14.9.09

Quando falei


No post dos Ciclistas, Sr. Sobretudo pediu para eu contar a história do Aerobunda. Então está lá, contada. Mais tarde, veio a Fabí de Floripa e me pediu para lembrar alguma travessura de quando eu era criança; uma história boa. Essa é bem mais difícil... Não porque eu fosse um anjo - pelo contrário -, mas acontece aquele BRANCO, quando me fazem assim um pedido/tema a ser tirado da cartola/cachola.


Como a gente quando está adulto se lembra de quando era criança? Eu olho fotos hoje e tenho lembranças tão antigas... Umas coisas que precisam ser resgatadas no fundo da memória. E lá elas estão, quietinhas.


Hoje fiz de tudo para fugir das minhas histórias. Queria achar as poesias que o meu irmão do meio fez aos nove anos. Coisa de louco! O menino sempre foi articulado. Aprendeu a ler sozinho, aos dois anos de idade. Um dia leu um outdoor para o meu Pai. Assim, passeando de carro, sem ninguém pedir. O mais velho fazia desenhos e amigos onde quer que fosse. Ele era o carinha que todo mundo queria estar perto. E ainda é assim. Eu comecei a falar aos seis meses de idade. Claro que eu não lembro, mas como o acontecido rolou com mais de três testemunhas por perto, além da minha Mãe, acreditei. Minha primeira palavra? “Ai Jesus!”. Por quê? Porque a minha Mãe estava lavando o meu bumbum quentinho de fralda numa água que tinha ficado pegando sereno de serra a noite inteira. O sol ainda estava timidamente nascendo e “ela” foi resolver o problema “número dois” que eu havia aprontado. Naquela água gelada?! Até mudo falaria! Falei!


Tentando fugir de mim, pulei no baú da memória, onde a minha Mãe guarda umas coisas tão antigas... Ela foi pra lá também... E lá está até agora: vendo fotos, relendo cartas, se emocionando com um passado que hoje, em especial, guarda novos ensinamentos. Uma carta que está lendo pela décima vez, tem um novo significado; porque trouxe uma nova compreensão à luz de certas coisas que acontecem e que continuam a acontecer em seus processos naturais.


Era para eu lembrar a minha infância. Minha Mãe está relembrando uma vida inteira. Bonito de ver...

7 comentários:

valmir disse...

Sr. Sobretudo??? Odiei, eu nao sou sobretudo, eu sou sobrenada. hahahaha... Prefiro o codinome MOratelli, senhora. ahahhhaha

Bibi disse...

Você é como eu te chamo! Sempre respeitosamente! Oras...

Saulo disse...

Lembranças minhas, da sua infância: lembro do Junior recitando poesias no Natal e do grupo que andava com Willian. Recordo das vezes que ia visitar a Vó Edith e descia para brincar contigo. Havia no quarto de seus pais uns bonequinhos coloridos de arame nos quais eu não podia tocar... que tortura!! rsrs Me lembro de pedir pra mexer e de vc dizer que seus pais iriam brigar.
Gostosas recordações!

Bibi disse...

Não era de areme não! Era artesanato! E tinha um moooooonte! Minha mãe brigava mesmo! Mas acho que era só por isso, porque ela deixava a gente fazer tudo!

valmir disse...

Respeitosamente é otimo. hahhaa

Bibi disse...

Val: Claro! Meus apelidinhos são simpáticos.

Fabi - Floripa disse...

Nossa, pelos relatos foi um pedido gostoso o meu!!
Fiquei feliz pela história e amei...sempre as crianças falam mamã, papa, mas "Aí Jesus", essa foi ótima...rsrs.

Bjs