15.8.08

Melhor é Impossível


PARTE I

Salve, salve tripulantes dessa nave louca chamada blog, que ruma direto para um planeta único e particular batizado de Bibidebicicleta. Tenho encontrado uma rotina bacana para escrever, o que é um milagre. É noite, minha mãe já foi deitar – ela dorme com as galinhas [sem trocadilhos, por favor!] e meu pai, nesse exato momento, parece um pato dentro do lago, tamanho é o tempo que gasta debaixo do chuveiro, se lavando. Ainda bem que não é banho de gato e o velho está sempre cheiroso... mesmo minutos antes de entrar no box. Quero confessar, como a mão direita sobre o mouse, que sei que tenho andado "reclamona" ultimamente. Sorry! Faz parte de qualquer repertório do show da vida. Mas Freud e eu explicamos: essa síndrome que me acomete de forma intensa, pelo menos uma vez por ano, chama-se tensão pré-férias. Vou viajar, claro, mas não é hoje que falaremos sobre o meu próximo destino.

Ao invés de recitar o meu rosário de cantilenas perdidas, prefiro contar as minhas histórias aqui; os meus “Causos Por Acausos”! [risos]. Esses sim aliavam a alma. No post de ontem eu coloquei de propósito a foto da cena do longa Melhor É Impossível [As Good As It Gets, 1997]. Tem séculos que quero falar sobre esse filme, mas ficava retardando o avanço do desejo, como quem resiste a comer o último pedaço do doce favorito. Depois me toquei que o filme, um dos meus preferidos, é tão rico e tão encantadoramente recheado de simbolismos, que eu podia dividi-lo em vários temas ao longo da história do Bibidebicicleta, sem correr o risco de estar sendo óbvia e repetitiva. E também se eu parecer, e daí? Já teorizavam certos “filósofos” baianos que dão voz à linguagem e interpretação que emana do povo, para o povo e pelo povo, que:



“pau que nasce torto, nunca se endireita; menina que requebra, mãe, pega na cabeça. Domingo ela não vai; vai, vai; olha domingo ela não vai não; vai, vai, vai”.

[Tá cantando junto, né? Confessa que seu lado brega está dançando o Tchan por dentro!]

Vamos desenrolar esse novelo e voltar ao que interessa. Melhor É Impossível é um dos meus filmes favoritos em todos os sentidos. Não é um clássico, não tem um roteiro linear, é despretensioso, me agarra do começo ao fim. Sempre. E olha que já o vi diversas vezes. E volto a assistir constantemente, com o mesmo olhar de doçura e curiosidade. Passei a amar ainda mais o Jack Nicholson depois desse longa e a atuação da Helen Hunt foi tão incrível, que para mim esse papel marca definitivamente a passagem dela da categoria de personagem de seriado, para grande atriz da telona. Pode até ser injusto com a carreira da moça, mas é como penso. Naquele ano, os dois faturaram o Oscar de Melhor Ator e Melhor Atriz e o filme só não foi mais aclamado, porque o Titanic afundou as pretensões de qualquer trabalho na ocasião.





Melhor É Impossível é tão incrivelmente bem cotado, que comprei o DVD para dar de presente ao Mestre Honey, meu professor de roteiro, no dia do seu aniversário. Ele diz que adorou o presente, mas não gostou do filme [pumf!]. Eu tenho pra mim que ele se identificou um pouco com o personagem principal... [Só um pouquinho, tá? Não fica triste comigo não, que esse é o seu charme!]. E não sou apenas eu que tenho essa impressão, não do professor, mas da singeleza do filme. O crítico Rubens Ewald Filho – que adoro e babo por seu conhecimento – disse que finalmente haviam feito um papel para o Jack Nicholson, porque em geral, ele tem uma personalidade tão forte que acaba trazendo para si cada personagem. O resultado fica exagerado e repetitivo. Não nesse roteiro! “O papel é neurótico, difícil, interessante, contraditório. Jack dá um show e realmente está excepcional como há muito não se via. É uma comédia dramática, gênero difícil. Aos poucos vamos sendo conquistados pelos atores, que são excepcionais. De tal forma que, ao final, torcermos pelo romance, pelas boas saídas (nunca politicamente corretas). É raro se ver uma fita americana assim humana, sensível, fugindo de clichês e com personagens psicologicamente complexos”.



Taí uma boa pedida para o fim de semana...

2 comentários:

V. Raner disse...

As últimas vezes que eu entrei eu não comentei, então é melhor comentar antes que você escreva outro post carente! haha

Nunca vi esse filme, mas não gosto da Helen Hunt!
E tô com saudade de você!

Anônimo disse...

Só consegui pensar: "Poxa, como ainda não vi esse filme?!"... Hehehe.
Beijo, Biazinha.