26.5.13

pensamentos

Meu Pai era um cara durão por um lado (era bravo às vezes) e muito sentimental por outro (se derramava em lágrimas, em outras tantas). Ele era um cara que abraçava. Muito. A todos, sem distinção. Era uma energia única naquela abraço. Desde que ele se foi (há quase três anos) eu abraço menos. O que me leva a crer que o ato de abraçar também é um exercício. Mesmo que seja de troca de amor.
 ***
(escrevi esse texto para uma amiga essa semana e achei tão lindo - sem modéstia - que trouxe para cá) 
Tanto vivido em tão pouco tempo! Mas como é bom compartilhar com você tantas risadas, tantas conquistas, tantos momentos únicos. A vida é como uma colcha de retalhos, feita de pedaços inesquecíveis que vivemos com cada um e guardamos como tapeceiros de nossa história! Quem bom que tenho um pedaço vivido incrivelmente com você! Foi tanta alegria e criatividade, que um dia falaremos encantadas sobre isso! 
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Que saudade de escrever, minha gente! Ainda bem que escrever é ainda mais fácil que andar de bicicleta. Pra mim, pelo menos! hehehe Opa, ou igual! hehehehe

25.5.13

As cartas de Fernando Pessoa





Estava lendo uma matéria de Época chamada "O Lado Erótico e Sentimental de Fernando Pessoa" e achei uma preciosidade a forma como o autor encerra a reportagem:

"A correspondência reúne o casal para sempre. Carrega a memória de uma banalidade essencialmente humana – o amor – que se repete ao longo da história, mesmo contra a vontade dos poetas. Eles gostariam de ser sempre sublimes como seus versos, mas os sentimentos comuns os levam a sentir e escrever coisas ridículas. Sim, as cartas de amor são ridículas. Ainda bem que sobrevivem assim".

E não é quem é?

22.5.13

Verbo Vivo

Hoje estava pensando naqueles que não acreditam em Deus e creditam os fatos ao acaso, à coincidência, ao destino... Nada contra, já que sou a favor da liberdade em primeiro plano. Mas hoje, quando estava me sentindo só e meio perdida entre os tantos acontecimentos da vida e decisões necessárias, eu falei com Deus. E melhor, eu realmente senti a sua presença. Presença quente que nenhum acaso, coincidência ou destino poderia me oferecer de forma tão sublime e tão real. Sem necessitar de mensageiros externos: só eu e Ele. Então, soube que ali estava o Emanuel, que quer dizer Deus conosco... Porque ele estava ali comigo. E compreendi um dos significados de verbo vivo, porque Ele fala, ele ainda fala conosco. E nem precisa de palavras. O Verbo é vivo. E terminei aquele momento percebendo que não acreditar em Deus é de certa forma perder a oportunidade de experimentar coisas como essa. No fim, a escolha é nossa, ela é da cada um na liberdade do ser...

***

"Importa-vos nascer de novo"

20.5.13

Bibi


music

"Darling it's better
Down where it's wetter
Take it from me
Up on the shore they work all day
Out in the sun they slave away
While we devoting
Full time to floating
Under the sea"

19.5.13

Frase

 
"Onde mora o perdão, ali habita a felicidade."
 [Bia Amorim] 
 

16.5.13

Dona Gostosa

HAHAHAHAHA
Adoro que essa 'marra' toda tem só um aninho!
Já quer passear sozinha de shortinho e óculos escuros.
Dona Gostosa rules!

14.5.13






E DAÍ?
(Está posto um bom questionamento)









Minha mãe tem um jeito de ver a vida que não me é fácil de compreender (mas me faz pensar!)

Minha mãe tem um jeito estranho de ver a vida. Ok, vou tentar reformular. Minha mãe tem um jeito de ver a vida que não me é fácil de compreender. Talvez essa segunda sentença coloque a perspectiva da visão mãe/filha de uma maneira mais justa - mediante o choque natural de gerações. 

Isso tudo para dizer que hoje, depois de muitas tentativas frustradas, ela conseguiu colocar o videocassete para funcionar. Sim, temos DVD que ela usa com muito mais frequência, daí a dificuldade de lembrar como funcionava o VCR. O motivo do empenho era ver a fita/tape que gravaram quando eu fiz 15 anos (boring!). Até ai, você que acompanha o raciocínio, vai pensar: "nada demais"!

Continuando... Minha mãe queria ver a fita/tape dos meus 15 anos para saber quantas pessoas que estiveram na minha festa já morreram. Meu pai, inclusive. E pior: ela foi assistindo e foi fazendo uma lista! Mórbido seria se isso causasse tristeza ou depressão. Não. A nossa visão em relação à morte não tem nada de depressiva. Claro, há saudade sim, dói também, mas há muito mais uma espécie de conformidade que vai suavizando (que não tem nada a ver com conformismo). No fundo ela deve pensar que o tempo está passando de forma mais justa para ela, que ficou. Será? Não sei. Minha mãe tem um jeito de ver a vida que não me é fácil de compreender. 

Eu sou de dentro para fora e ela é de fora para dentro. Oposto complementares. E também: acho que por mais que a gente (filho) se esforce para chegar a uma compreensão, os cabelos brancos da mãe da gente sempre vão esconder qualquer coisa do passar do tempo que nos será oculto até a gente chegar lá. Onde quer que lá seja. Uma sabedoria quase inata, in natura, ofertada por esse tempo que ela vê passar de uma forma única. Minha mãe tem um jeito de ver a vida que não me é fácil de compreender. Mas o seu jeito me fornece histórias e me faz pensar. E já chegou o dia em que essas palavras me vieram a mente: bem que minha mãe dizia... Mesmo que ela ainda diga! Graças a Deus!

luzes da Turquia





Minha fotos em Hagia Sophia (Sagrada Sabedoria) em Istambul, Turquia. Esse país me causou espécie. Não consigo decifrar o que senti de uma maneira geral, porque parece que eu conheci múltiplos lugares. A capital é uma explosão de cores, gente e sabores. Visitei ruínas de lugarejos tão pobres aparentemente, mas que escondiam histórias milenares. Estive na Capadócia, um lugar no qual a natureza fala de forma áspera e poética ao mesmo tempo. Passamos pela divisa com a Síria em guerra e vimos cachoeiras tão límpidas que só podiam transmitir a paz (dois dias depois a cidade sofreu os rescaldos de um bombardeio). O que foi Pamukkale?! Águas quentes em piscinas de calcário branco como neve. Céu e chão se confundiam tantas vezes. Izmir foi tão rápida. Çanakkale linda, litorânea, meio cosmopolita, meio balneária, meio cinematográfica, meio perdida no tempo. A Turquia me devora quando eu tento decifrá-la. É como alguém que eu conheci, gosto, mas no fundo não compreendo quase nada. Um mistério.

12.5.13

Tá chovendo meias!

Amiga minha contou que, ao entrar na adolescência, a filha dela pediu para pintar o cabelo. Ficou lindo, de um vermelho suave. Na realidade, a menina queria azul. Eu disse: "há colégios que não deixariam ela assistir aula de cabelo azul". Grande parte da turma que estava com a gente protestou contra esse "agravo" que seria impedir uma pessoa de se expressar através do cabelo. Eu me calei. Faz tempo que não frequento a escola e já não sei a quantas anda o padrão e a rigidez em colégios particulares. Sei que os militares são mais exigentes...

Então lembrei de um querido e antigo colégio. Naquele tempo os padres tentavam impor um mínimo de disciplina nos uniformes. Aos poucos as rígidas regras foram caindo. Hoje, a escola exige apenas a blusa do uniforme, porque o resto fica a cargo do aluno e do 'bom senso'. Quando entrei lá, a coisa era tão séria que nos pés a gente usava kichute! Arc! O calçado tinha que ser todo preto e como não havia muitas opções, a criançada lançava mão desse tênis que tinha o cadarço tão grande, que a gente dava voltas pelo tornozelo. Antes de cair a exigência do tênis preto, os alunos driblavam outra determinação: meias pretas. Eu não me lebro o motivo, mas a gente odiava usar meias. Imagina o chulé dentro daquele tênis!

Um dia baixou a inspeção geral. Professores e funcionários nas entradas das escadas mandando a criançada levantar a calça para checar as meias. Muitos estavam ou sem meias e com outra cor nos pés. Quem mais ia ligar para esse detalhe? Resultado: um monte de gente barrada do lado de fora. Então, o mais inesperado ainda aconteceu! Quem conseguiu passar, começou a jogar suas meias pela varanda para que os barrados pudessem entrar. Meninos, eu vi! Uma chuva de meias pretas sobre a minha cabeça. Meu amigo Dudu jogou as dele para mim. Gente, chuva de meias pretas é realmente um fenômeno raro! Mas o mais incrível era a gente conseguir usar a meia de outra pessoa! hahahahahaha Era muito despreendimento para usar e muita amizade para emprestar.


Claro, depois do episódio da chuva de meias, os inspetores e professores nunca mais fizeram essa rígida inspeção. Aos poucos, a necessidade do tênis preto foi caindo. Depois, as calças jeans viraram bermudas jeans e estas deram lugar a qualquer tecido, contanto que se usasse a blusa do colégio. O lance estava tão liberal, que não duvido que existam pessoas indo de chinelo para escola hoje. Talvez essa seja apenas uma forma de se expressar: com os pés! Ou de evitar o fenômeno da chuva de meias!    

11.5.13

The Big Bang Theory

Our whole universe was in a hot dense state,
Then nearly fourteen billion years ago expansion started. Wait...
The Earth began to cool,
The autotrophs began to drool,
Neanderthals developed tools,
We built a wall (we built the pyramids),
Math, science, history, unraveling the mysteries,
That all started with the big bang!




[A-D-O-R-O The Big Bang Theory]

9.5.13

Pela Via Dolorosa


Hoje eu estava lembrando de uma passagem em especial da minha última viagem internacional. Quando visitei Israel esperava mais de mim. Esperava mais de mim naquele lugar, na realidade. Mas percebo com grande surpresa que certas lições ou melhor, certas sensações precisavam de tempo, de decantação. Há dias venho lembrando de quando caminhei pela Via Dolorosa. Caminhei por onde Jesus carregou aquela cruz. Lembro de ficar um pouco impressionada, porque a região já foi tomada pela comércio. Eu diria que a evolução natural do homem torna o fato quase inevitável. Deixei meu coração na hora ser corrompido pelo desgosto da história transformada. Claro, não esperava dar de cara com um cara segurando a cruz. Nem esperava observar sacrifícios de qualquer sorte. Afinal, o preço já foi pago, a cruz está vazia e Cristo está vivo. Sim, hoje eu percebo que a emoção de morte que eu esperava é, na realidade, a esperança de vida que aquece uma chama dentro de mim.

Subi a Via Dolorosa cantando baixinho (e alto algumas vezes) a canção homônima - que aprendi na voz de Sandi Patty. Caminhei por onde Jesus caminhou e estava junto a pessoas que tinham a mesma fé. Caminhei pela Via Dolorosa sentindo aromas diferentes, experimentando um chão de texturas e níveis distintos. Em um certo momento, fiquei cansada. Era uma subida nada íngreme. E não tinha uma cruz, mas uma bolsa. Não tinha sobre mim o fardo de estar sendo acusada injustamente de nada. Era peregrina, como sou peregrina da minha própria história, cruzando Vias Dolorosas cotidianamente. Pago pelas minhas escolhas. Pago pelas minhas não-escolhas. Vivo segundo uma arte maior que eu não domino, apenas suponho em parte. Vivemos em parte hoje o todo que saberemos um dia. Porque somos parte de algo maior. Pertencemos a várias histórias emaranhadas no conjunto da nossa própria. Somos história e fazemos história a cada dia que nos relacionamos com a vida, com os fatos, com as coisas e as pessoas, em especial.



Vivo por fé, caminhando na minha estrada de uma maneira símile a que caminhei em Israel. Todos os dias me deparo com motivos para morrer, para desistir, para me ensimesmar. Todos os dias, em contrapartida, sou municiada de esperança e encontro nos pequenos detalhes a força para continuar a escrever a minha história. Se não por mim, pelo emaranhado de outras histórias que possa vir a contribuir e fazer a diferença. Se a gente deixar, é tragado pelo desânimo. Mas se a gente deixar, pode encontrar várias razões para vencer a cada nascer do sol. Se o mundo não é justo, ele não o é para ninguém, portanto. Se a esperança existe, ela é dispensada em igual porção para cada um de nós, visto que é gratuita. Qual das mãos escolher? São perguntas diárias e silenciosas que nos mostram a direção. Não o caminho.

Frase

"Não existem respostas fáceis, quando se tem que dizer NÃO, querendo dizer SIM" 
[Bia Amorim]

8.5.13

O tempo é implacável, mas é bem melhor que ele passe (com salompas)

Ontem foi aniversário da estagiária. Lembrei que um dia eu fui a caçula da redação. Ainda me lembro desse dia. Parece que foi ontem. Bem... Foi quase ontem, né? (hehehe ilusão, dá-me uma para fantasiar) O tempo é implacável, mas é bem melhor que ele passe. Sinal de que estou viva. Meio quebradinha, aliás. Hoje minha coluna estava me matando e coloquei, sem muita fé, eu diria, salompas. Putz, salompas sempre foi placebo de velho na minha mente. E resolveu! "A véia do salompas, muito prazer". Também teria me recusado a dizer tais palavras... Se... Não tivesse engasgado com a minha própria saliva ao voltar do trabalho. Eu ri. Isso, ri de mim mesma. O tempo me poupou dos cabelos brancos. Minha médica, não. Disse que vai começar a me preparar para envelhecer com saúde. Oi? Melhor não repetir! A fase de declínio começa mesmo aos 25 anos, mas, ora ora, dizem que hoje a vida começa aos 40! Bora lá buscar força, sabedoria e um pouco mais de bagagem para a vida começar... Talvez uma nova vida. De certo será. Uma nova etapa com novas situações propostas. Mais excesso de fofura e menos óvulos provavelmente. Com todos os dentes na boca certamente! Mas com mais, muitos mais livros lidos, risos rasgados, presentes ofertados, viagens alcançadas, vitórias conquistadas, laço feitos, amigos no peito. Com mais, muito mais amor. Isso, bom, isso eu espero. E nisso eu boto a maior fé. Igual eu ponho no salompas agora! Auch!

7.5.13

As últimas...

Eu estava meio podrinha de saúde. Fui parar no hospital umas três vezes nos últimos dois meses. Quatro tomografias e afins depois, hoje me sinto em recuperação. A saúde carioca (ou brasileira, talvez) está mesmo na UTI. Não falo do serviço público não! Só descobri o que tinha de verdade quando uma amiga me encaminhou para um amigo chefe do departamento médico de um hospital! Exames simples revelaram o problema, que já poderia estar solucionado...

As lições:
1) Confie em Deus sim, de todo coração, mas faça também a sua parte!
2) Ter amigos generosos pode te tirar de grandes enrascadas;
3) Ter plano de saúde é só um plus, você precisa encontrar o profissional que ama o que faz, que tenha compromisso;
4) Na fraqueza você enfrenta grandes dilemas, mas dá de cara com muitas respostas também;
5) Muitas vezes na crise uma coisa ruim vem atrás da outra. Seja forte e não pense no todo. Enfrente o que cada dia te propõe. 

Ficava com medo de abandonar o BibideBicicleta... Mas não achava forças para voltar. Achava que ia perder a leitura de quem passou a me acompanhar. Mas sabe? Uma coisa de cada vez e minha médica me disse uma coisa especial: se você não cuidar do corpo, a mente não vai acompanhar. Pura verdade. Bora lá viver!

***
Sonhos
Sonhei que tava namorando o Jô Soares num iate. hahahhaha (odeio barcos!) E depois, sonhei que jogava futebol e basquete. Chutei a parede. Depois não sei porque sempre acorodo cansada! hahahhahahah

6.5.13

Esse bocadinho de memória sensorial


Era de manhã cedinho, com aquele friozinho bom para as cobertas. Nem a mais e nem a menos. As luzes ainda entrando tímidas pelas frestas. Começou o vento forte. A água da chuva já encharcava a cortina pela fresta semi-aberta da janela. O alvorecer preguiçoso virou um turbilhão. Muita chuva e tanto vento que faziam janelas e portas tremerem. Fiquei entre o dormir e o temos atento: "minha janela vai voar já, já"! Era o pensamento constante e atrevido que me tirava a chance de me entregar ao restinho que  me sobrava de tempo antes da vida cotidiana começar para mim. Como ventou no Rio de Janeiro hoje. A piadinha da internet (foto) foi totalmente válida.

Antes de sair de casa, água e vento já haviam cessado. Resquícios de um temporal nas árvores caidas, chão molhado, sinal apagado. Clima de outono no ar: sol quentinho e sombra fria. Eu gosto. Voltei 10 anos no tempo. Quando morava fora do Brasil, fui para um lugar onde pude experimentar o que são as quatro estações. O outono continua a ser a minha preferida em qualquer parte do globo. Lembrei que naquela época a gente saiu do outono para o inverno assim: uma semana inteira de chuva. O mesmo clima agradável, porém molhado. E então: frio! A cada dia mais congelante. O céu de um azul dos mais bonitos que já vi. Quer dizer: emoldurado pela janela por dentro da casa com calefação. Lá fora era sempre necessário mais um casaco.

Hoje, indo para o trabalho, vi os garis tirando das estradas e calçadas a obra do vento e da chuva. Uniformes. Lembrei do meu uniforme de chuva da época em que morei fora. Ao vê-lo, torci o nariz e cheguei a duvidar que um dia fosse usá-lo. Era um macacão de calças amarelo vivo com uma capa de chuva por cima. Era a mistura do Mario Bros (versão canarinho) com a Turma do Pica-Pau no desenho das Cataratas.
Horrível. Mas minha indisposição não durou dois dias de chuva. Usava sempre e aprendi a ver valor nas coisas além da forma. Larguei de mão. Obviamente, dou graças a Deus por poder olhar a chuva da janela do escritório agora. Mas volto à memória com um passado de superação. Todos temos um. Fui feliz lá - de capa amarela parecendo uma encanadora, um fandangos fora do saco ou um pontinho amarelo no meio dos brinquedos  -, sou feliz aqui na minha cidade com meu guarda-chuva preto e lembrando de um trecho curioso do passado. Uma lembrança que foi despertada atráves de chuvas, ventos e raios quentes de sol. Sendo outono aqui ou lá, gosto de sentir o vento gelado a acariciar os cabelos e poder ficar me esquentando nos raios quentinhos do sol. Fiz isso lá, fiz isso hoje, na hora do almoço, aqui. Ficaria feliz, creio, sempre que acessasse esse bocadinho de memória sensorial.    

4.5.13

Amor liberado transcende as máximas

Quando você libera/disponibiliza seu coração a amar alguém... Esse amor pode vir fazer sim diferença ao ser amado. Mas quando você abre espaços para amar deliberadamente alguém, sem condições, sem o se, sem as travas que nos aprisionam em labirintos escuros da alma, sem medo... Esse amor vai fazer ainda mais diferença na vida do ser amado ou ele nem pode notar; ou ele pode nem perceber o quanto; ou ele pode apenas imaginar... Mas quando você ama sem condições, você muda a si mesmo. Você colore a sua alma com tons inimagináveis. Você muda por dentro e muda o rumo das coisas por fora. Sem grandes esforços, sem movimentos perceptíveis, mas com consequências certas e sinceras. Justas. Quando você e não pede para ser amado em retribuição, quando você ama voluntariamente, sem esforço, sem expectativas... E como o ato da respiração, que enche nosso corpo de vida. Retribuição? Quem espera por retribuição está colocando algum tipo de valor ao amor. Amor ofertado se espalha, transcende, derruba as barreiras da alma, corrobora certezas, valores, atitudes... Somos seres relacionais sim. Mas somos seres forjados em forma de amor. O que talvez nos estrage seja a incorreta percepção de que merecemos algo idealizado em troca. Quando o amor, ele próprio encontra seus meios, não as nossas divagações, esperanças e confianças em hipóteses que não se sustentam em si mesmas. E o amor é como aquela onda que te invade, te surpreende, te remove da inércia. Não falo do eros, do ágape, do fileo... Falo do amor que deu forma a significação dentro de cada um. A essência. Amor em essência nos escapa. Amor em essência nos reconstrói.