16.10.07

Mais do Mesmo



O que seria de mim sem os meus amigos? O que seria de você sem os seus? Já parou para pensar nisso? Mesmo?! Estou começando o texto de hoje meio questionadora, meio desafiadora. Uma forma de interação e de superação interior. Quero bagunçar o óbvio e buscar mais do mesmo.

Comecei o dia prático – porque o meu dia começa horas antes com um ritual meio grego, meio bizarro para sair de casa – recebendo um monte de e-mails tão maravilhosos sobre a reestréia com cara de estréia do blog. Fiquei como?! Pisando em nuvens e comendo caramelo. Agradeci a Deus por cada palavra, porque estas me fazem querer seguir em frente – com o blog, com a escrita, com a vida. Fiquei cheia de idéias e comecei o texto com um tema totalmente diferente do programado. A vida surpreende. Que bom! Esse é o melhor passeio de bicicleta que tem: caminhos conhecidos, paisagens surpreendentes.

Palavras de amigos tem peso extra, para o bem e para o mal. O que seria de você sem os seus amigos? Família é coisa que a gente não escolhe, ama-se como se fosse um doce legado. Amargo as vezes, eu sei. Amigos são a família que a gente escolhe, que a vida oferece como presente. Cabe a você usar de forma coerente esse presente ou deixá-lo num canto, fora da vista, sem uso. O que você tem feito pelos seus amigos? O que você tem deixado eles fazerem por você? As pessoas perderam o trato, a delicadeza, a suavidade no “ofertar-se” nas relações. As pessoas pararam de sonhar juntas, de acreditar que tudo é possível. Até o impossível. As pessoas se cansam umas das outras e partem em busca daquilo que lhes parece novo. Sempre mais do mesmo. Quase sempre menos de si mesmo. É muita pretensão querer ser definitivo, mas quero crer que posso um momento inesquecível, uma doce lembrança, uma palavra na hora certa, uma mão em forma de carinho, uma abraço. Não porque faça força para isso ocorrer, mas porque tento fazer a minha parte para acreditar que sonho que se sonha junto é realidade. Não podemos deixar que a velocidade dos acontecimentos, o tempo sem tempo nos roube o que nos é mais caro, nos tire a ternura.

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernanda Pessoa


Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Se os sonhos não são pequenos ou travados pelo medo de viver. Porém, se você quer ir além daquilo que se espera, se quer passar além do Bojador, tem que passar além da dor. Porque o mar, perigoso e desconhecido, também é o paraíso. Só precisamos ter coragem de ir além do óbvio. É a vida.

Meu amigo Luke diz: “acho que ninguém mais consegue receber a mesma notícia boa duas vezes, sendo ela nova as duas vezes”. O amor faz do mesmo, o diferente, especial. A gente só tem que estar preparado para receber amor. Muitos só acham que sabem dar. Muitos acham que não merecem receber. A “D” complementou perfeitamente a questão: “se ainda não temos meios para mudar certas coisas, tiremos o proveito possível delas”. Ou seja, se não dá para mudar radicalmente a postura em relação à vida, seus amigos, suas escolhas, viva o hoje da melhor maneira possível. O caminho é feito de muitos passos, mas é preciso dar o primeiro. “Bora?”

3 comentários:

Anônimo disse...

To meio moido hj... falta-me coragem para ir alem do mar... a incerteza do q encontrarei lah... o medo de ter q deixar algumas coisas antes de partir nessa viagem... Bjos

Unknown disse...

Adorei Bi...realmente não sei o q seria de mim sem meus amigos...rs...Achei o máximo viver o hoje da melhor maneira possível e quero sim dar o primeiro passo, eu topo!...Beijinhos e sucesso, seu Blog tá muito 10...Fui

Anônimo disse...

Que bom ter você de Amiiiiiiiga!