30.4.09

Filhos

Eu tenho um amigo de infância, o Digão, que este ano topou fazer o meu Imposto de Renda. Eu detesto números, ele sabe. Topou fazer.
Digão deve ter me ligado umas 20 vezes. Sem exagero. Talvez um número maior de telefonemas que demos um para o outro durante todo o ano passado.
Em um certo momento, sem saber se ria ou se chorava, ele diz:

- Você diz que quer ser mãe e não sabe nenhum dado numérico que você tem?
- O que filhos tem a ver com números? Até dois eu sei contar, mais que isso eu não quero ter!
- Como é que vai saber sobre mensalidade, contas a pagar, curso, transporte?
- A minha parte será dar amor. Os números não vieram no combo do meu mapa genético!

A gente riu. Contudo, se estou escrevendo aqui é porque nasceu uma ruga de preocupação. Hummm... À noite, encontrei a minha amiga Pizzotti. Um doce de pessoa! A mais sarada e a mais saudável jornalista do Rio. Semana passada descobriu que está grávida. Ao me contar a novidade, meus olhos ficaram cheios de lágrimas. Depois da emoção, o adendo da notícia: "Só descobri que estou grávida na semana passada. O que é mais surreal é que já estava com quatro meses!". hahahahahahaha
Só ela!
Da emoção ao riso nervoso...

29.4.09

Sonho


Os sonhos nos fascinam. Eles têm seus encantos e seus mistérios.
Sonhar não custa nada.
Sonho, logo existo em outra dimensão.

Talvez aquela que esconda de mim mesma. E que revele em segredo ao pensamento.
Sonhos são misteriosos.

Ao mesmo tempo, eles são tão reais e podem ser tão marcantes.
Há tempos o homem vem tentando encontrar uma explicação prática para os sonhos; uma experiência que possui significados distintos.
Sonho é tão bom que virou nome de doce de padaria;

Virou significado de desejos que se pretende/pode alcançar. Sem tempo...
“I Have a dream" - "Eu tenho um sonho".

Essa frase ficou imortalizada no discurso de Martin Luther King.

Um cara que tinha um desejo para si e para os seus.

Foi morto em nome de um ideal, mas seu sonho permaneceu.
Freud trouxe à luz da existência um caráter científico à matéria, ao publicar o polêmico livro "A Interpretação dos Sonhos".

- O conteúdo dos sonhos seria a realização dos desejos: fachada X significado.
Jung achava que essa matéria informe não era apenas a manifestação da realização de desejos, mas uma ferramenta na busca do inconsciente pelo equilíbrio.
Difícil definir um sonho.

Maravilhoso é poder sonhar.
Sonho dormindo.

Sonho acordada.

Faço planos, executo tarefas.

Estou sempre me alternando entre a realidade inóspita e o paralelo onírico do existir.

Minha mente vaga fora do corpo em sonhos acordados.

Eu sei me desligar da realidade.

Sei encontrar aquele lugar que é super confortável de se estar.



- Saio dos sonhos para fazer história [eu disse].
- Sonhos sempre são histórias. E quando são histórias, não são mais sonhos... São desejos [ele me respondeu].

Palavras simples que guardam tanta sabedoria. Há tanto viver na simplicidade. Só enxerga que não passa correndo pela vida e quem não desiste de sonhar.

Poetas sonham a vida inteira.

Literatos inventam sonhos para que muitos sonhem juntos.

Analistas interpretam sonhos.

Matemáticos calculam probabilidades.

Qual a probabilidade de um sonho virar história?

E dessa história vir saciar o meu desejo?

- Então seria: sonho, portanto desejo? Mas não desejo tudo que sonho... Porque desejo, portanto sonho é um pensamento meio triste, com nuances de inalcançável [eu disse].
- Exatamente [ele respondeu].

[eu ouvi em silêncio. puro êxtase. gosto de aprender proativamente. sou dominada pelas palavras].

- Dizem que os sonhos são misturas do subconsciente com a realidade [ele acrescenta].

[eu concordo ainda em silêncio. Louca para saber o que sonha. Intrigada por saber por que sonho tão pouco dormindo e tanto acordada? Não há resposta fácil para essa questão].


É mesmo muito louco sonhar.

Tanto quanto escrever sobre sonhos.

Tanto quanto falar sobre a sua natureza inexistente e real.

Tanto quanto sonhar acordada.

Tanto quanto não sonhar.


* Espero que entenda o peso de cada palavra e a importância de aqui registrá-las.

Casos de Família - O Jogo

CASOS DE FAMÍLIA - O Jogo

Meu Pai sempre gostou de futebol. E muito. Tanto de jogar em várzea [ou qualquer lugar plano que pudesse fazer a gorduchinha correr], por exemplo, quanto de assistir Togo X Gana pela televisão. Até começar a ter probleminhas no coração e abandonar as peladas [os jogos, vamos deixar claro!]. Nunca vi o garotão em campo! E isso quer dizer que suas questões cardíacas datam da Idade da Pedra Lascada [e que fiquei bem claro que tudo começou muito antes de eu nascer! Sou "a raspa do tacho"; praticamente a última menstruação de Mamãe! Nasci de teimosa, agora vão ter que me engolir! Eu e o Velho Lobo Zagalo hehehe]. E depois abandonar as partidas da Seleção e do Vasco pela TV. Ele fica nervoso.

O que ele acha mais interessante é que nenhum dos filhos homens herdou essa paixão pela bola! O único gol que um dos meus irmãos fez, foi quando caiu em um buraco artilheiro num futebol de areia. Só assim para ele chutar para o lado contrário do que sempre fazia. Já era manjado. Naquele dia foi diferente. Enquanto os meninos não ligavam para o esporte, a filha e a neta sempre se mostraram chegadas a um corpo a corpo! Eu sou louquinha por futebol, mas não fanática. Gosto do jogo bonito, mas também de observar o comportamento da torcida, dos jogadores, do juiz [o cara que só usava o pretinho básico, mas agora abriu as opções na palheta de cores]. Já joguei [confesso que com mais garra que habilidade]. O tal do futebol social.

Na minha casa não tem nada de social. Meu pai vê os jogos e quem quiser que o siga. Minha Mãe, como gosta de ficar pertinho dele [uns dias mais que outros], foi se juntar ao "Velho" no sofá, para tentar compreender os bonequinhos correndo na tela.


- O que é zagueiro? [sim, ela quis saber essa informação a essa altura da vida!]
- É o cara que fica na defesa, antes do goleiro.
- Ah! [e sentou-se no sofá]
zzzzzzzzz
- Você está vendo jogo da Argentina?
- Claro que não! Não está vendo? É
Arsenal X Manchester!
- Ah, mas eu ouvi o locutor falar no Telvis...
- Cuma?

Eu venho rindo lá de dentro...
- Ô Mãe, só se fosse jogo à fantasia! O Tevez com a roupa de Elvis Presley. Já pensou aquelas pernas tortas em campo? Desequilibra qualquer um!

Desce o pano rápido!

Por aí

"Tudo é possível nesse mundão de meu Deus, como dizia minha mãe: o impossível é Deus pecar e mulher mijar na parede e, olhe, que hoje em dia até mulher está mijando na parede". Muito bom! O Osvaldo tem cada frase de efeito! Essa eu não resisti e tive que reproduzir. AQUI

28.4.09

Já reparou a quantidade de gente tossindo e espirrando Ultimamente? Ui!
Moro em um condomínio onde a sinfonia de cof cofs e aaaaaaatchins fazem ecos em coro triunfal para Johann Sebastian Bach. Saúde! Obrigada!

Outros Quinhentos

Até gosto de ter uma rotina para organizar o meu dia. Daí a fazer da minha vida uma seqüência de acontecimentos previsíveis, são "outros quinhentos"! Não tenho apego aos paradigmas e passa longe de mim a tendência de consolidar o status quo. Por onde quer que eu vá, levo comigo minha criatividade e transformo o modus operandi. Não é mais divertido assim? Dessa forma eu penso e tento agir. Seguindo a espontaneidade e a sensibilidade, que sempre foram bons fiéis da minha balança.

Programar passeios, saídas e eventos diferentes demanda certo investimento de tempo e neurônios. Ainda assim é tão mais simples que tentar transformar ações que juntas perfazem o todo do nosso dia! Vamos falar sério: a gente tem a firme tendência de reproduzir atos para garantir certa praticidade e fluência no avançar das horas e na execução de tarefas. Pisando as pegadas do óbvio e escolhendo um ou outro programinha social para que a existência não se atole no tédio simplesmente. Acho até curioso quando vejo as pessoas que se dão conta do quanto sua vida está atolada na lama tediosa e grudenta do agir por compulsão e não por atitude, que de uma hora para outra querem fazer de UM TUDO. O final de semana desse tipo de gente é praticamente um full extention do Extreme Makeover! Live On Earth!

Eu busco medidas mais simples [porque sou assim. Não acho errado ninguém lotar seu fim de semana de programações, se assim o deseja]. Não tenho muito saco para planejar! Tenho muitas idéias e vou executando todas as possíveis com muita ansiedade. Ou aceito os convites no ato [Vamos? Vamos! Já foi!]. Há dias, porém, que tiro para alimentar a alma, digamos assim. Hoje, por exemplo, fiz um jantarzinho diferente. Botei a mesa só para mim, com o melhor prato e os melhores talheres. Um copo bem bonito [coisa rara aqui em casa, que ninguém, além de mim, liga para a estética das coisas. Pelo meu Pai, ainda estaríamos usando copos de requeijão! Se a função é beber, qualquer copo serve, é a filosofia do garotão] e nele coloquei um vinho delicioso. Pronto. Estava feita a diferença. Festa para os olhos e para o paladar. Dificuldade? Quase nenhuma. Bom investimento e rentabilidade total!

Fotoclubismo Brasileiro


Sabe outra coisa que gosto de incrementar de vez em quando? A hora do banho. Eu adoro água. Tomar banho para mim é um ato extremamente prazeroso. Gosto de sentir a água batendo sobre a minha cabeça e refrescando a cuca. Sinto-a correndo pelo meu corpo com um grande carinho, um toque envolvente. Muitas das minhas grandes idéias acontecem durante um banho. Para alterar a rotina, procura transformar o ambiente. Espalho velas coloridas pelo banheiro. Espirro alguma essência gostosa. Música calma e em volume baixo. Gosto de cheiro. Troco sempre o sabonete. Nesses dias procuro trocar os produtos para ter novas sensações. Se o banho está morno, gosto de passar um pouco de óleo [a OX tem um sensacional, que não deixa a pele gosmenta, mas macia e sedosa]. Passo pelos braços, barriga, pernas e pés. Faço massagem. Deixo que a água caia no pescoço. Faço tudo sem pressa. Relax. Um tempo só para mim. Seco o corpo bem de leve, deixando que ainda fique um pouco molhado. Passo hidratante ainda naquele ambiente translúcido, com música tranqüila. É revigorante. Se a bruxa entra no banheiro, ela sai diva com toda a certeza.

Ouço músicas no DVD. Vejo filmes no computador. Troco a noite pelo dia. Ponho um belo vestido para ficar em casa. Faço uma maquiagem bacana para ir à padaria. Aposto em uma nova cor de esmalte. Uso meias em tons vibrantes. Copio frases em cadernos. Uso camisetas brancas com sutiãs pretos. Lanço permufe pelo quarto. Danço em frente ao espelho. Ligo para os amigos no meio do dia para não falar nada importante. Só para ouvir a voz. E ser ouvida. Invento motivos. Converso com velhos, com porteiros, com motoristas de táxi, com donas de loja, com vendedoras de farmácia [um dia estava passando com o Jorge Brasil por uma farmácia e entrei para saber se tinha um remédio que eu estava há dias procurando. Jorge me esperava na porta. Do nada, ele me vê abraçando a vendedora. Não compreende nada e começa a rir. Achou que eu estivesse tão desesperada atrás da medicação, que estivesse abraçando a moça aliviada por ali ter o tal remédio! Hahaha Nem era! A moça era minha amiga de infância! Pumft!] Sempre fiz amigos em todas as rodas e eles trazem um colorido diferente à minha maneira de ver a vida!

A Voz


Tava esperando um telefonema teu

Tava precisando de uma voz no meu ouvido

Tava imaginando teu olhar mirando o meu

Tava desejando um beijo em teu umbigo

Tá legal, falei o que não devia

Me dei mal, mas amanheceu um novo dia

Já esqueci, pensei em ti, decidi:

Tô aqui esperando pra ver se você vem.


******

Bem... Parece que entrei mesmo na fase de escrever sobre as baladinhas. Gostosinho, não é? Pensamento vagando e trazendo consigo uma canção que expressa uma sensação ou desejo. Meus textos já passaram por alguns formatos. Agora a minha inspiração tem trabalhado junto às letras que outras pessoas escreveram. Poesias musicadas por alguém, para alguém. O mais bacana é que no imaginário popular, esse alguém pode ser qualquer um capaz de ser alcançado pela força do seu pensamento.


"E o pensamento parece uma coisa a toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar..."


E eu pensei nessa música, "Voz no Ouvido", cantada por Pedro Mariano e escrita por Jair Oliveira. Ontem, no aeroporto, a voz inconfundível da Iris Lettieri [a famosa locutora do Galeão] chamava a atenção. Todo mundo chorando e aquela voz de anuncio de motel mandando ver os seus recados. Sem parar. A voz é bonita, mas estava causando certa estranheza à cena.

Fiquei pensando: a voz é um elemento muito importante na apresentação de uma pessoa. Na questão da sedução, então! Uia! O que é uma boa voz no ouvido? Tão bom quanto barba que arranha a nuca! E aquela voz conhecida em um momento de total perturbação? Ela é capaz de focar qualquer um. Não gosto que gritem comigo, mas já vivenciei situações em que uma voz mais forte foi extremamente útil, dominadora, componente exato para esfriar uma situação. Com uma pegada no braço, faz qualquer um se arrepiar. Meu amigo Jorge Brasil tem uma história ótima que une esses dois elementos. Eu adoro ouvir. E me imaginar em seu lugar! pumf!


A voz é um elemento vivo dotado de personalidade única. Ela é o reflexo da comunicação verbal, produto de nossa evolução. Por ela transmitimos todo tipo de emoção. O recorde de amplitude de voz mais alta, pertence a Georgia Brown, que possui o registro de exatas 8 oitavas, o que é mais alto do que qualquer nota de piano. A cantora entrou para o Guiness tanto por possuir a maior extensão vocal feminina, quanto por ter emitido a nota mais aguda que um ser humano já emitiu. Ou seja, a voz pode atingir partes do seu corpo, do seu cérebro, as quais você nem se dá conta.


Gosto de brincar com a minha voz. Já desenvolvi vários personagens para entreter crianças. A mais levada delas ficou quietinha comigo dentro de uma loja de departamentos e me olhava interessada antes de soltar: "you are funny". Hahaha. Que boa definição! Já cantei coisas bacanas. Já cantei gente bacana. Já fiz muito bom uso da minha voz. Já ouvi coisas de derreter corações gelados. Já ouvi as últimas palavras de alguém querido que morreu: TE AMO. Essa foi a melhor delas. Inesquecível.



“Tava precisando de uma voz no meu ouvido.” Sabe por que? Porque ontem tive que “escrever” em palavras a minha voz, quando na verdade só queria ouvir uma: “Deliciosa em tons baixos e metálica em tons altos. Uma leve rouquidão em tons sussurrados. Animada quando não tímida e tímida quando não sabe o que dizer. Curiosa sempre. Dengosa quando quer. Afinada. Desafiadora. Medrosa. Quase nunca suja. Quase sempre maliciosa ou provocante. Palavras ditas, como palavras escritas. A diferença são os tons, os lábios e a língua”.


27.4.09

Pra Sempre


Estou desidratada de tanto chorar. Já faz tempo que eu tento segurar as lágrimas. Nunca a emoção. Houve uma época em minha vida que eu me debulhava até em assuntos sem a menor importância. Muitas vezes por quem não merecia. Hoje uso essa válvula dando muito mais importância e valor. A maturidade trouxe para mim o mínimo de autocontrole [na verdade, acho que fiquei mais dura. No entanto, isso não vem ao caso].

Hoje tudo foi diferente. Acordei cansada, arrasada. Sabia que uma maratona emocional me esperava pelo caminho. Tomei café e dei a partida ao dia. Não foi fácil. O estômago estava tão embrulhado, que o meu almoço se resumiu a uma banana e uma manga. Fui executar uma missão muito difícil; um desafio a quem ama. E muito!

No post Meus Braços eu falo sobre a partida de amigos queridos: Vivi e Ellus. Muito amados. Muito necessários à minha história. Família bendita que a vida [Deus] me ofertou. O tal do amor compacto. Ellus já estava em outro continente. Hoje foi a vez da Vivi partir. Não era uma viagem com data para voltar. Era uma aventura "pra sempre", mesmo que o "pra sempre" sempre acabe. Ou sempre nos surpreenda. Ela pediu para que eu fosse com ela para o aeroporto. Não havia possibilidade de ser diferente. Antes mesmo de ela me escalar, eu já havia dito sim. Porém, não é fácil.


Aqui não é o sofá do analista, mas confesso: tenho muita dificuldade em perder. Olha que me esforço para ganhar até em Banco Imobiliário. Mas não falo de disputa. Perder em disputa é mais tranqüilo que a sensação de perder alguém que se ama. Tenho dificuldade em deixar partir ou em dizer adeus. Quando eu amo, é com todas as forças. Quando eu gosto, ofereço o melhor de mim. Quando aprecio, coloco as melhores expectativas. Tudo é intenso. Ser diferente é não-ser. Então, dizer "até já" para a Vivi foi como se eu consentisse que alguém arrancasse um pedaço de mim.


Antes de partir, ela escreveu sobre mim em uma foto: “Vou lembrar as tardes no shopping com café e brownie e das longas e longas conversas. Você é pra sempre”. As palavras escritas têm um significado muito forte para mim. Não posso ler sem chorar. São registros eternos. E foi essa mesma frase que repeti para ela, antes do embarque: Vivi, você é para sempre”! E esse é o tipo de sempre que nunca acaba, porque assim eu decidi. Essa moça é parte da minha história. Os melhores momentos. Já prometemos nos encontrar. Hoje eu me encontro só. Sem os meus braços. Hoje aprendo que se perde para melhor e que maturidade é saber deixar ir [como a Ana Mana sempre me diz]. Há uma estrada tão longa para eu caminhar nesse sentido... Hoje só quero que o dia termine bem. Hoje só um abraço, um beijo longo, um cafuné e um peito para dormir sob afagos me acalmaria.

26.4.09

Medos



"Deixe seus sentimentos acontecerem. Não se vista de medo.

Ou ninguém saberá que você está lá".



Anotei essa frase em um pedaço de papel. Não sei de quem é. Estupidamente não registrei o seu autor, coisa que gosto de fazer. Sempre. Jamais quero ter o desgosto de ver a minha obra "voando" por outra vizinhança apátrida. Embora saiba que isso é bastante provável de acontecer. Tento apenas não pensar no caso e [até] sei que levaria numa boa se estivesse sendo usada para um bem maior. Por isso uso essa frase sem seu autor.

Por que revisitei esse escrito? Ora, porque quero me despir da roupa do medo. É um vestido que não me cai bem, mas que andou sendo meu uniforme constante. Tenho pensado muito nisso: por que ter medo de tantas coisas? "Chego a ter medo do futuro e da solidão que em minha porta bate".

Alguns medos são pedras que carrego na mochila. Por exemplo? Ando com medo do que escrevo aqui. E se me julgarem pela embalagem? E se acharem que sou APENAS isso que escrevo aqui? Ou que sou bem menos do que me suponho? As palavras refletem meus pensamentos, não todos. As palavras refletem meus sentimentos, que são transparentes e reais. E se acharem que é uma grande bobagem? E se estiverem rindo de mim por trás, quando sorriem para mim pela frente? E se isso tudo aqui for uma grande exposição que vai me jogar na roda dos lobos?

Tenho esses e outros medos. Mas se eu não seguir adiante, ninguém saberá que estive aqui. Daí a importância da frase. Eu preciso saber de mim. Escrevo para mim, mas já me pego pensando em vocês. Em você. Sou transparente, mas sou frágil. Tenho as partes escuras que escondo de mim e de quem está comigo. Tem uma seqüência de códigos que ainda não consegui decifrar. A minha sensibilidade me faz navegar por águas profundas. Não busco elogios, mas resultados. Não espero pelo tapinha nas costas, mas por motivação. Sei que a cada encontro eu me deparo com uma despedida. E sigo o fluxo. Não há outra direção.

Em muitas horas acho que tudo o que escrevo é bobagem. Mas há significância nas minhas ações. Há concretude. Meu amor dispensado é real. A solidariedade anda de mãos dadas com o carinho. A doçura da minha alma se declara em sorrisos. O calor do meu corpo, em abraços. Sou uma boba. Alguém que quer o bem onde só há maldade. Os tombos não cercearam a minha inocência, nem incapacitaram a minha fé. As dores não alijaram o meu bem querer. Mas me tornaram uma pessoa com muito medo. De ser quem é
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sete

Mais de 425 posts
Mais de sete mil acessos em dois meses
Sem propagandas
Sem links em sites de distribuição
Só no boca a boca
No orkut a orkut
O Bibidebike é nosso aha uhu

Pede

- Onde você está?
- Em casa. Futucando a unha, olhando o teto.
- Vai fazer alguma coisa hoje?
- Nada demais. Por que?
- Preciso de você. Vem ficar comigo?
- Claro! Onde você está?
- Perto.

Fala-se com palavras e sem elas. Fala-se até dormir. Busca-se no outro a paz. Para ficar em paz. Quem passa nunca passa sozinho. Que chega pra perto espalha o perfume do bem. Só quem pode ver o coração ideológico do outro sabe como ouvir com a alma; compreende além das palavras e tenta ver além do futuro imediato.

Precisa de mim? Pede. Um passo atrás do outro. Iniciativa e um pouco de calor. Falam-se segredos. Aumenta a responsabilidade de uma vida sobre a outra. Quando eu falo também me calo. Há saber no silêncio. Há espera no ar, embora a gente nunca saiba o que esperar. Eu espero a paz de criança dormindo. Eu espero que precises de mim. E que estejas perto no calor do conforto das palavras trazidas por quem tem sementes iguais.

Onde começa e termina o futuro? Começa e termina no instante infinito dessa amizade que não tem fim. Que bom que precisas de mim...

25.4.09

Perdão

Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais

Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar

Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai.
Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo que vai chorar

****

Sempre gostei tanto de Vinícius e Toquinho, quanto do Poetinha com o Tom. Com o Maestro ele fez, sem dúvida, obras inesgotáveis. Mas eu aprecio o encanto trazido pelos acordes do violão do 'bigodito'. Um charminho em notas musicais. Houve um tempo em que eu achava, de verdade, que havia nascido na época errada. "Eu pertenço a Bossa Nova", repetia para mim. Até perceber que temos todo o tempo do mundo. Podemos apreciar o que já foi feito sem estarmos presos a prazos de validade. Música então! É patrimônio eterno.

Essa semana ando lembrando tantas canções... E as tenho usado para expressar algumas emoções [em relação a mim e aos outros]. Sabe quando você praticamente substitui um pensamento por uma canção? Acontece isso com você? Pois comigo acontece. As músicas me lembram momentos, mas também substituem pensamentos. Até melhor, elas 'aninham' um pensamento já formulado. Outras vezes gosto de pensar naquilo que estou cantando. Sério. Muitas vezes eu canto embalada pelo ritmo e não me dou conta do sentido [real] da letra. É muito fácil me capturar pelo balanço das ondas sonoras.

E foi por aí que cheguei à "Regra Três", de Toquinho e Vinícius. A música começa falando que o malandro 'pisou na bola' três vezes. Mas a frase que me chama a atenção é "onde menos vale mais". Só mesmo na lógica do amor é que menos valeria mais. E achei poesia em um contexto que, à princípio, só me comunicava a vacilada da ala masculina. A segunda estrofe continua contando a história de um casal. Eu fui além. Trouxe também para um contexto de amizade. Quando um amigo, alguém que você gosta faz alguma coisa que te magoa, você fica triste. Pode até chorar. Só "que momentos felizes deixam raízes" tão profundas, que você é capaz de perdoar. Mas... "o perdão também cansa de perdoar", quando se perde a esperança. Quando a gente abre mão das coisas, das pessoas, dos sentimentos, das intenções.

Perdoar não é esquecer, mas não deixar que tudo se transforme em dor. Você pode lembrar o fato, mas ele não poderá gerar nenhum tipo de amargura no coração. É o tal do Let it Go. Você pode até não querer mais contato com a pessoa, mas isso será uma decisão motivada pela razão, não pela dor. Muito mais que esquecer o mal passo de alguém, você estará liberando a sua vida de posturas incômodas. Quem é que nunca errou feio? E também que é que nunca perdoou? É disso que fala o último trecho. Avaliação. Tristeza. Choro.

Tento, com todas as forças, não julgar a decisão das pessoas trazendo a realidade para o contexto da minha vida. Cada um tem seu cada um e nisso não é sábio colocar peso e medida. "Deixo a lâmpada acesa", que é a melhor forma de estará atenta aos meus problemas, defeitos e correções. E também é ela que vai me mostrar que além de mim, existe tanta gente precisando de uma mão, de um ombro, de um cafuné.
Você acredita em Leis da Atração?

24.4.09

Kiss Me

Júpiter abraça e beija Ana Júlia, em Cali, Colômbia. Foto: Reprodução/Reuters


"Vem minha safada. Vem minha bandida, minha descarada. Quero um beijo gostoso dessa boca molhada. Vem matar o desejo desse seu animal..." [Wando]

"Que beijinho doce. Foi ele quem trouxe de longe pra mim. Se me abraça apertado, suspira dobrado. Que amor sem fim." [Faísca & Espoleta]

"Me abraça e me beija, me chama de meu amor... Me abraça e deseja, vem mostrar pra mim o seu calor." [Ivete Sangalo]

"Beijo a flor, mas a flor que eu desejo eu não posso beijar. Ai, ai, amor... Haja fogo, haja guerra, haja a guerra que há. Teu cheiro..." [Pepeu Gomes]

"Beija eu, beija eu, beija eu, me beija. Deixa o que seja ser. Então beba e receba meu corpo no seu corpo, eu no meu corpo. Deixa, eu me deixo." [Marisa Monte]

"Que é quando eu te vejo, deperta o desejo. Eu lembro do seu beijo e não paro de sonhar. Ela só pensa em beijar, beijar, beijar, beijar..." [MC Leozinho]

"Quem a vista a ilha do amor, no mar só se dá bem. Um peixe que eu pesquei me fisgou, fui seu peixe também. Me dá um beijo, que o beijo é uma reza pro marujo que se preza." [Skank]

"Foi sem querer que eu beijei a sua boca. Menina tão louca, eu quero te beijar! Beijo na boca, teu corpo no meu suado tem sabor de pecado com jeito de bem-me-quer." [Netinho]

"Beijo na boca é coisa do passado agora a moda é: é namorar pelado." [Furacão 2000]

"Venha me beijar, meu doce vampiro - oooOu ouuuuu - na luz do luar." [Rita Lee]

"Eu não me acostumo sem seus beijos e não sei viver sem seus abraços. Aprendi que pouco tempo é muito, se estou longe dos seus braços. E por isso eu te procuro tanto e te telefono a toda hora. Pra dizer mais uma vez "te amo", como estou dizendo agora." [Roberto Carlos]

"A Marieta manda um beijo para os seus. Um beijo na família, na Cecília e nas crianças. O Francis aproveita pra também mandar lembranças a todo pessoal. Adeus." [Chico Buarque]

"Ele me deu um beijo na boca e me disse: A vida é oca como a toca de um bebê sem cabeça. E eu ri a beça e ele: como uma toca de raposa bêbada. E eu disse: chega da sua conversa." [Caetano Veloso]

"É às vezes tudo é lindo, às vezes tudo engana. Mas basta um beijo teu e eu: Ai, ai, ai, ai, ai, ai..." (Ivan Lins)

Malu de Bicicleta

Cássia Ávila/ Reprodução IG Gente

O alertou e eu fui lá conferir.

A coluna da Patricia Kogut em O Globo deu a notícia: Fernanda de Freitas e Marcelo Serrado vão estrelar o longa "Malu de Bicicleta", uma comédia romântica adaptada do livro de Marcelo Rubens Paiva.

Ah, quem é essa Malu que está andando de bicicleta pela cidade? (ciúmes)

No mínimo a dela deve ter rodinhas! (hahaha)

Falando sério agora. Eu me recordo que tive uma colega de trabalho chamada Malu, que ganhou essa obra de presente [ironicamente depois de um sério acidente de bicicleta que teve e que a tirou de "campo" por um longo período]. A inspiração do nome do blog não partiu dai. Pelo menos não conscientemente. Lendo o nome desse livro, no entanto, confesso que me soa bem [confortável] e que esse título deve ter ficado marcado na minha memória [naqueles lugares que a gente acessa sem se dar conta]. Vai ver que teve uma influência discreta. Não posso afirmar categoricamente.

O que sei? Escolhi Bibi, porque é um dos apelidos possíveis para o meu nome. Não queria que essas letras daqui tivessem relação com o material que eu publico em matérias [como se fosse possível, mas é bom separar]. Tentei criar uma personagem de mim mesma e a bicicleta veio em seguida. Porque combina de forma sonora e porque gosto dessa relação que descreve o BibideBicicleta: "Porque a vida deveria ser simples como um passeio: divertido, sem rodinhas e com aquela sensação maravilhosa de vento no rosto". Queria olhar o mundo assim. Escrever como quem passeia.

Não vou deixar de ver como a Malu vai andar de bicicleta pelos cinemas. Ainda mais agora que sei que a Fernanda de Freitas está no elenco! É outra atriz que a televisão não faz jus ao talento. Essa menina na peça "Ensina-me a Viver" é de tirar o fôlego! Uma atriz incrível, que ainda cava seu [legítimo] espaço ao sol.

Acho que ainda falaremos sobre isso...

23.4.09

Rostos


Quero muito escrever, mas o dia de hoje me deixou esgotada!
Longos afazeres.
Estava tendo um papo tão legal...
Falamos sobre pessoas que a gente não conhece o rosto, mas tem o maior carinho.
Imagino o rosto de tanta gente aqui!
Aliás, J25 por onde anda você? Sinto sua falta!
Era tão frequente nos comentários e agora quase não aparece!
Não sei seu rosto.
Não sei o rosto do Bino, que é outro leitor querido. Sempre gentil!
Aliás, Bino, me diz ai: como foi que você chegou até o BibideBicicleta?
Não conheço a Ana, mas já sei bem o rosto dela.
As coisas que emocionam também.
Cris e Bia Romero vieram com seus rostinhos.
São fofas! Nunca vi além da tela.
Dani Lomba é conquista de ontem.
Mas é como se a tivesse por perto a vida inteira.
Tem os meus AMIGOS queridos dos quais conheço o rosto, o resto e o abraço.
Esses que fazem esta moça feliz também através dos recadinhos.
Tem a Ivy Ruivinha! Já trato como se fosse de casa.
É amiga da amiga.
Mas já é minha amiga por tantas linhas trocadas. Com frequencia.
Tem a Nat que mora tão longe [assim como a Sah], mas que sinto tão perto!
Quando rola uma sumidinha, já fico até preocupada!
Tem o ! Irmão da musa.
Foi chegando suave, com rimas ricas e poucas palavras doces.
Diz que tem mil faces, mas não consigo imaginar uma sequer!
Queria estar com todos.
Abraçar todos.
Fazer uma foto de cada um, com cada um...
O tempo há de nos encontrar.
E esse dia será bem feliz!

Vossa Excelência

Certas frases devem ficar registradas.
Se não nos Anais da História, pelo menos nos autos do BibideBicicleta:

“Eu sou atento às consequências da minha decisão, das minhas decisões. Só isso”.

"Vossa Excelência me respeite, Vossa Excelência não tem condição alguma. Vossa Excelência está destruindo a Justiça desse país, e vem agora dar lição de moral em mim? Saia à rua, ministro Gilmar. Saia à rua, faz o que eu faço”.


“Vossa Excelência não está na rua não, Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. É isso”.

“Vossa Excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite”.

Ministro Joaquim Barbosa nasceu em Paracatu. É o primogênito de oito filhos. Pai pedreiro e mãe dona de casa. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do jornal Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Se formou em Direito na Universidade de Brasília, onde também obteve seu mestrado em Direito do Estado. Foi Procurador e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Fez Mestrado e Doutorado em Direito Público pela Universidade de Paris-II. É fluente em francês, inglês e alemão.

Em artigo, a Veja escreveu: “O Brasil nunca teve um ministro como ele (...) No julgamento histórico em que o STF pôs os mensaleiros (e o governo e o PT) no banco dos réus, Joaquim Barbosa foi a estrela – ele, o negro que fala alemão, o mineiro que dança forró, o juiz que adora história e ternos de Los Angeles e Paris. O ministro Joaquim Barbosa, mineiro de 52 anos, votou em Lula, mas foi implacável na denúncia do mensalão".

Vocês se lembram disso? Não é a primeira vez que aplaudimos um ato do Ministro Joaquim Barbosa. Um homem simples, que se preparou para servir aos seus. Será que acompanhamos o nascer de uma nova estrela? Que essa estrela ilumine o judiciário brasileiro!

22.4.09

Sorry or glory?


Ciclistas! Estou oficialmente animada esta noite. E vocês bem podem notar pelo número de posts. Sorry or glory? It's up to you! 

Fato. Não posso deixar uma bola levantada no ar. Poder? Posso, ok! Mas dá coceirinha no pensamento e uma vontade louca de expressar a minha opinião, marcar território, fazer xixi ideológico em volta do caso.

Quem foi? Moratelli, lógico! / Onde foi? No Sobretudo. / O que disse? No fim do texto, solta a frase: "FÉ nasce no desespero. Porque RELIGIÃO nasce na guerra".

Fazendo caretas para mim mesma respondo: "Discordo absolutamente dessa frase: "FÉ nasce no desespero. Porque RELIGIÃO nasce na guerra". E até me atrevo a dizer que duvido que ela seja sua ou fruto de sua crença mais íntima".

Por e-mail, ele acha graça: "Sabia que você ia me provocar com aquela frase."

Eu, em pensamento ufanista e egoísta, já tento editar o blog do moço. "Se sabia, por que escreveu?", pensei cá com os meus botões... “Porque o blog é do moço e não seu, embora você faça bagunça lá!”, me respondeu o Grilo Falante.

É uma verdade. / O que eu fiz? Só o que estava a meu alcance: mais uma vez dei a minha cara a tapa e devo ter criado polêmica com a minha resposta. Transcrevo na íntegra + bônus:

“Eu bem que falei que você estava meio dramático essa semana. Também pedi para você ir para o banheiro e cortar os pulsos no box, para não sujar o carpete! Que frase é essa, lok?

Bem que você falou que era para me espetar e - como sempre - conseguiu! Não espero que achem que estou certa ou errada, mas justifico o motivo da minha não concordância.

Lembra da Reforma Religiosa? Como ela aconteceu? Foi fruto das ideias iluministas e da coragem de alguns pensadores romperem com o obscurantismo da igreja Católica da época e avaliarem a Bíblia segundo o seu raciocínio. Não sei quem foi a besta que cunhou a ideia de que crer não é pensar!

As religiões protestantes surgiram dessa insurreição de ideias e pensamentos de livre interpretação, portanto, não houve guerra em sua formação e conceituação. E, sim, liberdade de pensamento, fato não comum para a época. Só os padres tinham acesso aos livros. Subsequentemente às denominações históricas, vieram às outras vertentes que se aproximaram mais daquilo que é transcendental, que da livre interpretação dos conceitos contidos na Bíblia.

Eu refuto a ideia de achar que a minha fé nasceu do desespero, porque ela é de livre oferta. É a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova científica de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que deposito em alguém. Como eu disse no BibideBicicleta: Fé não é algo concreto e nem abstrato. Fé não é sentimento. É como o vento, que você sente, mas não vê. É uma experiência real com o sobrenatural. A religião é o abrigo daqueles que têm a mesma fé, sob o mesmo espaço. Mas dentro desse núcleo cada um avalia a si próprio, uma vez que a religião não é o caminho, nem o meio e nem o fim. Ela só aponta uma direção. A fé é um desafio ao pensamento diário! À filosofia da vida. É uma avaliação constante de si e dos seus valores mais caros e mais íntimos.

Subestimar a mente é soterrar doutrinas cristãs fundamentais. Deus nos criou seres racionais; será justo negarmos a humanidade que Ele nos deu? Fé não é credulidade. Ser crédulo é ser ingênuo, desprovido de crítica, sem discernimento apenas. A fé e a razão não são incompatíveis. Pelo contrário, a fé verdadeira é essencialmente racional, porque se baseia no caráter e nas promessas de Deus.

Então a fé não pode nascer no desespero, porque o desespero é fruto de uma confusão mental; portanto, não há discernimento, razão ou raciocínio. As civilizações da Antiguidade, a babilônica, a chinesa, a persa, a hindu, a grega e a romana tiveram a sua coesão social e sua força de fusão entre o místico e o prático. O cientista de maior impacto na história, Isac Newton, mudava o curso do pensamento com suas leis de gravitação universal e considerava-se melhor teólogo. O poeta Alexandre Pope escreveu o epitáfio de Newton: “A natureza e as leis da natureza estavam imersas na noite; Deus disse: ‘que Newton seja’ e tudo se iluminou”. Ou seja, um Deus maior, em quem ele acreditava, apontou para Newton e disse 'esse é o cara'. O revestiu de inteligência suficiente para revolucionar o pensamento científico e ainda assim ele não abandonou a Fé. Pelo contrário, se considerava um melhor estudioso de Deus (Theos = Deus + Logos = palavra, por extensão, estudo), que um cientista revolucionário.

O termo Teologia foi usado pela primeira vez por Platão, no diálogo A República, para referir-se à compreensão da natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária própria da poesia, tal como era conduzida pelos seus conterrâneos. A compreensão da natureza divina é a Fé, entendida por Platão de forma racional, portanto, livre de desespero".

Casos de Família - Mercado


CASOS DE FAMÍLIA

Já tem umas duas semanas que o meu Pai operou [ou mais, já perdi as contas]. Sei já tem um tempinho que ele foi ao médico retirar o dreno e os pontos. 'Seu Doutor' liberou o paciente para pequenos movimentos. Estes, ele já fazia com pontos e dreno pendurado mesmo.

Ao voltar para casa, ganhou uma nova 'companheira': a cinta. Sim! Tem que usar cinta para que a barriga fique no lugar. A questão é que ele tem que usar a cinta e o cinto, já que todas as calças ficaram largas. Até as de elástico. Digo que ele foi fazer lipo e enganou a gente. Ele ri, se sentindo o 'saradão'. Mas eu o tenho chamado de 'Seu Flácido'. Ele ri mais ainda e balança a pelancada ao colocar e tirar a nova 'companheira'.

Está angustiado de ficar em casa. Ele e minha Mãe são muito ativos. Tem seus – vários – afazeres juntos e separados. Minha Mãe continua indo sapecar na rua. Sempre na atividade de formiguinha. Ele fica em casa ou desce para dar uma acelerada no carro. Parado, claro. Resignado.

Hoje a minha Mãe resolveu sair com ele. Foram almoçar fora e cumprir a agenda que mais fazem juntos: dar um pulo no supermercado. Balada de idoso é ir ao mercado encontrar os coleguinhas. A hora da fila é o batidão! 'Seu Flácido' ainda não podia encarar a árdua tarefa de percorrer os corredores desviando de seus opositores [ou disputando carrinho a carrinho a chegada à gôndola]. Ele também não podia voltar para seu lar sozinho. Resultado?

Mãe: Deixei o seu Pai sentado no banquinho enquanto eu fazia as compras.
Bibi: É Mãe?
Mãe: Ih, menina, fica cheio de velho sentado ali.
Bibi: E ele ficou quietinho?
Mãe: Eu mandei ele ficar olhando as morenas passarem...
Bibi: Ah é?
Mãe: É. Mas eu cheguei lá e ele estava cochilando.

Sim. Era muita adrenalina para um dia só.

Tudo


Domingo eu vi o Leo Jaime no Fantástico.
Grata recordação!
Não há nada mais Anos 80 que esse cara!
E as baladinhas dessa época sempre me entusiasmaram.
Letra & Música. Como sempre.
Leo Jaime era o rei das letrinhas de duplo sentido.
Um cara divertido, que podia ser o amigo do vizinho de qualquer um.
Estudamos na mesma faculdade.
Calma!
Já devia ser a segunda ou terceira dele.
Nessa época já rolava a historinha de que ele foi o primeiro homem que fez a Monique Evans ter um orgasmo [depois dos 30 anos dela].
Ela já confirmou o fato em entrevista à Veja.
O cara tem história para contar.
Quando estava pensando nas baladinhas do Leo Jaime, a Ana me mostrou uma música dele.

Reproduzo trechos para degustação:

Eu jogo a minha isca e fico sem resposta / Então eu me pergunto do que é que ela gosta? / Primeiro eu sussurro, depois eu falo grosso / Você não me escuta e eu fico aqui roendo osso

Tudo / Pra chamar sua atenção / Quero ser seu dono e animal de estimação

Quando chego perto eu fico todo arrepiado / No mato sem cachorro feito gato escaldado

Um caso perdido, mas eu nunca quis ser óbvio / Casa comigo agora ou então me manda embora

Um dia eu mando flores, no outro eu te ignoro / Não sei se eu te odeio / Nem sei se eu te adoro

Uia! Não é que somos mesmo assim?! Tudo para chamar sua atenção...

The Book is...


Gosto de repercutir coisas boas. Estava passeando pelo Blowg [o blog que inspirou o BibideBicicleta], quando captei dois assuntos interessantes!

O primeiro dava conta de que amanhã, quinta-feira dia 23 de abril, seria "Dia do Livro". Bem, na época da escola [vamos combinar que não faz tanto tempo assim] Tia Cotinha ensinava que 29 de Outubro era "Dia do Livro". Trabalhinhos criança lambança, feiras, projetos, encontro com autor. Quem estará certa: Tia Cotinha ou Marina W, a jornalista descolada?

Fui pesquisar. Gente! Achei um mundo de celebrações!

Em 23 de Abril temos o Dia Mundial do livro e dos Direitos Autorais
A Conferência Geral da UNESCO considerando que o livro foi historicamente o instrumento mais potente de difusão do conhecimento; que todas as iniciativas para promove-lo são um fator de enriquecimento; que uma forma eficaze de promoção é organizar todos os anos "O dia do livro": proclamou-se que em 23 de Abril seria “Dia Mundial do livro e dos Direitos Autorais”.

Em 29 de Outubro temos o Dia Nacional do Livro
Escolhido em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional, que ocorreu em 1810. Só a partir de 1808, quando D. João VI fundou a Imprensa Régia, o movimento editorial começou no Brasil. O primeiro livro publicado aqui foi "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga. Só na década de 1930 houve um crescimento editorial, após a fundação da Companhia Editora Nacional por Monteiro Lobato.

E ainda temos:
07 de Janeiro - Dia do Leitor // 27 de Fevereiro - Dia Nacional do Livro Didático // 02 de Abril – Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil // 18 de Abril - Dia Nacional do Livro Infantil (Nascimento de Monteiro Lobato) // 01 de Maio - Dia da Literatura Brasileira // 02 de Setembro - Dia Internacional do Livro Infantil

Assim sendo, vimos que as duas têm razão. O que me deu certo alívio e um pouco mais de “você sabia?”.


Cristiano Mascaro

O segundo assunto: a Marina W convoca todo mundo para fazer o Crossings Book amanhã. Que isso? A gente pega um livro e deixa em algum lugar: ônibus, praça, chão do táxi, academia, mesa da lanchonete. A idéia é compartilhar as letras, democratizar nosso conhecimento. Só não pode deixar
ninguém notar e voltar correndo para te devolver. Tem que ser igual a espião trocando pastas de informação!

E a cereja do bolo veio em forma de história real. Vejam essa matéria educativa e tão emocionante [AQUI].

21.4.09

My Places

Rosso

By the way...

Foi vendo reportagens que eu acabei descobrindo duas 'regiões' [vou chamar assim, por falta de opção. Você há de entender ao longo do texto]  absolutamente fabulosas. Daquelas que entraram para a minha lista de lugares nos quais colocarei a planta dos meus pés e saberei que sonhos se realizam.

Uma vez vi uma matéria da Gloria Maria para o Fantástico. Na época que ela nem era apresentadora ainda, mas apenas um ‘senhora’ repórter tão somente [ah, podem falar o que for, mas eu sempre gostei muito das matérias da Gloria viajante das galáxias]. Ela visitou uma região na Turquia chamada de Pamukale. Pode passar o tempo, que as imagens daquela região não saem da minha cabeça. É um lugar diferente. Uma montanha branca de calcário onde brotam águas termais, formando piscinas naturais, azuis, azuis. Essas bacias naturais sob os raios do sol ficam numa tonalidade branca deslumbrante. A água carregada de calcário provocou a formação de verdadeiras "cascatas". Essas fontes de água quente que emergem da terra a 53ºC. Hoje, poucas são as piscinas liberadas para visitação [“degustação”]. Eu gostaria de estar lá, antes que se torne lembrança ou mera contemplação.

A outra região eu não vi em imagens. Uma vez, assisti a uma reportagem ou entrevista [não tenho certeza] com a jornalista Monica Waldvogel. Ela disse que refez toda a trajetória das locações do filme A Noviça Rebelde, por Viena e Salzburg, na Áustria. Bem... Esse é um dos meus filmes favoritos. As imagens do filme são de tirar o fôlego. O fato de visitar locações de um longa que me marcou só agrega valor ao passeio. Um ‘gosto’ onírico. O Valmir passou pela Áustria em seu último mochilão. As fotos que ele trouxe só corroboraram com as minhas suspeitas de se tratar de um lugar mais que especial. Assim sendo, quero, um dia, registrar esse mesmo roteiro feito pela Monica. Quem sabe?

É claro que a minha lista de lugares a se conhecer com certa urgência não se resume a esses dois. Onde eu puder ir, estarei feliz. Não gosto de pensar em fronteiras. Nem as físicas, nem as emocionais. Tenho até projetos: como o de cruzar os EUA em um carrinho de Montanha Russa; conhecer Paris apaixonada; passear pelo sul da Itália de conversível, moto ou lambreta; experimentar todos os esportes radicais da Nova Zelândia e registrar cada um desses momentos em foto e vídeo; andar de jet-ski na Grécia; ver um nascer do sol em meio a um longo beijo numa cabana a beira do lago no Canadá; nadar no Mar Morto [nua? Maybe dangerous...]; Refazer a história dos passos de Jesus e dos discípulos por Israel, num contexto mais moderno, atual; fazer uma série de fotos de gente desconhecida em Praga e escrever histórias fantasiosas sobre esses registros; visitar antigos campos de concentração e escrever um relato vivo e real do clima pesado que esses lugares têm, porque acredito que as barbaridades humanas não podem ser esquecidas, porque correm o risco de serem repetidas... Tantos projetos e outros tantos tão loucos quanto.

E a minha lista das Botas começa a ganhar forma de palavras! :)