27.3.08

Cidade Do Tango (5 capítulos)


Não gosto muito de falar sobre temas programados. Por exemplo, fui com os amigos a Buenos Aires no feriado e as pessoas ficam esperando pelas loucas aventuras de um trio totalmente eclético na cidade do tango. O fato é que não quero transformar isso aqui em um ‘Querido Diário’, como já mencionei anteriormente. Não creio que a minha vida seja tão interessante quanto uma novela, para ser acompanhada capítulo a capítulo. Mas adoro transformar fatos vividos em ‘causos’ que possam ser saboreados por outras pessoas. Talvez essa seja a vocação maior do blog. Ao compartilhar letras, além de praticar o conhece-te a ti mesmo, eu acabo repartindo lições de vida que podem fazer bem a alguém; que podem divertir a outrem; que podem ajudar a terceiros a ter um momento de relax no meio do furacão do dia. Sem grandes pretensões, apenas o desejo de deixar algo de bom registrado.

Só que a questão é que eu tenho a tendência de ceder muito fácil a certas tentações. Por isso, vou me render e tentar contar mais alguns pontos da viagem, ok? Não sei se vai ficar legal, porque os fatos que marcam a vida e dão colorido à memória precisam de um tempo maior de decantação dentro de mim.

Parte Dois


A experiência em sete capítulos:

1) Viajamos em um teco-teco. Foi a maior decepção para os viajantes de ego gigante. Lá dentro, pior ainda! O Max estava morto de sede e a comissária não servia água para ele, “só na hora da refeição” e ponto final. Ali pode ter começado a vocação dele para camelo.

2) Eu, mesmo seca, fui fazer um xixi básico e aproveitar para dar aquela esticadinha nas pernas. A Onça foi na frente. Pedi para ela me esperar, mas começou um momento de turbulência justamente quando entrei no banheiro e o comissário a mandou de volta para o seu lugar. Quando estou naquela posição vexatória, meio agachada, meio que tentando me equilibrar, a minha porta se abre! A trava estava com defeito! A figura mais bizarra do avião me olha e fecha rápido a porta: um senhor, cabelos brancos, bem crespos presos em um rabo-de-cavalo, um cap cobrindo esse horror, uma bengala. Ele estava todo vestido de jeans, inclusive o cap, e com taxas e bottons espalhados por cima dos panos. Ao seu lado, um acessório básico: um morenão de 20 e poucos anos...


Pois não é que encontrei essa dupla pela cidade TODOS os dias!? Vergonha máxima!

Parte Três


3) Logo no primeiro dia, fomos a uma catedral católica que abriga dentro do mesmo lugar sete igrejas diferentes. Cada uma com seu santo específico. Nada disso me chamou tanta atenção quanto os padres daquele lugar. Todos LINDOS e bem jovens! Fiquei louca pelos padres! A Onça até tirou foto com um deles e repetiu para mim uma frase que eu disse a ela há algum tempo:

“A minha cara-de-pau já me levou a muitos lugares, mas a minha vergonha não me levou a lugar algum.”

4) Nosso passeio mais demorado foi ao cemitério. Não porque fosse assim tão interessante, mas porque ficamos horas perdidos atrás do túmulo da Evita. Eu, apertada para ir ao banheiro (sempre, né?!), cheguei a procurar uma tumba amiga para o caso de não segurar a vontade, mas depois fiquei pensando: vai que um defunto passa a mão na minha bunda?!
Tô fora!

Parte Quatro



5) Max não entendia uma palavra de espanhol. Era muito engraçado quando estávamos em um restaurante e o garçom oferecia-lhe a conta, já que era o cavalheiro à mesa, e perguntava:

Garçom: efectivo o tarjeta de crédito?
Ele repetia irritado:
Max: Já disse que não quero café!
(a gente morria de rir!)

6) Depois do cemitério, a Onça teve a excelente idéia de irmos ao Jardim Zoológico. A gente já estava cansado da peregrinação ao túmulo de Evita, o sol quente sobre as
cabeças estava a ponto de queimar até pensamento. Esgotados, cheirando bosta de bicho e com a barriga cheia de um almoço irresistível no buffet do Siga La Vaca (amei o nome do lugar!), chegamos finalmente ao aquário, parte final do passeio. Eu pensei que o lugar fechado tivesse ar-condicionado, o Max também teve a mesma impressão e antes de entrar no lugar, soltou um pum terrível! Ele me puxa e perguntaao pé do ouvido:

Max: Hum...Está sentindo? Meu pum é ovo puro!
Bibi: Ai, Max, pior é que é! Vamos entrar correndo!

Dentro da sala do aquário virou a sucursal do inferno. Estava absolutamente lotada, gente suada se esbarrando, sem ar-condicionado, é claro, e agora cheirando a enxofre do pum de ovo do Max, que teimou em persegui-lo durante boa parte do perurso! Fiquei mareada e nem estava Under The Sea...Ninguém merece!

Parte Final


7) Quando eu pensei que nada de pior pudesse rolar naquele dia fatídico, eis que Max quer tirar as últimas fotos. Paramos em uma paisagem linda e ele saca a sua câmera do bolso e pega a primeira incauta que passa. Uma mãe com três crianças e um pote pipoca nas mãos! A câmera dele parece personalizada, porque só ele sabe usar. A mulher larga o pote de pipoca gentilmente e começa a tentar bater:

Mulher (em espanhol): Onde aperta?
Max: Nesse botão grande!
Mulher: Não estou conseguindo!
Max: ah, mas você vai conseguir!!!!
Mulher: Assim?
Max: Não! Aperta com força, segura e solta (falado em português)
Onça (já com cara de brava): Max, deixa a moça!
Max: Não, ela tem que aprender!
Onça: Como assim, tá maluco!? (Ela diz saindo do enquadramento da foto)
Max: Volta aqui Onça e vem tirar a foto comigo!

A Onça é agarrada, faz a cara mais fechada que encontra em seu repertório, a mulher finalmente consegue bater a foto e sai de fininho. O Max pega a câmera de volta e olha o resultado:

Max: Não era bem isso o que eu queria, tá vendo? Vou pedir para fazer outra!

A Onça se prepara para dar o bote bem na jugular do garoto e eu, até aquele momento agüentando a tudo calada --praticando as técnicas de Pai-Mei (Vide Kill Bill) -- explodo!

Bibi: Ah, vamos parar agora! Assim vocês me enlouquecem! Estou com calor, cheirando cocô de bicho e pum de gente, andando o dia inteiro e ouvindo a ladainha de vocês. Pelo amor de Deus, contem até 10, porque até 100 eu já estou contando de trás para frente! Agora vai todo mundo para o hotel dormir! Chega! Todo mundo para cama A-G-O-R-A!

Obedientes, todos foram tirar uma soneca...

25.3.08

Quer Abraço?


Ineditamente acordei às 6:30 da manhã. Quem convive comigo sabe a raridade de tal acontecimento, já que sou parente próxima do Garfield - odeia acordar cedo e também as segundas-feiras. Era uma quinta-feira e só um assunto me faria pular da cama com tanta energia e entusiasmo: viagem!

E foi assim que começou a nossa trip para terras portenhas. Logo depois de me levantar, a Onça já me liga:

Onça - Acordou? Tô nervosa, vem logo!

Desligo o telefone e pacientemente vou cumprir as minhas tarefas matinais pré-feriado. Meu pai me apressa, então tudo estava no esquema. O dia que ele não fizer isso, pode crer que eu não estarei na casa dele. Alegremente ele leva as malas até o carro. Ele é o meu motorista. Pegamos a Onça, que ao entrar anuncia:

Onça - Max já está no aeroporto e já me ligou duas vezes! Disse que se a gente chegar atrasada ele também perde o vôo, já que as passagens estão comigo.

Ainda faltam duas horas para o horário do vôo. Não entendo a pressa, mas procuro relaxar os ocupantes do carro com um papinho mais agradával. Penso em todos os assuntos possíveis, mas deixo escapar o único assunto que me vêm à cabeça naquela hora:

Bibi - Trouxe Luftal*, caso alguém tenha problema de prisão de ventre ou gases.
(todos se olham e o papo segue longe do assunto pressa e horário)

Meu pai estaciona e sobe com a gente até a área de embarque. Depois do check-in, começamos a despedida. Meu pai me abraça carinhosamente e abraça a Cátia também. Ele chega para o Max e diz:

Pai - Cuide bem das minhas filhas! Max se aproxima dele, meio que sem saber se abraça ou se estende a mão. Fica aquele meio termo e eu digo:
Bibi - Abraça ele também pai!
Max fica muito vermelho e meu pai diz:
Pai - Claro que abraço! Eu adoro dar abraços!
Durante toda a despedida, uma mulher da companhia aérea fica ao nosso lado observando a cena. Ao soltar o Max, ele vira para a mulher e diz:
Pai - Quer um abraço também!? Eu dou!
A mulher morre de vergonha e a gente de rir.
(desce o pano rápido!)

Buenos!


Acredito que um grande desafio que a gente tem tanto na vida quanto na confecção de um blog é evitar as vãs repetições. Ou você consegue imaginar algo tão deprimente quanto cometer os mesmos erros na vida? É chato quando você sofre pela mesma lição não aprendida. Mas essa semana eu vivi duas repetições que me agradaram demais.

Tem certas frases que acabam virando o mote da sua vida e você a repete para si mesmo com um entusiasmo quase infantil. Sabe quando um bebê aprende a primeira palavra e tudo vira ‘mamã’, ‘papá’, ‘não’ ou ‘dá’?! Eu tenho uma frase que gosto de repetir para mim mesma e repartir com vocês:

“A vida é o que acontece enquanto a gente está nela”.
E foi assim que a minha semana começou...


Domingo fui a um restaurante almoçar com uns amigos. O grupo de dez pessoas estava animado para comer um galetinho na brasa. Éramos ecléticos: gostos e vivências diferentes, personalidades múltiplas, alegria na veia. O calor insuportável do local, nos deixava ainda mais agitados, como pipoca no microondas. A uma certa altura do evento Max iniciou o papo do dia:


Max – O que vocês pretendem fazer no feriado?

(todos se olham)

Onça – Vamos viajar?

Quase todos – Vamos? Vamos? Vamos?

Onça – Vamos fazer um cruzeiro?

Lia – Eu topo!

Bibi – Cruzeiro não, que eu fico mareada.

Onça – Mas é só até Búzios!

Lu – Eu vou de carro e fico no bar esperando por vocês!

Bibi – Lu, então você me leva?

Lu – Claro!

Lia – Para Búzios?! Estava pensando em viagem internacional!

Onça (olhando para Bibi) – Vamos para Buenos Aires?

Bibi – Vamos?

Onça – Vamos mesmo?

Max – Nós vamos!

Onça (olhando para Bibi) – Liga para a Lou AGORA! (nossa agente de viagens).


No domingo liguei e deixei recado para a Lou. Na segunda falei com a Onça e com o Max sobre a ida. Na terça fechamos o pacote. Na quarta pagamos a viagem. Na quinta de manhã partimos para Buenos Aires em busca de muitas aventuras. “A vida é o que acontece enquanto a gente está nela”. Vamos viver tudo o que há para viver, vamos nos permitir!


A segunda repetição foi a visita a cidade de Buenos Aires, mais de 10 anos depois. Mas essa é uma outra história...


PS: Surgiu uma certa confusão entre os meus leitores. Quando falo em Lu, é O Lu e não A Lu, beleza?

24.3.08


Tenho algumas boas histórias para contar, mas por enquanto...
FELIZ PÁSCOA, FELIZ TUDO!

19.3.08

All Clear

Existem certos presentes que a gente ganha e guarda com todo o carinho naquele cantinho especial. Porém, existem outros que se guardarmos, vamos deixar de compartilhar coisas boas e importantes. Daí, o presente perde o brilho. O Luke me mandou um presente em forma de palavras. Estaria disponível para todo mundo ver, nos comentários...mas não quero correr o risco de deixá-lo lá, guardadinho, à espera apenas dos mais curiosos. Quero compartilhar suas belas palavras, que me enobrecem, que me motivam, que me fazem sentir especial. E desejo que você tenha, viva e valorize momentos tão importantes como esse...

"Seu blog fica cada dia melhor. E a bicicleta segue andando pelo mundo... Lembro do dia em que você me disse "tanta gente dá a volta ao mundo de navio, de bicicleta, de teco-teco... Vamos dar a volta ao mundo num carrinho de montanha russa!?"
E o mundo seguiu girando e fomos dando voltas por caminhos diferentes, vez por outra fazendo uma forcinha para os nossos mundos se encontrarem numa tarde de pura felicidade.
E a bicicleta indo em frente, sininhho avisando que você está passando. E eu, na escadinha da montanha russa, fazendo o "all clear" pra você.
Te amo, sempre, você sabe disso. E é tão bonito isso porque você é a família que a vida fez minha. Podemos não ter o mesmo sangue correndo nas veias, mas quem precisa disso quando se tem uma amiga de verdade?
Como explicar para as pessoas que te quero sempre por perto sem que pensem maldade? Só quem vive o que a gente vive e viveu, pode entender nosso universo paralelo.

Beijão!"

17.3.08

Este seu olhar / Quando encontra o meu / Fala de umas coisas / Que eu não posso acreditar / Doce é sonhar / É pensar que você / Gosta de mim / Como eu de você!
Mas a ilusão / Quando se desfaz / Dói no coração / De quem sonhou, sonhou demais
Ah! Se eu pudesse entender o que dizem os seus olhos... (Tom Jobim)

Vou te contar meus olhos já não podem ver / Coisas que só o coração pode entender / Fundamental é mesmo o amor é impossível ser feliz sozinho / O resto é mar, é tudo que não sei contar / São coisas lindas que eu tenho pra te dar / Vem de mansinho à brisa e me diz é impossível ser feliz sozinho
Da primeira vez era a cidade / Da segunda o cais e a eternidade, /Agora eu já sei, / Da onda que se ergueu no mar / E das estrelas que esquecemos de contar / O amor se deixa surpreender / Enquanto a noite vem nos envolver... (Tom Jobim)



hahaha

15.3.08

Será?



Cada estado de consciência revela seu próprio quadro da realidade, a realidade tal como a conhecemos (sendo esta a única maneira pela qual aconhecemos) é apenas relativamente real. (Walsh e Vaughan, 1991, p. 61).


Estava eu em meu mundinho de sonhos e certezas vãs, quando duas frases ditas ao sabor do vento de uma conversa tola, me tiraram do meu “estado de natureza”:

Lu: No blog, em certo momento você assumiu uma posição preconceituosa.
Bibi (em pensamento): Será?

Taty: Você se envolve romanticamente com as pessoas de forma muito complicada.
Bibi (em pensamento): Será?

Vou pensar um pouco e depois conto a vocês o resultado da análise!

Força em Alerta

Passamos do post 70 e estamos rumo ao 100! Isso para mim é de uma importância ímpar! Sinal de persistência, de fôlego, de gente amiga que me ajuda a continuar na caminhada! Obrigada pela companhia!

Esse post será outro da série observações do cotidiano. Não gosto nada, nada de ir ao banco. Não é só uma questão de perder a vida em filas gigantes e observar o funcionamento tortuoso da "fauna" humana à frente e por trás do balcão. Acho meio deprimente, sei lá! Minha opinião! Fico nervosa com aquela fila que parece gado indo ser marcado ou para o matadouro. E todo mundo ali, seguindo passo a passo em direção ao seu destino, sem reclamar. Tá bom, quando rola uma reclamação, a gente até se diverte.

Dessa vez fui ao banco com a Taty, mas só porque ela ia usar o caixa eletrônico. Assim, evitaria o desconforto de passar pela porta giratória e outros procedimentos desgastantes. Fiquei pensando: isso é convite que se faça a um amigo: vamos ao banco? Só aceitei, porque fiz um convite torto para ela também: faz unha comigo? Detesto ir sozinha, me dá sono!

Entramos no banco e logo atrás da gente entraram três seguranças. Não traziam malote, não estava com o carro-forte parado na rua. Simplesmente entraram cumprindo todo o procedimento de segurança. As armas estavam no coldre, prontas para serem sacadas. E assim permaneceram por um bom tempo: olhando para força, com o instinto alerta. Em tempos de violência, me senti extremamente insegura ali dentro. Meio como tomate enlatado pronto para virar suco. No meu caso, blood mary, que é mais chique, please!

O instinto de proteção é fogo. Em segundos passei os meus olhos por aquele pequeno espaço. Minha reação imediata foi procurar algum lugar para me proteger, caso esses homens tivessem que cumprir a cabo a missão para a qual se destinam. E me perguntei: estou exagerando? Meu Deus, que tensão é essa que a gente vive, suporta e administra diariamente!? De certa forma, nós também vivemos armados. Força em Alerta.

"Why do birds suddenly appear, every time you are near? Just like me, they long to beclose to you..." (Karen Carpenter)

Isso é Impulse


Essa não é da série de coisas que só acontecem comigo, mas até que ficaria feliz em saber que não sou a única que passa por certos constragimentos...Se isso rola com você, levanta a mão e diga: eu! eu! eu!
Fim do dia, estou voltando para a casa de ônibus com a minha amiga Dani Maia. Fomos para a parte de trás, bem perto da porta. Ela se senta na minha frente, no banco alto. Eu fico no banco de trás, praticamente encaixada naquele buraco entre o ferro da porta e o bancão da frente. Bela vista, não acham? Para não ter que ficar olhando para a parede como se fosse uma criança malcriada seno punida pela professora -
saca ficar no canto, sentada no banquinho e olhando para a parade? Só faltava o chapéu de BURRO, mas estamos nos tempos do politicamente correto.
Voltando a minha história... Peguei papel e caneta para escrever um pouquinho e matar o tempo, já que o trânsito, para variar, estava um caos. Sinto que um cara se aproxima, os bancos estão todos lotados. Ao invés de parar no banco da frente, o grande e convidativo, adivinhem aonde ele se posta? Justamente ao meu lado. Não, ele não estava encostando nada em mim, mas bastou chegar perto para o mal cheiro se fazer conhecido. Fim do dia, o desodorante da Branca de Neve já tinha matado os sete anõezinhos e estava dando olá para a bruxa má.

Eu olho para cima, com aquela cara: tenha piedade de mim!? Por que aqui? Por que eu? Minha expressão de insatisfação não foi suficiente. Na verdade, teve efeito inverso: o sujeito começou a assoviar.
- Como assim!? Pára tudo! Tá fedido, tá andando de busão, teve a "sorte" de não encontrar lugar algum para sentar no fim do dia de trabalho, o trânsito está péssimo e vagabundo tá feliz!? Cuma?! Cantarolando sua musiquinha favorita!
Ah, não dá! Isso é só comigo? Não sou mal humorada não, mas devia existir um decreto que proibisse as pessoas de se manifestarem através de cantaroladas e assovios em coletivos, não acham? E geralmente são aquelas músicas chiclete que você vai demorar dias para esquecer!

Quer ver?

Bom xibom xibombombom, Bom xibom xibombombom, Bom xibom xibombombom...

Seu guarda eu não sou vagabundo, eu não sou delinqüente, sou um cara carente, eu dormi na praça pensando nelaaaaaaa!

Eu vou pra lá dançar seja noite ou seja dia e se eu beber algum amor, OOOOO me guia...quer andar de carro velho, amor, que venha, pois eu sei que andar a pé, amor, é lenha!

Vamu pulá, vamu pulá, vamu pulá, vamu pulá
Vamu pulá, vamu pulá, vamu pulá, vamu pulá

Eu quero ver tindolelê nheco, nheco, xiquei xique, balancê!

Então, ai vai a dica! Capricha no desodô e controle seus impulsos cantantes toda vez que for tomar um coletivo! E se alguém lhe oferecer flores, isso é impulse!

Deleite

"O amor é a coisa mais alegre. O amor é a coisa mais triste.O amor é a coisa que mais quero." (Adélia Prado)

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter,ter deve ser a pior maneira de gostar." (José Saramago)

"A conquista da liberdade é algo que faz tanta poeira, que por medo da bagunça, preferimos, normalmente, optar pela arrumação." (Carlos Drumond de Andrade)

"Não se preocupe em entender! viver ultrapassa todo entendimento." (Clarice Lispector)

"Arte é comunicar aos outros nossa identidade íntima." (Bernardo Soares)

"O verdadeiro significado das coisas se encontra na capacidade de dizer as mesmas coisas com outras palavras." (Charles Chaplin)

"Amar é uma decisão, não um sentimento. Amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo, e o fruto dessa ação é o AMOR. O amor é um exercício de jardinagem. Arraque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado, pois haverão pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame seu par, ou seja, aceite-o, valozire-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o. Isso tudo... Ame!" (Autor desconhecido)

14.3.08

Cafungada


Jorge (meu anjo da guarda do trabalho e parceiro de cenas) vive dizendo que eu atraio maluco. Não acho que a premissa seja verdadeira, mas realmente tem certas coisas que parecem só acontecer comigo. Como falei em um post lá nos primórdios, tem umas horas da vida que você só pode se perguntar: heim!? Tenho alguns momentos HEIM!? na minha história.

Ontem, por exemplo. Estava andando na rua com a Taty (a do post do colchão mijado). O papo estava bem animado - blablabla blablabla wiskas sachê blabla bla blabla. Toca o celular, o meu e logo em seguida o dela. A animação do papo em dupla, ao vivo, vira um quatrilho "via Graham Bell"; ela com o dela, eu com o meu. E continuamos caminhando animadamente em direção ao salão de beleza.

Chegamos a uma esquina, paramos e esperamos na segunda fila pelo sinal verde. A senhora que estava à nossa frente vira para trás e dá um sorriso, balançando animadamente a cabeça. Eu olho para a Taty, sem deixar de falar ao celular, e faço um gesto como quem se pergunta: HEIM!? A Taty dá de ombros.


Segundos depois, a mesma senhora vira-se outra vez e diz para nós duas: "tem alguém cheirosa aí!". Eu e Taty nos entreolhamos, como quem se pergunta: HEIM!? Dei um sorriso amarelo para ela e segui com meu papo telefônico.

Não satisfeita com a nossa impossibilidade de total atenção, a senhora se vira totalmente e cheira o meu pescoço!!!!!!! Você não leu errado, a véia me deu uma cafungada e disparou: "É você! É Você!" - HEIM!? HEIM!? HEIM!?


Não me contive. Comecei a rir loucamente e falei para a pessoa que estava comigo ao telefone: "peraí que tem uma mulher me cheirando aqui na rua!"
- HEIM!? HEIM!? HEIM!?
- Como assim!?


Eu disse para ela passar no Boticário e comprar um perfume de bebê que eles estão fazendo agora e ela ainda completou:
- Não sei se na minha pele vai ficar tão bom, quanto na sua.
- HEIM!?

Desce o pano rápido!

DNA


Ser politicamente correto hoje em dia é um saco! Gostava mais do tempo em que falar das coisas com carinho e naturalidade não ofendiam ninguém. A nenhuma das partes, aliás. Hoje, há que se ter cuidado com os mínimos detalhes. Por exemplo, ia começar o post de hoje falando em como eu amo estar entre os velhinhos. Tenho medo de usar essa palavra e ofender a turma da Terceira Idade, que já não gosta desse termo e prefere ser tratada como Melhor Idade. Meu pai diz que tem DNA – Data de Nascimento Avançada. Adoro quando ele diz isso como se tirasse onda com a vida. Então, em homenagem ao homem que mais amo, vou ficar aplicar o termo DNA no meu texto. Com todo respeito aos demais, aviso!

Cresci entre os DNAs. Quando fui trabalhar com celebridade, invariavelmente todas as matérias “deles” caiam misteriosamente “no meu colo”. E eu nunca reclamava. Assim, acabei formando um círculo tão incrível, tão cheio de vida e histórias para contar, com tanta energia e entusiasmo, que fiquei com pena do que tem preconceito com a faixa etária. Eu adoro!

Essa semana voltei a ter contato com tanta gente boa! Pessoas que conseguiram passar bem pela vida, transformando seus cabelos brancos em status de experiência e a experiência na progressão da doçura do existir. Talvez, e aí é apenas talvez mesmo, só chegue carrancudo à essa etapa, quem não cultivou direito suas fases de desenvolvimento; que não viveu em liberdade, mas em libertinagem; que não experimentou, sem deixa-se dominar; quem não arriscou, aplicando uma boa dose de bom-senso e aventura. Quero falar de adoráveis, mas o texto já está tão grande...vamos logo a eles:

* Arnaldo Niskier

Não me lembro a primeira vez que estive com ele e dona Ruth, sua mulher. Mas lembro bem que as pessoas se referiam à ele como o professor e achei que aquele título lhe caía tão bem. Em nosso terceiro encontro ele olhou para mim e disse:

AN: Não precisa se apresentar, eu sei quem você é!

E assim, com a boa intimidade dos quase amigos, passamos a nos tratar em nossos rápidos encontros. E ele sabe quem sou até hoje. Descobri que ele é torcedor fanático do América. Não podia ser diferente, não acha? Muito estiloso!


* Nélida Piñon

Em 1996 ela tornou-se a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras. Conheci a Nélida pela televisão, no Programa do Jô e seu nome forte ficou registrado na minha memória. Você não fala Nélida Piñon impunemente! É um nome com cerimonial! Não é como dizer Maria Padilha, um cacho de bananas, depois da meia-noite ou João das couves.

A primeira vez que a vi pessoalmente fiquei meio hipnotizada. Lembro de ter pensado: "tão pequenininha e tão gigante em pensamentos e expressões". Gosto de duas frases dela:

“Todo mundo diz que sou uma mulher de grande imaginação, mas também adoro administrar a realidade, o concreto” e “Desde menina percebi que poderia ser usuária do saber de todo mundo, se me empenhasse para isso”.
Um dia, liguei para ela para marcar uma matéria que nunca pude fazer. Disse a ela:

Bibi: Mas a senhora tem que mostrar a casa toda, combinado?

Nélida: Eu mostro a sala, o escritório e a cozinha, mas o quarto não! Hoje em dias as pessoas perderam, como direi? A compostura...

Bibi: É, as pessoas perderam o recato.

Nélida: Ah, agora você me fez muito feliz! Recato, era essa a palavra que eu queria usar. Você me superou e olha que eu sou muito boa com as palavras!

Bibi: Que isso dona Nélida!? Assim você me deixa com vergonha!

Nélida: Não fique, estou bem impressionada!

Não preciso dizer que Recato virou meu sobrenome, não em sua essência, é claro, mas na sua sonoridade! Bibi Recato de Bicicleta.

* Luis Fernando Veríssimo

Sempre ouvi falar nele, mas conheci primeiro as letras de seu pai. Os livros do Érico eram adotados na minha escola. Um dia estive frente à frente com a lenda. Minha missão era entrevistá-lo durante o lançamento de seu livro. Fui me aproximando bem lentamente, assim como quem estuda a presa. Mas se a presa é um gigante da literatura, você se sente um mísero mosquitinho, tentando fazer barulho. A assessora me manda sentar ao lado dele, enquanto ele assinava os livros. Não lembro que lugar era aquele, mas não tinha muita nobreza, a mesa era uma daquelas de plástico. O seu publico parecia em êxtase, sem muito falar, só a olhar.

Sentar ao lado dele era uma tortura para mim! Não porque eu não quisesse, mas porque queria muito e me faltavam as palavras. Ele me olhou rapidamente e desviou o olhar. Comecei as perguntas e vi que ele tinha muita dificuldade para falar, não para se expressar. Num dado momento, alguém da fila o elogia e ele parece querer sumir dali. Percebi tudo: o gênio era tímido! Muito tímido! Estava mais nervoso que eu! Lembro de rir e comentar com ele.

Bibi: Você parece incomodado de estar aqui, né? De receber tantos elogios...

LFV: Sou muito tímido. Se pudesse, só escreveria, pulava essa parte de estar frente à frente com o público. Fico encabulado.

Não é fofo?

Da segunda vez que o encontrei, fui abordá-lo com mais coragem e mostrando uma intimidade que a gente não tinha. E esse ar deu confiança a ele e a mim. Lembro de ter perguntado: "o que te falta?". E ele: "um neto". Foi em 2004.

Essa semana descobri que ele finalmente está para realizar seu antigo sonho! Em abril LFV será avô de uma menina! Viva o vovô!

11.3.08


A semana começou simplesmente frenética! Sabe aquele dia que você separa um tempinho até para respirar!? Pois então! Fiquei no lesco-lesco direto e justamente quando fui ao banheiro, pum, minha chefe me ligou...deixou recado na secretária. Tsc, tsc, tsc. Estou vendo o dia que vou ter que instalar um sensor de periquita. Só falta essa!hehehe Mas sabe que foi um dia caótico, mas feliz!? Existem momentos assim, que fazem o dia ser recheado como biscoito Bono. A mesa é a que mais sofre: tem papel espalhado por todos os cantos, canetas abertas em várias posições (quase um ensaio da Penboy – ok, piadinha infame), bolsas jogadas pelo meio do caminho, um saco plástico do *Mundial – o supermercado mais lotado de gente do universo - com duas bananas esperando para serem devoradas! Sim, no saquinho plástico reciclável! Aquele de compras que vai e vem lá de casa todos os dias, até ganhar função mais útil e sumir da minha vida! A Bia Bug me falou que chocolate e banana “cientificamente” deixam a gente mais feliz. E mais gorda também, ne?! Então preparem-se para um ser que vai “rolar” de rir. Hoje as piadinhas estão uma coisa! É melhor eu mudar de assunto. apaga a luz "aê" para eu não expor a minha vergonha em público!
Você ainda está ai? Então vamos a um assunto mais sério!? Hoje falei por telefone com duas escritoras incríveis: Mariana Veríssimo e Adriana Falcão. Para mim, elas são muito mais que filha do Luis Fernando e mulher do João – só para te dar uma referência. São mulheres inteligentes, que há algum tempo escreveram um livro juntas. Foi nessa ocasião que as conheci pessoalmente. O ano era 2004. Bom, passados quase quatro anos, o reencontro foi delicioso. Claro que eu me lembrava mais delas, do que elas de mim. Mas saboreie cada segundo de conversa, como quem toma o sorvete preferido em dia quente de verão. Pedi para que elas visitassem o blog. Mais duas visitas de quem ama as letras assim como eu. Mariana anda fazendo roteiro e Adriana está tocando um espaço bacanérrimo no Jardim Botânico, o Lunáticos (recomendo!). Adriana me disse que vai voltar a dar aula de diálogo (para roteiristas), curso para o qual torço ter vaga/horário para mim.
Assim, vou poder criar histórias mais sedutoras, o canto da sereia para quem passa aqui com pressa!

Amanhã vou falar de Luis Fernando Veríssimo, Nélida Piñon, Arnaldo Niskier e Gloria Severiano Ribeiro. Espero que você tenha fôlego!
Até lá!

6.3.08

Festas1

Para continuar na onda de festas, vamos surfar por mais alguns moments do passado (leia o posto do Bono Vox antes desse!)...

Essa não rolou comigo, mas é uma lenda entre repórteres e fotógrafos cariocas. Meninos, eu vi! Festa da Coca-Cola no Forte de Copacabana. Ana Maria Braga, então não-amiga de Hebe e casada com o segurança Carlos Madrulha, chega à festa. O estúdio da Caras estava montado e o fotógrafo começa a gritar para ela:



Fotógrafo: ô Hebe, Hebe olha pra cá. Hebe, vem para o estúdio da Caras.
Ana Maria: eu vou, mas eu sou a Ana Maria.
Fotógrafo: Ah, desculpa! Você e seu marido podem ficar aqui nessa posição, por favor?
Ana Maria: Claro!
Fotógrafo: Isso, tá lindo. Madruga, Madruga, abraça mais ela. Isso Madruga, está ótimo.
Madrulha: Ana, ele está me chamando de Madruga!
Ana Maria: Ah, finge que não percebeu. Relaxa e vamos saindo!
Hahahahahahaha


Uma vez fui a uma festa na cobertura da socialite Claude Amaral Peixoto. Ao entrar, vejo o Zuenir Ventura, um queridíssimo escritor, sentadinho num canto a fitar o desenrolar dos fatos. Fui até ele, me sentei a seu lado e comecei a puxar um papinho mais-ou-menos. E não é que ele deu corda? Ah, não me dá espaço que eu me espalho! rs Falei com ele que eu escrevia contos, além de matérias. Ele me incentivou firmemente a nunca parar de escrever e também a nunca jogar fora o que já fiz, mesmo sem terminar.

Zuneir: Tem obras que precisam amadurecer dentro da gente. Ou precisam de um tempo maior para ganhar sentido.


Poderia ter ficado horas ali com ele, mas chegou a Camila Pitanga, nora da anfitriã. Ela não estava com vontade de falar, de dar entrevista. A imprensa, murcha, se enfileirou em uma das paredes e ficou esperando. Camila começou a dançar na nossa frente e eu pensei: pô, não posso ficar aqui chupando dedo. Fui até ela e ela me puxou para dançar. Acredita? Fiquei um bom tempo sacudindo o esqueleto com a Camila Pitanga, que depois me contou coisas bacanas, do tipo: "eu sou frequentadora de sarau de poesias". Achei aquilo diferente para alguém da idade dela, mas mostrou sua alma sensível. Desde então, ela sempre foi simplesmente encantadora comigo.

"Se ela dança, eu danço!"

Na Manga de Bono Vox


Hoje (ontem) amanheci sem muito bom humor e, portanto, sem uma inspiração digna para um belo post. Mas resolvi escrever mesmo assim, porque nós, escritores, estamos sujeitos a qualquer tipo de intempéries. E ainda assim navegar é preciso. Li no blog do Mazzeo (ok, estou ficando repetitiva, mas referência é referência), que não há nada mais difícil para quem escreve, que encarar o papel em branco. E uma vez ele me disse pessoalmente que um bom roteiro é feito mais de transpiração que de inspiração propriamente. E fui percebendo que a vida também é feita dessas verdades universais.

Daí, pensei: Vou contar os causos das festas que foram ficando pelo caminho. Cortando texto, porque o Jorge disse que já está ficando cansativo. Eu me rendo! Eu aceito o argumento, mas não me altere o samba, por favor?!

A primeira grande festa que cobri rolou no Copacabana Palace. Estava no começo da minha carreira, ou seja, tudo pertencia a série “deslumbrável”. O estilista Tufi Duek lançava o perfume da Forum e convidou simplesmente todos os descolados do eixo Rio-SP. E posso dizer que a maioria deles passou por lá. Eu não sabia o que fazer e nem para onde olhar com tanta gente, flashes e famosos. O salto fazia o meu pé ranger, gritar, se contorcer de dor, porque corri por aqueles corredores como uma coelha sendo caçada, esbarrando nas pessoas e fugindo de uma "parede-instalação" feita só de mãos que ofereciam a fragrância aos incautos transeuntes. Pensei que aquilo era a coisa mais estranha que já tinha visto. Até ali, claro!


Quando já não suportava mais ficar de pé, sentei em uma pilastra para ver se a queimação causada pelo salto passava. Eu não tinha luxo nenhum, meu bem, e até hoje não me rendi ao salto! Coisa de equilibrista. Estou lá sentada, superando a minha dor, quando olho para frente e vejo a porta do elevador se abrir. Adivinha quem sai de lá? Bono Vox! Ele mesmo, com seu cabelo penteado para trás e aquele inseparável óculos vermelho da época. O cara estava hospedado no hotel e ouviu falar da festa. Catou seus seguranças e desceu. Dei um pulo de onde estava sentada e praticamente agarrei o braço do homem. Os seguranças nem conseguiram me tirar, preferiram levar a lenda para o salão principal numa roda impovisada, com aquela pulga (eu) pendurada ali. Você sabe que Bono nem me deu muita bola? O DJ largou nas pick-ups With or Without You e eu fui retirada da manga do Mr. Vox assim que nos aproximamos de seu curralzinho extra-vip.

Bom, eu, luxenta, tive o meu dia de segura-mangas do Bono Vox.

3.3.08

Experimenta!

By Jason Brooks


Houve um tempo em que os meus finais de semana eram todos programadinhos. Seguia exatamente o mesmo cronograma sábado após sábado e domingo idem, num ritmo quase industrial. Cada dia era diferente do outros, mas os points eram invariavelmente os mesmos. Se por um lado acredito ter perdido uma série de experiências necessárias ao meu desenvolvimento, por outro, vivenciei histórias incríveis e momentos extraordinários, restritos a um seleto grupo de pessoas. Os finais de semana da minha adolescência me tornaram um ser humano com visão de vida diferente. E se na fase teen tudo que é diferente é estranho ao grupo – embora eu nunca tenha ficado à margem de nada –, quando você passa dessa fase, tudo que é diferente é especial, sui generis.

Os anos se passam, as horas se estendem e posso me lembrar de um tempo onde tudo o que eu queria de um fim de semana era poder ficar em casa. Plantada na terra como uma flor de profunda raiz. Quieta, sem ter nenhuma programação que me exigisse qualquer espécie de movimentação intelectual, de cabelo, corpo ou guarda-roupas. Fases são como ondas sonoras, ups & downs. Hoje, mesmo tendo que cumprir uma série de programas pseudo-sociais nos dias de semana, fico na ansiedade esperando pelo "finde" e as surpresas que ele me reserva. Quase todas elas passíveis de boas histórias para compartilhar com vocês. Tem horas que é fundamental ficar em casa chocando jacaré, mas reservo apenas um dia para esse meu estado de letargia de corpo e alma. Depois, é hora de celebrar a vida e suas peculiaridades.



Brigitte Bardot em Búzios
E foi pensando no lado bom que uma “cilada” (só para citar o Bruno Mazzeo e seu programa, que adoro – mais dele em www.bloglog.globo.com/brunomazzeo/) pode render, que aceitei ajudar um dear friend a organizar a sua "festhuca" de aniversário. O fato curioso foi ele ter me convidado, justo eu que tenho duas mãos esquerdas e flácidas, quando o assunto é pegar pesado nas tarefas domésticas. Até faço (até para não denegrir demais o talento in natura feminino), mas... para sair perfeito, só em dia de muita inspiração e transpiração.Fui sim, mas convoquei duas "santas" para me darem uma mão boa, a Naná e a Clara. Essa dupla é explosiva, não dá para não rir ao lado delas. Fomos de carro, porque o dono da festa, galã, foi nos buscar na porta. Lá chegando, comecei a perceber detalhes engraçados: o nome do edifício era Caverna. Só havia duas facas e a tarefa era cortar frios e duas "sacas" de pãozinho. Não vi o bolo (trauma dos tempos de Caras: "Sem bolo não há festa!"). As meninas deixaram claro que tinham hora para partir. Fiquei tensa e convoquei logo a turma para arrumar as coisas do play da Caverna. Naná fugiu para pegar o som. Ficamos eu, Clara e Farelo cortando pãozinho, frios, arrumando as mesas, comendo, lambendo os dedos e pegando nos frios (mentira!). Sabe que até fiz tudo direitinho? Mamãe teria ficado orgulhosa, mas se alguém contar, ela não acredita!



Naná chegou com o som e colocamos músicas bem adolescentes, como Barbie Girl, Lady Marmalade, Christina Aguilera, Anastácia, Bon Jovi para esquentar os tamborins. Foi assim que comecei a dançar como se ninguém estivesse me olhando (como comentei no post anterior). Danceeeeeeeei! E como existe uma liberdade de espírito na dança sem compromisso! Ui! Lu, o aniversariante, me ensinou a dançar forró e teve paciência com a minha falta de ritmo e as pisadas que dei no seu pé. E foi tão bom! Max me puxou pelo braço e inventamos uma coreografia das mais loucas e alegres que já se contou. Depois, improvisamos uma quadrilha (fde festa junina, é bom explicar!), que as pessoas da festa compraram na maior animação. Sim, que festa estranha com gente esquisita, você deve estar pensando. Mas onde há comunhão e alegria, a história é sempre escrita com letras coloridas e a vida se torna tão interessante quanto um scrap book de doces momentos. Ser autêntico é ser feliz e ser feliz é ser livre, leve e solto! Mesmo que a festa em questão seja um encontro no play, você vai se sentir no maior banquete da terra! Experimenta, experimenta!

2.3.08

Mudanças


Costumava dizer que ser feliz é uma escolha. A vida, no entanto, foi me mostrando que "existe mais coisas entre o céu e a terra do que pode supor a nossa vã filosofia". De tempos em tempo venho sendo testada nessas verdades inequívocas que a gente acaba tomando como premissa. Quase tudo é relativo e depende de uma série de fatores, que muitas vezes demoramos um pouco mais para experimentar. Teorizamos, depois experimentamos as nuances escondidas da teoria. Por isso, acredito piamente que somos seres em construção até a hora da morte, que é quando não podemos apreender mais nada, estamos prontos para a vida. Quase tudo é relativo.

Não era nada disso que havia me programado para escrever hoje, mas a reflexão é válida. Fico vendo as entrevistas que os artistas dão. E sinto penas daqueles que são cobrados pelo que disseram há quatro ou cinco anos atrás. Cara, a gente muda nossa visão do mundo, nossas aspirações para o futuro, nossos desejos e até nossos valores (why not?) de tempos em tempos, de ano em ano ou menos, como alguém pode ser cobrado pelo que disse há tanto tempo? A diferença é que nós, os não famosos, não temos registrada a nossa opinião para a posteridade. A nossa visão de vida, as nossas intenções, as tolices que dizemos a todo instante; elas se perdem no tempo e no espaço. Mas se você parar agora para pensar no quanto já mudou, em quanta tolice já acreditou, brigou, defendeu, em como sua visão do mundo era estreita ou maniqueísta, vai ver que
somos como a lagarta, que se transforma em borboleta. Só que constantemente temos que deixar o nosso velho eu e o nosso casulo a fim de cumprirmos a nossa missão na natureza.
Olha a volta que eu dei para comentar uma bobagem? Vamos à bobagem, que ela nos diverte... Tenho uma amiga que simplesmente AMA tirar fotos. Assim mesmo, com letra maiúscula. Ontem fomos com um grupo de amigos tomar um sorvete num desses lugares chiques&descolados. Lógico, ela queria registrar esse momento e perguntou: “Será que é muito mico a gente tirar foto aqui?”. Eu, brincando, respondi: “Se a gente começar a falar inglês, tudo vai parecer mais natural”. E naquela hora eu quis muito tirar a foto, sabe por quê? Porque antigamente eu ligava muito para o que as pessoas iriam pensar e deixava de realizar os meus desejos em função “da cara” que as pessoas à volta podiam fazer e/ou pensar. É mole? Aff, estou tão longe disso agora! E que sabor delicioso tem a liberdade de se fazer o que se tem vontade sem agredir ou invadir o espaço de ninguém. Ser natural e ser espontâneo; ser relax e rir das coisas, quando no fundo você sabe que pode rir de si mesmo. Acho que quando falava que ser feliz é uma escolha pensava que essas pequenas escolhas cabem realmente a cada um, individualmente! Ontem, por exemplo, dancei quadrilha no meio de uma festa de amigos que tocava forró! Danceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei sim! Me acabei! Mas isso é história para o próximo post... Até lá!