31.7.11

Frase

metrô paris. Foto: Rui Lebreiro

"Sei falar, falar, falar. Mas também sei calar, calar, calar. O mundo anda muito barulhento. Ruídos de todos os tipos. Preciso de silêncio para ouvir a minha voz interna" 
- Bia Amorim 

Frase



"Somos todos muito mais do que aparentamos, muito mais do que escrevemos sobre nós, muito mais do que podemos descrever a nossa respeito, muito mais do que os outros julgam e muito mais do que nós mesmos podemos entender ou saber sobre a potencialidade daquilo que há em nosso interior" 
- Bia Amorim


Deles + Pensamento



"A gente é treinado a se esconder" - Cid Caldas


Para quem você ligaria agora, se a necessidade de desabafar algo urgente e particular surgisse? Quais são os amigos para os quais você se jogaria em qualquer situação sabendo que neles encontraria uma rede para amparar a sua vida? Quanto tempo você tem gastado investindo em vidas que te fazem sentido? Amizade não é algo unilateral, mas como um terreno fértil, que para brotar algo bom precisa ser germinado, regado e podado com certa frequência, alguma constância, muito cuidado.





Campos de Girassol

If the sky above you
should turn dark and full of clouds
and that old north wind should begin to blow
Keep your head together and call my name out loud
***
Se o céu acima de você
Tornar-se escuro e cheio de nuvens
E aquele antigo vento norte começar a soprar
Mantenha sua cabeça sã e chame meu nome em alta voz
***
Um pouquinho de James Taylor para o dia terminar melhor. Uma grande benção na minha vida é estar - quase - sempre cercada de pessoas extraordinárias. Existem loirinhos que são como campos de girassol florido: inesquecíveis.



Adoro gente criativa

28.7.11

007


FOFURA de noite!
Obrigada!

Djavaniando...


"Luz das estrelas. 
Laço do infinito. 
Gosto tanto deWla assim..."


27.7.11

Aventuras de RuBi - Encontros e Despedidas

Foto: Reviver em São Luis por BibideBicicleta
"A aventura não está fora do homem, está dentro". A frase da escritora francesa George Sand, morta no fim do século 19, mostrou-se tão significativa que perpetuou-se com o tempo e suas inevitáveis (in)evoluções. Muitos outros autores já falaram coisas parecidas. Talvez eu pudesse acrescentar que a grande aventura encontra-se dentro de nós mesmos, contudo, do lado de fora há também muitos caminhos nessa direção. É um lado alimentando o outro sistematicamente.


O pensamento explica bem porque em cada longa viagem eu batizo a narrativa como "Aventuras de...". Não foi uma associação consciente, mas gostei de encontrar esse sentido ao começar a pensar em como terminar as narrativas sobre a estada no Maranhão. A aventura da vida ao se deparar com novos lugares e novas pessoas alarga nosso universo de considerações e os espaços internos. E foi o que aconteceu na noite após o jantar na casa da Bebel e Carlos Seabra.


Nosso anfitriões tiveram uma noite só deles, embora a gente tenha passado o dia sempre juntos. Esse fato abriu caminho para que a região em torno do hotel fosse melhor explorada. A questão é que em volta não havia nenhum lugar bacana para a gente jantar. O movimento comercial mais próximo era - aparentemente - longe, na Avenida dos Holandeses, a parte nova de São Luis. O que fazer? Pedir um táxi na recepção do hotel. Só que para a nossa sorte, a gerente Tatiana estava em final de turno e nos ofereceu uma carona até o restaurante mais próximo. Bem... Além da carona, a gente ganhou uma aliada dentro do hotel, o que tornou muito mais agradável os dias seguintes.


Como só havia uma pizzaria aberta no "Complexo Gastronômico" que ele nos deixou, atravessamos a rua em direção ao bom e velho Subway. Bom e velho em termos, porque o local era estreia tanto para mim, quanto para a minha Mãe. Rolou uma insegurança de como fazer o pedido na fila e então pedimos ajuda aos universitários. Atrás de nós um jovem casal e uma senhora acompanhando. A gentileza ao nos ajudar foi tão GRANDE, que a gente é até difícil colocar em palavras. Cada qual montou o seu sanduba e foi se sentar.


Amante de café e um bom papinho, minhã Mãe não se contentou em ficar na mesa (sem café). Foi atrás do papo. A identificação com aquela família foi imediata: mesma fé. Assim, os gentis companheiros de fila se tornaram Will, Kal e Honor. "Querem carona até o hotel?", perguntou a matriarca, estendendo ainda mais a gentileza, depois de um papo superagradável à mesa. Cheguei a pensar: "Meu Deus, será possível tanta sorte?". Era. E foi além. Essa família rodou a cidade inteira conosco em seu carro. Contaram tantos causos afetivos e trechos históricos durante o passeio, que foi impossível conter o estado de êxtase. Eles rodaram tanto a parte nova, quanto a parte antiga da cidade, pegando todo o Centro Histórico de São Luis. Tudo o que os nossos anfitriões não puderam fazer por falta de conhecimento e não de vontade, acabou acontecendo sem querer naquela noite meio mágica.


Dica 4# Imprevistos podem se transformar em maravilhosas surpresas: tenha fé.


Dica 5# Uma vez fora do seu habitat natural, não se envergonhe de perguntar as coisas, de falar, de ser. Um papinho furado pode vir recheado de agradáveis surpresas.


Na manhã desse dia, nós fomos para a "Praia do Meio". Foi ai que eu percebi o quanto Maranhão é mais região Norte, esteticamente, que Nordeste. Praia de areia escura, grossa, que gruda. É um tipo de drive-in, onde o carro fica estacionado ao lado da barraca - onde se comem cordas e cordas de caranguejo. Achei exótico e até meio visceral ver as pessoas martelando freneticamente o bicho com um pedaço de pau para tirar a sua carne e comer (não me senti bem ao olhar a comida nos olhos e apertar as suas patinhas, como se dissesse: muito prazer sua gostosa!). A presença do carro impede que você estique a sua canga e tome um sol. A água é uma delícia: mar calmo, cristalino, temperatura morna. Já a minha Mãe era praticamente uma nativa!




Ali conhecemos outras duas pessoas maravilhosas: Ronaldo e Fran. Ela, irmã do . Esse casal começou a vida por ali com uma loja de panos e conseguiu formar um patrimônio considerável. E não falo só dos carros e da casa linda com churrasqueira, campo, piscina. Falo também do patrimônio sentimental, de receber o outro de coração aberto e levá-lo para o seio do seu lar; de criar filhos com o mesmo espírito, que fazem com que aquele que chega seja parte integrante do seio da família. O churrasco dominical na casa deles é algo que guardarei com carinho. 




Pena que foi tão pouco. Ali me despedi dos donos da casa. Ali me despedi do e da Fer, que voltaram para o Piauí. E dali, partimos para uma nova aventura, rumo aos Lençóis Maranhenses. 
  

26.7.11

Aventuras de RuBi - Congraçamento com o poder

Foto: Ponta D'Areia - São Luis por BibideBicicleta




Foi um roteiro afetivo pelo Maranhão. Como disse em outro post, o foco acabou sendo mais em gente, que no lugar propriamente. Mas esses dois lados da moeda acabaram por acontecer de forma muito natural.

A primeira pessoa com quem tivemos contato foi uma "irmã da irmã de caridade", com a qual a minha Mãe travou um papo em uma das conexões que fizemos. A irmã dela havia trabalhado durante anos no Maranhão e ela foi inúmeras vezes visitar a região. Ela nos trouxe o pior panorama possível: de um lugar sujo, pobre, desprezado pelos governantes e aparentemente esquecido por Deus. Esse tipo de colocação nos esvaziou por dentro. Isso, porque minutos antes de entrarmos na aeronave, um menino de dois anos cutucou a minha Mãe e perguntou:


- Mulher, você vai nesse avião comigo? Esse avião que vai cair?


E entre tantas "urubuzadas", cheguei a me perguntar internamente se eu havia feito a escolha certa. Falta de fé? Que nada! Meu entusiasmo estava sendo minado sistematicamente! A sorte é que eu carrego energia extra para as viagens (Mario Bros). E logo que encontrei a Fer, tudo virou festa e a expectativa voltou "Up In The Air". Tenho uma frase que sempre repito: "Não importa onde, mas com quem". E com a Fer estava tudo bem. 


As previsões da irmã mau-agouro caíram por terra assim que pisei fora do aeroporto: um céu como aquele de fim de tarde foi a melhor das recepções. Espetacular em tons púrpura. E o trajeto até o hotel nos brindou com muitas gratas surpresas, que foram sendo narradas pelo . Memórias de um tempo dele e das coisas que costumava fazer por ali. Assim, foi no calor de boas recordações que o nosso primeiro city tour se fez. Tudo lindo, menos o trânsito e a fome: sem comida desde 8 da manhã. E assim vai a primeira dica...


1# Se o voo é no estilo cata-corno (cheio de conexões) vale a pena levar a sua marmitex. Amigo meu, comissário de bordo, foi taxativo: "avião não é restaurante". Assim sendo, tal qual farofa na praia, é fashion levar o seu farnel bem variado. Fora de moda é passar fome. Mommy e eu estávamos OUT!


Nosso dia de Somália foi elegantemente resolvido pelos nossos anfitriões. Eles nos levaram para um restaurante típico lindíssimo chamado Cabana do Sol. Comida ótima e ambiente estiloso. Clima perfeito para a primeira refeição juntos. Minha intimidade com a Fer era tal, que parecia que a gente já se conhecia há séculos. No meunu: carne de sol e arroz de cuxá. Um drink com o Zé para celebrar a chegada e lá se foi a timidez em relação ao cara sério que não entendia esse lance de amizade na internet. Oba!


Dica 2# É sempre bom procurar um restaurante típico (aqui no Rio qual seria? O Bibi Sucos? hehehe)


E foi justamente por causa do Zé, que a gente teve outra noite memorável, no dia seguinte. Ele nos levou para um jantar na casa de um dos advogados mais prestigiados da região e sua doce esposa: a Bebel. Uma fofura de casal. Uma casa linda. Filhas gêmeas de 4 meses. E a hospitalidade maranhense bombando. Nunca havia participado com de um congraçamento com o poder, que não fosse trabalhando. Pois à mesa a gente tinha uma deputada e um prefeito. Conseguimos nos misturar à turma e foi uma noite realmente para se guardar na memória.


Dica 3# É ótimo se misturar com os locais.


E a noite seguinte ainda nos reservou uma baita surpresa...

25.7.11

Superação - Cesar Cielo

A vitória do Cielo na final dos 50m borboleta no Mundial de Xangai foi algo emocionante. Vibrei com ele, que chorou ainda dentro da piscina ao ver o resultado. Lavou a alma, após ser acusado (injustamente, de certa forma) de dopping. Absolvido pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), ele agora exibe uma medalha de ouro no peito. Superação! Esse menino deu uma lição e espero - mesmo - aprender com ele :)

23.7.11

Um break

Foto: Vivian Fernandez


Vou dar uma pausa nas histórias do Maranhão para comentar outras coisas:

1) A morte da Amy Winehouse está noticiada em TODOS os lugares. Não se fala em outra coisa no Facebook como se isso fosse a novidade do século. Do jeito que a mulher era junkie, alguém realmente ia se surpreender com esse final: uma morte prematura? O que me espanta é o fato de as pessoas à sua volta a verem agonizando em praça pública e ninguém fazer nada. Amy tinha apenas 27 anos e eu me choco ao ver alguém mais novo que eu (e com muito mais possibilidades) se perder dessa forma. Pode ser que ela tivesse alcançado a todos e ninguém realmente a tenha alcançado, o que é uma tristeza. Pode ser que a fama traga gente em volta, mas afaste os amigos. Mas o mais básico é que ninguém se cura de algo se não quiser realmente, em primeiro lugar, e se não contar com ajuda. 

Minha amiga Diana de Medeiros escreveu algo interessante (sob um ponto de vista): "Alguém imaginava Amy ficando velhinha e se mudando pra Miami? Alguns ídolos têm que ir cedo mesmo ou correm o risco de se tornarem patéticos demais. (Depois de uma certa idade, ser junkie não tem mais o menor charme...)".

O fotógrafo Philippe Lima, levanta outro aspecto ponderável da questão: "Eu realmente don't give a fuck pra morte dela. Morreram 92 inocentes na Noruega e a única coisa de que se fala é da morte dela. Ela se matou, morreu em consequência do estilo de vida que ela escolheu levar. Desculpa, mas eu não vou venerar isso."

Por fim, a jornalista e amiga Dalila Mangarian pondera em cima do mesmo pensamento que me fez escrever o post: "A morte anunciada de Amy Winehouse não me comove, mas me indigna. Todos à volta dela assistiram de camarote sua autodestruição e, pelo visto, não fizeram nada".
 
O que pensar sobre os fatos?

2) Não comprei nenhuma roupa para mim durante toda a viagem. Fato raro para o DNA consumista que existe em toda mulher. Não gastei nem 40 paus num relógio preto pelo qual fiquei apaixonada (só penso nele, mas resisti bravamente). Em compensação... No último dia, foi só dar um pulo num shopping plano ali por perto para arrematar 5 novos livros para a biblioteca Fer Chaib

* "Feliz por Nada" - crônicas de Martha Medeiros
* "Oscar Wilde" - livro de bolso, uma biografia de Daniel Salvatore Schiffer 
* "Felicidade Autêntica - Usando a Psicologia Positiva para a Realização Permanente" - livro de bolso do ph.D. Martin E. P. Seligman
* "Superando o Cárcere da Emoção" - livro de bolso de Augusto Cury
* "Madame Bovary" - livro de bolso de Gustave Flaubert 

Sempre penso que ao invés de/além de Jornalismo, eu deveria ter investido em Psicologia, tamanho o meu interesse no assunto...

3) 129!
É sempre tempo de celebrar as novas adesões ao Hall da Fama Ciclista, não é mesmo?

128 - É a Glaucinha! Companheira recente da faculdade, mas muito bem chegada! Escritora como eu, professora das boas, vive feliz da música e quer viver das letras também. Outro grande desafio que ela tem pela frente. Ótimas notas e um papo melhor ainda!

129 - Não conheco a Janice Loureiro, mas a achei bem bonita na fotinho que ilustra o mural (ao lado direito do blog)! Acho que é do Piauí (minha próxima parada no Nordeste, se Deus quiser). Amiga de uma amiga minha, creio. Queria poder confirmar. De qualquer modo, quero dar boas vindas e torcer para que pedalemos muitos juntas!

4) 
Bom de chegar em casa: meu quarto, minha cama, meus travesseiros!
Ruim de chegar em casa: desfazer malas, voltar à criar uma rotina, burocracias, dieta

Aventuras de Rubi - Por que Maranhão?

Foto: BibideBicicleta

Amo viajar. É uma atividade herdada (e muito feita) pela família. Durante um tempo a gente cruzou as estradas desse Brasil em um ônibus de excursão (divertidíssimo). Houve a época de visitar parentes em lugares distantes. Depois passei a fazer isso sozinha, com amigos ou numa bela companhia masculina (hummm). E assim estive nos seguintes estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Goiás, Pará e agora o Maranhão. Ainda me faltam 12 estados e Fernando de Noronha. Não tenho pressa.


O Maranhão, em especial, me causava muita curiosidade. Não por ser a terra de Alcione (a Marrom). Muito menos por ser a área de domínio da família Sarney. Também não fiquei curiosa quando gravaram a novela "Da Cor do Pecado" por lá e nem me chama atenção o fato do estado ser enrendo da escola de samba carioca Beija-Flor de Nilópolis no próximo Carnaval. Foi na cidade de São Luis que a minha prima Milly nasceu. E eu lá não pude estar nessa época, ficando uma lacuna na história.


Muitos anos depois - com a Milly já formada e casada -, aparece a Fer na minha vida acenando com essa possibilidade de visita. Meus olhos brilharam e agarrei a chance com vontade redobrada: conhecer uma nova amiga e fazer as pazes com esse pedaço já esquecido da minha história. Interessante notar que quando menos damos atenção, certos sonhos acordam na nossa realidade. Comigo essa história se repete: eu esqueço dos sonhos, mas Deus não esquece.


A chegada ao nosso destino foi a melhor possível. Deixei o Rio de Janeiro num frio danado e fui recebida no Maranhão com um calor de lascar (a capital está localizada próxima à zona de convergência intertropical. Mal sabia eu que o lugar é quente e úmido a ponto de deixar a minha pele parecendo uma lixa. Garota-Chokito). E isso nem foi a melhor parte. Depois de pegar as malas, do lado de fora um doce sorriso me recebe com um carinho sem tamanho:


- Olá Bibi! Tudo bem? Como foi de viagem?
- Oi. Foi boa!
- Oxê. Só você para trazer mainha para conhecer o meu apartamento. Ela odeia voar.


Esse anjo em forma de gente se chama Luana. É a filha da Fer que mora em São Luis e que durante toda a estada foi a nossa cicerone e motorista. Ninguém ali naquele pequeno grupo que se formava conhecia de fato e de verdade a cidade. Luana está lá há poucos meses, fazendo a sua residência médica. , o pai dela, até tem uma irmã que mora na região, mas parecia estar um pouco perdido em relação aos caminhos. Era como um GPS sem update. A Fer estava como eu e minha Mãe: nada sabia. Éramos três pontos de interrogação que convergiam para Luana sempre e para o , vez ou outra. E eles corresponderam à missão segundo as suas possibilidades.


E o que parecia um descompasso ao nosso city tour, acabou se transformando em uma experiência única, que recomendo a quem interessar possa. Sempre visitei as novas cidades de forma frenética, tentando fazer todos os percursos turísticos possíveis num ritmo muitas vezes alucinante. Dessa vez foi diferente. Pisamos no freio. Nos jogamos ao sabor dos acontecimentos. E essa se tornou uma viagem para conhecer lugares sim, mas principalmente gente. Nossa vida cruzou de forma efetiva com cerca de 30 novas pessoas, que trouxeram consigo a beleza de suas histórias.


Começamos com pé direito ao ter a felicidade de nos entregarmos a Fer, e Luana (que não pretendo deixar ao sabor do tempo). E depois deles, conhecemos a mágica hospitalidade dos "ludovicenses" - como são chamados os nascidos em São Luís. Aliás, dizem, a cidade é a ilha da fantasia dentro do estado do Maranhão, que junto com Alagoas possui o pior IDH (índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, segundo pesquisa do IBGE. Então é curioso você encontrar a cada esquina carros como Porsche, Mercedes, BMW e até Ferrari. Não entendo de carros, mas conheço bem o nome das marcas...


E assim começou efetivamente o nosso passeio, já que "As Aventuras de RuBi" tiveram seu start bem antes...

Aventuras de RuBi - Doce Encontro


Paris, 17 de fevereiro de 1903. Essa foi a data em que o poeta Rainer Maria Rilke recebe uma carta de um jovem chamado Franz Kappus. Um não sabia da existência do outro até aquela carta. Eles nunca haviam se visto e não existia um laço forte em suas histórias que pudessem servir de convergência, a não ser um mesmo “tutor”. O ardente desejo de Franz em tornar-se poeta fez com que ele, em um golpe de ousadia e inteligência, pedisse conselhos ao já famoso escritor através do mais eficaz meio de comunicação da época. E tal iniciativa dá início a uma profunda troca de correspondências, que deixa como legado o livro “Cartas a Um Jovem Poeta”.

Eu sou um pouco ressentida pelo (quase total) desaparecimento do hábito de se trocar cartas. Ao mesmo tempo, a internet é algo que me deixa maravilhada. Mesmo sendo voto vencido, creio que uma coisa não deveria excluir a outra. E fico feliz ao perceber que a (inexorável) evolução das coisas não nos afasta daquilo que nos é caro. Não totalmente, visto que há uma transformação e consequente adaptação. Minhas cartas quase sem fim agora devem caber em e-mails. Estes, certamente menores, mesmo que as possibilidades tenham se multiplicado.


Dias (aparentemente) mais velozes e (certamente) mais estressantes não (necessariamente) querem dizer tempos de sentimentos superficiais. A tônica dessa frase me tomou por inteira na crônica sobre a chegada ao Maranhão. A velocidade do novo tempo reduziu as palavras, mas não extirpou a disponibilização de afeto que pode existir nessa simples troca de correspondências. Assim como fez Kappus com Rilke há mais de um século, eu comecei a fazer com a Fer, minha Ciclista que deu nome à estante-biblioteca que inaugurei na sala de casa.


 Esse contato foi se estreitando nas ciclovias virtuais e acabamos nos encontrando face a face em São Luis do Maranhão. O que era apenas idealizado entre nós, tornou-se algo palpável a seu convite. Nossa primeira troca de olhares foi em uma conexão em Teresina, no Piauí, onde ela vive. Saí de casa sem dar uma segunda olhada em sua foto. A ansiedade pelo encontro era tamanha que... LÓGICO: abracei vigorosamente a mulher errada. E não é que ela curtiu? “Gostei muito do seu abraço, mas eu não sou quem você está esperando”. Quá-quá. Vexame.

Respirei fundo e identifiquei a Fer certa logo atrás. Os olhos eram os mesmos, mas os cabelos... Trocamos um abraço rápido, porque ela estava nervosa com o vôo de meia hora que teríamos pela frente (e eu tensa com o abraço frustrado de minutos antes. Os passageiros à minha volta souberam da situação “nunca te vi, sempre te amei” e estavam também à espera da mulher misteriosa que era a verdadeira amiga-oculta).

Eu estava com a minha Mãe - rindo da minha gafe. A Fer estava com o marido, o Dr. José Rodrigues (o melhor cirurgião gástrico e de redução de estômago de todo Norte/Nordeste) - todo sério. O encontro de verdade foi na esteira de bagagem do aeroporto de São Luis. Estava há mais de 10 horas sem comer nada e a Fer me serve um pedaço do mais delicioso brownie que já comi na vida. Fabricação própria que ela comercializa. Uma receita secreta e especial. Não era a minha fome, porque pude comprovar esse sabor insuperável em outras duas ocasiões (tudo em nome da ciência, claro!). Mas ali, naquele segundo gesto, o pós-abraço, estava resumido o que seria o nosso encontro: doce, consistente, caseiro, saboreado aos pedaços e que alimentaria o corpo e também a alma.

22.7.11

Aventuras de Rubi




O paraíso tem várias formas e pode ser visto em muito lugares. Nós vimos uma obra incrível da mão de Deus por aqui. Estamos voltando para casa e deixando um pouquinho de nós pelo Maranhão. Levamos na memória momentos de tirar o fôlego. Minha Mãe foi uma grande companheira e uma excelente aventureira. Últimas horas em São Luís, depois de visitar os Lençóis... Estamos indo de volta pra casa.

17.7.11

Aconchego



Uma pausa nas (poucas) transmissões das aventuras no Maranhão para registrar essa linda foto feita pelo David Beckham da mulher, Victória, e da filha, Harper Seven, recém-nascida. Passo férias com a minha mãe e posso dizer que a gente nunca quer perder esse aconchego.

16.7.11

Aventuras de Rubi

Ontem eu fiz uma coisa pela primeira vez na vida: uma confraternização off-work com uma deputada. Coisas de "Seu Luiz" do Maranhão. hohoho

ooooooi

Enquanto isso no Maranhão...




Aventuras de RuBi - Um jantar incrível com as nossas maravilhosas anfitriãs Fer e Luana na casa de uma nova amiga, a lindíssima Bebel Seabra :) Que noite, minha gente!

15.7.11

ihhhhhh ja tem tanto para contar! cade o tempo? fui...

Aventuras de Rubi - Fer

Gosto muito da palavra amor. Um sentimento que faz sorrir invariavelmente, mas também faz sofrer eventualmente. Gosto de associar a palavra não só ao amor esteriotipado (e divulgado) ou ao amor entre pessoas do mesmo sangue (mais lógico), mas também aquele que surge entre pessoas que não tem a menor ligação à princípio, mas que o descobrem e o desenvolvem à partir de algum tipo de afinidade.


Desde que iniciei o BibideBicicleta tenho experimentado e desenvolvido, com frequência, novas nuances desse amor descoberto nas entrelinhas da afinidade. Tenho a honra de ser lida por pessoas de muitos lugares. Cidades cujos nomes sequer havia escutado anteriormente e que agora fazem parte de um mapa afetivo. Com algumas troco palavras. Com outras, aprendo. Há algumas que me fazem companhia e aquecem o coração na beleza de um instante. E há aquelas com quem desenvolvo uma afinidade tão delicadamente profunda, inesperada e encantadora, que é como se nos conhecessemos há tempos. 


Dias velozes não necessariamente querem dizer tempos de sentimentos superficiais. Assim eu espero e a isso prezo. As letras trocadas despretensiosamente na internet podem acabar transformando a simples comunicação em afinidade e esta, "magicamente", nesse tipo de amor dos novos tempos. Um bem querer que vamos desvendando e aprendendo a desfrutar. Exemplo?  A história de como vim parar no assento numero 24 da janela de um avião, de onde escrevo essa crônica. 


Lá em baixo, a paisagem exibe o que para mim parecem apenas pedaços de um quebra-cabeças verde entrecortado por linhas que me de cima são belas rodovias terracota. Estou longe do chão. Só posso imaginar como seria a cidade lá em baixo. Essa é uma ótima alegoria para o que está para acontecer daqui há exatos 30 minutos...


Conheci a Fer através do blog. Trocamos posts, que viraram emails com as mais profundas revelações de cada lado do computador. Sei quem ela é de longe, mas sua figura ainda me é imaginada como se eu apenas a olhasse da janela do avião.  E quando ele pousar, vamos nos ver face a face. E aquilo que era apenas idealizado, como a cidade da janela, vai se tornar real. E assim, certamente, a consequência dessa nossa afinidade será uma espécie de amor. Este, dos novos tempos. E assim cheguei ao Maranhão.

13.7.11

As Aventuras de RuBi


Malas prontas. Parto certamente para mais uma aventura por esse mundão de meu Deus. A história começou antes mesmo da viagem se realizar (e como gosto disso!). Busco por um novo elo na minha vida através de quem fez esse encontro acontecer. Além de novas amizades e belas paisagens, por certo, gostaria de marcar um encontro comigo. Uma viagem ao íntimo em conjunto. Renascer das cinzas. Ouvir a voz de Deus no sussurro de um vento.

Se vou postar de lá? Não sei, mas torço a favor de uma bela conexão. Pra onde eu vou? Gosto de contar as histórias com as fotos para ilustrar. Essas serão "As Aventuras de RuBi". Como diria o saudoso locutor Lombardi, O Sombra do Silvio: "Aguardéammmm".

Deles


 "Na minha experiência, amor é um território em que coragem e a iniciativa são premiadas, mas empenho, persistência e determinação nunca trouxeram resultado. (...) Ser amado de graça, por outro lado, não tem preço. É a homenagem mais bacana que uma pessoa pode nos fazer. Você está ali, na vida (...) e a pessoa simplesmente gosta de você. Ou você se aproxima com uma conversa fiada e ela recebe esse gesto de braços abertos. O que pode ser melhor do que isso? O que pode ser melhor do que ser gostado por aquilo que se é – sem truques, sem jogos de sedução, sem premeditações?" - O Amor Bom é Facinho de Ivan Martins para a sua coluna no site da Época.

trilha

Não gosto do Jorge "Vacilo", que para mim é um tipo genérico do Djavan.... Mas como gosto de letras, me v contextualizada nesse refrão, diante dos últimos acontecimentos. Se definir é chato, mas ter música para trilha sonora de um momento especial da vida, torna essa fração de tempo ainda mais especial.

Paralisa com seu olhar
Monalisa
Seu quase rir ilumina
Tudo ao redor minha vida
Ai de mim, me conduza
Junto a você ou me usa
Pro seu prazer, me fascina
Deusa com ar de menina

12.7.11

Bruno Gagliasso


Já trabalhei com o Bruno Gagliasso em um escritório que cuidava de celebridades. Antes disso, fiz uma entrevista muito gostosa com ele para a Revista Estilo de Vida. Foi um bate papo mesmo e no final ele me deu carona até um bar onde estavam minhas amigas. Eu mandei um torpedo: "estou chegando de carona com o Gagliasso". Ninguém acreditou. Não era, digamos, a zona mais nobre da zona nobre da cidade. Eu saltei e ele ficou me dando tchau pela janela.

Na época, lembro que ele já estava em luta com a balança. E resolvi postar essa foto que estampa a edição desse mês da TPM, justamente para mostrar que para qualquer objetivo é preciso perseverança. Minha endocrinologista diz que uma das coisas mais difíceis de se mudar são os hábitos. Verdade. Mas nada parece improvável quando se tem diante de si a vontade legítima e o destemor. Coragem... E a coragem com ousadia.

Vasculhando a internet, achei um pedaço da matéria feita em 2007 ou 2008. Já não lembro. Queria ter resgatado o texto todo, mas não consegui (e estava bem mais divertido que apenas esse começo). Era assim:

"Os olhos da cor do mar e o sorriso hipnótico são o acabamento perfeito da imagem de um sedutor. Mas para Bruno Gagliasso isso não é suficiente. Se ele pudesse, seria mais alto. Bruno não ligava muito para o que vestia até ficar amigo de um produtor que entende do assunto. "Não sei se a minha moda é o que está na moda", diz. Mas uma coisa é certa: o moço gosta de chapéu e usa o acessório independente do que digam. Também é adepto de xadrez, do jeans Diesel e de marcas como Ausländer, British Colony e Alexandre Herchcovitch. Também não sai de casa sem um cordão com pingente de caveira, que comprou na Natan. Atenção para o detalhe: ele odeia sapatos. Calça Dior ou All Star, tanto faz, contanto que seja tênis".

UP date: À época não pude contar, mas agora acho que posso: ele usava boxer preta e já exibia fios brancos pelo cabelo.

New Beatles



New Beatles. Não... Não tem um "s" sobrando e também não estou falando do fusquinha que se modernizou e se transformou em ícone xodó de muita gente, meu inclusive. Falo da nova/velha banda que está para se apresentar.
Os Jogos Olímpicos de Londres prometem reunir no mesmo palco Paul McCartney e Ringo Star, os dois Beatles ainda vivos, com os filhos de John Lennon e George Harrison. Achei a ideia genial, um saudosismo com sabor de novo. O melhor do antigo com o frescor do moderno. Mix interessante de gerações.

Foto: AP from Yahoo


Paul e Ringo estiveram juntos no mesmo palco pela última vez em 2010, quando o segundo comemorou 70 anos com um show. De lá para cá, algumas alfinetadas já foram trocadas, com Ringo dizendo que Paul se acha o único Beatle sobrevivente. Rusgas à parte, se a organização das Olímpíadas conseguirem o intento, será medalha de ouro para eles e para o público.

11.7.11

pensamento viaja


Eu tinha tanta coisa para escrever... 
Mas hoje eu só quis viver. 
E como foi bom.

10.7.11

Cenas de Domingo

Fonte: iG/ Reuters


L'Amour na Côte D'Azur: 
Nicolas Sarkozy (56) e Carla Bruni (43), grávidíssima e sempre linda.

Life is a Cabaret!


 "Those big black eyes wicked smile
That you flash as you walk through my door
Into my life...
...
From time to time I feel so blind
And there's still so much more left to do
Into my life...
...
I pick you up in my white car
I could fall ever so easily
Why you keep me hanging on
I'm waiting on you

Still, those big black eyes wicked smile
That you flash as you walk through my door
Into my life..."

Ouvi no rádio agorinha e me perguntei: "Is Man at Work singing for me?". E logo depois começa a tocar Complicated de Avril Livigne...

"Tell me
Why do you have to go and make things so complicated?
I see the way you're acting like you're somebody else,
It gets me frustrated.
And life's like this, you...
And you fall, and you crawl, and you break,
And you take what you get and you turn it into honesty.
You promised me I'll never going to find you fake it..."

Então eu penso que em certos segundos mágicos a vida nos mostra que pode ser um musical. Tantas histórias relacionadas, tantos momentos que nos voltam. Life is a Cabaret! 

Up Date: E bem na hora de apertar o botão publicar a mensagem, toca...

"A crueldade de que se é capaz
Deixar pra trás os corações partidos
Contra as armas do ciúme tão mortais
A submissão às vezes é um abrigo
Saber amar
Saber deixar alguém te amar
Há quem não veja a onda onde ela está
E nada contra o rio
Todas as formas de se controlar alguém
Só trazem um amor vazio
Saber amar
Saber deixar alguém te amar
O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr no mar..."

Oh Deus!

9.7.11

O cérebro se tornou mais sexy que os músculos

Estava lendo reportagem na Revista Época, um especial chamado População. Na matéria "A Evoluão Humana Acelerou?", uma frase me saltou à vista, de tão coerente e interessante que achei. Daí o destaque no BibideBicicleta:

"Hoje, numa civilização tecnológica, o que conta é o cérebro. Qual mãe não sonha ter filhos inteligentes? Vivemos o primeiro momento na história em que o cérebro se tornou mais sexy que os músculos".

E eu, que sempre fui saudosista e achava que havia nascido no tempo errado; que a minha cultura, análise e gostos estavam ligados a um tempo que ficou no passado (quase uma memorabília), agora me encontro diante de uma realidade bastante futurista em relação aos meus gostos, anseios e o que sempre me seduziu. Homens inteligentes são sexys com propriedade (e em qualquer tempo), tendo a aparência da moda ou não, fazendo ou não a linha dos anseios da maioria, tendo tanquinho ou travesserinho na barriga. 

Já cheguei a pensar que teria que dizer à minha prole, se decidisse ser mãe ou tutora, que seria melhor treinar os músculos que o cérebro. Claro, isso foi uma febre de momento, tomada pela onda de culto ao corpo que me afogava diante das circunstâncias absurdas dentro de uma sociedade que empregava suas crenças e desejos em valores fúteis e com data marcada para terminar dentro da existência de cada um (sim, beleza passa e beleza over trabalhada vira um tipo de aberração).

Alexandre Cunha by Paul James Hay


Não acredito que a frase acima já seja uma realidade por completo. Mas fico muito feliz de sempre ter pensado assim. Já fazia parte da tal sociedade tecnológica, mesmo sem nunca achar que tivesse entrado nela com louvor, com razão, com vigor. Sou adepta do indispensável dos nossos tempos, mas gostaria de saber fazer muito mais que usar o word, a internet, as funções mais simples de um smartphone ou os comandos menos complexos da minha câmera digital. Devo ser old fashion...