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Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar.
Vamos dar a meia volta,
Volta e meia vamos dar.
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.
Porque a vida deveria ser simples como um passeio: divertido, sem rodinhas e com aquela sensação maravilhosa de vento no rosto.
Tem muita gente que gosta de complicar aquilo que é simples, já percebeu? Eu observo isso desde criança. “Vamos brincar de mãe da rua?”. “O que é isso?!”. O mais enrolado é sempre o que se arvora primeiro em explicar e... Não consegue. É aí que chega o mais “safo” e com três frases soluciona a questão. Todos para a calçada, tentando atravessar a rua num pé só sem ser pego.
Lembro também de vários episódios do “Chaves”, no qual ele chamava o Quico para brincar de algo simples, um barco em forma de palito, mas o amigo rico parava tudo para ir até a sua casa buscar um senhor barco de brinquedo... Onde apenas um poderia desfrutar do privilégio. Qual a graça?
Esses dois exemplos envolvem a palavra troca. Troca de informações, troca de afeto na forma de companhia. Para haver comunicação precisamos do outro, o receptor. E não há a necessidade de ser proficiente na intenção. O importante é fazer-se entender. E viver para valer.
O carinho é uma forma de troca, é uma intenção e é comunicação de um afeto bem simples. Mas como tem gente que tem dificuldade para receber! Nem sempre todas as coisas precisam de motivos ou justificativas. Nem sempre também, o receptor vai ter que realizar alguma coisa tão mirabolante a ponto de se fazer merecedor daquele carinho.
"Amigos são aquelas raras pessoas que nos perguntam como estamos e que depois ficam à espera de ouvir a resposta".
Ed Cunningham
Vejo salpicando por aqui e por ali um monte de assuntos que eu acharia interessante de dividir aqui com vocês, mas esse humor de tatu bola não está me dando a ênfase correta. Daí, escrever por escrever acaba se tornando um ato mecânico muito mais que uma necessidade de expressão interna. Que é o que me proponho fazer por aqui. E, como disse, a ansiedade não é uma exclusividade minha, mas muito provavelmente uma prerrogativa dos nossos tempos.
Acho muito complicado viver em constante estado de alerta, como se algo muito extraordinário fosse acontecer a qualquer segundo (para o bem ou para o mal). Acrescento a essa lista as tantas novidades a que somos expostos pelos noticiários e pela internet. E a coisa anda tão feia para o meu lado, que até parar para ler um livro, prazer que cultivo com grau 10 na escala êxtase, tem sido difícil. Ou leio um capítulo e fico alerta prestando atenção naquilo que poderia estar perdendo ou deixando de fazer... Ou durmo exausta, porque se manter em alerta máximo e fricção contunda - como aqueles carrinhos que a gente roda no chão para ganhar velocidade – é uma coisa que desgasta a gente.
Ando sempre a esperar, por força do trabalho e das circunstancias. Talvez eu tenha que fazer acontecer, por força da vida... Mas isso é tema para uma outra história.
De que adianta esconder a cara e deixar a bunda de fora? (será que estou ficando velha?#medo)
Update: Troquei a foto da Lady Gaga. A que ela escondia o rosto e mostrava a bunda estava me dando nos nervos. Essa, pelo menos, está mais artística.
* Tenho muitos assuntos para dividir com voces, mas ando sem inspiracao (o acento do teclado parou de funcionar)... Estou lendo um livro maravilhoso e isso anda me inibindo um pouco, porque justamente quero falar de tudo o que ali esta escrito... Estou aqui me decidindo se abro a temporada dos plagios personalizados...
* Adoro imas de geladeira! Ja sei o que trazer de cada novo lugar que eu conhecer!
* Hoje eu ouvi uma frase interessante. Uma amiga minha disse: "O problema eh que voce sabe bem o que voce quer, nao eh?"... Eu ri. O problema eh que eu sei bem o que eu nao quero e o que nao me faz bem, eu tenho a 'ma indole' de descartar da minha vida. hehe
* Falei com a Vivi hoje. Ela no Texas e eu aqui. O papo foi tao longo e 'personal' quanto na epoca em que ela estava aqui. O tempo nao desfaz lacos apertados. E ela terminou a conversa com uma frase simples, mas que me iluminou a alma: "eu te amo". Nem sempre eu te amo diz tudo. Dessa vez, o eu te amo disse muito mais que as simples letrinhas poderiam comunicar. Eu me senti abudantemente amada. Foi a resposta trazida pelo ar. Hoje eu disse para uma pessoa: "Tenho me sentido muito so". E veio no ar a certeza de que as vezes eu posso ate estar so, mas eu nunca estou sozinha. TE AMO VI.
Mas se um dia eu chegar / Muito estranho / Deixe essa água no corpo / Lembrar nosso banho / Mas se um dia eu chegar / Muito louco / Deixe essa noite saber / Que um dia foi pouco
Cuida bem de mim
Então misture tudo
Dentro de nós
Porque ninguém vai dormir
Nosso sono
Minha cara pra que / Tantos planos / Se quero te amar e te amar / E te amar muitos anos / Quantas vezes eu quis / Ficar solto / Como se fosse uma lua / A brilhar no teu rosto
Cuida bem de mim
Então misture tudo
Dentro de nós
Porque ninguém vai dormir
Nosso sono...
“Já disseram que essa casa é melhor do que o céu, mas hoje essa casa é pior do que o inferno. Sem morrer, nós estamos vivendo um inferno aqui no Senado".
Você já reparou como alguns ícones ganham uma capa do tipo variável? Ora são o cúmulo daquilo que é brega, ora ganham status de persona/obra a ser cultuada... Nem sempre, mas de repente... Estão lá marcando território quer no limbo do luxo, quer na lama do lixo.
Por que estou falando nisso? Claro, historinha. Semana passada comecei a rabiscar uma poesia e estava achando que eu carregava demais na tinta, estava com medo de escorregar legal para o brega. Como não tenho muitas medidas, fui pedir ajuda a quem entende do babado. Não do babado brega, mas das poesias que nos tiram do chão sem que corramos o risco de escorregar para qualquer canto que não seja a apreciação do belo (não o cantor, só para deixar claro, está em letra minúscula). Mandei o texto para o Zé e perguntei: “Isso está muito Wando?”. Temerosa, eu até achei que estivesse, mas ele disse que estava bom. E acrescentou que o cantor morava em seu bairro (a vizinhança deve ser animada, não? Gostei de saber). E pensei: “Menos Wando, melhor, certo?”. Nem sempre...
Nessa mesma semana fui visitar o blog da minha amiga Lilica, que trazia um post muito interessante:
(Perguntaram ao Wando)
Cinco melhores lugares para fazer amor:
1 – Na cama. Porque é sempre bom.
2 – No chão. Adoro.
3 – Dentro do automóvel. Motel está muito caro.
4 – No barco, no meio do mar. É lindo. Uma noite com lua.
5 – Na casa dela. A sogra no quarto. E eu e ela na sala, aquele frisson. É ótimo.
(Retirado da revista “O Globo” do domingo, 09/8/09)
Os comentários do post:
Bibi – Ui!
Lilica – Tem coisas que só o Wando faz por você!
Sambeira – Wando é ídolo!
Lilica (O melhor comentário, na minha opinião) - Gosto que Wando é um homem que acha motel caro, mas tem barco para fazer amor...rs
Pois é, gente... Ai lembrei que EU já passei um réveillon com Wando! Foi isso mesmo. Era noite do dia 31 de dezembro e estava euzinha chegando ao apartamento de Narcisa Tamborindeguy e dou de cara com o ídolo, primeiro a chegar à festa (ele e seus lábios que deviam constar no Guiness como a maior beiça brasileira!). Claro que me senti numa espécie de túnel do tempo, de volta aos Anos 80. Por que? Porque entre os 20 discos evangélicos que a minha mãe tinha na nossa antiga casa, havia um LP do... Wando! Vai entender?! Wando é ídolo! Só não me façam atirar a calcinha! No way!
Minha amiga DM é simplesmente louca por tecnologia. Ela sempre está por dentro dos novos lançamentos do mercado em relação a aparelhos, sistemas e softwares que podem facilitar um “tantão” a maneira como levamos a vida. Em seu escritório encontramos um verdadeiro organismo tecnológico pulsante montado em favor de suas habilidades pessoais e profissionais.
Eu posso me lembrar de fatos ocorridos há muitos anos, mas chego a ser indecente em relação ao uso da tecnologia. Sou daquelas que precisa de alguém para mostrar como faz, para só então eu me virar sozinha. E eu falava da minha mãe...hehe... Depois que ela começou a aprender a usar o computador, sua destreza com os botões e máquinas melhorou muito. Isso é tão importante para manter o cérebro ativo!
E lá fui eu com DM para uma dessas lojas que são os tais “museus de grandes novidades”. Chamo assim, porque você compra um aparelho de última geração e com muito pouco tempo de uso ele já é batido por um mais moderno. E sei que nem sempre o tal do lançamento já chegou ao Brasil, quando inventam um novo. É a selva cibernética. E estávamos lá, na lojinha de eletrônicos que me assustam e me fascinam. Ela olhava para tudo com muita avidez – como criança em loja de doce. Adoro reparar isso nas pessoas. Expressão de prazer e satisfação.
Paramos no setor de impressoras. Quantos modelos diferenciados para o mesmo serviço! E o que me deixou mais curiosa é que não existia um só modelo que tivesse reunido todas as potencialidades oferecidas. DM chamou o vendedor para lhe explicar o funcionamento da máquina que mais lhe interessou. Ficamos um bom tempo no corredor a espera de um funcionário que viesse sanara a nossa dúvida. E estávamos naquela posição de “oi, preciso de ajuda!”. O rapazinho que abria caixas só nos deu atenção quando ela o chamou especificamente. Achei isso de um descaso...
Bola para frente! DM pediu a explicação e ficou na dúvida entre dois produtos. Veja bem: ainda estamos enfrentando tempos de crise; a concorrência é cada vez maior; aquela não era uma loja que é conhecida por ter os melhores preços (tem vantagens acumulativas) e o rapazinho deixou a cliente sozinha, mergulhada em dúvidas e foi bater papo com seus coleguinhas de loja. Como assim?! E ela não estava em dúvida entre um fone de ouvida e a capa de uma máquina. Era um produto bem caro!
Ela se decidiu e falou pelo menos umas quatro vezes em alto e bom tom que levaria a máquina e que dividiria em X vezes. FALOU QUE EU OUVI! Ele preparou o papel de pré-venda e quando chegamos no caixa, para se fazer em X vezes o tal papel deveria vir com a liberação assinada pelo gerente da área. Como assim, gente!? Por que o funcionário não resolveu ou observou isso!? Pior! A caixa disse que a DM teria que ir no setor onde comprou o produto para o funcionário assinar! Peloamordedeus! Ela estava lá gastando o seu suado dinheirinho! Peguei o papel e falei deixa comigo. “Enquanto você conversava com seus amigos, deixou de assinar o papel da liberação e me fez vir aqui”... Blá, blá, blá com o funcionário, deixando transparecer minha cara de bravinha.
Voltei para o caixa. A gerente estava passando na hora. A moça da registradora perguntou a ela: “fulano está podendo assinar?”. A gerente: “Não! Quando for assim, não aceita não! Deixa que eu assino essa daqui”. Veja você: se ela não passasse por ali, muito provavelmente eu teria que ir até a área do produto por uma segunda vez! Dá para acreditar nisso? Não era favor, era uma compra de valor alto.
Fiquei absolutamente passada com o tipo de tratamento. E me lembrei de uma história que rolou lá em NY, que eu me esqueci de contar a vocês. A Bia Bug estava na Best Buy fazendo uma compra grande de vários eletrônicos. A loja é enorme, tem dois andares, não estávamos perto uma da outra. Eu estava mastigando um chiclete que já estava sem gosto e fiquei procurando por uma lixeira. Esbarrei em um funcionário japainha e quis saber onde era o lixo. Ele me perguntou: “o que é que você tem para jogar fora?”. Achei a pergunta super estranha e respondi com certa timidez: “é só um chiclete”. Ele rasgou um pedaço de papel que tinha no bolso e pediu para eu cuspir ali, porque ele jogaria fora para mim. A lixeira estava muito longe, do outro lado da loja, então ele faria isso por mim. WOW! Nunca ninguém tinha feito isso pelo meu chiclete mastigado antes! Não foi o caso de me apaixonar (hehe), mas indico essa loja com orgulho de causa. Você também não indicaria?
Estava no metrô indo encontrar uma amiga. Gosto desse meio de transporte, porque é onde me sinto mais segura para deixar o pensamento viajar. Na ausência de uma pessoa para conversar, eu recheio esse tipo de viagem com a “viagem” dos pensamentos. Eles me fazem uma boa companhia. Os livros também. E geralmente as histórias dos livros me levam a algum lugar do passado. Foi o caso.
Há algum tempo comprei um livro da Martha Medeiros. Queria conhecer o trabalho dela, porque além de um nome que está marcado no cenário contemporâneo, uma amiga escritora disse que o meu estilo parecia com o dela. Fiquei curiosa e temerosa, porque morro de medo de me influenciar. Agora acho uma grande bobagem perder tempo de experimentação. O livro que estava na estante já está na minha bolsa.
E lendo Doidas e Santas pude recordar de tanta coisa! E estou só no começo, imaginem só! Foi o suficiente para uma reflexão interessante: acho que me falta experiência em muita coisa na minha vida, mas para uma pessoa que chegou aos 30 há pouco, eu já vivi tantas histórias... A bagagem é longa, as experiências são tantas e vivenciadas de forma tão diferentes, em cada uma de suas naturezas múltiplas. Fiquei pensando que se vivi tanta coisa e se lembro de cada uma delas e de cada detalhe que passaria por insignificante na vida de uma pessoa comum (não que eu não seja comum, ai vem a explicação), isto provavelmente quer dizer que essas experiências deviam mesmo ser divididas com alguém. Resolvi arrumar um meio – o Bibidebicicleta – já que um livro de histórias da minha vida seria uma dádiva que levaria algum tempo para se tornar palatável a um grupo maior que o meu círculo de amigos.
Por mais que algumas pessoas continuem me dizendo que eu me exponho demais aqui (embora eu creia que eu seja ainda muito mais densa que as histórias que conto ou os sentimentos que revelo; o que é parte de um todo muito maior), contar as histórias aqui me deu uma dimensão tão maior de mim mesma e das coisas que vi e vivi. Escrever para mim é como libertar as minhas vozes internas e elas falam “quase” que por si só. Sem escrever eu não vivo, então, encontrei um meio de falar sobre o que quero para um número significativo de pessoas, contando as minhas experiências como uma espécie de serviço para mim e para quem estiver no clima de me ler.
Chegando ao encontro com essa amiga, passamos o dia falando de nossos projetos, sonhos e realizações. Em um dado momento da conversa ela me diz: “Quanta coisa você já viveu! Caramba, às vezes eu tenho que me lembrar que você só tem 31 anos”. Ou seja, ela sabe que ainda tenho muito “desbunde” pela frente e que mantenho esse olhar curioso e quase infantil pela vida, como se quisesse sorver, absorver e escrever o que para mim parece novidade. E que tudo se faça novo e interessante, para destilarmos a suficiência das coisas com o delicioso sabor da primeira vez (das boas, claro!).