17.1.12

Bibi na Ergométrica (5)



Que tal nós dois
Numa banheira de espuma?
El cuerpo caliente,
Um dolce farniente
Sem culpa nenhuma...


Fazendo massagem,
Relaxando a tensão.
Em plena vagabundagem
Com toda disposição.
Falando muita bobagem,
Esfregando com água e sabão...


Uh! Lá! Lá!...
***
Por um breve momento achei que não teria mais histórias de academia para contar. Mas assim é que nasce um desafio e o seu olhar fica mais afiado para dar um passo adiante. Como na esteira, adiante de você mesma. E foi o que fiz...
Tinha uma mulherada batendo papo sem fim na área da esteira. Uma da cada lado, se exercitando comigo no meio (sem trocadilhos, por favor) e outra de pé, num dolce far niente, se apoiando no meu aparelho, porque falar cansa, não é mesmo? Isso fez com que eu aumentasse consideravelmente o volume do i-pod...
E foi por não ouvir mais nada é que percebi a cena. Na minha academia tem um aluno que é surdo. E ele pratica seus exercícios com o seu intérprete. Um ajuda o outro. Um conversa com o outro (por sinais discretos). Pirei na cena. AMO fazer parte daquilo que chamam de inclusão social. Não vai demorar muito, vocês vão perceber nas histórias, eu vou puxar assunto. De um jeito ou de outro (linguagem corporal é universal).
Na minha faculdade tem uma cadeira de LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais -, que está sempre LOTADA. Nunca tentei uma vaga, deixo para quem realmente vai fazer uso profissional da matéria. No meu caso, seria social (essa necessidade de comunicação...). Minha cunhada é expert no assunto e ajuda muito a comunidade - até no CTI já foi chamada para interpretar. Suspiro era a coisa mais linda traduzindo o culto para quem precisava. NA MORAL. 
Uma vez, fizemos um lual na praia e a Debs levou uma surda e eu fui lá falar com ela. Movimentei bem as mão e falei de maneira mais pausada e articulada (lábios). Eles entendem. Tem gente que se afasta, tem medo. Bobagem. Eu me amarro em ajudar cegos na rua, faço festa para criança autista ou com Down. Aprendi em casa. Criança é criança. Gente é gente. Tudo igual e belo nas suas diferenças. 
Tenho tantas histórias nesse sentido, que ia ficar chato desfiar um rosário de situações que eu já vivi. Mas acho legal levantar a bola dessa questão! Em frente à academia tem uma vaga para deficientes e - as far as I know - as pessoas têm respeitado a indicação. Uma pequena evolução, mas ainda assim uma evolução. Bingo!
E quando terminei a minha série, dei de cara com o quadro de alongamento. Universal, praticamente. Para quem vê, para quem lê ou não, para quem escuta ou não, para quem anda ou manca. Até para quem é cadeirante (alguns números do cartaz apenas, ainda assim para eles também!). Para quem quer.   

3 comentários:

Saulo disse...

Eu cheguei a trabalhar com catequese de surdos quando era adolescente, lembra?
Pena que a falta de prática me fez esquecer de muitos sinais.
Atualmente convivo no mestrado com uma professora de Libras para Universitários. Eu fico embasbacado com a beleza da profissão e com o amor que a vincula. Ela vive Libras. É lindo de se ver!

Saulo disse...

Ahhh Também tenho de contar a vez que fui fazer um curso pelo trabalho e tivemos como professor um Surdo Oralizado!! Eles são poucos hoje em dia, já que existem alguns impedimentos conceituais à expansão da oralização em detrimento da Libras.
Esse professor conseguia se comunicar perfeitamente com todos!!! Conseguia fazer leitura labial e falar de forma bem compreensível.
Foi inesquecível a experiência, muito gratificante e surpreendente.

Bibi disse...

Não lembrava do seu trabalho com surdos na catequese não. Que legal!

gratificante e surpreendente - são duas palavrinhas mágicas, as quais a gente devia se entregar com mais regularidade.