29.2.08

Poliana

Assim como uma lembrança puxa a outra, dessa vez um post puxou o outro. Continuo fazendo a linha “recebi um e-mail de...” E a convidada dessa edição é a maravilhosa Tuna Dwek. Ela também leu o bibidebicicleta e me escreveu palavras lindas. Tuna estava meio envergonhada de me deixar reproduzi-las aqui, mas ela tocou em um ponto muito legal, que gostaria de comentar, então, dear, me perdoe a ousadia, mas vou dividir com meu queridos um pedacinho de você...


“Bia queridissssima,
Adorei te reencontrar e o que você escreveu no blog traduziu exatamente nosso astral naquela manhã. E você é muito generosa nas tuas palavras! É isso também que embeleza uma pessoa, ela proferir palavras gostosas, boas, benéficas. Tem gente que acha que isso é ser meio Poliana, que sejamos então! Deixemos aos outros os sapos, que saem em forma de palavras, embora ache um desrespeito aos sapos, só porque são feinhos...hahahahaha...
...Teu blog tem a tua cara, sincero, transparente, onde você se coloca por inteiro. Teatro a gente faz no palco; na vida, a verdade é muito mais sedutora do que o joguinho.
Mil beijos...
Tu”

Carinho é sempre uma manifestação das mais gostosas e legítimas que existe. E de todas as letras, a que mais me surpreendeu foi a que ela se refere à Poliana. Li esse livro (Poliana Menina e Poliana Moça) ainda muito pequena e lembro de ter me acabado de chorar com a história. A identificação foi óbvia e imediata. Quando cheguei à adolescência, essa comparação me perturbava demais – qual o adolescente que quer fazer o jogo do contente e ver a vida por um prisma cor-de-rosa all the time? Hoje, até faço questão de reforçar esse traço em mim. Tento fazer o jogo do contente para encontrar um sentido que baste. Quase ninguém está mais disposto a mostrar seu melhor lado. Quem vive com as garras de fora para sobreviver à selva de pedra, acaba acreditando que a dureza que impõe à sua própria vida é parte de sua essência. Daí vemos o egoísmo, a desesperança, o desrespeito, a brutalidade, o descaso, a incompreensão, o individualismo, a angústia, a ignorância, o malamor, o ódio, a falta de gentileza, o anarquismo, o cinismo, a mentira, a falta de ética, senso, poesia e valores reinar. E o que fazer acerca dessas coisas? Em mim não há conformação, mas também não há confrontação. Há apenas a vontade de seguir a diante fazendo a diferença, por menor que seja. E isso não é ser boba e aceitar as agruras da vida, mas tentar fazer da minha realidade um lugar de esperança. Seu olhar em relação à vida e às pessoas pode fazer toda a diferença, tanto para você, quanto para quem te cerca. E como diz a minha amiga Catita em seu orkut:

"Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama ou acha que ama, e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você..!"


Parabéns, chegamos juntos ao post de número 60!

Doce Momento


Fico feliz quando descubro que tem gente que segue as historinhas do blog como se assiste a um filme, novela ou seriado. O tempo vai passando e alguns personagens vão ganhando forma, vida além da tela. É preciso deixar claro que eu falo sobre uma vida diferente da que eles já têm “aqui fora”, porque a vida dentro do blog é contada sob o meu ponto de vista e cada um que lê, portanto, monta seu enredo conforme a imaginação.

Se você está chegando agora, preciso dizer que tem um caminho longo pela frente, caso queira se familiarizar com fatos e personagens. Mas quero crer que esse caminho será tão agradável, quanto ler uma revistinha em quadrinho, pintar com aquarela, fazer bolhas de sabão, ler um livrinho infantil musicado, ouvir uma caixinha de música no sótão. Quase tudo o que construí aqui teve ajuda valiosa de outros seres que se dispuseram a dividir a vida comigo, seja permanentemente, seja de passagem, seja por apenas alguns preciosos minutos. Tive vontade de voltar a ler o blog, a fim de contar as histórias que foram ficando pelo caminho, mas...só quero fazer essa viagem de volta ao começo, quando o blog completar um ano de escrita sem interrupção. Acabei de perceber que em fevereiro o bibidebicicleta completou um ano de criação. Mas a sua gestação foi um pouquinho mais longa que eu podia supor. Acho que tudo na vida tem seu tempo determinado e cabe a nós primar pela qualidade do tempo entre o sonho e a realização.

E foi durante esse resgate do passado, que uma música especial me veio à cabeça. Tenho quase certeza de que é de Lupcínio Rodrigues:
“O pensamento parece uma coisa a toa / Mas como e que a gente voa / Quando começa a pensar...”
E lembrei de uma crônica que o Manoel Carlos escreveu na Veja Rio, em que ele falava que uma lembrança puxa a outra. É verdade, pois voltei a pensar nele e no encontro que tivemos no Odeon (volte alguns posts atrás até o dis 30.01.2008). Tudo porque ele cumpriu o que prometeu e visitou o blog! Não é incrível? Deixou uma mensagem para mim, que eu compartilho com vocês com a aquiescência do autor:


“Bia, bom dia
O encontro com você, no Odeon, também me deixou feliz. Bety idem. Como sempre, você deu um show de simpatia. Entrei no seu blog. Deus do céu, como você escreve! Que fôlego! Parece até que está treinando para ser novelista!!! Gostei muito. Versos de Drummond, Cecília, só coisa bonita. Parabéns. E ainda dando aquela colher de chá a este velho escriba. Obrigado pelo carinho, querida. Estou bem na foto, mas não merecia tanta homenagem, fruto da sua generosa amizade. Um grande beijo e sucesso sempre.
MC
ps.: Adorei o filme da Bruna e do Riccelli e ontem fui à Livraria Travessa encontrar o casal mais uma vez, que estava lá autografando o roteiro do filme, agora em forma de livro. Pena que você não apareceu.”

Sem palavras para descrever a doçura do momento...Obrigada Deus!

28.2.08

Corrente do Bem

Foto: Mauri Granado para o calendário da Casa Hope

Você já viu o filme A Corrente do Bem? Ok, não se trata de um clássico, também não foi nem de perto um sucesso de bilheteria... Mas foi um roteiro, cuja premissa me marcou profundamente, porque acho que “fazer o bem, sem olhar a quem” já era parte integrante da minha criação. Rolou uma identificação. Keep it.

Há alguns meses acabei sendo uma espécie de protagonista da Corrente do Bem na vida real. Recebi um telefonema da MO, uma das bookers mais descoladas da cidade, uma pessoa absolutamente tranqüila e um anjo comigo, que tinha um convite para fazer:

MO: O seu nome foi indicado para escrever um pequeno texto no calendário da Casa Hope. Você topa?
Bibi: O meu nome?
MO: É, você é uma pessoa querida por muita gente, sabia?
Bibi: Que isso MO!? Claro que eu topo!

O calendário, com fotos de celebridades, acabou de “pousar” na minha mesa (obrigada Bruna Arilla!). Escrevi sobre a Juliana Didone, cuja foto estampa o mês de Julho. A idéia e os ensaios são do fotógrafo Mauri Granado, lá de São Paulo. A renda da venda do calendário será revertida para os trabalhos da Casa Hope de apoio à criança com câncer. Quero compartilhar com vocês as 10 linhas mais incríveis que já fiz sem esperar nada de volta.

“Se existisse um Time do Bem, com certeza a Juliana Didone seria titular absoluta, camisa 10. Costumo repetir, que a coisa mais importante que você pode aprender na vida é simplesmente amar e se deixar ser amado em retribuição. E a Juliana sabe muito bem como fazer isso. Muito mais que emprestar a sua imagem para uma boa causa – no mês destinado às férias escolares, olhar a beleza de sua foto é descansar os olhos –, ela procura dia-a-dia ser exemplo para a sua geração, destilando a dose certa de talento, obstinação e bons costumes. Generosidade é coisa que vem do coração e, quando fala o coração, a voz do amor dá real sentido à vida.”

Minha escrita está na mesma página do José Wilker (olha que luxenta?!) que fez um texto para a Guilhermina Guinle, que é uma pessoa sensacional! A GG, além de lindíssima, é tudo-de-bom-ao-mesmo-tempo-agora!


26.2.08

Feelings!

"É melhor ser alegre que ser triste / Alegria é a melhor coisa que existe / É assim como a luz no coração / Mas pra fazer um samba com beleza / É preciso um bocado de tristeza / É preciso um bocado de tristeza / Senão, não se faz um samba não." Samba da Bênção - Vinícius de Moraes




"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade em que acontecem." – Fernando Pessoa




"Cantar / Desnudar-se diante da vida / Cantar é vestir-se com a voz que se tem." - Tereza Cristina e o Grupo Semente





"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar por simples medo de arriscar." - William Shakespeare





"I need love, love / To ease my mind / I need to find, find / Someone to call mine / But mama said / You can't hurry love / No, you'll just have to wait / She said love don't come easy / It's a game of give and take / You can't hurry love / No, you'll just have to wait / You gotta just give it time / No matter how long it takes." - na voz de Diana Ross ou Phil Collins






"Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? Amar e esquecer, Amar e malamar, Amar, desamar, amar? Sempre, e até de olhos vidrados, amar?" - Carlos Drummond de Andrade

25.2.08

Meu Querido Diário...


Fim de semana agitado! Não quero transformar o blog no MEU QUERIDO DIÁRIO VIRTUAL, mesmo parecendo que sim. Nunca tive muito saco de ficar contando os fatos do dia, um a um, nem mesmo para os namorados. Já viu casal mais chato que fica passando em revista os "fatos que marcaram o" dia? Só para citar um pedaço do slogan da Retrospectiva de fim de ano da Globo. Day after day, a criatura conta que escovou os dentes com a pasta sabor menta, que colocou aquele tubinho em tom pastel para ir para o escritório e lá chegando, deu de cara com a perua do sétimo andar, mulher nojenta! Que o chefe é um carrasco e agora anda num esquema de perseguição absurdo! Já posso ver a mocinha dizendo:

- Amor, tenho uma novidade: fiz a unha! Pintei de Maçã do Amor com rebu (??????!!!). Tudo com rebu fica bárbaro! (heim!?) Depois do expediente vou na depiladora, fazer virilha cavada (ah, virilha...). Comprei um creme umectante (ume o que?!), que é tudo nessa vida! Vou fazer peeling de cristal (cristal? Deve ser caro!), então nada de praia nesse fim de semana (tudo bem, vou jogar bola com os amigos). (E o sujeito fica ouvindo essa conversa e pensando, sem entender muito bem o tipo de código usado pelas mulheres de hoje. Ele apenas concorda placidamente, desde que a verba para tal "investimento" não esteja saindo do bolso dele).

Virilha cavada?! Estou fora desse tipo de comentário por aqui! Porém, é quase irresistível não passar o meu fim de semana em revista. Três coisas me marcaram muito e em quase todas elas tem uma historinha como pano de fundo. Vamos ao filé sem fritas!


Sexta-feira fui fazer um programinha tão básico, que há muito não me convidavam: comer um cachorro-quente. O local escolhido pelos amigos fez a diferença: o Mirante do Pasmado, que dá vista para a enseada de Botafogo. Wow! O Rio é lindo demais! Delícia das delícias é estar com quem se gosta, falando besteira e rindo até do anoitecer. Tudo vira festa! Tudo ganha um tom onírico, funciona em slow motion, te transpõe para uma outra dimensão da realidade. Conhecer e se dar a conhecer, isso é que muitas vezes o tempo nos rouba. Porém, quando temos a chance de fazer tudo, sem fazer nada, podemos ter a certeza de que vivemos um momento especial. Venho praticando esses momentos com mais freqüência, com o mesmo grupo de pessoas: o dolce far niente. Fim de noite especial.



Sábado chegou. Dia de lagartixar em casa. Meu único exercício foi trocar a cama pelo sofá e o sofá pela cama. Sem parar, sem parar! Num ritmo frenético de baiano depois que come vatapá, caruru e sarapatel na mesma refeição. Isso me deu uma lombeira. Estava vendo um filminho lindo, estilo sessão da tarde, quando começou a chover com uma força incrível. O barulho me chamou a atenção, fui até a janela e vi um rapazote absolutamente encharcado, correndo com os braços para cima, na maior alegria. Li uma crônica do Maneco (sempre ele, o mais querido) que dizia que uma lembrança puxava a outra. Quando olhei para o rapazote encharcado, imediatamente lembrei de uma cena incrível da minha infância. Morava em um bairro da classe média-baixa, onde todos os vizinhos “se freqüentavam”, vamos colocar dessa forma. No segundo andar, tinha o Sr. Raimundo, que era retirante nordestino e já tinha passado por muitas dificuldades com a “secura” da região onde morava. Toda vez que chovia, Sr. Raimundo colocava um short, um tênis e descia para correr na chuva. Era uma alegria só, braços pra cima e sebo nas canelas. Toda a chuva era celebrada com a mesma euforia. E eu via a cena da janela da minha casa, sem entender a legitimidade do ato. Achava ele meio maluco; hoje vejo que a felicidade pode ser encontrada e celebrada nas pequenas coisas. Acho isso mesmo, sem ser piegas.



O Sábado passou e chegou domingo. Dia de uma dose extra de ansiedade. Há algum tempo o Mestre Honey (Se você lê com freqüência o blog sabe quem é, senão, volte até Efeito Borboleta II) me chamou para fazer um filme. A idéia era apenas atuar, mas acabei responsável pela produção do média metragem. Foram momentos deliciosos, que quase me levaram à loucura. Mas aprendi que dor & prazer andam de mãos dadas e são faces de uma mesma moeda. O filme foi feito – não terminamos as cenas, mas finalizamos as filmagens – e o Mestre Honey fez sua edição e montagem. Quando o material já estava “na lata”, como se diz no jargão cinematográfico, a minha alma entrou em angústia...e agora? Como seria me ver na tela? Como seria um filme sem final? Como foi que uma brincadeira se transformou em realidade? Quando ele disse que havia mostrado o resultado para outras pessoas, meu coração deu um salto. Só me acalmei quando ele deu o golpe de misericórdia: gostaram muito da sua atuação! Não é fofo?! Ele me chama de "prima donna" e sabe bem o monstro que está criando! Mas sabe também o quanto esse monstro é leal a seu dono. Vimos o filme juntos na companhia de parte do elenco e parte de pessoas mais que queridas. Quando apertaram o play, vi outra pessoa na tela e me alegrei por quem fui atuando e por quem sou agora: uma outra mulher, uma nova mulher.

Quer Chocolate?

Arte de Jason Brooks

A gripe deixou esse corpinho! Viva! A voz de travecão ainda oscila com o meu timbre natural, mas nada que me atrapalhe muito. Uma voz rouca tem lá o seu charme e pode ser extremamente sexy, não é mesmo?

Dias e dias sem escrever! Meu corpo moído e minha mente vagando sabe Deus por onde. Um rio de coisas acontecendo e eu deixando a correnteza levar para longe de mim as novidades que tinha para contar aqui. Ser criativo dá muito trabalho. Mas vamos ao exercício diário da escrita, porque também faz bem para a pele.

Antes de pensar em um tema simpático, queria deixar dois afagos especiais aqui. Um smack para a Vevê, minha amiguinha linda, que também quer fazer jornalismo. Ela contou que é fã do blog e foi uma das únicas pessoas que me cobrou a atualização, durante esses dias de lenço de papel + descongestionante nasal. O outro smack vai para a Ingrid, a amiga inglesa, que fez seu primeiro plantão médico (EEEEE) e também revelou-se fã do bibidebicicleta com um entusiasmo emocionante. Estou adorando isso e querendo mais do mundo à minha volta! Ingrid e Vevê passaram o carnaval comigo. Tive momentos engraçados na companhia delas. O mais bizarro, foi quando acordei de madrugada com a maior “larica”. Estava dormindo em um beliche. Eu em baixo e Vevê em cima. Fui engatinhando até a minha bolsa para pegar um chocolate, queria que tudo ficasse no sapatinho para ninguém ver (e eu ter que dividir my precious). A Vevê estranhou o balançar da cama, enquanto eu engatinhava em direção à bolsa de guloseimas e, ainda meio sonolenta, colocou a cabeça para baixo da cama, a fim de saber o que estava acontecendo comigo. Me pegou literalmente com a boca na botija. Mas estava escuro, ela só teve certeza de que eu não estava tendo um ataque cardíaco ou epilético (tamanho sacolejo). Voltou a dormir. Eu, com remorso por estar devorando sozinha uma barra de chocolate, balancei a Vevê, que só então acordou de verdade.

Bibi: Vevê, Vevê!
Vevê: Que é!?
Bibi: Quer chocolate?
Vevê: Ai meu Deus, quem mais poderia estar me acordando a essa hora da madrugada para oferecer chocolate? Que doce de pessoa!
Risadas. Desce o pano rápido.

19.2.08

Atchim!


Atchim! Tem coisa pior que ficar resfriada em pleno verão? Posso te dizer que essa é a verdadeira cilada. Em tudo quanto é lugar o ar-condicionado funciona a todo vapor e você fica morrendo de frio, distribuindo seus vírus tão bem cultivados para a turma que divide o ambiente com você. É quase que uma gripe bem compartilhada ou resfriado delivery. Sem falar que lá fora o sol range (no Rio de Janeiro o sol é praticamente capaz de emitir sons) e você sai pela rua embaladinha no seu casaquinho. As pessoas olham sem entender o que aquela criatura bizarra faz ali, vestida daquela maneira. Muitas sentem calor por você - "ai, garota, tira isso peloamordedeus". Pior quando pensam: Nossa! Que pessoa mais frígida, ops, quer dizer, fria. Um julgamento atroz. Todo mundo pelado e você embrulhadinha, com vergonha de estar com frio. Ou quase isso...

Tem também aquela situação inusitada. Antes de sair de casa, você lembrou de levar casaquinho, cachecol, luvas, gorrinho, caixa de lenço e descongestionante nasal. No fim do dia de verão o que acontece? vruuummm, a trovoada ronca justo na hora de voltar para casa. Chuva. Você se assusta e abre a sua bolsa com avidez e percebe que...esqueceu o guar-da-chu-va. Essa situação é pior que quebrar um espelho e esperar pelos tradicionais sete anos de azar (comigo não, violão!). O que acontece então? Sua gripe tão bem tratada, piora. Você fica como? Menos que nada, com corpo moído e tomando o maior cuidado para que fluidos espertinhos não teimem em sair do seu corpo involuntariamente nas horas mais impróprias. Acho bizarra aquela cena de um camarada cheio de olheira, agarrado ao rolo de papel higiênico, soando a nareba a cada espirro. Cada vez mais sem força para cumprir a tarefa. O desenrolar do papel é quase como uma preparação mental para o que vem pela frente. O sujeito segue derrotado. É fato que a certa altura do resfriado, você já detonou todo o seu estoque de lencinhos de papel e o jeito é partir para a agressão. Rolo na mão, lixeirinha por perto e no fim das contas, só mesmo um creminho para acalmar as extremidades. Do nariz, vamos deixar claro, já que estamos falando do papel higiênico. O tema pode causar confusão.

E para continuar no mesmo tema...Você já reparou que tem gente que não tem o menor pudor de soar o nariz em público? Ui! Entupiu? Vagabundo saca da bolsa o papel e manda brasa: bruuuummmmm, bem na sua frente, sem o menor constrangimento.
E quando você pensa que já era o suficiente, ele manda ver na outra narina. E para encerrar a sinfonia da angústia, ainda tem o bruuuummmm final, para arrematar qualquer meleca mais grossa que teime em sair. Situação esquisita, mas quem já não passou por ela? Pior ainda são aqueles adeptos do lencinho de pano. Já viu nojeira maior? Ele soa placidamente o nariz e guarda o lencinho molhado no bolso da calça ou do "paletó" para a próxima oportunidade. Vai ver que lencinho molhado amacia, né? Ahhhhh, assim não pode! Não há dignidade nisso! E não é que tem mulher que aceita de bom grado a oferta galanteadora de um lencinho de pano para secar as lágrimas da dama emotiva!? Comigo não!!!! Sai pra lá, sai pra lá, como diria Silvio Santos.

O chato da gripe de verão é que você encontra outros muitos companheiros na mesma situação. É um tal de gente cheirando a vicky vaporubi! Geralmente é muito fácil reconhecer indivíduos da mesma espécie. Você os encontra em lugares muito específicos, como a sala de cinema, por exemplo. O filme vai começar. A platéia naquele silêncio...até que o primeiro da o sinal. Cof. ÉEssa é a senha. O primeiro cof é mortal. Pode ter certeza de que todos se sentiram no direito e que sá na obrigação de dar a sua "cofada" também. A sinfonia atinge tal dimensão, as vezes parece disputa, que você até perde as primeiras palavras do protagonista na tela. Ai vem o ranran, xiu, cala boca, olha o filme. Barraco. E em igreja, então!? Tem muita gente velha, quer dizer, muita gente da terceira idade, quer dizer, muita gente da melhor idade que conserva um pigarro de estimação, pronto para ser solto antes da omilia. Também é muito complicado aturar seu colega de baia com uma crise de tosse. Tem gente que perde a linha, fica vermelho, esquece de botar a mão na boca e sai espalhando seus catarrinhos pelo vidro que separa as mesas. Pior é, quando a criatura vai dar a tossida definitiva e parece que o pulmão está tentando sair daquele corpo nefasto. Pensando bem, tem gente que deve mesmo colocar um pedaço do pulmão para fora.
Sem comentários!

Eu estou super resfriada. Minha voz de “traveco” já foi devidamente achincalhada pelo telefone. Mas dessa vez estou levando legal, pode-se dizer assim, trabalhada na etiqueta de um resfriado nórdico. Tenho dormido bem, graças ao remedinho, que me dá um soninho...Tô legal! O melhor dessa última gripe é que estou evitando o vexame que dei na última. Vale a pena lembrar: estava no escritório, o ar congelando até pensamento. Comecei a ter febre e simplesmente vesti dois casacos medonhos que deixo aqui pegando poeira. O terceiro enrolei no pescoço – e na cabeça também, confesso, enquanto estava sentada na minha mesa, escondida do resto do mundo. Cada casaco com uma cor e uma padronagem. Estava estilo mendiga total. Já contei isso aqui. Assim me vesti, assim decidi ir para casa. Uma coisa é você ficar trancada num ambiente onde todo mundo convive pacificamente com a sua loucura, outra coisa é querer agredir a vista dos pobres pedrestres. Um anjo de pessoa evitou o mal maior e me proibiu de ir paraa rua naquele estado. "Vai que você cruza com o homem da sua vida", ele disse. "Eu não ia nem perceber, porque a congestão já atacou a minha vista", eu pensei, dando razão ao amigo. Agora, pelo menos, estou nos trinques, como se dizia na novela Tieta. Minha voz sexy e minha tosse discreta mostram a evolução de um caso quase perdido. É bom frisar que o caso é mesmo QUASE perdido, já que o narizinho que mamãe soou sempre teve horror a lencinho de pano! Fim de carreira, meu bem!

15.2.08

Dicas


Hoje é dia de dicas! Tem um blog que é a minha paixão, compartilhada com milhares de usuários. Amor bandido da melhor qualidade. Foi no blog da Marina W - http://www.blowg.pixelzine.com/ - que eu me inspirei e é nele que encontro coisas descoladas para a vida todos os dias, pratcamente. Encontrei esse joguinho, que vou dar a minha cara...mas não deixe de passar lá para ver as respostas dela. Bj


Coisa que já fiz mas não faria mais: enfiar feijão no nariz.
Coisa que fazia e deixei de fazer: roer unhas.
Coisa que gostaria de saber: organizar melhor o meu tempo.
Coisa que gostaria de apertar: as bochechas da Suri.
Coisa que gostaria de fazer agora: andar de montanha russa.
Coisa que me dá ênjoo: ler no trânsito.
Coisa que gostaria de ter: um mecenas.
Coisa que gostaria de assistir agora: musical Mamma Mia.
Coisa que me faz rir: Muita coisa. Sou a platéia ideal.
Coisa que eu gostaria de não ter: pouco cabelo.
Coisa que costumo fazer: dar abraço em quem gosto.
Coisa que vou fazer daqui a pouco: ver os amigos.
Coisa que gostaria de fazer daqui a pouco: dançar com um cara interessante (hummmmm).

Passa lá!

Tá curioso? Se você é daqueles que gosta de pensar a notícia além daquilo que está no papel, dá uma passada nesse blog inteligente, de uma amigo inenarrável www.lessa27.blogspot.com

14.2.08

A Dona da Mão


Escrevi tanto ontem, não é? Acho que estava padecendo de saudade das letras. Tratei de exorcizar o bode da semana no papel e o meu humor hoje pode ser comparado a de uma cabrita pulante, para ficar na mesma linha de comparação animal. Também tratei de acordar dando bom dia ao sol, tomei um banho cantante – sim, sou daquelas que quando está feliz canta no chuveiro – e coloquei um vestido curtinho, que sempre dá um up no ego feminino. Esse é um dos velhos truques da ala saltinho & gloss que demorei a aprender.
Ontem, depois de postar o texto aqui, saí para mais uma missão na noite carioca. Dessa vez o alvo era a estréia da peça Dona Flor e Seus Dois Maridos, que tem a maravilhosa Carol Castro no papel título. Essa moça é da turma do bem total! Gente boa até debaixo d’água (para usar uma gíria idosa, rs)

Foto da Carol retirada do blog dela http://bloglog.globo.com/carolcastro/

A estréia foi um sucesso. Tinha tanta gente na porta do teatro que eu até fiquei tonta. É de enlouquecer, ainda mais quando os fãs se aglomeram entre os espectadores a fim de fazer uma foto com seu artista favorito. Essa é uma mania ou uma tara, sei lá, que eu não consigo entender. O que leva uma pessoa a sair da sua casa, enfrentar tempo e temperatura, ser pisoteado, esmagado, espremido, empurrado (para falar do mínimo), só para garantir uma foto? A criatura não vai nem assistir ao espetáculo! Enfim...cada um com seu cada um. Creio eu que algum dia alguém ainda vai me dar uma explicação que faça um pouco de sentido.

Estava eu no meio daquele tumulto, tentando me manter no salto, ou seja, equilibrada (rs), me rasgando em sorrisos e gentileza, como é de praxe, já que isso é parte não só da minha educação, mas também da minha personalidade. Pausa para um flashback: uma vez meu chefe me mandou para a Ilha de Caras sem data para voltar ao continente. Lost total. Ao final do segundo dia estava com muita dor na boca, uma dormência estranha em volta dos lábios. Sabe o que era? Eu sorri dois dias inteiros para os convidados, sem parar, estava com a boca dolorida. É mole? Sem comentários...mas foi verdade. Tive que ficar fazendo massagem na musculatura. Se a dor, pelo menos, fosse fruto de beijos valeria a pena, né? Como é dura a vida da bailarina...

Voltemos à porta do teatro. Tumulto. A pessoa aqui de apenas 1,59 metros e meio, abrindo caminho entre a multidão. Chego até a Paola Oliveira. A foto é feita e ela escapa do meu campo de visão. Corro atrás em desespero de causa, precisava fazer perguntas. Do nada, uma mão alcança o meu ombro e me cutuca. Pensei: "meu Deus, o que faço agora?" Olhei para trás, meio sem ver quem era e pedi para esperar um minutinho. Falei com a Paola e procurei um lugar mais afastado para conversar com a dona da mão.

Dona da mãoAcho que você não está me reconhecendo...
Bibi (Olhar de cachorro que caiu da mudança)
Dona da mão Eu sou a Margareth Boury.

Um raio cai na minha cabeça. Essa foi a única cena que eu pude imaginar naquele exato momento. A Margareth Boury é uma escritora sensacional, autora e colaboradora de trabalhos incríveis para a TV como: Uga Uga, O Quinto dos Infernos, A Diarista, Kubanacan, Irmãos Coragem (remake), etc. Um doce de pessoa...
Bibi Margareth, desculpa, nessa confusão eu nem percebi que era você!
Margareth Boury Você está vendo, hoje fui eu que reconheci você! Passei aqui para te dar um beijo e dizer que você é muito simpática, que admiro o jeito que você trabalha... (o papo continuou)

Fiquei como!? Gente, que luxo esse encontro! Margareth agora é do time da Record e está trazendo na manga um novo trabalho! Toda a sorte e sucesso do mundo para ela! Só quem tenta escrever para a TV sabe como a tarefa é difícil e exige inúmeros sacrifícios! Quem sabe um dia não estarei ao lado de Margareth, escrevendo com ela e não sobre ela? O futuro a Deus pertence! Let it be! Let it shine!

13.2.08

Dia de Bode?


Tem dias que a gente não se agüenta, não é? Duvido que encontre alguém que em pelo menos um dia na vida não tenha acalentado o desejo de ficar paradinho, contemplando o infinito, esperando aquela nuvenzinha estranha no seu céu de estrelas passar...Estou há dias assim. Não que coisas ruins estejam acontecendo, pelo contrário! Não que eu esteja lotada de trabalho, meu ritmo está excelente, por sinal. Um, dois, um, dois, um, dois, flexiona! Também não estou de mau humor, não tenho dor de dente, o sapato não me aperta e nem a minha unha está encravada. Ufa, que alívio! Mas estou de bode. Uma fase de introspecção total há quase uma semana. E não passa...Talvez por isso tenha deixado de encontrar um tema faceiro para nosso encontro.

Comecei vários textos e não consigo terminar. Talvez seja a danada da TPM (será?), coisas de mulher. Mas também talvez sejam outras coisas, que nem mesmo venha a descobrir. Vou vivendo e tocando a boiada...Mas queria deixar isso aqui registrado, porque acho que sou mulher de várias facetas, como toda mulher. Meus amigos dizem que sou sinônimo de alegria, mas também tenho os meus moments de chupar o dedo, babar na gravata, me atracar com um pote de calóricos, esperar por um cafuné da vida. O barato é ser real, fiel a seus sentimentos e nem sempre fui assim. E como quem espera sempre alcança...Vou contar dois fatos interessantes que aconteceram comigo essa semana.

A terça-feira começou bem cedo. O carro da empresa foi me buscar em casa e o destino era o Projac. Longo caminho pela frente. Minha cara se assemelhava a de um panda, com aquelas olheiras. É fato que eu detesto levantar cedo. Algumas coisas, no entanto, me tiram da cama com extrema alegria. Se o destino era o Projac – estúdios da Globo – o objetivo da missão era fazer a coletiva de imprensa de lançamento da minissérie Queridos Amigos, de Maria Adelaide Amaral. Depois de conseguir driblar artistas, assessores, flashes, gravadores, bloquinhos e canetas que coalhavam os estúdios como Gremlins enlouquecidos, parei em um cantinho para recobrar o fôlego. E lá estava ela: Tuna Dwek. Sim, você leu corretamente: Tuna Dwek. Tuna é atriz e uma pessoa sensacional. A primeira vez que prestei atenção nela foi durante uma entrevista no Programa do Jô. Um bloco inteiro de coisas interessantes e gargalhadas. A primeira vez que estive pessoalmente com ela foi em Brasília, quando fui cobrir a festa de lançamento da minissérie JK - também de Maria Adelaide; uma das melhores que já fiz, ao lado da festa da Forum no Copacabana Palace, na qual recebi Bono Vox na porta do elevador. Um dia eu conto (tá bom, essa frase já virou mantra, fazer o que?!). Então, estava eu em Brasília fofocando horrores com Tuna, que me apresentou ao escritor Alcides Nogueira, o Tide, e a todos os seus companheiros de trabalho que estavam pela redondeza. Simplesmente adorável! Depois ainda falei com ela por telefone algumas vezes, mas aquele encontro foi marcante. Tuna é vibrante, ama a vida, tem bom humor, daquele tipo de mulher que gosta de sorrir, que veste a camisa. Super inteligente, é tradutora, fala não sei quantas línguas e sempre se mete nas maiores confusões, da qual sai sorrindo e com uma boa histórias para contar. Lovely.


Voltando ao Projac, lá estava a Tuna, sentadinha ao lado de Mila Moreira, observando placidamente aquele mar de gente.

Quando ela se levantou para falar com alguém fui até ela e me identifiquei. Muitos eeeeeee, claro que lembro, eba, quanto tempo, que legal, que saudade, uhu, fofa, mais eeeee.

Depois da foto, a Tuna me encara com graça e diz:
Tuna Mas você está tão diferente!
BibiSério?
Tuna Está sim, está tão bonita, radiante...
BibiSabe o que é Tuna? É que estou mais feliz... (O gosto dessa frase ainda não saiu da minha boca. Porque eu estava feliz, mesmo numa semana de bode...)

Corta para o escritório. No dia seguinte, estou sentada batendo uma matéria no computador. Concentrada, com a caneta segurando o cabelo em um coque. Vejo uma sombrinha se aproximar. Era o menino que vende quitutes por aqui (todo office que se preze tem um muambeiro de coisas que engordam). A cena, que deveria ser corriqueira, já que acontece uma vez por semana desde que trabalho aqui, me chamou a atenção. Ele pareceu vacilante em se aproximar. Não, eu não estava nua, suja, babada, sem dente, nem tendo um siricutico nervoso. Eu perguntei:

Bibi Que foi?
Muambeiro Nada.
Bibi Fala ai?
Muambeiro É que eu quase não te reconheci.
Bibi heim!?
Muambeiro Você está diferente, está mais jovem e mais bonita.
Bibi - ...
Muambeiro Sério, achei que fosse outra pessoa.
Bibi E você veio me engordar? Hum, passa logo dois desse para cá!

Fiquei como?! rs

9.2.08

Viagem ao Fundo do Ego (egotrip)


Há um lugar místico em mim
Algo assim, bem escondido
Um planeta inexplorado
Um horizonte perdido
Me embrenhei na mata virgem
Como um nativo lobisomem
Mergulhei fundo no oceano
Como um Jacques Cousteau parti
Explorador sem experiência
Marinheiro de primeira viagem
Embarquei de peito aberto
Levando só a coragem
Coragem pra enfrentar / Frente a frente eu comigo / Como se enfrenta um irmão / No exército inimigo / Coragem pra encarar / Frente a frente eu no espelho / Como se encontra um irmão / Que lhe nega um conselho
Quase no fim da estrada
Uma voz veio me dizer
Se você quer seguir, cuidado
Não vai gostar do que vai ver
E a volta foi difícil
Retornei de mãos vazias
Nessa minha egotrip
Não fui Davi, nem fui Golias
Explorador sem experiência
Viajante sem bagagem
Perdi tudo o que eu tinha
E o que eu tinha era só a coragem

8.2.08

Efeito Borboleta I

Meus amores, estou de volta! Sem brilho, sem purpurina nem confete ou serpentina. Passei a semana de carnaval no meio do mato, fazendo uma espécie de curso de alimento para mosquitos e derivados bisonhos. Módulo intensivo II, tal a sorte de picadas pelo meu corpo. A folia foi entre patos e galinhas d’Angola. Mas também, a folia foi entre muitos amigos e amigas de todas as idades, que estavam comigo no mesmo sítio.
Vamos combinar que depois de passar anos na “avenida” cumprindo obrigações profissionais, o campo tem lá o seu charme. E foi-se o tempo em que estar em um lugar bucólico significava sentar na cadeira de palha, mascando mato no canto da boca e vendo o boizinho passar em "alegre" comitiva, deixando seu rastro de bosta pelo caminho... Alegria se faz quando um grupo de pessoas se junta na mesma sintonia, mesmo debaixo de chuva. Basta querer. E assim foi, como tentarei contar numa próxima oportunidade.

Efeito Borboleta II


Queria escrever sobre outras coisas boas. Havia algum tempo que eu não falava com uma pessoa super especial. Esse cara foi meu mestre (honey) criativo, que me ensinou a fazer roteiros, a ordenar os pensamentos, a despertar a minha criatividade que estava meio “bela adormecida”. Na verdade, ele tentou dar método e asas ao meu caos criativo. Ele sabe que foi muito mais que isso na minha vida, mas o texto precisa fluir. Estou comentando sobre o papo com ele para justificar um fato que ando observando com certa regularidade: a "interconectividade" da vida. A gente sempre ouve falar que as ações são interligadas - a velha história de que quem planta o bem, colhe o bem -, a gente vê isso nos filmes, mas quando podemos sentir certas ações conectadas na nossa própria história, é preciso parar para saborear o momento. A física estava certa quando teorizou na Lei de Newton que a toda ação há sempre uma reação igual e oposta. E vejo que subjetivamente - nas coisas da alma - ela pode acontecer no mesmo instante, no mesmo dia, semanas ou anos depois. Parei para pesquisar sobre o Efeito Borboleta e encontrei a seguinte explicação:

"Efeito borboleta é um termo que se refere às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz. Segundo a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo".
Pois então, voltando no tempo... Mestre honey foi super honey comigo. Porque às vezes ele é punk-rock, quem conhece, sabe. Contei a ele que estava indo ao Projac para a estréia da novela Beleza Pura. E ele mandou recomendações à autora da novela Andréa Maltarolli, que faz sua estréia em vôo solo. Como eu sempre brinco com ele de Seu Mestre Mandou...fui até ela, saltitante. Que graça de pessoa eu conheci naquele instante! Ela foi absolutamente simpática comigo. Contou que também era jornalista e que, assim como eu, tem paixão pela escrita, por desenvolver histórias e seus personagens. Concordamos que o jornalista tem um olhar diferenciado, crítico e objetivo sobre os acontecimentos, dando ensejo para a criação mais real dos arquétipos dos personagens. Falei que o curso de roteiro me estimulou a criar crônicas no blog – é o que venho tentando fazer – então, ela pediu o endereço do Bibidebicicleta, porque disse que “se amarra” em ler blogs. Eu fiquei como? Vocês já devem imaginar, não é? Então, pelo sim, pelo não, resolvi contar essa história hoje. Caso a Andréa passe mesmo por aqui, vai encontrar esse afago e meu desejo de uma estréia maravilhosa. Essa profissão é super complicada, gente: mercado super fechado a novos talentos, texto que acaba influenciando a vida e o cotidiano de muitas pessoas. Responsabilidade pesada sobre os ombros. Mas tenho certeza de que tudo vai dar certo, porque a vibe da escritora é boa demais! Estou torcendo por ela!


Foto: Rogério Gomes (diretor), Andréa Maltarolli (autora) e Silvio de Abreu (supervisor de texto)

O blog vai ganhando vida própria e as minhas idéias, terrenos férteis. Já quis parar de escrever, por não compreender a funcionalidade dos meus textos. Porém, encontros como este me dão forças para continuar criando. Pra você e pra mim. Porque hoje, amanhã, semanas ou anos depois, esse tal de Efeito Borboleta das letras, sentimentos e expressões vai bater asas e eu vou sentir a boa reação da ação plantada.

"Então anotem a dica: Beleza Pura estréia dia 18/02 às 19 horas na Globo. Vários atores e atrizes que fazem o meu ofício mais divertido e mais feliz".

1.2.08

Coisas da Vida - parte I


Como será amanhã? / Responda quem puder / O que irá me acontecer? / O meu destino será / Como Deus quiser/ Como será?...


Acordei com uma decisão na minha cabeça: “tenho que escrever um post bacana, já que vou dar uma sumidinha nesse período de carnaval”. (Atenção, isso já é um aviso!) Depois da decisão, a dúvida: “o que de extraordinário pode acontecer até o fim do dia, a fim de virar uma crônica?”, pensei, já presumindo que teria que puxar por uma lembrança bem acomodada na memória (não que isso tenha um valor menor) e transformá-la em historinha.


Antes de chegar ao trabalho descubro que o Beto Carrero morreu. Foi instantâneo pensar no tempo do programa Os Trapalhões. O Beto estava sempre lá e também nos filmes, montado em seu cavalo Faísca e com aquela roupa de faroeste caboclo. Beto era o Zorro brasileiro. Muito mais que isso, ele era o Disney tupiniquim. Tive a chance de visitar o seu parque em Santa Catarina e de acompanhar o seu sonho de tornar o Brasil em um pólo de diversão. Era um brasileiro que acreditava nos seus. Chego no escritório, meu amigo Luke estava aos prantos. O sonho do Beto era o sonho da vida do Luke. Mas disse a ele que boas idéias ganham força além de seus criadores. Se encontrarem terreno fértil, estão sempre prontas a continuarem crescendo sozinhas.

Coisas da Vida - parte II

...Chego ao office e acho que aquela seria a grande novidade de mais um dia. Véspera de feriado é sempre a mesma coisa, você espera pela hora da saída e inicio da folia. Nesses dias, geralmente, o tempo assume seu lado vilão na metafísica e demora pelo menos mais umas 30 horas para passar. O telefone da Dani Maia toca e ela me olha lá de sua mesa, no fim do corredor, com uma cara de espanto. Não era para menos. Um homem desconhecido liga para avisar que uma conhecida nossa está tentando se matar. Achei que esse tipo de situação fosse coisa de filme, mas passamos por momentos de pânico e tensão. Não, não era trote, todas as informações batiam e essa companheira já não vinha bem há alguns meses. Era o próximo ato de um enredo cheio de clichês. Graças a Deus, o final não foi horripilante. O mesmo homem voltou a ligar, dizendo que um policial a impediu de cometer uma loucura e que os bombeiros a levariam ao hospital.

Um fato como esse tira qualquer um do lugar comum. E fiquei pensando, pensando, pensando...Queria escrever alguma coisa bacana, mas acho que vai ter que ficar mesmo para a volta. A pergunta que fica é: qual o valor da sua vida? Que valor você dá às vidas que estão intimamente ligadas a você? O mundo é tão grande e ele nos espera. Ninguém pode tomar uma decisão que só compete a você tomar e tomar com unhas, dentes e todo o coração. Li uma frase do Legião Urbana que cabe à ocasião: “Quando se aprende a amar o mundo passa a ser seu!”
O AMOR é o resumo de tudo, é a definição da vida.

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
E nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz