas. Combinação adequada para os padrões estéticos do lugar.

O que a minha Mãe fez? Esticou o garboso no chão... Feito para deixar transparecer todo o seu resplendor e dar novo colorido a casa. Mas não foi só isso. Assim que ela começou a notar o movimento em cima do tapete novo, ela tratou de enrolar metade do bichão que ficava bem na passagem da cozinha para o resto da casa. Ou seja: agora, as cadeiras da mesa de jantar servem de “guarda” para que ninguém tropece naquele pedaço de canudo que foi enrolado e ficou bem no meio da passagem.


A ironia maior é que quando chega visita e a tal é anunciada pelo interfone, alguém tem que se lembrar de correr para desenrolar o pedaço de tapete, para deixá-lo exposto e cumprindo o seu verdadeiro papel nesse mundo.

Agora pensa comigo: minha Mãe já tem mais de 70. Se esse tapete, usado de forma correta, durar mais uns 20 anos; ela já estará com mais de 90, certo? Nem deve estar mais ligando para o tal do tapete. Para quê tanto zelo com um pedaço de pano fofo feito para amaciar o nosso trotar?! Pior que quando ele é desenrolado, fica com aquela marquinha...

Realmente não faz o menor sentido! Mas vai você, tentar explicar isso para a coroa?!
“Existem razões que a própria razão desconhece”.


Vestido Branco

Antes do Natal, estava de bobeira com uns amigos em um shopping. Não gosto de passeio em ambientes fechados, salvo quando está chovendo. Era o caso. Antes desse programa, a gente foi ao teatro. Eu estava crente que se tratava de uma peça de comédia, mas não era! Ora vejam, era um balé. Na verdade, parecia um espetáculo de formatura da turminha da tia famosa. Em 10 minutos eu já estava entediada [por favor, me desculpem os que amam a dança. Eu até tento, com força e com vontade, mas sinto falta das palavras. Elas me preenchem].

Voltando... Durante esse passeio pelo shopping, vi em uma das lojas um vestido perfeito para o reveillón. Como nosso grupo era formado por dois homens e duas mulheres, achei melhor não arriscar o pedido de parar e experimentar. Homem não tem muita paciência para essas coisas. Na verdade, um deles até tinha, mais que eu, que detesto que mais de uma pessoa fique me esperando com boa vontade.
O tempo passou. O Natal passou. O feriado passou e o dia internacional da troca chegou. A Onça se ofereceu para ir comigo ver o tal vestido no shopping. Estava chovendo, mas a gente não ligou. Comprei um guarda-chuva e fui lépida e fagueira. Uma vez dentro do metrô, um morenão sentou-se à minha frente. Quem disse que eu conseguia olhar o morenão. Na estação seguinte subiu uma família de estrangeiros. A filha, super gordinha, tinha escolhido um macacão verde, preto e amarelo tie-dye, combinado com um tênis preto no melhor estilo kichute e segurando os cabelos loiros e encaracolados, uma presilha de pompom vermelha. Nem a Onça, nem a menina, que dançava alegremente nos ferros do vagão, me deixaram prestar atenção em mais nada. A Onça lançava comentários ácidos até que... Na estação seguinte entrou um fortão, alto e careca. O tipo que a Onça gosta. Estava com uma namorada e era gringo. Como olhar não tira pedaço, minha amiga passou a viagem admirando aquela paisagem nórdica. Mas confesso que homem com penduricalho feminino não me serve nem de colírio.


Saltamos na estação. De um lado a pista rolante. Do nosso, o chão mesmo, nos obrigando a andar. Lá de longe eu vejo um dorso bonito, vestido em uma camisa listrada azul. Gosto de camisa listrada em certas espécies masculinas. A Onça comenta: "Caramba, só estamos vendo bonitões hoje". Eu respondo com um sorriso. O cara da blusa listrada me devolve um sorriso enorme, mas meus olhos continuam centrados na camisa do rapaz. Não costumo dar bola para sorrisos soltos na rua. Mas o cara insiste e quando passa pela esteira por mim, não tendo mais como voltar, ele grita meu nome! Só então me detenho no rosto lindo e... Bem conhecido: era o Teko, um dos caras mais lindos e simpáticos da turma que fez intercâmbio comigo. Acho que não o via desde 2002/2003. Gritei seu nome de volta, dei tchau, tentei reparar a falta de bola [ou bola fora] e saí rindo muito, toda feliz por ter sido reconhecida [e rindo de mim mesma por ser tão desajeitada. É parte do pacote, fazer o que?]. A Onça ainda reclama: ", ele está rindo para você há um tempão! Como é que você não viu?!". Não vendo, ?


O Teko é parte da minha família americana. Em duas semanas, recebo em casa a minha sister desse tempo, com quem efetivamente dividi uma casa. Já falei dela aqui e achava, mais de uma vez, que nunca mais a veria. Bem, essa será a terceira de tantas outras... Assim me parece. O passado volta a me visitar repaginado no futuro. E tem sido agradável demais.
E o vestido? Claro que cheguei lá e não tinha mais. Não é que não tinha o meu número. Já não existia a peça na loja de departamento. Fiquei chupando o dedo, sem vontade de fazer mais nada. Tenho que aprender que se vir alguma coisa que valha a pena e tiver que comprar, não importa os outros: vai lá e adquire a peça antes que seja tarde. Sociedade de consumo é assim: pegou, pagou, levou. Achei um lavanda em outra loja. É bacana, mas queria o outro... Agora? Senta e chora, meu bem! Vou para Salvador virar o ano de vestido lavanda! Linda e sem salto. [Não há dignidade em se ir para uma festa em clube à beira-mar de salto, bonita!]. Ainda bem que sou a favor de todas as cores. Hoje e sempre!

28.12.08

Ego


EGO

Ego é o centro da consciência inferior. Eu é centro da consciência superior.

Ego é a soma total dos pensamentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais.

Ego é a parte mais superficial do indivíduo, a qual, modificada e tornada consciente, tem por funções a comprovação da realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos impulsos que emanam do indivíduo.

Ego obedece ao princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao id, sem transgredir as exigências do superego.

Quando o Ego se submete ao id, torna-se imoral e destrutivo. Quando o Ego se submete ao superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa insatisfação insuportável.
Quando o Ego não se submete ao mundo, será destruído por ele.

Para Jung, o Ego é um complexo. “É um dado complexo formado primeiramente por uma percepção geral de nosso corpo e existência e, a seguir, pelos registros de nossa memória".

Bibi diz:
Os registros da minha memória estão em excelentes condições, como vocês podem notar ao longo das histórias aqui narradas [quase sempre em detalhes]. O problema é registrar, com o mesmo afã, o que foi bom e o que foi, de certa forma, letal para a minha percepção de corpo e existência.

Seria o Ego parte da sua aceitação enquanto/como engrenagem desse muindo, da história da vida? Seria o Ego o fiel da balança das suas escolhas? A medida dos seus sentimentos mais caros?

Não sei, mas esse assunto me interessa mais a cada dia...

Uma vez escrevi AQUI:
"Amo, logo existo. Sou amada, logo me deixam existir em outras histórias, outras dimensões. Trabalho o amor dentro de mim, para que ele seja bom, eficaz, digno, justo, construtivo e inteligente. Ofereço-o, sem esperar por recompensas. Embora muitas vezes eu espere ser amada em retribuição, mas nem sempre. Amo porque amo; porque fui amada; porque fui correspondida através de gestos, olhares intensos e furtivos, sorrisos, abraços, beijos, apertos de mão, carinho, oferecimentos de toda a sorte, lembranças, cartas, cartões, telefonemas, e-mails, pensamentos, noites sem dormir. E também fui amada através do não-amor; gestos extremos em nome de um bem maior. O amor torna a alma mais sensível, o coração mais vulnerável, os olhos mais cheios de lágrimas. Minha vida foi forjada em amor, por isso já sorri, chorei, me doei, fui além das minhas forças e descobri novas musculaturas, fiz o que quis e até o que não gostava, me entreguei, me iludi, pulei de alegria, me emocionei, percorri caminhos inéditos, voltei aos mesmos lugares sempre com novo entusiasmo, tive medo, sonhei, deixei de sonhar, acreditei, deixei de acreditar, gargalhei, me irritei, sofri a maior das dores e renasci, pronta para percorrer outra vez a mesma estrada".

Retrô 2008 Abertura

PARTE UM:



O final está chegando. Mas todo fim é apenas um recomeço. Vou me despedindo de 2008 e saudando um novo ano que se aproxima. O que termina, não se apaga, vira história. O que está prestes a se iniciar, não se adivinha, apenas cria-se uma expectativa, a chance de fazer melhor, diferente, ir além.

A minha “virada” será inédita. Festa e trabalho. Lugar novo, companhia antiga. Um lugar onde os meus pés nunca pisaram antes; uma atitude que se repete sempre: agradecer a Deus por todos os benefícios para comigo [lições felizes e doloridas também; meus momentos] e pedir para que em 2009 eu possa estar mais atenta à vontade Dele, porque assim, o ano será incrível. Como foi 2008 ou melhor. Vamos lembrar?

* Tive encontros indescritíveis com o Maneco e Bety; momentos espetaculares com amigos às sextas-feiras na RO e depois dela; ocasiões em que trabalho e coração bateram no mesmo compasso, como nas visitas ao estúdio do Rodrigo Lopes (com direito a Duh, Isabela, René, Natasha e ocasionalmente menino Carauta e suas crias) e uma noite no karaokê ou as passadas no espaço style do Guto; horas & horas dignas de serem imortalizados com Jonas, Dani Maia, Cerasoli, Wal, Jorge, Lolô, Babu, S Ruivinho, Dodô, Pós-Dodô, Vitinho, Camota, Magalhansi, Medina, as Rês, Salcedo, Carneiro, Cassus, Beloca, CDDaher, Ju Coutinho, Zalis, Esmê, Taba, as Claritas, Rosinha, PaulinhaMTV, Claudinho, Marinight (ex-Vejinha, New Quem), Poli, Rafa, Thi, MM, Aracy, Yassudinha, Lemos, Ernani, Light, Drica e , Betinha, Fabrício, Sam, JBastos, Gui, Gu Autran, Sassá, Grilo, Tedim, Ghivelder, Serginho (e toda a galera Abriliana carioca swing sangue bom); o tempo extraordinário com a “vitaminada” galera da noite [assessores, fotógrafos e repórteres] que faz do trampo um lugar de grandes encontros[momentos inenarráveis]; trocas indefiníveis com coleguinhas por MSN, e-mail ou telefone [muitos tornando o impossível realizável e meu desespero em possibilidade]; o colo da Van mesmo a quilômetros de distância; encontros oníricos com autores/roteirista/romancistas/contistas/cronistas e com a Tuna, Sara e Léo Martinez, sempre divertidos...

* Consegui manter e continuar o Bibidebicicleta com a audiência “bombando” dentro da realidade de seu universo [onde fiz novos e inestimáveis amigos, como a Ivy e a Ana Martins, que nunca encontrei, mas sempre comenta como se nos soubéssemos há eras];

* Completei mais um ano de análise;

*Fiz dois Fashion Rio’s e um Rio Summer [e guardei várias histórias, como o encontro com Valentino e sua tez laranja];
* Fui à praia, no começo do ano, com a minha sobrinha e uma gente tão bacana [e acho que desde então não mais voltei];

* Recebi o calendário da Casa Hope, onde tinha uma passagem escrita por mim em Julho;

* Visitei Bananal duas vezes. Em uma delas, recebemos crianças de um orfanato para um dia inteiro de recreação. Minha percepção da vida e do ser humano ganhou novas fronteiras e tive certeza de que nasci para ser mãe; no fim do ano, estive no Educandário Romão Duarte. As crianças possuem as mesmas necessidades básicas, mas não os mesmos recursos e para quem já começou a vida na guerra, esse detalhe faz toda a diferença;

* Fizemos a estréia do nosso filme, o média O Show Deve Continuar. Momento único [porque me faltam palavras] proporcionado pelo Mestre Honey, um cara que só me proporciona belas surpresas e um colo sempre à disposição para cuidar de mim.

* Pela primeira vez participei de uma espécie de negociação envolvendo uma conhecida que, aparentemente, tentava se matar e não o fez;

* Viajei para Buenos Aires com a Onça e o Max e protagonizamos histórias memoráveis;

* Fui indicada para uma prova de analista de roteiro na Globo [embora não tenha faturada a única vaga, me senti radiante - depois de ruminar a derrota, claro];

27.12.08

Retrô 2008 Pessoal

PARTE DOIS:

* Ganhei presentes em forma de palavras do Luke, que finalmente se formou e celebrou o feito [tão aguardado] comigo!

* Coisas inimagináveis rolaram: tomei uma cafungada de uma mulher na rua e fui consolada por um mendigo, por exemplo. Além disso, tive a “sorte” de ser pega de calça arriada [literalmente] por um senhor, cujo visual me lembrava o cruzamento do avô do Freddie Mercury com a Elke Maravilha no vôo para Buenos;

* Fiz trinta anos e celebrei a data ganhando QUATRO festas em dois dias;

* Conheci a casa do Jayme Monjardim, Luiza Valdetaro e Marcella Virzi [onde tive a melhor recepção e as melhores entrevistas];

* Morri de rir da Hebe Camargo no lançamento do livro daquele que viria a se tornar meu chefe, tempos & tempos depois;

* Relembrei momentos muito especiais da minha vida em posts nomeados It’s Magic e quero crer que muita gente tenha compreendido que a mágica é possível, basta ter “um certo olhar”;

* Ganhei e li “com gosto” os dois melhores livros de uma vida: A Lição Final e Limites;

* Fui ao Maracanã com o Franitos, o queridíssimo, assistir ao jogo do Flamengo no camarote da Revista Placar [ficamos sobre A TORCIDA]; Estive em festas deliciosas na casa do Onça e do Saulo e os bolos surpresa na redação e encontros fofos com a Cecilia, Bu & turma, Bug e Franitos e Cia, JBatos, MiLicory e ClauDias, Vi e Ellus...

* Me emocionei com recados dos velhos parceiros, novos amigos e de gente ilustre, como a colunista Cora Rónai [de O Globo]; Também com a despedido do Lui;

* Tive o meu instinto maternal aguçado inúmeras vezes;

* Estive no Camarote do Fluminense bem no dia da Final da Copa Libertadores da América. Minha companhia era um cara lindo, parecido com o George Clooney, cujo interior estava na base do Topo Giggio. Foi ali, mais uma vez, que o valor da amizade falou mais alto que um rostinho bonito com o interior confuso: salve Gordo!

* Fui, mais uma vez, para NY com a Onça. Mais Magic Moments: show da Celine Dion no Madison Square Garden; entrevista para a Fox na Times Square; fotos com o Naked Cowboy; Broadway. Revi os meus amores acima do Equador: Tom e Eddy, Tati e Déa, Dudu e as meninas. Conheci a Ka, a Sah e o Bobby, também o Mineirinho e Zé Gambá. Vi mosquito...

* Graças à Flavitcha conheci a Quadra do Salgueiro na área Vip, junto com Suspiro. Pouco tempo depois, nesse mesmo lugar, ganhei um beijo, roubado e desejado, de um cara incrível com quem comecei a namorar [depois de um tempo fechada e que esse mesmo tempo tratou de nos separar e partir meu coração. Chorei. Também me refiz. Coisas da vida, bola para frente]; Beijei e fui beijada; amei e fui amada; paquerei e rejeitei e... Continuo atrás de uma bela história a dois;

* Recebi a vista da Genoud, com quem morei em 2002 e achava que nunca mais veria; refiz a amizade com a Kberinguy, mais de 10 anos depois desse mesmo “senhor tempo” ter nos afastado;

* Tomei café da manhã com a padaria abrindo; parei de roer unha; pedi demissão do nada; surgiu um novo emprego [do nada também] com o qual tenho me identificado demais [Lucy e Roxxy principalmente];

* Estive no lançamento do Livro do Esmê e do Cacau Hygino, que fez um agradecimento à minha pessoa [e a outras] no prefácio;

* Adorei fazer comentários nos seguintes blogs:
Macaquinhos no Sótão
Sobretudo
Varanda
Filósofa de Araque

Na Prateleira da Sambeira (que não existe mais)
Casa da Vó Merinda - que está há muito tempo sem coisa nova! Não devia nem colocar na lista, mas eu amo...

* Estou empolgadíssima com a renovação de antigos laços. Com essa troca entre blogueiros. E vamos nessa, rumo ao post mil! Já passamos de 265 e contando...

25.12.08

Retrô 2008 Geral


Esse clima de fim de ano, já disse, não me anima muito. Mas sabe que ADORO fazer uma retrospectiva?! É como se a gente passassse o ano em revistas e, assim, temos noção de que embora o tempo seja relativo e pareça tão veloz, muitas coisas podem acontecer em 365 dias.

Eis os que me lembro:


* STF libera pesquisa com células-tronco embrionárias. Órgão também estende para o Legislativo e Executivo a resolução que proíbe o nepotismo no Poder Judiciário;
* Entra em vigor a Lei Seca e a Lei da Guarda Compartilhada de pais separados. O presidente sanciona a lei que aumenta a licença maternidade de quatro para seis meses (a medida, no entanto, tem que ser negociada com o empregador e só entra em vigor em 2010). Call Centers tem que se adequar à decisão que restringe à espera telefônica para atendimento em apenas um minuto.
* Barak Obama é eleito o primeiro presidente negro dos EUA, após uma disputa acirrada com Hillary Clinton, pela indição do partido, e com Jonh McCain, pelo posto de "homem mais poderoso do planeta".
* Clara Rojas é libertada das Farc e revê o filho Emanuel, que nasceu no cativeiro e foi retirado dos braços da mãe. Um tempo depois, Ingrid Betancourt também é resgatada após 6 anos no cativeiro.
* O filme brasileiro Tropa de Elite fatura o Urso de Ouro em Berlim. Antes de ser lançado, o longa já fazia sucesso no mercado pirata do país. Sandra Corvelone é eleita Melhor Atriz no Festival de Cannes, por Linha de Passe.
* Fidel Castro renuncia ao governo de Cuba após 49 anos no poder.
* Maria da Penha Fernandes, que inspirou a Lei Maria da Penha contra os abusos domésticos, é indenizada pelo Governo do Ceará.
* Uma brasileira ajuda nas investigações sobre prostituição, que culmina na queda do governador de NY, Eliot Spitzer.
* Mulher é presa em Goiânia acusada de torturar filha adotiva de 12 anos. Isabella Nardoni é atirada da janela do apartamento do pai e da madrasta. O caso, que comoveu o Brasil, ainda está rolando na justiça [entre tantos outros casos bárbaros de violência infantil].
* Epidemia de dengue no Rio traz caos ao Estado em Março. Em um só dia foram registrados mais de 2 mil casos da doença. No fim do ano, Bombeiros são recrutados para entrar na linha de combate para o extermínio dos focos do mosquito.
* A Tocha Olímpica vira alvo de protestos pró-Tibete
* O Padre voador desaparece no litoral de Santa Catarina, amarrado a balões. Um Operário cai em um poço de aproximadamente 25 metros e fica preso por mais de 30 horas, na região metropolitana de BH. José Francisco da Silva, de 63 anos, sai ileso.
* SP, RJ, SC e PR sofrem com terremoto de 5.2 na escala Richter [caso raro no Brasil]. Na China, trenores atingem 7.8 graus e milhares de chineses morrem.
* Austríaco é preso por abusar sexualmente e manter a filha por 24 anos presa no sótão de sua casa. O ex-banqueiro Salvatore Cacciola é extraditado e preso no Rio.
* O jogador Ronaldo Nazário se envolve em confusão com prostitutas e vai parar na delegacia. O Ex-PM Marcelo Silva e Susana Vieira se separam depois que a atriz descobre que ele mantinha uma amante. Meses depois, Marcelo é encontrado morto na garagem do apart-hotel em que morava, devido ao excesso de consumo de drogas.
* Brasil é considerado mercado de baixo risco para investidores internacionais. Dólar fecha abaixo de 1,60 pela primeira vez em quase 10 anos [depois volta a subir]. Crack nas bolsas brasileiras/ colapso na economia americana, levando o poderoso país a uma grande recessão.
* Marina Silva pede demissão do cargo de Ministra do Meio Ambiente. Gilberto Gil, tempos depois, deixa o Ministério da Cultura.
* Exército prende sargento gay em São Paulo, durante programa de Luciana Gimenez.
* Pinacoteca de São Paulo é assaltada e 4 quadros são levados.
* A antropóloga e ex-Primeira Dama Ruth Cardoso morre em São Paulo aos 77 anos. O empresário Arthur Sendas é assassinado no Rio. Morre o ator Fernando Torres.
* Bill Gates, da Microsoft, se aposenta e diz que vai dedicar seu tempo à filantropia. O I-phone, da Apple, chega [oficialmente] com sucesso ao Brasil.
* Pane em telefonia deixa SP sem acesso a internet [o caso atinge outros estados. Nesse dia, eu tive que voltar para casa, porque toda a empresa e suas sucursais sucumbiram ao bug]
* Os atletas brasileiros Maurren Maggi e Cesar Cielo brilham nas Olimpíadas de Pequim. O nandador Michael Phelps é o grande destaque da competição. O time do Fluminense perde a Final da Libertadores da América no Maracanã, para o time do Equador. Corinthians volta a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, cujo vencedor é o. São Paulo, pela sexta vez. Figueirense, Vasco da Gama, Portuguesa e Ipatinga caem para a segunda divisão.
* Menino de oito anos ajuda a mãe no parto da irmã, de madrugada. Outro menino, de cinco anos, vestido de Homem-Aranha, resgatou um bebê de um ano e dez meses de dentro de uma casa em chamas, em SC.
* Seqüestro de Eloá e Nayara choca o Brasil com fim trágico. O menino João Roberto é morto por uma ação infeliz de policias, dentro do carro onde também estavam a mãe e o irmão, durante perseguição a bandidos. A absolvição dos militares gera indignação.
* Nas eleições para prefeito do Rio, Paes e Gabeira travam disputa histórica, onde o primeiro é eleito por uma quantidade irrisória de votos.
* Dado Dolabella e Luana Piovani terminam namoro com escândalo em boate, onde o ator bate na namorada e empurra a camareira que tentou apartar a briga. A camareira vai parar no hospital e o caso vai parar na justiça.
* Vale do Itajaí é arrasado por chuvas; assim como boa parte de Santa Catarina, que tem sistemáticos desmoronamentos. É decretado estado de calamidade pública. Vários mortos, muitos desabrigados e tantos outros que permaneceram isolados durante um tempo. As chuvas também arrasam o interior do estado do Rio e a região metropolitana de BH.
* Terroristas fazem ataques simultâneos na Índia.
* Mudança na cobrança do IR beneficia a Classe Média brasileira.
* Jornalista Iraquiano atira sapatos na direção de George Bush, presidente dos Estados Unidos em visita aquele país.
* Aumenta o número de brasileiros barrados na imigração da Espanha. Crise entre Equador e Brasil por causa da Odebrecht.
* Cerca de 15 anos depois, Madonna volta ao Brasil para uma série de shows. Também passaram pelos palcos brasileiros: Aerosmith, Seal, Michael Bublé, Queen, Rod Stewart, Bob Dylan, Earth Wind and Fire, Dave Matthews Band, R.E.M, Offspring, Maroon 5, Ben Harper, Scorpions, Iron Maiden, Joss Stone, Ozzy Osbourne, Marcy Gray, entre outros. Elton John já está confirmado para show no mês de Janeiro.
Casais que deram o que falar: Camelo e Mallu Magalhães; Madonna e Guy Ritchie; Luana e Dado; Grazi e Cauã; Angelina e Brad Pitt; Carla Bruni e Sarkozy; Degeneres e Portia;



24.12.08

Mi Suerte

SORTE DE HOJE NO ORKUT:

"Ninguém pode voltar e criar um novo início, mas todo mundo pode começar hoje e criar um novo final"

Fim de Ano

Posso até ser uma voz dissonante, mas faço questão de sustentar opinião. Não gosto desse clima de Fim de Ano. Os motivos são muitos [os aparentes e os internos também]. Dito isto, não quero parecer a salada de frutas sem leite condensado; o peru sem fio de ovos; a maionese que ficou passada por estar fora da geladeira [ui que estrago!] e nem a rabanada diet, ou seja, sem açúcar e sem graça.

Tenho o maior respeito por aqueles se entregam de corpo e alma às comemorações. Não sou o urubu que toma o lugar do chester! Fico na minha, curtindo aquela estafa que fim de ano me traz. É trânsito caótico; é um calor do Senegal no Rio de Janeiro; são as revistas adiantando as edições, o que significa sempre trabalho dobrado; cidade cheia, shopping lotado, velhotas andando a passos mega lentos na sua frente [isso me estressa deveras]. Daí você tem que preparar a ceia [eu não, porque já disse que não tenho o brevê do fogão] e aqui em casa essa é a tarefa do meu pai, que deixa que aquele cheiro domine o ambiente. Para onde vou? Com que roupa eu vou? O quanto devo comer para não agredir a balança? Como chegar até lá? Como não pensar em quem já partiu? Aff! São muitas questões...


E os puristas podem me confrontar: "mas é o dia do nascimento de Jesus, nosso Salvador!?" Sinceramente? Poucos são os que realmente pensam nisso e fazem suas festas com o coração cheio dessa lembrança. Claro, o fato de se separar um dia para a comemoração me alegra demais. Mas o que se comemora mesmo é o fato da família estar unida, a comida farta e os presentes. É só sobre isso que se fala no jornal [e eles estão errados em noticiar isso? Não! reflexo da sociedade]. Fico me sentindo fora da nova ordem mundial. E para mim, o nascimento de Jesus é celebrado sempre; assim como sua morte e ressureição. Esses são os pilares da fé e a certeza que nos motiva diariamente e que só faz sentido, obviamente, àqueles que acreditam e vivem dessa expressão de fé.

O bom do fim do ano é que todo mundo deseja coisas boas para todo mundo. Vejo um lado positivo nessa iniciativa [nem sempre 100% verdadeira]. Carinho é uma coisa boa de se receber e de se ofertar, sempre. Gosto também dessa história de se renovar as esperanças para um novo ano. Parece que chegamos ao fim dos 365 (366) dias no último suspiro do guerreiro. E basta que o relógio dê as primeiras badaladas de um novo amanhecer, para você ganhar uma nova energia [igual ao jogo do Mario Bros.]. INCRÍVEL!

Um outro fato que me desperta muito interesse é a questão da mudança. Acho que a maioria de nós procura fazer um balanço do que foi o ano corrente, para tentar fazer diferente, melhor ou mais estimulante naquele que está prestes a se iniciar. Eu procuro pensar em tudo o que aconteceu comigo de mais relevante e agradeço a Deus, de todo o coração. Até mesmo os erros, porque para forjar nosso caráter/personalidade/interior, existem dores que trazem paz. Faço esse balanço e agradeço. Penso em um tema para o ano seguinte, que vai nortear as minhas atitudes, mas não cercear ou resumir as minhas escolhas e as surpresas que virão pelo caminho.

O meu ideal para essa época seria viajar. Sair do caos em companhia aconchegante [ou família ou amigos ou amor ou todos juntos]. Até que pintou uma trip para um lugar inédito durante o reveillon, mas é trabalho! Uia! Vou de peito aberto e mente segura. Vou experimentar. E voltar aqui para contar T_U_D_I_N_H_O. Ou não! rs

23.12.08

Vazio e Recomeço

Amigos inspiram
23/12/2008

Amigos inspiram amigos...
Que inspiram outros tantos...
Que são inspirados pelos que aqui já passaram e deixaram um legado de delicadeza e suavidade...
Poesia de se sentir, de se ver, de materializar sensações.
Sentimentos que se atiram do peito para o papel;
Lágrimas que tocam a alma;
Sorrisos que transpõem o nosso interior sem pedir passagem;
Dor fina que machuca sem tocar;
Coração rasgado sem peças exatas para juntar.
Um mar de sensações revoltas, abrigadas em métrica.
Qualquer coisa que te traga e você não se deixa resistir;
Algo que te empurra para o mais cruento abismo e por mais que você lute, a salvação é mesmo se jogar em direção ao desconhecido.
E esperar.
E se aquietar.
E observar.
E se ancorar.
E se fortalecer para enfrentar novas sensações.
Amigos inspiram amigos, mas também são fonte de inspiração para tantos e tão poucos.
Somos um e somos muitos, múltiplos, únicos.
Existe um pedaço de nós em cada lugar;
Uma onda de esperança impossível de se calcular.
Ela se espalha.
Ela se espelha.
Ela se transforma e ganha novos contornos.
Tão familiares e tão novos, que experimentar parece que é ter mais do mesmo com sabor de novidade.
O que é já foi e o que foi ainda há de ser.
Nada é novo.
Tudo parece tão óbvio como final de filme.
E a projeção não pára.
E a freqüência só aumenta.
E as apostas se avolumam.
E a platéia inquieta cumpre o seu papel: lágrimas, palmas, desconforto, epifania, emoção contida, sensação de déjà vu.
Um vazio e um recomeço.


A minha inspiração para o verso acima veio do blog da Lívia. Li lá no Varanda um verso do Fernando Pessoa que falou à minh'alma:


Foto de Viena By Moratelli
Sobre o Viver e o Pensar
Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental
Mas, reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual, porém, é a verdadeira
E qual a errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

22.12.08

Dias Melhores


Recentemente a minha Mãe fez uma viagem e trouxe de presente para mim um livro sensacional. Mais incrível ainda é o fato dela ter acertado o "meu gosto pelas lembrancinhas" duas vezes seguidas. Acho que isso nunca antes aconteceu na história desse país, como diria Lula [ou na vida desta escriba, como melhor completaria a sentença]. Fato, portanto, digno de celebração [da minha parte].
Aliás, em uma viagem anterior foram dois presentes na mosca e um mega errado, que o acaso fez o favor de quebrar e chegar inutilizado dentro da mala, me poupando, assim, de comentários ácidos. E ela, de frustrações sem necessidade.
Dessa vez, o livro caiu como uma luva. Chama-se “Dias Melhores Virão”, de Max Lucado autor Best-seller do The New York Times. Não é mais uma daquelas compilações do tipo auto-ajuda pura e simples. É um livro que se propõe a trazer um pouco de esperança aos dias já difíceis e ainda mais problemáticos; mas ao fazer isso, ele traça um paralelo da vida contemporânea com o olhar cristão [que é a base da minha vida e dos meus valores mais caros].

Logo de início, o autor me ganha com a seguinte sentença, que faço questão de transcrever e imortalizar nessas minhas memórias:

"Os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos, nem são como os nossos. Nem estamos na mesma vizinhança. Estamos pensando: preserve o corpo; Ele está pensando: preserve a alma. Sonhamos com um aumento de salário; Ele sonha ressuscitar os mortos. Evitamos a dor e procuramos a paz; Deus usa a dor para trazer paz. “Vou viver antes de morrer”, decidimos; “Morra para que você possa viver”, Ele instrui. Gostamos do que enferruja; Ele gosta do que dura. Alegramo-nos com nossos sucessos; Ele se alegra com nossas confissões. Mostramos aos nossos filhos o astro da Nike exibindo um sorriso de um milhão de dólares e dizemos: “Seja como fulano; Deus aponta para o carpinteiro crucificado que tem os lábios manchados de sangue e um dos lados dilacerados e diz: “Seja como Cristo”...

A natureza é a oficina de Deus. O céu é o seu currículo. O universo é o seu cartão de visitas. Você quer saber quem é Deus? Veja o que Ele fez. Você quer conhecer o poder de Deus? Dê uma olhada em sua criação. Está curioso para saber a força de Deus? Faça uma visita à sua casa: Avenida Um Bilhão de Estrelas no Céu. Quer saber qual é o tamanho de Deus? Saia à noite e olhe para a luz das estrelas emitidas há um milho de anos e depois leia Crônicas 2:6: "Quem é capaz de construir um templo para Ele [Deus], visto que os céus não podem contê-lo, nem mesmo os mais altos céus?”...



Lilia Cabral me disse que Natal é o renovar da esperança, lançando nossos pensamentos e projeções para um futuro melhor. Jesus nasceu, é Natal. Meu desejo é ter a esperança renovada para saber andar nos caminhos que Ele escolheu para mim. Respeitando tempo e espaço; o que já foi e o que ainda há de ser.

Fazer Diferença

Quem leu o post abaixo, pode ter certeza de que estou na fase “I Love you baby”, mas que sei esperar pelo tempo certo das coisas. Cada sonho e decisão têm seu tempo exato de maturação e desenvolvimento. Fato explicado, não impede que eu continue escrevendo sobre crianças. Aliás, o término da semana/ início do fim de semana se resumiu a uma dose cavalar de pequenos. Na veia!


Todas as Fotos do post são de Claudia Novaes

Sexta-feira foi aniversário do Noah, filho da Dani Winits e do Cassio Reis. Para celebrar o primeiro aninho do pequeno, o casal de atores resolveu fazer uma festa solidária no Educandário Romão Duarte – uma espécie de orfanato na zona sul carioca. Ao invés de presentes, os convidados foram estimulados a levar doações de alimentos e fraldas.

Cheguei antes do horário marcado para a festa, porque estava lá a trabalho, não como convidada. Depois de me encantar com a decoração [foi inspirada na Arca de Noé e tinha como tema A Arca do Noah, Noé em inglês], fui conhecer as dependências da instituição.

Sem palavras. Não posso resumir o trabalho daquelas pessoas. Não conheci todos os cantos do lugar, mas fui levada direto para a sala dos recém-nascidos e crianças até dois anos [as que estão aprendendo a andar e as que já dão os primeiros passinhos delicados]. Tem gente que acha que vai chorar; há os que se eximem da visita e da participação por conta dessa sensação. Eu fui. O que me assustou foi a quantidade de bebezinhos, sozinhos, cada um em seu bercinho. Mais de dez, sem exagero. Todos dormindo o sagrado soninho pós-almoço. Olhei pelo vidro, porque a gente não está autorizada a pegar, tocar. O mesmo com os de até dois aninhos. Meus olhos foram capturados pelos de uma menina mulatinha, que estava de saia jeans e blusa de listra. Ela me olhou pelo vidro e soltou um sorriso tímido, desviando, então, o olhar. Eu quis pular ali dentro, claro. Mas, inacreditavelmente, não fiquei com aquele gosto de guarda-chuva na boca. Apesar de a situação toda ser muito injusta, as crianças são super bem-tratadas. Triste eu fiquei no orfanato que visitei no interior de São Paulo, mas isso já é outra história.





Os internos foram convidados a participar da festa do Noah. E foi justamente a tal menininha de saia jeans e blusa de listras que precisou de ajuda para subir a escada que leva ao salão principal. Ela não apenas se deixou segurar pela mão, mas também pegou a minha com firmeza e só soltou um tempão depois. Enquanto pude, mostrei a ela a decoração do local. A “pegada” da sua mãozinha me deu a dimensão da necessidade de atenção exclusiva que essas crianças têm. Mais uma vez, elas são muito bem tratadas, um número bom de monitoras amorosas, mas ainda assim, nada substitui o estímulo individual, a atenção focada, o exemplo. Quero muito voltar lá. Quero muito tocar outras pessoas, para que elas façam o mesmo [em presença ou em doação em espécie ou de talento]. E não quero ter que mencionar as histórias trágicas que eu ouvi ali; resumo de uma vida cruel, para tipos que mal começaram a delinear a sua trajetória. Há coisas de difícil compreensão, principalmente quando humanos são mais bestiais que os ditos animais irracionais.

O aniversário do Noah foi um sucesso. Eles arrecadaram uma tonelada em doações, entre mantimentos, leite e fraldas. Todos se divertiram muito. Uma tarde feliz. Alguns ali são apadrinhados, vão ganhar presenteS de Natal. Porém, a assistente social me contou que TODOS acordarão no dia 25 de dezembro com um presentinho ao lado da cama. Fiquei extremamente tocada.





Se você puder contribuir, não deixe de fazer. Em dezembro chegam muitos presentes. Em janeiro, todos os tipos de doação praticamente somem, porque as pessoas têm que pagar todas aquelas contas, colégio, material escolar, etc. Há bem pouco tempo, por exemplo, deu um surto de piolho por lá [o que é supernormal em crianças. Ainda mais, porque há os internos e os que apenas passam o dia] e não havia verba suficiente para um tratamento, digamos, mais eficiente. Mas quando o homem falha, Deus ajuda. Não duvide. Eu não duvido.

Clique aqui para conhecer a instituição: www.romaoduarte.com.br

Progesterônico

Samuel e o Papai dele, esperando na janela

Eles levantaram a lebre. Sah, Bia Bug e o Val acusaram: "definitivamente, seu blog tem estado bastante progesterônico". [Dã]. Obviamente estou vivendo um estado de "Hello cegonha?!" há bastante tempo. Desde os 14 anos [ou antes] o meu instinto maternal foi acionado. Nessa época, eu cuidava de umas 20 crianças entre 6 e 11 anos, todos os sábados, no movimento escoteiro. Antes disso, qualquer lugar que houvesse uma criança, eu não dava atenção a mais nada e ninguém.

Se eu brincava de boneca quando era pequena? Não, eu brincava na rua de pés descalços, corria, soltava pipa, jogava bola de gude, queimado, pique-esconde, pique-bandeira, pulava muro, subia em árvore, andava de bicicleta, patins, skate, pogoboll [ficava com os pés em bolhas], acampava, tomava banho de piscina, jogava detetive, jogo da vida, war, banco imobiliário. Os únicos seres inanimados que "projetavam" a imagem humana eram Playmobill, G.I. Joe e bonecos do desenho He-Man, que faziam parte do arsenal do meu vizinho e melhor amigo. Ele sempre me chamava para brincar. Desde muito cedo, dei preferência para as brincadeiras coletivas. As bonecas me tragavam para um mundo mais solitário. Mas foi sair da idade das bonecas, para entrar na fase I Love Kids.

Esse vulcão andava apagadinho há algum tempo [mais de três anos]. Só que meu last boyfriend tem um filhinho de três anos, que é a coisa mais fofa desse mundo. E eu me apaixonei pelo garoto, antes mesmo de conhecê-lo. E quando nos encontramos, a mágica aconteceu. E por um dia, o menino foi um pouco meu. Depois disso, ele foi "retirado" de mim. Ficou a vontade. Gritando, uivando e salivando dentro de mim. Já havia feito o post dos filhos dos amigos aqui no Bibidebicicleta. O Franitos aparece com o sobrinho mais lindo e mais figura nos braços [Samuel, o loiro da foto]... Claro que estou ovulando! Se me deixarem mais de um dia tomando conta de um bebê é capaz de sair leite do meu peito! hahahaha

Os Índios da tribo pensaram que o Samuel fosse um boneco e não um menino

Porém [ah! porém], como eu também já havia falado aqui, tudo tem o seu tempo certo. Quando a gente apressa o curso natural da vida [ou tenta alterar o fluxo natural de um rio], nós acabamos pagando um preço bem caro lá na frente. E não é que eu queira ser a "Senhora Perfeição", longe disso [far, far away mesmo]! É que sonho em planejar uma família. Se Deus me abençoar com filho (s), gostaria que ele (s) fosse (m) fruto (s) de uma história de amor, de um belo encontro [sem data marcada, sem previsibilidades ou obviedades].


O que fazer então, acerca dessas coisas? Esperar e curtir as oportunidades que a vida me oferece.


E por falar em esperar... Foi esse o tema que eu comentei lá no blog do Valmir, o Sobretudo. Gosto dessas conexões. Vou trazer para cá, o comentário de lá. Enjoy.

Foto "descolada com consentimento" do blog do Moratelli



VALMIR DIZ:
"Agora, no meio do texto, revendo essa foto, me veio uma outra coisa à cabeça. Quase deleto tudo e recomeço. Preguiça... Essas cadeiras vazias... Isso me lembra esperar. Esperar e nunca saber se vai chegar. Quem vai chegar? O que vai chegar? A gente está sempre esperando alguma coisa. É ela que não ligou. É o dinheiro que não caiu na conta. É o ônibus no ponto. É a remuneração no trabalho. É o chope o garçom não trouxe. É o telefone que não toca. É o presente que deve vir. É o sinal que já vai abrir. É a chuva que já já vai cair. É o sol que precisa aparecer. É a revista que tenho que fechar. Enquanto a gente espera, vai vivendo. Eu prefiro esperar em pé. As cadeiras vazias..."

BIBI RESPONDE:
"Eu costumo dizer que a vida é o que acontece enquanto a gente está nela. A espera faz parte. Mas ela pode se tornar um momento criativo, de aprendizagem. Como jornalistas, a gente tem q desenvolver técnicas p esperar com paciência, pq essa é uma tarefa que muito se faz. Eu, ansiosa e inquieta por natureza, achava uma tortura ter q fazer plantão, paparazzi, porta. Na porta, pelo menos, a gente fala um monte de besteira, joga conversa fora e vida dentro. Tudo vira história. Esperar no aeroporto, agora, só com livro. Estava em SP num desses apagões, sozinha e estressada. Não saio mais de casa sem livro e bloquinho. Qdo viajo, ainda tem a palavra cruzada! Difícil é esperar o cara certo (não o perfeito) chegar; a oportunidade ideal de trabalho; os sonhos se tornarem metas e realidade. Antes de nascer a gente já esperava ficar formado dentro da barriga da mãe. Depois disso, espera-se a morte. Mas a gente não vive esperando por ela... A gente simplesmente vive. O que me traz de volta à frase do começo do post, que a vida é o que acontece enquanto a gente está nela."

19.12.08

Very, Very Extraordinary...


Adoro essas pequenas surpresas que a vida nos apronta. Algumas delas só fazem mesmo sentido a você; para outros é pura balela, bobagem, piração.

Eu ando um pouco mais atenta as pequeninas surpresinhas que nos aparecem vez ou outra. Quando se está leve, a capacidade de respirar aumenta, a vontade de olhar em volta surge de forma expressiva e natural e, consequentemente, você acaba percebendo que está pronto para curtir [desfrutar] desses pequenos pontos, que ao serem ligados, se transformam em alegria. Estou cansada, mas em paz.

Hoje, por exemplo, entre no Youtube logo pela manhã. Ontem, meus amigos me falaram sobre um video muito engraçado do Chico Anysio. Fiquei tão curiosa [a animação deles era tamanha] que parti em busca da informação. Clique vai, clique vem, acabei encontrando uma música SENSACIONAL. Sabe aquele tipo de canção que você escuta em uma trilha sonora qualquer e te marca [sabe Deus por que] e você então passa anos sem pensar nela, mas quando a escuta outra vez, um faixo de luz começa a tremular no seu peito? Foi assim. Natalie Cole, mais uma vez, me arrebatou. Eu já amava This Will Be [tema do filme Taxi, com a Queen Latifah, Gisele Bundchen, Jimmy Fallon] em sua interpretação. Agora voltei a ouvir L.O.V.E e essa canção me pegou de jeito: pezinho batendo, ombros balançando e eu me imaginando num delicioso cabaret nos tempos gloriosos de Liza Minelli!

Claro, vou reproduzir a letra abaixo [e que fica um veludo no tom certo da minha voz], mas recomendação é a versão da Natalie, não da Joss Stone, cantora que também amo, mas quis fazer uma versão diferente, modernosa, e deixou de fora a liga que dá o "baticum" no coração. Ai que vontade de fazer um musical...


L is for the way you look at me
O is for the only one I see
V is very very extraordinary
E is even more than anyone that you adore can

Love It's all that I can give to you
Love is more than just a game for two
Two in love can make it
Take my heart but please don't break it
Love was made for me and you

17.12.08

Noah

Antes de ir para as bancas, eu não podia contar mais detalhes dessa matéria invcrível que a gente fez no Hotel Santa Tereza [um pedaço da serra, do campo ou de Amsterdã em plena Cidade Maravilhosa]. Agora que já está na capa da Revista Quem Acontece desse semana, fico em paz de revelar duas das inúmeras outras fotos feitas para esse trabalho mais que fofo. Já havia dado dicas no post Ovulei.

Foi o Noah que me fez sentir que ser mãe, mesmo sendo uma tarefa cheia de trabalhos e detalhes que são importantes, vale cada segundo. O Noah é mesmo um menino especial. Seu sorriso te ganha na hora. E se ele estiver entediado? Simples, basta cantar: "Paçoca, mariola, quindim, Frumelo, doce de abóbora com coco, Bala Juquinha, algodão doce e manjar. Uh! Venha pra cá, venha comigo! Amar é pra já, não é proibido. Vou te contar: tá divertido, Pode chegar [Sua música favorita, sem dúvida]". Antes mesmo de saber andar, o Noah já adora dançar! Ora segurado pelo tronco, quando pode dar pulinhos sem preocupação; ora sentado, mas sacudindo os bracinhos sem parar, como quem marca o ritmo da canção. Coisa mais linda de viver!

Cabelos loiros, olhinhos azuis curiosos que tentam decorar para reproduzir os gestos que mais lhe agradam - como o clássico não, balançando a cabecinha. Ele acorda da soneca da tarde de muito bom humor. Adora banana amassada e bebe bastante água. Usa roupas descoladas: calça Diesel, sobreposições de camisas e tênis Adidas, além de ter sempre algo da Dolce Abbraccio by Noah para deixar o visual ainda mais personalizado.

Mamãe Winits e Papai Reis tem um tesouro em casa. E o mais legal é que embora ser mimado fosse o tipo de criação lógica para quem já nasceu em lar privilegiado; Noah não é superprotegido. E antes mesmo de completar um ano, já era inspiração para arrecadar doações para o Educandário Romão Duarte, no Rio, onde foi o seu chá-de-bebê e também onde vai festejar seu primeiro aninho. Sempre pedindo doações como presente. O menino já ensaia as palminhas desencontradas para a hora do bolo. Se certo ou errado, não importa: é uma graça sempre!


Querendo...

Simplesmente adorei essa foto que o Fernando Torquatto fez da Carolina Dieckmann para a Revista Quem Acontece. Madonna dá adeus ao Rio de Janeiro com a Carol transpondo a Material Girl para as lentes.



Ah, pára gente!
Vou começar a desfiar o meu rosário de reclamações...
Muita gente sem comentar os posts ultimamente.
Pombas, justo agora que ando tão certinha, com as atualizações quase diárias...
Isso, definitivamente, baixa a minha libido literária, mas enfim...
Hoje eu ouvi uma frase boa e uma palavra "nova". Dois itens bem divertidos:
"Gata, me moderniza que eu estou Barroca!"

"Fulana está tão sequeirosa hoje", ou seja, fulana está "se querendo" demais...

Day by Day


Gosto de comparar a vida a uma colcha de retalhos. Gosto muito, aliás, porque é a associação mais simples e sincera que me ocorre. Já a citei várias vezes aqui [e certamente outras virão]. Gosto de pensar que as belezas da vida podem ser costuradas a nossa história momento a momento. Basta que estejamos atentos à vida e não tenhamos medo de viver suas surpresas.

Existe um filme que me toca bastante: Stepmom (1998) com a Susan Sarandon e Julia Roberts. Nele, a personagem de Julia é uma fotógrafa, que tem a bela idéia de fazer uma colcha de retalhos com os melhores momentos da ex-mulher de seu atual marido junto aos filhos. A ex-rival, Susan, descobre que está morrendo de câncer; mas esse ato simples, profundamente tocante e cheio de generosidade acaba transformando duas famílias partidas em uma só comunhão. Os retalhos dessa colcha são realmente os momentos felizes vividos por aquele núcleo.


Aprecio demais costurar eventos da vida, não só para contar a minha história, como também para torná-la significativa. Uma vez li uma frase que dizia:

“Morro e revivo nos pequeninos instantâneos da Graça. Sempre a espera de um milagre...”
Adotei essa máxima, fazendo desses pequeninos instantâneos da Graça, as peças exatas para a colcha de retalhos que estou construindo; bordando e recortando ao sabor das lições e dos acontecimentos.

Assim sendo, quando elaborei uma lista de coisas observadas em apenas um dia pelo bairro do novo trabalho [post antigo], pensei na frase de Charles Chaplin, que diz:


“A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe.”
E assim foi. Logo no segundo dia de trabalho, a minha chefe pediu, por e-mail, para que eu falasse mais baixo! Essa pequena Italianinha que vos escreve estava dando urros com a pessoa do outro lado da linha, para que o trabalho acontecesse da maneira perfeita. Eu falo alto e gesticulo apenas quando me empolgo. Essa mesma pessoa, me ligou em seguida e perguntou se eu estava triste [hehehehe]. O poder da voz. Foi essa mesma pessoa que me disse que quando a gente não conhece quem está do outro lado, a voz simpática faz toda a diferença. E foi assim, com um elogio, que fiz amizade com a Ed, uma paulistana gente boa e que confiou no meu taco só pela voz... E se deu bem! RS

Caminhando pela rua principal, logo depois do almoço, vejo uma cena intrigante. Uma mulher vem na direção contrária a minha, com a blusa TODA molhada só na região do peito [específicamente]. Aquilo me intrigou profundamente. Acompanho com o olhar a passagem da jovem, sem entender como alguém pode suar só no peito [no caso, no peitão]. Duas marcas de água exclusivamente na região pontiaguda, protuberante e alimentar da mulher. A Lucy, que caminhava comigo, esclareceu a minha momentânea ausência de sinapse: “Bibi, ela está vindo da praia e o vestido está molhado só na região do biquíni”. Uia! Como não pensei nisso, meu caro Watson!? É elementar, minha humilde habitação está a uma montanha de distância do mar... Não conheço os hábitos e esquisitices de quem é rato de praia.


Camelô de bairro bohemian chic tem seus atrativos em escala superior. Um Rolex está valendo R$ 300,00 [no pau!]. O “falsi”, porque o real está valendo algo em torno de 10, 12 mil reais [menos ou mais, dependendo do modelo]. Um amigo meu ganhou um de aniversário, há pouco tempo. A pessoa que o presenteou achou que ele não havia se animado o bastante com o mimo. Ele diz: “Ah, Rolex eu já tenho outros, já vi, já sei o que é... Gostei mesmo foi da colagem que a minha massagista fez para mim de presente”. Pois é, essa é uma camada telúrica da sociedade da qual não me atrevo nem a pesquisar, porque é um mundo legítimo sim, mas totalmente desconhecidoe de polegar opositor [para quem assistiu Ilha das Flores]. Algo que paira num paralelo entre Lost e a Ilha da Fantasia, na escala da minha mais humilde vivência suburbaninha, com toque de charme, elegância e sofisticação patrocinados pelos tempos de Caras e as coberturas das festas do high-socity. E não há demérito em nenhum dos dois lados dessa moeda. Só um abismo.

E depois de perceber que eu não poderia ter nem o Rolex by Feirinha, recolhi a minha dignidade, a fim de voltar para casa. De ônibus. Antes, passei na padaria e comprei biscoito goiabinha, alegria de pobre. Lembrei tanto de Jorge Brasil, que tem asco desse biscoito. Uma vez ele pegou um pacote inteiro e socou tanto o bicho sobre sua mesa, que só sobrou farelo para contar história. Cada um no seu quadrado, certo?


Logo após o lanche, peguei um livrinho para ler. Vi que o cara que sentava-se no banco ao lado [do outro lado do corredor] estava atracado em um jornal. O balanço e a leitura me fizeram dormir em questão de minutos. Quando acordei, no meio do caminho, vi que o camarada do jornal dormia de pescoço pendurado, jornal espalhado pelo chão, bem como eu deveria estar há poucos minutos. E fiquei matutando: será que, assim como a minha mãe, eu durmo de boca aberta? Ser flagrada nessa situação é fim de carreira, meu bem! Pior que isso, só usar o ombro do companheiro ao lado como travesseiro. Ato [falho] que também faz parte do meu repertório “morfeniano”.
Agora vou dormir. Essa escrita já me deu olheiras.
Beijos e até a próxima!

16.12.08

Sapato Nele!


A Lívia postou no Varanda um texto que começa assim:

"Sem apologia à violência, mas é impossível não concordar com a tentativa de sapatadas ao Bush. O jornalista iraquiano aproveitou o ímpeto de ousadia para desafiar o que ainda resta do presidente dos Estados Unidos. Pena que sua mira não é tão boa…"


Eu ainda não havia planejado escrever sobre o episódio aqui, mas não resisti a fazer o meu comentário lá e o trouxe para cá. Assim como a passagem da Madonna pelo Rio de Janeiro aos 50 anos saltitantes, concordo que o feito "sapatada no Bush" causa efeito em nosso tempo. Deve, portanto, ser registrado aqui no Bibidebicicleta.

A réplica para o parágrafo da Lívia [plus comments] foi:


Mira ruim? Primeiro: se fosse eu, era capaz de ter acertado o homem ao lado do Bush [o Primeiro-Ministro do Iraque, Nuri al-Maliki], a cabeça do coleguinha sentado à frente ou o segurança que guardava a porta dos fundos [nas duas tentativas, inclusive]. O Jornalista Iraquiano, Muntazer al-Zaidi, tal qual um primitivo homem das cavernas com a sua lança em punho, mandou o sapato na direção certa; tanto que o Presidente dos EUA teve que desviar da "arma letal e de destruição em massa [encefálica?]". Pelo menos o topete saiu do lugar e naquela hora não havia nenhum assessor do Pentágono para assuntos capilares de extrema urgência para a segurança nacional [lembra da cena que vazou em um dos seus pronunciamentos? O bonitinho sendo penteado? Cute Cute, Nhã NHã Nhã].

Segundo: o Jornalista Iraquiano pode não ter "chapuletado" o seu pisante na cabeça do Georginho Junior, mas acertou em cheio o que restava de sua dignidade [e do sorriso amarelo, dado como retribuição mais uma vez. O homem sorri tanto, que já deve estar com a jaqueta dentária gasta. A ordem deve ser: quando não souber o que fazer, sorri e acena, tal qual fazem com as misses]. Foi uma das despedidas de governo mais humilhantes dos últimos tempos [Isso porque a gente não pode descartar o caso Watergate, por exemplo]. Foi pior que o bye-bye do Bobby Pai Bush ou o folhetim latin lover western protagonizado por Will Clinton, o charuto mais rápido do Oeste.
A ousadia do Jornalista Iraquiano chega a me comover [e me dá tantas idéias para histórias e sagas...]. Que coragem a desse cidadão! Não tinha mais nada a fazer, a não ser esperar pelo minuto final, quando pôde marcar seu protesto contido, atirando contra o seu opressor a lembrança mais repressiva [corretiva e coercitiva] de seus tempos de infância: o sapato cantou, o couro comeu.
Pode-se dizer que o ato de atirar os calçados foi tão marcante quanto o tiro que matou JFK. Só que a bala acertou o alvo e os "pisantes" só feriram a alma [e a dignidade, que já estava à meia-sola mesmo]. Não seria tão bom, se não fosse
patético. Agora a pergunta que fica e que não quer calar: será que o sapato atirado pelo corajoso Jornalista Iraquiano Al-Zaidi Skywalker estava "carregado" no chulé!? Porque além de arma letal e de destruição em massa, o artefato poderia ter emanado gás tóxico! Quem se habilitaria a dar a primeira cafungada?

15.12.08

Sétimo Dia



Ai meu São Longuinho! Não sei por que ainda aposto meus dividendos em cavalo manco!? Explica-se: a história é recorrente. Eu anoto um tópico no blog e não o desenvolvo; as pessoas são atraídas por certas palavras; a coisa ganha uma forma maior do que ela realmente tem, porque a criatividade humana é infinitamente mais capaz que fatos e letras. Então, eu me sinto mais acuada que um esquálido nerd que deixa cair o sabonete no chuveiro do vestiário dos jogadores de futebol americano depois de cinco dias concentrados...

Por que esse prólogo imenso e tenso? Bem...

Saulo disse: "Paquera no enterro... Exótico! rs Adoro os causos mais bafosos! rs"

Ivy disse: "Eu to MORRENDO de curiosidade de saber a história por trás do primeiro item. Aliás, acho que todo mundo, né?"

Val disse: "Um post já pra isso: Paquerar em enterro, velório ou missa de 7º dia COM NOMES E DETALHES PICANTES, HEIN!"


E a história não tem nada demais! Aliás, tenho uma relação tranqüila com essa coisa que dizem ser mórbida. Já contei aqui, que a minha mãe dormiu em uma lápide durante o velório, quando veio de outro estado para o enterro da sogra. Já contei aqui que visitei dois cemitérios durante viagens: o de Nacional de Arligton, na Virgínia e o De La Recoleta, em Buenos Aires, Argentina. Sim, neste último teve história. Eu estava apertada para fazer xixi e não achava nem o túmulo da Evita [motivo do passeio, anseio de Max, o menino maluquinho] e nem um caminho que levasse ao banheiro. Estava procurando uma tumba mais fechadinha para poder resolver o meu problema, mas o medo de algum defunto passar a mão na minha bunda foi maior. Foi em um desses corredores de mausoléus que eu me deparei com três gatinhos de sotaque americano e comecei a puxar papo; eles com o mapa na mão [o MAPA do cemitério] e eu ali arranhando meu inglês... Mas o cérebro estava todo concentrado na bexiga [sem trocadilhos, por favor].

Bem, comigo não rolou de "dar uns pegas" no gringo entre as tumbas na Recoleta. Contudo, a Onça, minha companheira de viagem, já havia ido além. Anos antes, um professor da escola morreu. As turmas foram em "caravana" para o enterro. A Onça troca olhares com um "coleguinha" e pinta aquele sentimento [frisson, diriam os adeptos de gírias idosas]. Entre mortos e feridos, rolou uma pegação básica.

Pois é. No meu extenso currículo de histórias estranhas e amigos esquisitos, não consta ainda o item "malho entre as sepulturas de cadáveres humanos". Nunca tive que consolar um tipo mão fria, coração quente...

E toda essa história começou no dia em que a Lucy, minha nova amiga do trabalho, resolveu me apresentar umas ruas ainda inexploradas nos arredores do escritório. Passamos em frente a uma igreja famosa da região e as pessoas saíam do que parecia ser uma missa de sétimo dia. Só jovens. Só caras lindos. Todos de terno. Frágeis. Aparentemente necessitando de braços consoladores... A Lucy passa por ali, vira-se para olhar a paisagem mais uma vez e solta a pérola: " Hum, nunca havia pensado em paquerar em enterro, velório ou missa de 7º dia... Olha como pode ser uma experiência interessante?" hahaha Melhor que isso, só a Onça pedindo para tirar foto com os padres mais lindos de uma catedral na Plaza de Mayo! Jesus me abana! Cada homem de saia mais bonito que o outro [Hummmm, mira que rico! hermoso! ui, ui , ui].

Madonna


Não se fala em outra coisa, senão da passagem da Madonna pelo Rio de Janeiro e São Paulo. Tive que registrar esse momento aqui no Bibidebicicleta [mesmo não tendo ido e sem nem ter tentado ir]. Muito mais que show e música, o que me impressiona é que essa sílfide na foto tem 50 anos! E uma capacidade de ser todas e ainda assim, única. Adoro acompanhar o crescimento da filha dela, a Lola, já tão cheia de identidade [a cara da mãe] , mesmo tendo uma mãe que parece condensar a atmosfera e tomar conta de tudo; a menina segue abrindo seu espaço com a [aparente] "doçura" dos pré-adolescentes.
Então é isso! Ela veio. Eu não fui um dos seus 70 mil súditos do primeiro show no Maracanã. Li sua biografia. Gosto de sua performance, particular e especialmente a dos Anos 80. Acompanho suas reinvenções. E me surpreendo positivamente com seu papel de mãe. Esse lado da vida ela trata com delicadeza, o que surpreende at the end.
Madonna passa e eu espero pela vinda do Elton John. Esse, se Deus quiser, eu não perco! "Right from the start I gave you my heart!"

14.12.08

Ovulei

Essa é a Suri, o bebê mais fofo de Hollywood


Sei, sei, sei que estou devendo muitas histórias. Anotei em tópicos justamente para não esquecê-las. Porém, fatos nada extraordinários, mas urgentes, me trazem aqui na manhã desse domingo.

Ontem eu saí cedo para uma matéria. Acordei animada, o que já é, por si só, um milagre para uma manhã de sábado [geralmente destinado a transformar a minha cama em um sarcófago e o quarto, numa pirâmide escura e quentinha]. Fui acompanhar "uma cliente" [só para não citar o nome até óbvio da pessoa, agora] em uma locação complicada, dia difícil. Percorri com o fotógrafo a locação, ela chegou e eu não vi. Quando nos encontramos outra vez, nos falamos alegremente, eu vi que ela estava acompanhada por uma babá, mas não encontrava criança alguma por ali... Achei tudo muito estranho, afinal, ela [especificamente] não precisa de babá. Olhei pelo quarto e nada encontrei. Ao me virar, atrás de mim estava a criatura mais linda que já vi na vida! Sentadinho no carrinho, sem dar um pio, só observando toda aquela movimentação.

Vou te falar uma coisa: meu instinto maternal que já urrava ultimamente, tomou conta do meu corpo, mente, coração; dominou os meus sentidos. Naquele dia, a minha atenção foi toda para aquele bebê "absolutely adorable". Minha cliente e sua matéria ficaram com o resto da minha atenção, simplesmente porque era a minha primeira vez com aquele anjo que acompanhei crescer na barriga dela e que via pela primeira vez.

O fato dele ter olhos azuis e cabelos loiros com mechas naturais de mel era apenas um detalhe especial que o torna um "bebezão de comercial". Lindo sem dúvidas. Sua beleza somada à sua simpatia formam um combo espetacular. O menino não chora, não estranha as pessoas e SEMPRE te oferece um sorriso [com dois dentinhos em baixo e um e meio em cima] hipnotizador, principalmente quando você canta para ele dançar. E se isso não fosse suficiente, ora veja, ele é muito inteligente. Sabe quando estamos falando com ele ou dele; observa tudo e reproduz o que está dentro do seu repertório. Conversando com os amigos ali perto, seu pai falou: "legal!" Ele, a certa distância, parou o que estava fazendo, arregalou os olhinhos e disse: "au au?" hahahahaha Ali eu ovulei. Olhos cheios de lágrimas e eu pronta para me oferecer até a biba que fazia a maquiagem [graças a Deus a serenidade me alcançou! rs].

No fim do dia, ele já me reconhecia e apontava o seu dedinho para mim, com aquele sorriso banguela. Ele é o resultado de um casamento que o planejou e o quis demais. Pai e mãe, não raro, ficam hipnotizados pelas brincadeiras que ele inventa, nesse seu mundinho infantil onde tudo é paz e descoberta. Eu também fiquei... E compreendi que por mais que nosso instinto seja/esteja latente, o grande ensinamento é saber que tudo tem o seu tempo determinado. Mas que eu ovulei à tarde toda, ah, disso não tenho dúvidas... rs