22.1.12

Dia de Domingo





"... E ver a vida acontecer como um dia de domingo". O hábito de ouvir rádio começou de forma tardia aqui em casa (infelizmente, porque sempre fomos muito musicais, mas cada um com seu estilo próprio, único, intransferível). Tem menos de 10 anos que a minha Mãe liga o rádio todas as manhãs, naquelas estações que possuem a programação bem light. Essa era uma música que encantava a gente, meu Pai inclusive (o cara das músicas dos bailes de outrora). Um senso musical comum. Assim sendo, lembro dela com carinho sempre. E pensei nessa poesia do Tim Maia nesse fim de dia. Atípico. 

O bom de dirigir é que me tornei uma nova mulher. Muito mais livre, independente, mais confiante em si. Claro, foi um dos exemplos de superação na minha vida. Um deles, apenas. Mas o que me deu mais tempo de sabor (que ainda não teve fim). Contudo, todas as coisas da vida possem o outro lado da questão. Como uma moeda com duas faces. Abdiquei do meu estado de inércia e me tornei motorista da família. Meu irmão mais velho pergunta se todos estão com o check up do coração em dia (nhá!). Hoje, por exemplo, levantei as seis da manhã para levar Tia N e o irmão do meio ao aeroporto. Olha a violência comigo! Seis da manhã??????!!!!! Fui, né?


O sempre me falou sobre as vantagens de acordar com as galinhas e curtir o que o dia oferece. Como tenho vida de morcego desde os tempos da faculdade, nunca achei que madrugar fosse uma possibilidade viável. Mas sabe o que aconteceu? A ginástica me despertou para o dia. Como escrevi abaixo, cheguei em casa e fui à praia. Obviamente não consigo fugir do soninho da tarde. Mas já não é aquela coisa de morgar 4 horas direto, entende? Não a toa as pessoas dizem que a vida pode passar num piscar de olhos. Se a gente dá mole, as situações acontecem à nossa revelia. Doenças também. Oportunidades que se vão. Pessoas que perdemos ao sabor do tempo não aproveitável/aproveitado. E não há nada que possamos fazer em relação ao tempo que se foi. Só transformar acontecimentos em lições e lições em oportunidades e oportunidades em uma nova chance de reescrever a história da vida.


Depois da praia? Banho de chuveiro e banho de creme. MW me deu um hidratante de maracujá que é a coisa mais deliciosa do mundo. Só me cheirando para saber! (hohoho). Acho que ela comprou no Shopping da Gávea. Fui lá essa semana, mas esqueci de olhar ela loja de coisas absurdamente cheirosas que ela sempre passa. (#fica a dica). Depois da soneca? Ganhei um kit de esmaltes de cores quentes para o verão. Tons impensáveis para as unhas até há pouco tempo. Agora abusei. Laranja. Mal pintaaaaaaada, mas bem divertida. Não sei porque os salões não abrem na segunda-feira.


Como o domingo não foi santo, faltei à igreja (mas assisti ao culto online), cometi o meu pecado: padaria! Sorvete, pipoca, queijadinha. A pipoca deixei para outro dia de fissura. Pensei na academia, me imaginei de biquíni mais cedo nas areias da Barra (tô nem aí, mas posso melhorar). Sempre podemos fazer diferente, reinventar, recolorir os tijolinhos do caminho. Soltar as tintas da aquarela ou bolhas de sabão.


Vi a vida acontecer nesse dia de domingo. Não foi como quis ou planejei. Foi bom como aconteceu, mas claro que poderia ser melhor. Essa moça chamada ansiedade que mora dentro da gente vive dando seu aparte. Mas quero trazer à memória aquilo que me dá esperança. O que não frutifica, o que não constrói, o que não ferramenta ou aparelha, o que não germina ou alimenta, aquilo que não expande, que não gera e não regenera... É melhor ser lançado fora. Não posso acrescentar grãos de acontecimentos à minha existência, minha ansiedade não muda o amanhã, apenas altera o meu estado HOJE. Melhor dormir tranquila e ser o melhor que posso ser para então a vida acontecer. Como num dia de domingo.   





2 comentários:

Vivian Fernandez disse...

É vivendo o HOJE, que construiremos o amanhã. Bjs,

Bibi disse...

Vivian deliciosa, amiga querida do coração! Tô tentando ir à SP em fev! Me espera?