# Das Coisas que Aprendi nos Livros
Outro dia vi no Fantástico uma reportagem LINDA sobre o impacto do LIVRO na vida das pessoas. Alguns volumes foram deixados em lugares públicos estratégicos com dedicatórias incentivando à leitura por aqueles que encontraram o presente. Foi incrível ver como uma história pode impactar positivamente a vida das pessoas. Amigos meus, como o jornalista Sidney Rezende e a blogueira Marina W, já tinham esse hábito e o incentivavam. Recentemente descobri que outro amigo também deixava livros com o endereço do blog dele como uma ferramenta de duas boas propagandas: leia livros e acesse o blog.
Outra experiência desse tipo que me chamou a atenção foi a história contada em "O Ano da Leitura Mágica". Após uma perda brutal, a autora se reencontra depois de uma jornada de um livro por dia durante um ano. E para cada tomo lido, uma sinopse/resenha compartilhada na internet. Quem nunca se encontrou em meio a uma história?
Já deixei livros para que outras pessoas encontrassem. Já fiz da minha estante uma biblioteca viva e aberta para os vistantes que desejassem ler. Já doei livros para instituições filantrópicas de todos os tipos. Já vendi um bom material para um sebo. Já perdi o timming para me desfazer de livros antigos, do tipo enciclopédia. Hoje funciono de uma maneira um pouco mais "egoísta" e aderi à leitura digital. Difícil emprestar para alguém, embora já o tenha feio. As pessoas têm um pouco mais de rejeição ao livro digital - por N motivos, que não cabem serem discutidos aqui (Não as culpo. Aprendi a gostar e hoje não vejo grande diferença). Mais complicado ainda é guardar tudo o que leio no Tablet. Não tem espaço.
Como não posso mais deixar livros pelo caminho (digital) e também não tenho a expertise necessária para ler um por dia - acho que nem por semana... pensei em como poderia deixar uma contribuição, já que ler é uma paixão, inspirada nessas duas iniciativas? Joga no blog! Faz tempo que não atualizo o meu espaço e vez ou outras as pessoas ainda me perguntam o que estou lendo...
A leitura é algo MUITO pessoal. Nem sei se as minhas palavras inclinariam as pessoas à leitura. Os temas e/ou o tipo de escrita preferidos é algo do universo de cada um. Sou do tipo de leitora que se tem um livro em mãos, vai até o fim. Seja qual for. Mas boas experiências sempre me deram um gás a mais para ler uma história. E é isso o que vou tentar por aqui na série "DAS COISAS QUE APRENDI NOS LIVROS".
A leitura é algo MUITO pessoal. Nem sei se as minhas palavras inclinariam as pessoas à leitura. Os temas e/ou o tipo de escrita preferidos é algo do universo de cada um. Sou do tipo de leitora que se tem um livro em mãos, vai até o fim. Seja qual for. Mas boas experiências sempre me deram um gás a mais para ler uma história. E é isso o que vou tentar por aqui na série "DAS COISAS QUE APRENDI NOS LIVROS".
Fica combinado assim: a cada livro devorado, um textinho contado as impressões ou uma frase que tenha me arrebatado ou uma curiosidade ou um história relacionada com a minha própria vida ou qualquer possibilidade que nos leve para dentro da história, além da capa.
Vem comigo?
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Em As Meninas do Quarto 28, Hannelore Brenner reúne relatos de Helga, Flaka, Zajicek, Marta, Judith, Eva e Handa, sobreviventes do Quarto 28 do Abrigo para Meninas do gueto de Theresienstadt. Durante a perseguição aos judeus, diversos prisioneiros passaram pelo pelo gueto - transformado em uma cidade de faz-de-conta para desviar a atenção da imprensa e da Cruz Vermelha Internacional -, antes de serem encaminhadas para os campos de concentração. Ali, naquele quarto, aproximadamente 60 crianças moraram, das quais somente 15 sobreviveram.
O livro, que traz histórias mescladas com fatos históricos e anotações do diário de Helga Pollak e seu pai Otto Pollack, desenhos infantis feitos durante aulas de desenho secretas e poesias escritas em álbuns de recordações, apresenta uma história feita de tristeza, amizade, compaixão e esperança. É de uma força arrebatadora.
A história do Holocausto sempre me chamou atenção. Em 2002 visitei o Museu do Holocausto em Washington DC e foi daquelas experiências que te transformam para sempre. Foi ainda mais impactante que visitar os Campos de Concentração in loco. Talvez por ter tido aquele primeiro e gigante impacto de como o ser humano pode ser cruel e sua crueldade socialmente aceita. A tragédia tem que ser lembrada SIM, para que ela NUNCA mais aconteça.
Contudo, o livro me despertou para uma questão que eu ainda não havia refletido direito sobre: e as crianças? Documentários e filmes como "O Menino do Pijama Listrado" apenas pincelavam sobre o assunto. Na minha ignorância acreditei que elas tinham sido todas imediatamente dizimadas - sobrando apenas as que conseguiram se esconder... Talvez o sucesso de "O Diário de Anne Frank" tenha me levado a esse tipo de conclusão. Mas As Meninas do Quarto 28 me levaram para um novo nível de todo esse horror perpetrado durante a Segunda Guerra. Curioso é que a história me fala muito mais de esperança, resiliência, superação e amizade, que sobre a malignidade do destino imposto.
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A leitura engrenou do meio em diante. Demorei para terminar, mas no final estava esticando os momentos de leitura para conhecer logo a história. Aprendi sobre as crianças no gueto e descobri um MONTE de outros campos de concentração aos quais eu nunca sequer tinha ouvido falar.