Saulo está indo para o Chile e me fez umas perguntas importantes.
Queria ver contigo como você fez para subir a Vale Nevado e descer a Valparaíso?
Foram dois dias totalmente diferentes. E para cada um deles, vale um dia inteiro de passeio. Voltando ao ponto inicial, fui de excursão, então, toda a mordomia do translado estava incluída. Quando você vai à Valparaíso, você também passa por Viña del Mar e as vinícolas. La Sebastiana, a Casa do Neruda é lá em cima do morro. Valparaíso se concentra na encosta. Tivemos a sorte do nosso ônibus nos levar lá, porque não é todo motorista que é capaz de driblar as vielas não... Era um dia muito frio. Disse a ele que gorro e cachecol me foram fundamentais. Um dia, estava caminhando e o vento era tão cortante, que tive que cobrir o rosto igual a ninja ou bandida. Julho e Agosto me parecem ser a época de mais frio. Conheço gente que foi no fim de agosto e não viu neve. Vai entender o tempo?
Para o Vale Nevado aconteceu uma coisa muito pitoresca. Antes, quero contar que ônibus não sobem as pirambeiras. O grupo foi dividido em duas vans, que tinham correntes na roda para não derrapar no gelo. São muitas, muitas, muitas curvas. Por isso e pela altitude, recomenda-se que os mais sensíveis masquem chiclete na subida e levem chocolate para dar energia. Quem quer se jogar na neve (mesmo, ficar escorregando e não apenas sentindo a paisagem) e não pretende alugar roupas especiais, os guias recomendam levar um par de calça, tênis e meia. Neve é água e ninguém vai ter saúde se ficar parte do dia molhado até voltar para o hotel.
A nossa volta poderia ter sido bastante complicada. Descemos cedo da estação e por sorte não ficamos presos até o dia seguinte no local. Quando há nevasca, as estradas fecham e você fica dentro da van até liberarem. Sem calefação. Outro ponto importante é que como se trata de um local turístico e de difícil acesso, as coisas são bem caras. O guia nos assustou dizendo que a água era 25 dólares, mas para quem vai no esquema de pouca grana é bom saber que lá se gasta mais um pouquinho.
Como está a cotação do Peso Chileno?
Essa é uma resposta que eu não sei dar, mas tem uma dica. Eu troquei no Brasil, para já chegar ao local municiada para qualquer tipo de emergência. Então, relaxei com valores. Mas, evite trocar logo no aeroporto. A cotação é mais cara. Deixe, como eu disse abaixo, para trocar na volta se sobrarem notas. A cotação nos hotéis também sofre um pequeno ágio. Meu amigo prefere sacar com seu cartão internacional em qualquer caixa de banco na moeda local. Ele viaja o mundo agindo assim. Eu não curto e não confio na minha gerência para fazer isso. Prefiro trocar nas casas de câmbio pela cidade ou nos bancos, onde ATENÇÃO, você paga uma pequena taxa. Na maioria das casa de Money Exchange que troquei, não me cobraram a tal taxa.
O dinheiro no Chile é bem estável, mas o curioso é que tem muitos zeros. Com 20 mil pesos talvez você faça uma refeição, rs. Através de pesquisas, eles chegaram a conclusão de que mudar, cortando os zeros, afetaria a economia. Então deixaram assim e o turista que se acostume. Não é tão difícil assim, vai...
Como foi a imigração?
Tudo muito tranquilo. Sempre que você entra num país, você tem que preencher um papel falando sobre você, suas intenções e o que você carrega (num resumo tosco). O que é preciso dar atenção é que vão te entregar um canhoto, que você PRECISA devolver na saída. Quando cheguei ao hotel, pediram meu passaporte para tirar xerox (uma prática cada vez mais usada nos hotéis), fiquei com medo de perderem meu papelzinho, porque o grupo era grande e tivemos que deixar o documento lá.
Quando minha Mãe foi à Portugal, não explicaram isso do passaporte para o grupo e todo mundo acho estranho, não queriam deixar o documento mais valioso do turista nas mãos do 'hospedeiro'. Depois de muito falar, cederam e foi a sorte de um casal. A mulher teve a bolsa furtada e a xerox do passaporte dela retida no hotel ajudou muitos nos trâmites para tirar um novo passaporte na Embaixada.
No mais, fale a verdade no preenchimento do papel e sorria.
Como está o custo de alimentação?
Pergunta muito difícil! Qual o perfil da sua viagem? No dia em que nos largaram no Mercado Central, tive que pagar um horror num peixe com purê. No dia em que me deixaram solta, comi fast-food (Taco Bell) e paguei o que foi justo. Não lembro quanto, mas me surpreendi, porque o que eu ainda tinha na carteira deu e sobrou. Lembro que pagamos caro pela comida de um restaurante chamado Bali Hai. A comida era bem ruinzinha (não horrível, mas aquém do que a gente espera), mas valeu pelo show, o ambiente. Eles fazem performances com danças folclóricas e típicas do país, como a "CUECA", a dança oficial e remontam toda a lenda e os ritos dos povos da Ilha de Páscoa, que é o melhor do show.
Uma dica para quem gosta de experimentar o diferencial gastronômico do lugar... Ou para quem tenta fugir do exótico apostando no bom e velho cachorro-quente... Pois o de lá é feito com abacate! Isso mesmo! Em toda a América Latina come-se o abacate com sal, só aqui a gente faz creme, põe açúcar e leite condensado... Fazem uma espécie de guacamole para acompanhar o hot dog. Só não experimentei por falta de oportunidade...