25.4.12

poema

É tarde. É muito tarde. Pra mim. Para nós. Dorme agora. A lua já está no centro do céu. Estrelas mudam de lugar. A Terra não pára. O mundo gira. As horas voam. Descansa. Deixa o futuro a si mesmo se desenhar. Ama. Mas ama mesmo. Mas ama muito. Ama até o fim das forças. Ama de quase sufocar. E chora. Chora baixinho quando ela for embora. Chora na cama. Na cama onde se ama. Na cama onde se está. É tarde. É muito tarde agora. Lá se foi o dia, o raiar da aurora. Dorme quieto. Ouça os sons do mundo. É o fluxo da vida. Constante. Inexorável. Indomável. Singular. Viva. Viva eu. Viva você. Vivamos nós, a história do tempo. A cada momento. Em todo lugar. Viva. Mas viva muito. Viva agora. Já passou da hora da gente se amar. Viva no sonho. Viva um sonho. Viva o agora. A qualquer hora. A todo momento. Sonhe. Mas sonhe mesmo. Mas sonhe muito. Muito mais do que comporta o seu vã filosofar. Sonhe, porque a noite é agora. Sonhe, porque é tempo. Sonhe com o momento. No tempo. Aquele momento de se estar. Dorme, amor. Lá se foi a hora. Já passou o tempo. De brincar. Ser feliz é imperativo. Não há mais motivos para esperar. E então, dorme... E ao dormir, sonhe. E ao sonhar, viva. E ao viver, ame. E ao amar, sorria. Pra mim.
[Bia Amorim]  

2 comentários:

Síntia Aline disse...

Linda poesia Bia, robei um trechinho para o face!
Totalmente meu momento.
Beijos e uma otima noite e que seja cheia de inspirações.

Bibi disse...

Gostei do trechinho roubado :)