29.6.08

Curvas da Kurkova

Hoje resolvi fazer uma saladinha de assuntos, para variar o nosso cardápio. Sinto um desejo incrível de escrever aqui, mas as palavras não estão fluindo com facilidade. Espero não ser enfadonha ou redundante. E só para constar: já passamos do post 125! Ueba! Vamos fazer festinha no de 150 também. Vem comigo!

No último texto sobre moda, falei que já estava farta do assunto. Também destaquei uns tópicos sobre os quais eu queria comentar. Tudo me levou a quebrar essas duas premissas. Mas, vamos lá, a vida está cheia dessas surpresinhas que nos preenchem a caminhada com uma emoção menos previsível. Bem, vocês repararam que o post seguinte era sobre amizade & afins. E nesse, seguindo a linha de pensamento, vou voltar a comentar sobre o circuito fashion.

A São Paulo Fashion Week já terminou há cerca de uma semana. Eu lá não estive [com a graça do Divino], mas não pude deixar de acompanhar o grande “babado” do evento. Não, não era um novo estilo de roupa com babados volumosos. A queda das placas que formavam uma instalação também repercutiu menos que as curvas de uma certa modelo. Observem:

Essa é Karolina Kurkova, a modelo tcheca que prometia ser a sensação dessa edição da SPFW. Surpresa das surpresas, a “Angel” da Victoria’s Secret causou polêmica com as suas gordurinhas extras e celulites espalhadas pelo bumbum e coxas. [Heim!? Helllloooooo] Suas colegas de trabalho comentaram:

Bianca Klant - Não adianta chegar no dia, olhar a bunda e chorar. Tem que pensar nisso um mês antes. Hoje já comi até cocada, que é muito pior.

Isabeli Fontana – Nessa parte ela vacilou. Não pode ser antiprofissional, as pessoas acabam não confiando mais. Acho que ela cometeu um erro. Desfilar assim é o começo do fim. A gente já nasce com celulite. Eu também tenho, mas eu cuido, né? / Isabeli é mãe de dois meninos e tem um corpo sensacional.

O cabeleireiro Marco Antônio de Biaggi saiu em defesa da modelo.

Marco – Ué? Não reclamam que as modelos são anoréxicas?

Esse também é o meu questionamento. De tempos em tempos uma modelo (ou uma menina aspirante à passarela) vira notícia por morrer de anorexia ou por padecer desse e de outros males comuns a quem quer ter um corpo que não é o seu: reto, sem curvas, sem forma, cabide. Será preciso tanto? Ou seria necessária toda essa afetação só porque a menina estava com umas dobrinhas quase imperceptíveis, que, aliás, é a graça da compleição feminina?

Ao mesmo tempo, achei interessante o questionamento que deixa o lado humano à parte e aposta na questão de mercado. Essa corrente diz que tops como Karolina ganham uma fortuna para estar dentro dos padrões de beleza exigidos pelo meio, cuja demanda é por modelos magras e sem barriginha.

Não quero fazer juízo de valor, mas passando para a realidade do futebol, por exemplo, esse caso não se equivale ao do Ronaldo Nazário fora de forma? O cara ganha milhões para fazer aquilo para o qual tem talento nato: jogar bola. O pesinho extra, no entanto, compromete seu desempenho. E foi um tal de todo mundo comentar e se meter... Sobrou até para o Presidente da República, vocês lembram? E indo um pouquinho além, vamos combinar que se um jogador não tem a compleição física, o talento, o kit do profissional da bola, ele não emplaca, não é? Não seria, então, o caso de também se exigir de uma modelo profissional, as características necessárias para se estar no mercado? Tudo acaba sendo business.

Questionamentos à parte, eu fico com uma história que rolou há pouco tempo com a minha amiga Vivi. Encerra bem a questão. O marido dela tinha viajado e eu havia prometido levar umas revistas para ele. Uma amiga fez um pacote com vários títulos masculinos. Curiosa, abri antes de entregar. Tinham todas aquelas de negócios, como Exame, Você S/A; material técnico, como a Info, Quatro Rodas; de saúde e comportamento, como a Men’s Health, entre outras. Claro, também tinha uma Playboy. Conhecendo bem a Vivi, achei melhor tirar a peladinha daquela pequena pilha de informação. Comentei com ela:

Bibi – Ainda bem que eu olhei o pacote antes, porque tinha muita coisa interessante, mas tinha a Playboy também. Fiquei imaginando o que você ia pensar de mim...
Vivi – Ainda bem mesmo! Mas... Sabe que eu nunca vi uma Playboy?
Bibi – Nunca? Como assim?
Vivi – Como assim pergunto eu!? Vou chegar na banca e pedir: moço, me dá a Playboy daquela gostosa ali?! Não é o tipo de leitura que me interessa, não é?
Bibi – Eu posso trazer para você ver que não tem nada demais.
Vivi – Se trouxer, tem que ser antes do meu marido voltar. Eles ficam olhando aquelas mulheres saradas, todas retocadas no photoshop, e depois querem exigir isso da gente, menina! Não posso com isso não! A minha vida de trabalhadora, dona de casa, esposa já é demais! Tem gente que ganha para ficar na academia...
Bibi – É verdade... Nosso trabalho é de um esforço intelectual sem medida. Tem dias que é pior que puxar ferro!

[daí, pensei comigo mesma: ainda bem que a minha bunda e as minhas coxas são durinhas... Menos partes para se “trabalhar”!]

Será que eles olham a passarela e querem exigir aquilo da gente? Será que eles olham a novela e querem exigir aquilo da gente? Será que eles olham a revista e querem exigir isso da gente? Pode me acordar, porque eu só posso estar em um pesadelo! Um charme de cavalheiro é o Maneco, que diz que mulher uma mulher de vestido e óculos o seduz. Se todos fossem assim, eu perguntaria: pode ser óculos escuros? Tenho uma coleção...

Hoje é sábado

Hoje é sábado galera!


Aliás, tenho 40 minutos para terminar esse texto antes que seja domingo. Sebo nas canelas! Ou melhor, nos dedinhos. Dia bem atípico, por sinal! Depois de uma semana bem estressante de trabalho, com várias horas extras não computadas e nada de malhação, esse corpinho moído aqui achou que fosse ter um dia de Bela Adormecida.

Quem dera! Quem se levantou foi a Fiona Shrek... Verde, mas de raiva. Exatamente às 8 da "madrugada" uma verdadeira aula de sapateado começou no andar de cima. Pára tudo! Se durante a semana eu não consigo levantar tal hora, que dirá no sabadinho da preguiça santa?! Abri um olho só. Mirei o teto, em vão, e tentei apenas imaginar o que poderia estar acontecendo no andar de cima. Parecia à gravação do filme Happy Feet (saca o Pingüim que sapateava? Pois é, deve estar curtindo férias nos trópicos). Pensei em colocar na minha lista de presentes da Natal um par de pantufas para a galera do alto.

Minha única saída foi levantar e prepara o meu pretinho básico. Não, não era um vestido para sair correndo daquele batuque fora de hora, mas o meu café forte levanta moribundo na madruga boladona, boladona. Fui para o computador, achando que poderia pensar em um texto interessante para postar [tolinha]. Afinal, o assunto moda já está dando teias de aranha por aqui! E pra quem quer que esse lugar seja O País das Maravilhas, não posso deixar que se transforme no Halloween13.

Hum... Ainda tenho meia hora... E contando...

Nada de inspiração ao raiar do dia. O que que eu fiz? O que qualquer pessoa normal e aborrecida faria, ora bolas: peguei um desodorante, fiz de microfone, e fui cantar umas músicas no karaokê do You Tube. Quando eu estou bem irritada, essa sessão bizarra me alivia... Melhor que cantar mantras! A situação pode ficar ainda mais "interessante" quando eu resolvo dançar... O vizinho do prédio da frente pode pensar à vontade que aqui é a sucursal do pinel! Camisa de força é a tendência do inverno para a família inteira. Aqui é um por todos e todos por um! Na beca! Na alegria e na loucura! Mas vamos deixar as minhas esquisitices de lado. Cada um tem a sua, não é mesmo? Pode me deixar com meu Show de Calouros particular, que ando ficando mais calminha.

No meio de um agudo – se o vizinho pode sapatear, eu também posso cantar à la Happy Feet – o telefone toca. Era a Onça me chamando para beber água, não, quer dizer, para fazer umas comprinhas. A Onça é fashion. "UHU", pensei... "Não estou podendo gastar dinheiro, mas uma voltinha para ver as novidades acalma qualquer mulher à beira de um ataque de nervos". Não, eu não estou de TPM. A Onça me fez a mesma pergunta. Só estava sensível porque um amigo nosso está voltando para casa – longe daqui – e eu me apego fácil! É parte da vida saber dizer adeus, saber ganhar e perder, saber guardar os bons momentos, para desfrutar as doces lembranças sempre que quiser.

"O que mais a gente leva da vida, senão a vida que a gente leva?"

Por isso sou tão intensa com as pessoas. Num pequeno bate-papo, acabo viajando na história de cada um e é como se fosse apresentada a um novo mundo, sob um novo olhar, a cada nova oportunidade. Amo gente autêntica e generosa! Aprendi a amar o Lui, que está nos deixando fisicamente, mas que vai estar sempre no meu coração!

Vai com Deus, querido! Um dia a vida nos encontra...


O legal é que mesmo querendo me render ao soninho pós-almoço, resolvi driblar a preguiça e acabei passando um fim de tarde e um começo de noite maravilhosos. Tenho tentando simplificar a vida e talvez isso seja fruto da maturidade, não sei. Só sei que ficar estirada no sofá ao lado de três pessoas sensacionais foi o suficiente para me fazer perceber, mais uma vez, que a graça da vida está em com quem dividimos "o pão" [até quis usar uma metáfora Bíblica aqui e estou registrando a intenção para os mais desprovidos de capacidade cerebral].
Gente, quando se está com quem se ama, o lugar é o que menos importa. Gosto de saborear esses momentos de dolce far niente, quando você tem a oportunidade de desviar o pensamento do seu próprio umbigo [o meu é mara], para apenas sentir o clima, a atmosfera que nos circunda. Estava nos observando como uma narradora da própria história e os segundos pareciam suspensos no ar. Talvez essas mesmas quatro pessoas nunca mais estejam juntas, mas fizemos daquele momento o tempo mais especial que podíamos. Sem nem fazer força para isso. Rimos até doer a barriga. Jantamos em união e harmonia. Falamos, falamos, falamos. Passeamos, trocamos conselhos, vimos a rua. E essa história singela se transformou em um post, que eu tenho certeza que muitos vão se identificar. O que vale mais: eu estar na suíte presidencial de um hotel em Copacabana numa festa com gente que mal conheço ou contando as estrelas deitada sobre uma canga na areia dessa mesma praia, mas rodeada das pessoas mais queridas de uma vida? Contar as estrelas é coisa de gente romântica, não é? Eu sou assim, gosto de olhar além do óbvio e de sonhar com o intangível à palma da mão. No mais, é só parafrasear Jair Rodrigues:

"Deixa que digam, quem pensem, que falem. Deixa isso pra lá, vem pra cá, o
que é que tem? Eu não tô fazendo nada, você também! Faz mal “contar estrelas”
assim gostoso com alguém?"


E então, chega o fim do dia. Meus amigos me chamam para tomar um drink. E eu toda animada:
Bibi - O que vai ser? O que vai ser?
O Coro - Calcinha de nylon! Bebida vulgarmente conhecida como pau na coxa.
Bibi - Heim!?
O assunto estava ficando quente, achei melhor ir para casa. Não, eu não prefiro as calcinhas de algodão, vamos deixar bem claro! Só achei que cansada da semana, tendo acordado cedo à fórcipes, dançado e cantado em frente ao computador enlouquecidamente, saído para fazer compras e ter jantado com uma turma super animada, tomar aquele drink àquela hora, seria correr o risco de que a minha calcinha de nylon é que ficasse de fora. Era fato que eu ia capotar em algum lugar! Achei melhor descer o pano e fazer a minha saída estratégica pela direita!
Falta um minuto! Meu sábado termina aqui!
Um beijo para vocês e um "cheiro" especial para o Lui!
Hasta la vista, baby!

20.6.08

Fashion Rio III

PARTE III

Esse post provavelmente é a parte final da minha semana de moda carioca. A São Paulo Fashion Week já está na reta final e eu - e talvez você - não suporto mais um minuto de notícias sobre o circuito da moda brasileira e seus balangandãs. Mas de um limão, a gente sempre faz uma limonada. Assim sendo, pode ser que eu me lembre de algum fato interessante pelo meio do caminho. O post de hoje já está pronto. É tão somente um copy/paste de mim mesma.
  • Uma coisa bacana rolou logo no primeiro dia. Eu sou alucinada pela Gianne Albertoni. Acho que como modelo ela arrasa na passarela; como mulher, é a coisa mais linda; como pessoa, é a coisa mais fofa, tem estilo; como entrevistadora, está mandando bem, com força de vontade e energia. Ela começou a carreira com 13 anos e acho que a vejo desfilar desde os 15, 16 anos. Também a vi começar a carreira em frente às câmeras. Mas nos tornamos conhecidas, mais chegadas, apenas no último Fashion Rio. A gente se esbarrava em TODOS os bastidores. Esse ano, assim que ela me viu, foi me dar um abraço e um beijo, me desejou sorte e bom trabalho. Estava no meio de vários outros repórteres, mas ela só falou comigo. Não estou falando isso numa de ser deslumbrada. Mas faz a maior diferença, quando a qualidade do seu trabalho ganha destaque de alguma forma positiva, simpática; quando o meu modo meigo de tratar as pessoas repercute, entende? Fiquei feliz. Como ficaria se fosse bem recebida numa roda de conhecidos ou de gente do passado.
  • Outra que me deixou radiante foi a Ellen Jabour. Nos esbarramos em um backstage. Ela me viu e foi aquela festa. A Ellen é sempre uma graça comigo! Uma pessoa super do bem e que só me faz bem. Ela me olhou com atenção e disse:
"Nossa, como você está diferente! Está mais bonita, com a cara boa de quem está mais feliz, mais alto astral".

E eu estou mesmo...novos ventos.

  • Meu primo estilista veio de outro estado para me ver. Minha amiga-filhote Lessinha trabalhou comigo e me deu muito orgulho do ótimo resultado que trouxe. Fiz uma nova amiga de infância, a Va Sopadeletrinhas; morri de rir com a Bete; fofoquei com a BiOt da publicidade (o melhor papo sempre); babei pelo nosso garçom, que era o colírio diário, a boa notícia, o filé que faltava na nossa refeição. Perturbei o Alê do computador, que foi me revelando fatos inusitados ao longo da semana; revi o Rafa, coisa mais fofa do lounge. Recebi uma amiga de MS em casa e no Fashion Rio, como também recebi uma ligação de um amigo em crise no casamento e de outro que havia sido demitido de um emprego. E eu ali, no meio do furacão! No último dia, um casal de amigos foi me ver, Rê & Lou, e não sei como consegui que eles assistissem ao desfile da Redley. Bicho, só o Jack Chan entrava ali sem convite ou o Thomas Crown ou a Catherine Zeta-Jones naquele filme com o Sean Conery ou qualquer ninja, em qualquer filme pseudo-japonês em que basta o cara jogar uma bola de fumaça para desaparecer. O ninja é ninja, não é não? Sinistro! E os meus amigos entraram, só no carão!
  • As notas ruins. Roubaram o equipamento de um fotógrafo de dentro de um armário fechado em um lounge. Tudo avaliado em 20 mil reais. Deu polícia e eu morri de pena do cara, afinal, esse é o meio de trabalho dele. É como se roubassem um táxi de um taxista. Acho até pior, porque as chances de se achar um carro são maiores. // Teve briga de sub-celebridades na primeira-fila. // Uma fotografa amiga minha foi expulsa de um backstage a força por um maquiador enlouquecido e aos berros. Situação constrangedora...
  • Foi uma delícia entrar no backstage do Carlos Tufvesson outra vez, depois de uma ausência de quatro anos do Rio de Janeiro. Eu sempre pedia para ele voltar. Sou fã mesmo, das criações e da pessoa. Assim que entrei, ele estava dando uma entrevista. Me viu de longe. Parou o que estava fazendo e foi me dar um beijo. Já viu que essas coisas mexem comigo, né? Tem representatividade. Depois, fiz ele se jogar no chão para tirar uma foto com os sapatos da coleção. E ele fez. Duas vezes, porque o flash falhou na primeira. Morri de rir quando ele disse que estava parecendo a protagonista de Sex and the City. O cara é show!

Foto: Ivone Perez

  • Vi tantas modelos bacanas:

Foto: Léo Ramos/Site da Estilo

Ana Claudia Michels, que já tem 12 anos de profissão, e continua encantando com seu charme discreto. Nessa foto, ela está debaixo de uma mesa, tentando descansar entre um desfile e outro. E mesmo cansada, a foto-flagra está incrível;

Foto: Léo Ramos/Site da Estilo

Carol Francischini, que me recebia sempre com muito carinho. Tive vários encontros bacanas com ela. Pedi muitas fotos diferentes e fui atendida prontamente. Ela é puro glamour, mas de uma simplicidade que a torna uma espécie de amiga dos tempos da escola. Adoro a Carol;

Foto: Ivone Perez/Site da Estilo

Guisela Rhein, linda de viver! Essa foto está um charme no conceito, mas não faz mérito à sua beleza. Achei engraçado quando ela me deu a sua bolsa, enquanto tirava uma foto com uns bombeiros para uma matéria de jornal. A grande preocupação das modelos é com suas bolsas: 1) Porque ali está a vida delas, que mudam de um lugar para outro em questão de segundos; 2) Porque quando elas estão na passarela, não tem quem olhe a bolsa. Já vi muita modelo chorando por perdas verdadeiras e aparentes;

Foto: Léo Ramos/Site da Estilo

Monique Olsen, a mais divertida de todas! Ela realmente vive a sua adolescência nos bastidores da moda. É como a irmã mais nova de uma grande família: sempre disposta a aprontar, animar e rir de tudo. Foi a modelo que fez as poses mais engraças, mais diferentes, mais loucas [que eu pedi e ela improvisou]. Ela me contou umas histórias bem maluquinhas, naturais da sua idade. Eu ri o tempo todo;

Foto: Site da Estilo

Vi também a Isabeli Fontana, que é uma modelo incrível, mas ganhou status de celebridade depois do casamento com o também modelo Álvaro Jacomosi (um lindo), com quem teve um filho e formou a família mais fashion da história da moda brasileira; depois com o ator Henri Castelli, com quem viveu uma separação tumultuada, e, agora, o namoro com Rico Mansur [como classificarei esse moço?]. Isabeli é uma lolita que é mãe de dois meninos e tem um corpo escultural e um rosto perfeito. É pra quem pode, meu bem!;

Foto: Site da Estilo

Reencontrei a Ana Beatriz Barros, a mulher mais alta que já vi na vida! Na passarela, ela se transforma em um furacão, desfilando com muita elegância. Uma vez, há uns três anos, ela me disse que adora ler a Caras;

Foto: Site da Estilo

Juliana Imai, a japinha gente boa. Vi essa menina começar a carreira e sempre tive a idéia de que ela estaria segura na profissão;

Foto: Léo Ramos

A Marcelle Bittar, também do time das veteranas. É um alívio olhar para ela e pensar: ah, essa eu sei quem é! Há dois Fashion Rio ela está à frente de um programa de Moda da Record. Acho engraçada essa transposição da passarela para o microfone e a lente;

Foto: Léo Ramos

A Michelle Alves tem uma simplicidade encanta. Na última edição, ela era o rosto do Fashion Rio. Estive muitas vezes com ela e em um desses encontros, ela me mostrou a foto do filho, Óliver. Achei legal ela tirar um ano sabático para se dedicar ao menino, nessa profissão quem tem prazo tão curto de validade. Prioridades...;

Foto: Ivone Perez

Camilla Finn, uma "garotinha" que vai acompanhada pelo pai, Rogério, em todo e qualquer trabalho. É lindo ver os dois juntos! Ele me disse: "Abandonei a minha profissão, para que ela tivesse a chance de ter a dela". LINDO!

Foto: Léo Ramos

Nesse bolão das belonas também fizeram parte duas Angels da Victoria’s Secret: a brasileira Izabel Goulart, simpática, cheia de energia, o prototipo da morena brasileira;

Foto: Site da Estilo

e Natasha Poly, na foto sendo maquiada por Celso Kamura. A gringa estava sentindo o calor do inverno carioca.

po.po.po. por hoje é só pe.pe.pessoal - como diria Gaguinho!


No próximo capítulo: a modelo pneuzinho; a volta da dupla Didi e Dedé; o aniversário da Red Bela; o texto do Mazzeo; os amigos do passado e outras coisitas tiradas desse caldeirão que é a minha vida!

Até Mais!

19.6.08

Fashion Rio II

PARTE II

Continuando o texto anterior, eu fiquei mais aliviada de não estar na Zâmbia ou Uganda Fashion Week e me deparar com um catering de calango frito ou ter que tirar água do interior de um cacto para matar a sede. Vida que segue numa alimentação menos hype, eu diria. Quanto ao que foi visto nas passarelas. Bem, como direi... Não me perguntem sobre tendência. Isso a gente já havia combinado desde o post sobre o outro Fashion Rio. Nessa edição de verão o trabalho estava tão bem divididinho, que eu só consegui assistir a dois desfiles: Carlos Tufvesson, por quem sou apaixonada, e Redley. Esse Último dos Moicanos, só Deus sabe como fiz para entrar no salão de desfiles. Foi uma saga mais complicada que a de Senhor dos Anéis. Só quem tinha credencial e my precious convite, passava pelos seguranças da terra do medo. Queria muito ter visto o da Lenny, mas circunstâncias fora do meu controle impediram o acesso à sala. Uma pena.

Contudo, passei por quase todos os bastidores dessa edição. O mais legal é que ali eu estou nos meus elementos! Na época da outra revista, ficava louca, achando que as modelos tinham todas o mesmo rosto. Pareciam os umpa-lumpas da Fantástica Fábrica de Chocolate. E agora, ora vejam, já reconheci um monte delas! O mesmo em relação aos maquiadores, seguranças, os caras dos carrinhos elétricos, estilistas, assessores. Ou seja, estou virando figurinha fácil tal qual nota de dois reais. Porque, vamos combinar, as de um real sumiram da praça e as de cinco nunca foram assim tão populares (quem nesse exato momento trocaria uma de dez por duas de cinco levanta a mão!?). Pois é...

Então, vou passar para a fase de bastidores dos bastidores, sem ordem cronológica, combinado? Vou narrar o que quase ninguém mais viu à medida que for lembrando. Quem quiser informações sérias sobre o Fashion Rio, acessem o site da Revista Estilo de Vida. E quem comecem os jogos...



  • Já é tradição eu levar um tombo em todo Fashion Rio. Dessa vez, me livrei da maldição dos caídos, embora tenha tropeçado numa das cordas que seguravam a tenda Ipanema. Já pensou? O estrago seria bem grande (tanto quanto no dia em que tropecei no início da passarela da Redley, caí de joelhos e sujei todo o chão de coca-cola. Ali pratiquei o famoso: disfarça e vasa!);
  • Já é sabido também que o banheiro se tronou uma espécie de Lost para mim: sempre vejo coisas bizarras. Não foi diferente. Uma morena de franjinha entrou no reservado usando calça de bali (você que é da década de 80 sabe exatamente do que estou falando, não se faça de bobo/boba!), cujas cores te davam a impressão de estar em uma viagem lisérgica. Acho que é por isso que toda consultora de moda usa sunglass, mesmo no escuro. Vide Costanza Pascolatto e suas Costanzettes... Na parte de cima, sem exagero, a moça estava com um sutiã preto com bojo. Era sutiã sim, não vem querer me enganar que aquilo era top! S-u-t-i-e-n com bojo. E para “esquentar”, já que estava friozinho, coitada, ela usava uma daquelas manguinhas... Saca mãe que rouba casaco de criança para ficar "muderna"? Ou aquele modelo que parece que faltou pano para terminar a peça e mandaram para a loja assim mesmo?! Naquele estado estava a criatura das trevas. A pergunta que não quer calar: se “perigueti” não sente frio, pra que as manguinhas? (PS: Eu insisto em falar pano. Uma vez, liguei para um estilista e perguntei que pano estava usando na coleção. A colega deu um ataque, porque ela não usava pano, mas T_E_C_I_D_O. Ah, não fiz por mal! hohoho);
  • Tive o meu momento O Diabo Veste Prada. Já viram o filme? Traga essa condição para uma realidade tupiniquim e teremos O Diabo Veste Ellus, Osklen, Zara... Me senti na gincana do Faustão. O relógio estava correndo (vinha na minha cabeça aquele tic-tac que fazia o crocodilo no filme de Peter Pan) e aquela bomba contando!

    Deus é Fashion, gente! E me ama muito! Rs

CONTINUA...

17.6.08

Fashion Rio

Oi, queridos!

Que bom que vocês ainda estão por aqui! Sinal de que vale a pena ler de novo.

Enquanto me derem corda, não tem jeito, vou continuar escrevendo.

Tem horas que penso que o meu cartaz está tão baixo, quanto o ibope do canal rural ou da TV Senado (Acho que meu pai é o único telespectador desses programas. Tem dia que ele fica horas namorando o boi. Sim, porque em leilão de gado na TV, o programa se resume a mostrar aquele corpinho roliço e chifrudo, enquanto o locutor narra os lances. Só pode ser atração bovina, não é? Sobre a TV Senado, nem posso dizer que é para conferir a tendência dos paletós das excelências, porque o meu pai tem os mesmos ternos herdados há mais de 30 anos. No tempo que o pano era de raça, porque os de hoje...).

Vamos deixar de xurumelas e passar para a questão prática desse texto. Estou afiada hoje, mas é fruto do medo de não ter o que dizer. O 13º Fashion Rio foi tão fraco, que estou com medo de não conseguir narrar os fatos com graça suficiente e o encanto necessário para te prender aqui. Mas olha, podia estar roubando, podia estar matando, podia apelar para a pornografia descarada à fim de aumentar a audiência... Mas só estou aqui te pedindo: please don’t go, don’t goooooo, don’t go away...

Toda a história tem um começo, certo? A minha começou bem longe da Marina da Glória, local onde tradicionalmente acontecem os desfiles. Na verdade, a saga começa dias antes do Fashion Rio. Estava em casa, levantando para mais um dia de trabalho. Estava tensa, confesso, porque a cobertura do Fashion Rio seria diferente da que eu estava acostumada. Faltavam poucos dias para o start. Dois, para ser mais exata. Levantei com preguiça, vista embaçada. Fui ao banheiro e lá estava ela... Cheguei a limpar os olhos, pensando, inutilmente, que era apenas uma alucinação. Não era. O fato era real. Eu amanheci com uma espinha GIGANTE entre as sobrancelhas. Não ia dar tempo de curar aquele piercing de carne que se instalou bem no meio do meu rosto. Não há base que cubra a bolota que se apresentava em alto relevo.


Cara, pensei, justo essa semana!?

Fazer o que?! Logo no primeiro dia, a bolota já tinha virado um machucado e agora eu circulava pelos corredores, em meio a tanta gente descolada, com um terceiro olho. Se colocasse os óculos escuros era pior, porque ela ficava bem em cima da armação, o que ressaltava a tragédia.
O que eu fiz?
Assumi a aberração com naturalidade, afinal, não dava para negar que era parte íntima de mim.
Pensei: gata, relaxa e incorpora!

Problema estético contornado – da maneira que dava, claro – chegamos ao evento. Foi um início incrível. Se o blog deixasse eu narrar meus textos, vocês sentiriam o tom da ironia. A minha pior semana do ano começou em pleno sábado. Todos os meus amigos reunidos em uma "festchuca" e eu lá, de bloco e caneta na mão, pronta para a cobertura da semana de moda carioca. A primeira noite constava apenas do desfile de Rita Wainer, já que não cubro o infantil Lilica Ripilica. Na hora, soubemos que não se tratava de um desfile comum, mas sim de uma instalação, ou seja, ia rolar uma ação performática, daquelas que só fazem sentido para quem elabora a programação. E não é que depois de esperar horas pelo início da coisa em si, a primeira frase que ouço, da primeira pessoa que sai da tenda é:


“Esse pessoal só pode estar viajando”.

Coitada da moça estilista! O clima era mesmo de festa estranha com gente esquisita, mas com bons olhos, você pode tirar até uma lição daquilo tudo. Por exemplo: as modelos carregavam balões de ar. E não é que eu pensei que era uma ode ao padre voador? Quem sabe elas também não voariam dali rapidinho ou fosse apenas uma metáfora sobre a minha semana, que passaria voando?

SEGUNDO DIA

Vamos combinar uma coisa? Não vai esperando a minha narrativa day by day não, porque não vai dar... Mas era domingo, né gente?! Domingo não é dia de pegar o vento da Marina da Glória de peito aberto... Lembro bem que a minha preocupação nesse dia era separar a roupa da semana, antes de começar a semana. Sabe como é... Essa gente trendy é cheia de olhos que reparam se você é in ou out. A minha intenção era passar sem ser reparada. Não quero ser o último grito da moda, nem o último grito de horror da garganta de alguém.

Minhas “chefes” chegaram para dividir tarefas. Lindas, chiquérrimas, paulistas. A moda em Sampa é trocar um beijo apenas. Sabe esse povo que não tem tempo a perder? Pois é, fiquei de beiço pendurado algumas vezes até acostumar... Quando as tarefas foram finalmente distribuídas entre a equipe, eu já havia ruído todas as unhas. Achei que esse fato era apenas um detalhe entre tantos outros ao redor. Até que fui entregar um papel para a Ive, a fotógrafa, e ela agarrou a minha mão assustada:

Ive – Nossa, que isso? Que mão é essa garota? Que unha tão ruída! Vou trazer remédio amargo e passar aí, igual eu faço com a minha filha.
Bibi – Ive, nem se preocupa, porque agora não tem mais nada para roer, nem os cantos dos dedos...

E puxei a minha mão, verdadeiramente embaraçada. Os cotocos estavam bem feios mesmo.. aquela coisa irregular. No outro dia apelei para uma base, a fim de disfarçar.

A outra tragédia que se apresentou naquele dia, foi mais séria, já que tocava em uma questão muito importante: alimentação. E você pode imaginar que aquele espaço era como uma selva, com bichos de todas as tendências. Na nossa sala, o menu se resumia a: pão com pão (tinha uma manteiga e uma geléia de hospital para quem se aventurasse); iogurte e, no fim de noite, mamão. Sim, queridos... Esse cardápio balanceado se mostrou o hit de toda a temporada. Você chegava e se entupia de pão, massa para dar energia para andar por todo o território. Iogurte para fazer descer a maçaroca e dar aquele...como direi... gás? E o mamão, no fim de noite, para facilitar a retirada do material orgânico – para usar um termo ecologicamente correto. Assim, livres do “bolo” estaríamos prontos para mais um dia de... pão com pão, iogurte e mamão. Ah, pra que eu vou reclamar? Pensa só, eu podia estar em Uganda Fashion Week ou na Zâmbia Fashion Days.

Esse Texto Continua Amanhã...

15.6.08

It's Magic 3

...Você que está chegando AGORA, um aviso: comece pelo post Mágica ou pelo It's Magic 1. Você que veio até aqui, tome fôlego! Não desista! Essa é a última história da saga! Fiquei uma semana sem passar por aqui, né?!

Caso 3) Por mais estranho que possa parecer, o caso 3 está intimamente ligado ao caso 2, que tem tudo a ver com o caso 1. E fico me perguntando se a mágica da vida não estaria inserida naquele símbolo do infinito, onde as linhas se cruzam e entrelaçam, mas você não é capaz de dizer onde é seu começo, meio ou fim.

Os personagens são outros, o tempo é bem mais antigo, mas o local permanece o mesmo: Manhattam, NY. Era começo do verão, temperatura amena. A cidade quente bombava! As pessoas pareciam mais felizes expostas ao sol. Eu achava a maior graça ficar observando os executivos almoçando nos degraus, do lado de fora dos prédios. Todos tomando um solzinho. Muitos tiravam o sapato, além do paletó. Cena que eu jamais poderia imaginar no centro do Rio, por exemplo, ou em algum ponto da Avenida Paulista.

Levantamos bem cedo para pegar a estrada. Morávamos há cerca de uma hora, uma hora e meia de Manhattam. O nosso meio de transporte? Uma van meio cobre, meio caramelo, meio desbotada, meio velha, meio cuidada, meio confortável, meio instável... Mas ainda assim, o xodó de seis pessoas, que não abriam mão do seu direito de ir e vir. A gente morava no meio da floresta, sem uma rede de transporte que fosse efetiva. Os seis "donos da van" não estavam juntos naquela aventura. Os personagens eram: Bibi, Luke, Ninho, Marcão, Quati e Garanhão Molhado. Chegamos à cidade pelo túnel e paramos em um estacionamento daquela região.

Passeamos um pouco pelas ruas da cidade, que já nos era tão familiar. Andamos de metrô. Eu, dando graças a Deus por não precisar me preocupar com estação, troca de trem, linhas, downtown ou uptown. Isso sempre me deixa MUITO nervosa e confusa! Definitivamente eu não fui feita para os mapas. Depois do almoço, num lugarzinho charmoso, fomos andar pelo sol até a Times Square. Eu e Luke de mãos dadas. Esse fato me chamou muito a atenção, porque o ato de andar de mãos dadas é tão íntimo, talvez, quanto um beijo na boca. Você não sai de mãos dadas com qualquer um, não é? Pode dar o braço, passar o braço pelo ombro ou ir side by side... Ali eu tive certeza de que o Luke era especial para mim e que as nossas vidas estariam ligadas para sempre. Essa percepção se confirma até hoje, quase uma década depois.

Ao chegar a Times, tomamos o nosso lugar em um cercadinho. Em uma hora iria começar uma série de shows que celebrariam o início da temporada de futebol americano. Foi sensacional! Teve Alicia Keys, Henrique Iglesias, mais umas duas atrações, que não lembro, e por fim ELE: John Bon Jovi. A banda, o cara, o Todo Bom Jovi cantando na minha frente, ao vivo! Todas aquelas músicas que embalaram a minha adolescência, muitas das quais eu sabia cantar! Pulei muito aquele dia! Os meninos pularam comigo! A MTV gravando o show. A animação brasileira contagiando a terra do Tio Sam! Foi incrível!

E para finalizar aquele Magic Day, a cereja do bolo. Por causa do show, a Broadway estava com seus ingressos pela metade do preço. As salas não iam lotar. Compramos os mais baratos. Beeeeemmmm lá atrás. Quando as luzes se apagaram, corremos para as fileiras da frente. Estávamos praticamente na segunda fila do balcão superior. Vimos A Bela e a Fera de um lugar privilegiado. Até hoje, sem dúvidas, o melhor espetáculo que já assisti na vida! [Melhor até que O Fantasma da Ópera, que era um sonho antigo, que pude realizar]. Ao lado dos amigos mais queridos que pude fazer naquele lugar. Meus meninos, meus filhos, meus irmãos, meus protetores, minha família. E fiquei chocada quando li que a peça saiu de cartaz! EU VI!

Com esses mesmos meninos, vivi outros momentos de pura magia... Mas essa é uma outra história.


Magic Days, Magic Moments, Magic People, Magic Place, Magic Feelings, Magic All. Just try to be Magic!

It's Magic 2

...Atenção: esse texto é continuação do It's Magic 1. O ministério da saúde ardeverte que a leitura fora de ordem pode causar verrugas no dedo, pêlos na mão e todo tipo de alucinação conhecida.

Caso 2) O mais legal de contar sobre o caso 2 é perceber que ele está intimamente ligado ao caso 1. Os personagens são os mesmos, a cidade é diferente.

Acordamos perto da hora do almoço. O caminho até o trem era puxado, mas já estávamos acostumadas. Afinal, Onça, CarolP e eu saíamos de NJ em direção a NY todos os dias. Naquele específico, a primeira parada foi o Museu de Cera Madame Tussauds, no coração de Manhattan. Cheguei até o balcão meio desconfiada. Apresentei a minha carteira de Imprensa. Já estava preparada para ganhar ou um fora ou um desconto. É o que eu sempre digo: “minha vergonha não me levou à lugar algum, mas a minha cara-de-pau já me levou à vários lugares”. Entreguei o card e fiquei esperando. A moça anda daqui, corre dali, entre e sai de uma cortina fechada às suas costas... E eu pensando: será que vou ser presa? Aquele país me intimida de tal forma, que até atravessar a rua fora do sinal me dá medo!

A moça volta com uma espécie de diário, ficha cadastral, sei lá. Anota meus dados, meu país. Pede para eu assinar e pergunta:

Lady - A senhora quer uma visita guiada? Está acompanhada de equipe de filmagem?
Bibi – Não, só a minha “handcamera”.

Saco da bolsa uma Sony cor-de-rosa, miudinha, tão humilde... Acho que ela esperava um aparato maior, mas não fez cara feia.

Bibi – Não preciso de acompanhante, obrigada!

Voltei ao meu corpo, à realidade. Nessa hora estava tão tensa, que é até um exagero falar que eu “estava me cagando”, já que ali não passava nada! (sorry pelo termo chulo, mas é real). As meninas estavão atrás de uma corda vermelha, já com as suas respectivas entradas, me esperando. Fui encaminhada até a escada e só então respirei aliviada e celebrei o fato de ter poupado 30 dolares (uns 60 reais).

Na última sala do museu, encontrei a Mila e a Lolô, minhas colegas de trabalho! Ouvi a voz da Lolô e não acreditei que ela estava justamente ali! A gente tinha marcado de se encontrar um dia, mas foi difícil me comunicar com elas. Que encontro gostoso! Fiquei tão feliz de ter perturbado a Lolô para fazer essa viagem! A alegria dela foi a minha também.

Saímos dali direto para o meu restaurante darling: o Bubba Gump Shrimp Co., que fica bem na Times Square [Broadway entre a 42 e a 43st.]. Conheci esse lugar anos antes, levada pela Lelê, que me ensinou o que é Manhattan além dos pontos turísticos óbvios. Uma figura sensacional que tive o prazer de cruzar o caminho. Lá, escolhemos uma mesa bacana, com vista para o “centro do mundo”. A vida correndo bem depressa lá fora e “nosotras” saboreando mais que uma fast delicious food: a minha bebida inesquecível - a Piña Colada desse lugar. Imperdível! Só ali mesmo!

A Onça foi andar sozinha e eu e CarolP partimos para o Central Park. Antes, na rua, passamos por uma ação da Mentho’s e ganhamos uns 4 drops cada uma. Oba! Tira-bafo-pós-almoço!

Primeira parada: Metropolitan, o Met. Pegamos o bus e saltamos à uma esquina de lá. Andando pela ruela, percebemos uma mesa cheia de frutas e guloseimas preparada perto da esquina. Olhei aquilo com muita curiosidade. A mulher que passeava com a filha perguntou o que era! (droga, foi mais rápida que eu! Hehehehehe). O homem disse que era para o pessoal do CSI NY. Olhei para a CarolP e ela para mim: tá bom!

Quando viramos a esquina, percebemos que a equipe de gravação estava toda postada nas escadas do Met. Pensei. Droga, vão atrapalhar a nossa foto! Na calçada, tinha umas pessoas passando e outras paradas. Não entendi nada e continuei caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento. O diretor começou a gritar:

D - Smile, smile, smile. You are in the cene!
Bibi – CarolP, estão nos filmando!
CarolP Hahahaha, a gente está no meio da gravação!
Bibi – Não perde a pose, amiga, vamos interpretar!

E passamos rindo, como duas adolescentes que contam uma novidade a outra.

D – Good girls! That’s perfect! Keep going, keep moving, keep smiling!

E foi assim que CarolP e Bibi fizeram cenografia para um episódio de CSI NY. Mas o Magic Day estava apenas começando...

Dali partimos para o Bethesda Terrace, um dos pontos mais bonitos do Central Park. Locação de vários filmes. Lá chegando, vimos nova confusão. Adivinha? Estavam gravando uma cena de um dos meus seriados favoritos: Law & Order SVU. Corri para lá e vi o Ice-T. Tudo bem, na escala de preferências, ele não está nas cabeças, mas...ele estava ali! Fiquei tão nervosa para tirar a foto, que TODAS saíram tremidas ou sem foco! Hahaha. Ficamos um pouquinho e fomos andar...

Até que eu não aguentava mais de vontade de ir ao banheiro (toda viagem tem um momento assim, já reparou?). Entramos por uma viela estranha e dei de cara com um carrinho da Policia.

Bibi – Officer, officer, please.
Ele parou.
Bibi – I really need to go to the restroom (é mais chique que dizer bathroom). Where can I find one?
Officer – xy&$N(6BR2cv* 43 yards.

Sei lá, acho que foi isso o que eu entendi e me pareceu muito longe. Respirei fundo e comecei a tentar encontrar uma moita mais convidativa para o caso de uma emergência. Não sem antes pesar que seria presa por fazer xixi no patrimônio público, por conduta inconveniente e atentado violento ao pudor... Pensei também naqueles filmes que sempre mostram um tarado no Central Park. Medo, medo, medo... Gente, sério!15 passos depois, achamos a casinha. E para a nossa total surpresa: estava limpíssima, tinha papel higiênico, toalha de papel e sabonete líquido na pia!!!! No parque público!? Céus!!!

Saimos dali em um bus. E quando vimos uma loja de eletrônicos, acho que era a Best Buy, resolvemos saltar! Correndo, porque o ônibus já tinha parado e estava pronto para sair. Descemos rindo da nossa impetuosidade. E quando olhamos uma para outra, nos perguntamos: o que a gente quer aqui? Já não precisava de nada daquele lugar, mas entramos assim mesmo. Adivinha? Estavam gravando um programa de entrevistas lá dentro. Uma apresentadora negra, vestida em panos muito brilhantes, recebia seus convidados em um sofá postado bem na vitrine, do lado de dentro. A gente não acreditava! Seria aquele um dia em que estávamos atraídas pelos refletores? Coisa de mariposa, né? Nem combina com nosso “ar fashion”! hahahha Resolvemos sair dali rapidinho, antes que alguém tivesse a bela idéia de nos convidar para o sofá-roubada [metida, né?!].

Entramos pela 42st. e fomos parar na Times Square. Justo no dia em que a praça havia sido fechada para a apresentação de uma ópera. Parece que a temporada de óperas estava começando e eles transmitiram o show de estréia em um telão bem no centro de Manhattan. Foi feito um cordão de isolamento e cadeiras confortáveis foram colocadas bem no meio da rua. Foi uma das cenas mais lindas que já vi. O popular e o erudito reunidos no templo do consumo. Convivência pacífica, relação interessante. Não é preciso dizer que várias redes de TV estavam ali registrando o fato...

Nosso dia não terminou com aquele evento... Mas o post já está enorme! Os fatos seguintes foram irrelevantes, perto do que já contei. Mas você pode ter certeza de que, ainda nesse dia, fomos salvas pelo gongo mais algumas vezes.

Foi ou não foi um Magic Moment?

It's Magic 1

...continuação do post anterior

É estranho escrever a continuação de um post anterior dias e dias após o start. A motivação é outra, a inspiração é diferente, o lugar que escolhi para a continuação também não é o mesmo, ou seja, foge àquelas condições idéias que eu já havia mencionado nos primórdios do bibidebicicleta. Ganhei um chamadão da Vevê para voltar logo. Então, mesmo ainda exausta pós-Fashion Rio, vou terminar a idéia anterior e depois volto para falar sobre os babados da semana de moda carioca, combinado?

Ainda quero falar de mágica (e aviso que vou repetir conscientemente essa palavra inúmeras vezes aqui). Gosto da mágica que une duas pessoas inexplicavelmente. Gosto da mágica da transformação de um sonho em realidade. Gosto de pensar na mágica que deve ser você pegar um resultado de exame POSITIVO para gravidez, quando você está tentando ter um filho há muito tempo. E ver pela primeira vez a carinha dessa criança? Me arrepio só de pensar...

Existem outros tipos de mágica que a gente vive e percebe. Vou contar aqui três dias mágicos que tive. Não foram os mais importantes, mas são os mais lembrados pelo fator surpresa, pelo encantamento, pelo meu total despojamento em relação aos fatos à volta. Não estava em estado de alerta.

Caso 1) Fui com a Onça e a CarolP para a Disney. Ir à Disney, por si só, já é abrir o portal da magia; é voltar a ser criança e entrar num mundo onírico. Mas teve um momento plus. Ir com amigas para um lugar desses é simplesmente sensacional. É rir de doer a barriga; é falar até não poder mais; é ter a ousadia de fazer coisas fora do comum e encontrar a companhia perfeita; é gozar de uma intimidade maluca que só entre o grupo faz algum sentido.


A Onça foi comprar gifts em uma loja. Eu e CarolP ficamos do lado de fora. Avistei uma barraquinha de sorvete. Não estava aquele calor insuportável, o dia estava até nublado. Porém, antes de viajar, ouvi inúmeras recomendações para tomar o tal sorvete com a cara do Mickey. Aquela era uma boa hora. Caminhamos até lá e a menina estava ao lado do seu supervisor, trocando uma idéia. Ao nos aproximarmos, ele saiu. Olhei para o Name Tag (tipo crachá) da menina e vi que ela não era da Flórida. Uma informação mísera é suficiente para eu puxar um papinho, sabe como é... Enquanto a CarolP olhava preço e sabores (ela leva um “tempinho” para fazer as suas escolhas), eu engatei uma conversa...

Bibi – De onde você é?
Girl – Sou da Califórnia.
Bibi – Está longe de casa, né?
Girl – [risos] É, mas vou ficar aqui só mais uma semana.
Bibi – Intercâmbio?
Girl – Isso mesmo. Passei um tempo na Disney da Califórnia e tive a oportunidade de passar três semanas aqui.
Bibi – Também trabalhei em um parque de diversões. Foi a maior experiência da minha vida. E também estava longe de casa. Sou do Brasil.
Girl – Puxa, está bem mais longe de casa que eu!
Bibi – [risos]. Você fica muito tempo ai sozinha?
Girl – Quase todo o tempo. Ainda mais quando não tem sol, a freqüência diminui bastante...
Bibi – Então bater um papo não faz mal, né?
Girl – Claro que não! [risos]
papo vai, papo vem
Bibi – Eu quero um sorvete com a cara do Mickey.

A menina pegou o sorvete e quando eu estava catando as moedinhas para dar a quantia certa, ela me falou:

Girl – This is your magic moment. It’s for free. We hope you have a magic day in the Magic Kingdom. (Esse é o seu momento mágico. É de graça. Esperamos que você tenha um dia Mágico no Reino Mágico).
Bibi – O que?
Girl – E como você é muito simpática, vou dar o sorvete da sua amiga de graça também. Assim vocês saboreiam esse momento juntas. Isso só acontece duas vezes ao dia e vocês foram as escolhidas.

Eu e CarolP ficamos nos olhando, tal qual crianças, sem acreditar no que estava acontecendo! Pegamos o nosso sorvetinho, como quem pega uma jóia delicada. Nesse momento, uma chuvinha fina começou a cair. Nos abrigamos sob o trilho do trem do futuro. E ali, bem no meio do parque, com aquele espaço todo à nossa volta, protegidas por uma espécie de marquise e vendo a chuva cair à direita e à esquerda, saboreamos o nosso presentinho. Esse foi um Magic Moment.

PS: Acho que a Onça não sabe disso até agora... Não podíamos estragar o Magic Moment dela, não é?

6.6.08

Mágica

* No post do Pare falei sobre um texto que comecei e não terminei. Ei-lo!

Todo texto é dotado de personalidade. Não é difícil alguém pegar um trecho de alguma coisa escrita (somewhere, somehow) e logo associar a certo autor; principalmente em relação aqueles que fizeram escola. Fico tentando me desafiar a aprender palavras novas, a ler autores diferentes, de veículos diversos, para contar os fatos de maneira mais rica, interessante e/ou atrativa. Acho que esteticamente [e, claro, intelectualmente] a gente tem sempre muito a crescer/acrescentar, mas em relação ao estilo, talvez, seja apenas uma questão de amadurecimento.


Essa introdução toda tem um motivo razoável. Eu escrevo como falo, como se conversasse mesmo com o papel ou batesse um papo com o leitor. Difícil mudar isso, que é natural em mim; mas também, sei ser outras, basta um pouquinho mais de empenho e força, o que diferiria muito da maneira natural e espontânea. E no desenrolar das frases “no papel”, as palavras ganham real importância no que tange ao seus significados - [botei entre aspas, porque me senti tão antiga agora...pensei que tem tempos que não produzo um texto no papel, só no computador. Aliás, só a título de curiosidade, poesia só consigo fazer em papel. Engraçado, né?]. Voltando à questão dos significados das palavras, vocês que me acompanham podem reparar que não é raro eu citar o significado exato que quis dar à um determinado verbete. Outras vezes, é apenas a sonoridade que me encanta. Em outras tantas, apelo apenas para o tal do uso popular. Português é difícil, mas também é desafiador...queria saber mais sobre a nossa língua, contudo, teria que me “deitar” sobre regras e detesto decorar qualquer tipo de coisa. Sei que os atos mecânicos da vida tem a sua importância, mas a minha essência é toda voltada par a interpretação de sentimentos, experimentação com conclusões próprias, algo que faça sentido no cérebro e no coração.

Tem uma palavrinha que vive no meu íntimo com sentido próprio: mágica. Sei da mágica dos mágicos: o ilusionismo; desprezo esse sentido aqui. Conheço o uso da palavra mágica para descrever poderes ocultos, capacidade de fazer algo que a maioria não faz; também desprezo esse sentido aqui. Quando penso na palavra mágica, me refiro a algo de bom que parece acontecer numa esfera superior, em algum lugar do inconsciente coletivo em um momento sublime, especial. Mágica como um momento único, um fato extraordinário que não é racionalmente bem explicado, mas que te tira do lugar comum e assume uma realidade inquietante. Sempre alio essa definição às coisas boas. Fiz questão de dizer isso, porque, curiosa como sou, sempre me sinto enganada quando vejo a mágica dos mágicos. Não gosto de ilusão, já que seu oposto complementar é a desilusão. Estamos todos sujeitos a ela e embora não possamos fugir de suas garras, That’s the way (ahan ahan) I like it! (ahan ahan).

PS: Esse texto continua...

PS do B: Minha amiga Lolô é uma pessoa evoluída na questão linguística da vida. Pode até ser que ela beije muito (não duvido, mas não duvido), porém a minha admiração aqui é pelo fato dela ter se formado em Jornalismo e muito tempo depois foi se dedicar ao estudo da Língua Portuguesa na Faculdade de Letras. Lolô é gente que faz e reparte. A ela eu dedico essa primeira parte do texto.

5.6.08


Galera, galera!

Tempos difíceis, tempos corridos....já tenho um texto quase pronto, mas não consigo finalizar! Não fiquem tristes, não me deixem só! Fashion Rio está chegando - de 7 a 13 de junho - devo voltar com muitas novidades e curiosidades, assim como na última edição!

Vamos que vamos!