24.7.12

Soltas

Primeira vez que vejo um capítulo inteiro de "Avenida Brasil". É um fenômeno. O Facebook pára na hora da novela. Nos comerciais, só lemos coisas sobre a novela. Não quis ser uma ET e também tive que avaliar o fenômeno, porque certamente falarão dessa novela em estudos. Fato. 

***
Estava tomando um suco no Big Bi de Copacabana, quando uma velhinha se aproximou. Pediu para eu pagar um lanche para ela. Viu minha lentidão, começou a insistir, disse que passava fome. Depois disse que queria um pão na chapa e um cafe com leite grande. Eu só tinha R$ 3,00 na carteira naquele momento, porque ainda ia pagar o meu e o da Filé. Dava para um pequeno, mas pequeno ela não queria. Dei R$ 2,00. Ela contou que a filha bateu nela e que ela estava tremendo. Agarrou no meu braço e começou a chacoalhar. Não ela, mas o meu braço. Dei a moeda de um real. E ela, que depois reparei, estava toda limpinha e arrumadinha, reclamou:

- Mas isso não dá! Me dá mais um real!
- Desculpa, não tenho. Peça a mais alguém.

E foi ela, saltitante, pedir para um homem que estava do outro lado. Sentou calmamente no balcão e ficou esperando o seu lanche NA MAIOR.

Depois que ela saiu, me senti assaltada. Um tipo de assalto consentido... Ludibriada. Fiquei umas horas pensando sobre isso e me sentindo idiota. Nada contra pagar um lanche a quem tem fome, mas a maneira pela qual tudo se deu, me deixou com uma sensação tão estranha...

Tô errada? 

4 comentários:

Luke disse...

Tá certíssima. Sinceramente sou contra dar esmolas. Acho que, se é pra ajudar, deve-se ajudar instituições de caridades sérias.

infelizmente, tem muito bandido fingindo-se de necessitado...

Aline disse...

Quando eu estava com um barrigão, fui tomar um mk shake em um cafeteria ai da vida, chegou uma mulher pedindo para mim um almoço, (como só tinha cartão) recusei, falei que não tinha, ela deu um SHOW na rua, me chingando de tudo que é nome e a criança em meu ventre. Diga de passagem, eu esquentadinha do jeito que sou, dei outro show maior ainda (estava acompanhada de 6 amigas), a mulher se assustou e foi embora, nesse assalto consentido eu reagi, rsrs

Mas já caí em um monte antes disso, Professora da USP que esqueceu dinheiro em casa e só queria comprar uma caixinha de leite entre outras pérolas que caí.

Bibi disse...

Eu senti como se fosse uma violência psicológica pela fragilidade da senhora em questão, sabe? Respeito MUITO os cabelos brancos... Talvez até por isso tenha me sentido tão estranha. Não acredito que quem viveu tanto, teve a graça da vida por tanto tempo tenha coragem de ser tão nefastamente desonesto!

Saulo disse...

Por essas e por outras adotei o seguinte comportamento... Não dou esmola seja em dinheiro, em "lanchinho", "cafesinho" etc... simplesmente não dou a ninguém. Não importa se é criança, idoso, pessoa com necessidades especiais etc...
Caridade eu faço quando estou certo do bom destino do dinheiro ou do trabalho. Hoje em dia não há mais como ver a "quem" ou a "quê" se presta uma doação.
Dar esmola é ser assistencialista, é deseducar, é incentivar este mau hábito.
Só há quem esmole, porque há quem dê esmola!!!
Só há flanelinhas, por exemplo, porque há quem os financie... e por aí vai!
Assistência social é função do Estado e não nossa. Deve ser executada por força de lei.
Caridade é virtude humana e não se confunde com ingenuidade ou fraqueza.

Não fique triste... simplesmente retire desta situação uma lição e formule suas próprias conclusões.